Deixei a minha cabeça encostar no banco do carro e
coloquei a manta que trouxera para o carro em cima de mim. Estava uma noite
fria e precisava de alguma coisa para me aquecer. Já estávamos a algum tempo em
viagem e o sono já começava a querer dar de si. A conversa fazia-me esquecer
que estava prestes a fechar os olhos a qualquer momento. Desviei a minha
atenção da estrada e prendi-a ao rapaz que estava ao meu lado. Não sei porquê
mas passou-me inúmeros pensamentos pela cabeça, recordações diversas sobre o
nosso passado. Sorri ao lembrar-me de algumas.
***
Finalmente
tinha acabado a última aula da semana. Despedi-me dos meus colegas e
encaminhei-me para a saída. Ainda não tinha saído da escola e já via a silhueta
do Harry no portão à minha espera. Sorri naturalmente, podia estar com ele há
pouco mais de três meses mas continuava a sorrir como se fosse a primeira vez
que o via. Não o conseguia evitar. Assim que cheguei junto a ele os seus braços
rodearam a minha cintura puxando-me para junto dele. Os lábios dele envolveram
os meus num beijo apaixonado. Deixei de ouvir os barulhos normais de uma escola
para apenas ouvir o barulho do meu coração e do Harry a bater. Eram aqueles
momentos que queria gravar para sempre no meu coração.
***
- Se
continuas a olhar-me desse jeito vou ter que parar o carro! – a voz rouca
do Harry fez-me voltar para a realidade – não
te resisto por muito tempo… - fez aquele olhar de pervertido o que me fez
bater-lhe levemente no braço
- Parvo!
– reclamei olhando de novo para a estrada. Fechei os olhos por momentos e
pensei que fosse mesmo adormecer ali mesmo.
- Se
quiseres podes dormir… - encarei-o novamente e abanei negativamente com a
cabeça
- Não, porque
senão pode-te dar o sono e a última coisa que queremos é ter um acidente. –
ele estaria com sono de certeza e se me visse a dormir podia cair na tentação e
adormecer a conduzir. Era tudo o que não queria.
- A sério,
não te preocupes com isso. Dorme…
- Mesmo?
-
Sim, amor. –
fechei os olhos e o som proveniente do radio foi diminuindo de volume até
praticamente deixar de ouvir a música. Aconcheguei-me o melhor que consegui no
banco e depois senti uma das mãos do Harry a puxar a manta que tinha para me
cobrir por completo. Acabou por deixar a mão dele por cima da minha,
acariciando-a. Juro que ia reclamar porque sabia que aquele gesto podia ser
perigoso mas estava-me a saber demasiado bem. Ele conhecia-me bem e sabia que
em poucos minutos já estaria a dormir que nem uma pedra. E foi mesmo isso que
aconteceu.
(…)
Um arrepio percorreu a minha espinha de cima a
baixo fazendo-me acordar aos poucos. Um ar frio entrava pela minha camisola a
cima deixando-me gelada, inconscientemente tentei cobrir-me mas o frio
continuava a invadir o meu corpo.
- Já
chegamos! – a voz do Harry bem junto do meu ouvido aqueceu-me o corpo
instantaneamente – Acorda… - abri os
olhos a custo mas as pálpebras fecharam-se novamente devido ao sono que ainda
tinha. O Harry deve ter reparado e por isso plantou vários beijos na minha
face.
- Está frio…
- reclamei, abrindo novamente os olhos tentando perceber onde é que se
encontrava o Harry. Reparei que a manta que me devia cobrir estava praticamente
toda no chão do carro. Era normal que estivesse frio.
- Destapaste-te
Mia… - informou-me a sorrir. Como eu amava aquele sorriso logo pela manhã.
– Passei a viagem toda a parar o carro
para pôr a manta por cima de ti mas acabavas sempre por tira-la. Demoramos o
dobro do tempo para chegarmos aqui!
-
Não tenho culpa de me mexer muito… - tinha de admitir que tinha um péssimo dormir.
Mexia-me com bastante frequência e normalmente deixava nódoas negras nas
pessoas que dormiam ao meu lado. Nem sei como é que o Harry ainda não tem
nenhuma…um verdadeiro milagre.
- Não estás
curiosa por saber onde é que estás? – abanei assertivamente com a cabeça e
espreitei pelo vidro para ver se reconhecia o local. Não, nunca lá tinha estado.
Estávamos nalgum lugar isolado do mundo porque apenas conseguia ver uma casa,
que por sinal era linda, e mais nada. Levantei-me do carro com a manta enrolada
no meu corpo, estava mesmo cheia de frio. Pude ver melhor a casa que se
encontrava à nossa frente, era fantástica e enorme. Quando ia para falar, o
Harry abraçou-me por trás pousando o queixo sobre o meu ombro direito. – Gostas? – dei-lhe um beijo super fofo
na face antes de lhe responder
- Eu amo mas
ainda não sei onde estou… - ele sorriu para mim e não disse mais nada. Como
aquele rapaz adorava ver-me ansiosa. Dirigiu-se até ao porta bagagens e começou
a tirar as nossas malas e a leva-las para o interior da casa. Não tinha ideia
de que horas é que eram mas já estava a amanhecer. Fiquei enrolada na manta a
ver a paisagem enquanto o Harry continuava a levar as coisas para dentro. Não
fazia a mínima ideia de onde pudesse estar, a única coisa que tinha a certeza é
que era um local gelado. O Harry assim que acabou veio novamente ter comigo
tirando-me a manta de cima de mim. – Então?!
Estou com frio… - pôs a manta por cima dele sem se importar com o que tinha
dito mas depois abriu os braços para que o abraçasse e assim colocar a manta
sobre mim também. – és muito esperto és…
- acabei por dizer após voltar a sentir o quentinho da manta e do corpo dele.
Os seus lábios vieram ao encontro da minha testa depositando um beijo suave.
- Eu sei que
sou… - mantive-me em silencio enquanto me deliciava com todos aqueles
pequenos pormenores. O Harry era uma pessoa incrivelmente carinhosa o que me
deixava constantemente nas nuvens. Ele tinha a capacidade de me surpreender
todos os dias e a forma como me tratava fazia-me apaixonar por ele diariamente.
– Eu vinha para aqui com a minha família
todos os anos. É um local bastante calmo e acolhedor. Achei que era o que
precisávamos, um tempo para namorarmos longe dos olhares curiosos.
-
E achaste muito bem… -
respondi-lhe sem tirar a minha cabeça junto do seu peito – amo-te muito sabias? – encarei-o e pude ver os seus olhos brilharem
como nunca. Sorri genuinamente quando os meus lábios foram envolvidos pelos
dele como sempre o fazia.
-
Vamos para dentro? Não quero que geles…
-
Sim! – proferi rapidamente. Assim que
entramos dentro de casa a minha reação foi como se fosse uma criança quando
recebe um presente novo. Estava completamente encantada com o interior da
habitação embora naquele momento estivesse gelada. – em que quarto é que vamos ficar? – perguntei abrindo algumas portas
do andar de cima
- Este é o quarto
maior… - mostrou-me um quarto bastante grande e com uma cama igualmente
enorme. O quarto também tinha uma casa de banho privativa mas não era o que
realmente queria.
-
E onde é que costumavas ficar? – saímos daquele quarto e caminhamos pelo corredor
até parar na última porta. Não era de todo um quarto grande mas tinha um ar
bastante acolhedor. Era mesmo a cara do Harry e talvez por isso tenha achado
que aquele era o melhor quarto – Este é
perfeito. Por mim ficávamos aqui… - informei-o enquanto dava uma volta pelo
quarto
- Tens a
certeza?
-
Absoluta! –
novamente aquele sorriso aflorou-lhe no rosto. Como é que conseguia resistir
aquilo? Era impossível! Cheguei-me junto dele e roubei-lhe um beijo rápido – Agora quero acender a lareira porque estou
a morrer de frio… - ao mesmo tempo que me dirigia para fora do quarto mas
fui travada pelo seu braço que me puxou novamente para junto dele
- Começo a
achar que não te aqueço o suficiente, andas cheia de frio…
-
És tão parvo às vezes! –
descemos até ao piso inferior e enquanto acendia a lareira, o Harry foi ligar a
água, a luz, o gás e outras coisas habituais quando se chega a uma casa que não
é habitada durante a maior parte do tempo. Depois de tudo ligada estivemos a
fazer tempo para que pudéssemos ir à vila para fazer as compras já que o frigorífico
se encontrava vazio.
(…)
A vila era bastante pequena, por isso o Harry
deixou o carro estacionado logo no início e fomos a pé fazer as compras. À
medida que íamos andando ele ia contando várias histórias sobre a sua infância.
Notava-se que aquele lugar lhe trazia muito boas recordações o que me deixava
ainda mais feliz por me ter trazido. Tivemos que parar algumas vezes pois
passavam por nós pessoas conhecidas dele que metiam conversa. O mais estranho é
que me olhavam de uma maneira esquisita sempre que ele dizia que era namorada
dele. Fiquei sem saber se aquilo era bom ou mau.
Entramos finalmente na mercearia e rapidamente
chamou pelo nome de uma senhora. Ela apareceu por detrás de uma porta e assim
que viu o Harry fez uma festa, sem exageros. Quase que podia ficar com ciúmes
mas a senhora já devia ter os seus sessenta anos. Agarrou entusiasticamente as
bochechas do Harry fazendo-me rir e depois encheu-o de beijos. Após lhe ter
dito que estava mais magro e que não podia estar sempre a cantar também tinha
que comer, é que dirigiu o olhar para mim.
- Quem é
esta menina tão bonita? – o sangue aflorou nas minhas bochechas sem
conseguir evitar – é a tua namorada?
- Sim, é a
minha namorada. É a Mia… - a senhora voltou a olhar do mesmo jeito que as
restantes pessoas anteriormente. Definitivamente aquilo era muito mas muito
estranho. Ele começou a fazer as compras e por isso ia ajuda-lo mas não me
deixou. Acabei por ficar ao lado da dona da mercearia e fiquei a saber algumas
coisas engraçadas sobre o Harry quando era pequeno. Ele reclamava e barafustava
para que a senhora não contasse mais nada vergonhoso mas ela continuava. Adorei
saber certas coisas, iriam-me dar imenso jeito para o futuro, mas o Harry ficou
meio amuado.
- A menina
deve ser muito especial… - fiquei sem saber o porquê da senhora me ter dito
tal coisa. A minha expressão deve ter mostrado que não tinha percebido e então
concluiu – O Harry sempre dissera que a
rapariga que trouxesse aqui é porque era com quem queria casar. – um
friozinho na barriga apareceu fazendo-me arrepiar a alma. A ideia de passar o
resto dos meus dias com o Harry alegrava-me mas também me deixava ainda mais
insegura.
- A sério?
– a senhora apenas abanou assertivamente com a cabeça com um sorriso no rosto.
Olhei para ele que se encontrava a pegar nalgumas coisas e um sorriso parvo
aflorou no meu rosto, era inevitável. Decidi então brincar com a situação – Harry, vais-me pedir em casamento? –
assim que terminei a pergunta, tudo o que ele tinha na mão foi parar ao chão.
Ele tinha acabado de ficar completamente vermelho e olhava-me estupefacto.
- Onde foste
tirar essa ideia? – ele estava visivelmente encavacado o que fez com que
brincasse mais um pouco
- O quê? Não
queres casar comigo? Não queres passar o resto dos teus dias comigo? Já não
gostas de mim? Já não me amas? – exclamei fazendo um enorme teatro. Ele
chegou-se junto a mim preocupadíssimo, tinha acreditado por completo em todas
as minhas palavras.
- Claro que
te amo Mia. Compreendeste mal, claro que quero casar contigo, se quiseres
podemos faze-lo já amanha, ou até mesmo hoje! Eu amo-te… - a senhora
começou a rir do ar quase que desesperado do Harry o que me fez também
desmanchar a rir – Não acredito que
estavas a brincar…
- Desculpa,
mas não resisti! – ele virou costas chateado e por isso fui ter com ele – Não vais ficar chateado comigo por causa
disto, pois não? – ele nada disse e continuava a arrumar aquilo que tinha
deixado cair ao chão – Sabes, gostei de
saber que se fosse preciso casavas comigo hoje. Nem imaginas o quanto isso
significa para mim e nem imaginas o quanto o meu coração acelerou nesse preciso
momento. – ele finalmente voltou a atenção para mim e sorriu
- Queres-me
aturar todos os dias? – perguntou-me com aquele brilhozinho nos olhos
- Absolutamente.
– era uma das poucas coisas que tinha tantas certezas.
(…)
- Vá, podes
ir dormir enquanto trato do nosso almoço! – exclamei enquanto começava a
colocar as compras nos armários. – Precisas
de dormir…deves estar bastante cansado.
-
Tens a certeza? Não vais pegar fogo à cozinha? – eu sei que era quase um “desastre” na cozinha mas
não era preciso exagerar. Conseguia desenrascar-me minimamente.
- Que piada
menino Harry! – resmunguei – Agora,
a sério, precisas de dormir senão daqui a pouco não te aguentas de pé.
- Esta bem,
mas preciso que me leves até ao quarto, tenho medo de ir sozinho. – não
sabia se haveria de rir ou ficar embasbacada a olhar para ele. Ele fazia aquela
carinha doce de menino.
- Really?!
– ele esticou o braço na minha direção mostrando que estava mesmo a falar a
sério. Queria mesmo que fosse com ele até ao quarto. Dei-lhe a mão enquanto
esboçava um sorriso – Só tu mesmo! Se
não existisses tinhas que ser inventado.
Subimos até ao quarto de mão dada. Não conseguia
descrever a maravilhosa sensação que isso me provocava, como um simples gesto
conseguia pôr o meu coração a tremelicar. Tudo se encaixava na perfeição. Assim
que chegamos ao quarto, ele despiu-se mesmo á minha frente ficando apenas de
bóxeres e entrou para o meio dos lençóis e cobertores. Ainda fui buscar outro
de dentro do armário para o caso de ele ainda ter frio. Sentei-me à beira dele
e fez questão de rapidamente colocar a sua cabeça sobre o meu colo. Com a minha
mão direita comecei a mexer nos seus inúmeros caracóis, brincava com eles.
Enquanto que a outra estava entrelaçada na mão do Harry. Em poucos minutos já
ouvia a respiração pesada do Harry, sinal de que já estaria a dormir, estava
mesmo bastante cansado. Tirei a sua cabeça de cima do meu colo e pousei-a em
cima da almofada. Desentrelacei os meus dedos dos dele e fiquei calmamente a
mira-lo durante largos minutos. Nova Iorque, quatro anos… Não queria deixa-lo
e muito menos perde-lo. Precisava dele para que a minha vida fizesse algum
sentido. Precisava dele para continuar a sorrir.
Juntei os meus lábios aos dele sem o fazer acordar
e levantei-me da cama. Saí tentando fazer o menor barulho para não o acordar e
fui até á sala. Pelo caminho peguei no meu portátil e sentei-me no sofá bem em
frente à lareira acesa com a manta sobre as pernas e o portátil em cima. Havia
uma conversa inacabada entre mim e a Nicole e mais do que tudo, precisava das
suas palavras para me tirar daquela teia de dúvidas.
- Bom dia!!!
– exclamei assim que a imagem dela apareceu no ecrã do meu portátil. Antes
de me falar, pela sua expressão já percebia que não estava de bom humor.
-
Não devias estar a aproveitar essa alegria toda pela manhã para estares com o
Harry em vez de me estares a chatear? – devia jogar no euromilhões, aquela miúda não
conseguia disfarçar o mau humor.
- Que bom
humor! – ironizei – Não, o Harry
está a dormir e daqui a pouco vou começar a preparar o almoço.
-
Preparar o almoço?! Por favor, não mates o Harry! – exclamou num tom visivelmente dramático
- Tu
também?! – ela apenas sorriu. Ficamos as duas a olhar uma para a outra através
do ecrã do portátil. Percebia-se que ela queria muito falar sobre o assunto “Nova
Iorque” mas não me queria, de todo, pressionar. Manteve-se em silencio durante
bastante tempo até que tive coragem para dizer alguma coisa.
- Tenho de
lhe contar não tenho? – não foi preciso ela responder porque notava-se na expressão
facial dela qual era a sua opinião – só não
o quero perder, percebes?
- Claro que
percebo, Mia. É perfeitamente normal teres medo de perder a pessoa que amas.
Seria anormal era se não te importasses com o que ele pensa ou o que ele sente.
O que não pode acontecer é o medo que sentes seja superior ao que está certo.
– um silencio instalou-se, ela queria fazer-me reflectir sobre as palavras dela
– Mia, sei que te custou muito teres
tomado aquela decisão há três anos e por isso mesmo não podes voltar a fazer o
mesmo. Lembra-te, por favor, do que o Harry te disse, ele apoia-te
incondicionalmente. Ele não merece que lhe escondas algo tão importante como o
teu futuro, o teu sonho! E mesmo que não entres sabes tão bem como eu que ele
ficará zangado se souber que não lhe contaste! – ela voltou a fazer uma
pausa e como viu que não ia dizer nada, continuou – independentemente do que decidires, estou aqui para ti, sempre.
- Obrigada…
- foi a única coisa que consegui pronunciar. Ela tinha razão, mesmo que não
entrasse, ele tinha o direito de saber. Não lhe podia ocultar tal coisa.
(…)
Estava concentrada a fazer o almoço que nem dei
pela entrada do Harry na cozinha. Só dei pela presença dele assim que me
agarrou por trás com o corpo visivelmente molhado. Arrepiei-me dos pés à cabeça
assim que os seus lábios quentes e molhados tocaram na pele sensível do meu
pescoço.
- Harry…
- foi a única coisa que consegui pronunciar decentemente. Os seus braços
fizeram-me rodar ficando de frente para ele, verificando mais uma vez que o
verde estonteante dos seus olhos provocava-me um friozinho na barriga. O cabelo
molhado sobre a sua face dava-lhe um ar ainda mais irresistível. Aquele
sorriso, podia já ter visto milhares deles mas nenhum se comparava ao dele,
nenhum era tão perfeito como o dele. De um momento para o outro deixei de
sentir as mãos dele na minha cintura e apoiou-as na banca da cozinha. Os nossos
olhares tinham-se cruzado e ficara presa a ele. Aproximou-se inclinando
lentamente a cabeça em direcção à minha sem nunca deixar de me olhar. Mordia o
lábio inferior deixando-me ainda mais vulnerável. Conseguia sentir a sua
respiração cada vez mais perto da minha até que se misturaram. O nariz dele
tocou no meu e quando me chegava para unir de uma vez os nossos lábios ele
desviou-se.
- Cheira
bem… - trinquei o lábio inferior em sinal de frustração. Ele não me podia
fazer tal coisa, o meu coração não aguentava. – não destruíste a cozinha!
- Estúpido!
– proferi enquanto colocava as minhas mãos sobre o seu peito nu e o empurrava
para longe de mim – Odeio-te…
- Eu também
te amo muito… - enquanto colocava de novo as mãos sobre a minha cintura
puxando-me para junto dele. Os nossos lábios juntaram-se finalmente e embora
tenha tentado não corresponder ao beijo, acabei por me deixar levar.
(…)
Tínhamos passado a tarde inteira em casa e eu nem o
pé pus fora de casa. Não fizemos nada, apenas ficamos os dois enroscados numa
manta em frente à lareira. Apenas se ouvia o barulho da lenha a arder
lentamente. Haviam momentos em que não eram precisas palavras e aquele era um
desses momentos. Passei o tempo a receber carinhos por parte dele que me
deliciou por completo.
Depois de jantarmos decidi finalmente contar-lhe
sobre o curso. Tinha que o fazer, sabia que se ele descobrisse que não lhe
tinha contado ficaria ainda mais chateado.
- Precisamos
de falar… - nunca a minha voz tinha soado tão intermitente. Ele percebeu de
imediato que o assunto era sério e por isso sentou-se ao meu lado no sofá. Não
conseguia encara-lo, não conseguia olha-lo nos olhos. Mexia descoordenadamente
com as mãos tentando me acalmar. Respirei fundo uma data de vezes até arranjar
a coragem necessária para falar. – Antes
de vir, como sabes, estive a estagiar numa galeria onde aperfeiçoei o que sabia
sobre fotografia. Nos três anos em que lá estive apercebi-me que era o que
queria fazer para o resto da minha vida. Era o que mais gostava de fazer sem
dúvida nenhuma. – levantei-me do sofá, já não conseguia estar mais sentada.
Dirigi a minha atenção para a chuva que caía lá fora e nunca para o Harry – Quando decidi voltar para aqui não queria
vir presa a nada e por isso decidi deixar a fotografia um pouco de parte para
ter a certeza do meu próximo passo. O problema é que a minha coordenadora
decidiu que o meu futuro passava por Nova Iorque e mandou uma candidatura em
meu nome para uma das escolas mais conceituadas dos EUA. – tive que parar
para respirar decentemente, parecia que não havia ar suficientemente para fazer
bater o coração em condições – Sim,
fiquei chateada e muito mas no fundo, bem lá no fundo, era o que mais queria
fazer, só me faltava a coragem. Quando fui as duas semanas com vocês não
imaginas o quanto amei a experiência. Adorei por completo. Os resultados saem
na próxima semana e se entrar, o curso será de quatro anos a começar no início
de Setembro. Agora vem a parte contraditória, a de que não te quero deixar
novamente, a parte em que te amo mais do que tudo, a parte em que o teu
silencio durante esta conversa me está a matar. – um silencio ensurdecedor
instalou-se na sala. Ele tinha baixado a cabeça e por isso não conseguia
perceber pela sua expressão o que estaria a pensar – Diz alguma coisa… - pedi quase a suplicar
- Desculpa
mas neste momento não consigo dizer nada… - as palavras dele caíram que nem
pedras no meu coração. Quando se levantou do sofá dirigindo-se para a parte de
superior da casa sem pronunciar mais nenhuma palavra, senti um enorme aperto no
coração, uma dor inexplicável.
Peço desculpa pela demora mas com os trabalhos da escola tenho tido muito pouco tempo para escrever.
Espero que gostem do capítulo e já sabem, deixem as vossas opiniões. É bom saber o que estão a achar da história.
beijinhos
Dri
ADOREI *-*
ResponderEliminarLindo como sempre!
ResponderEliminarAcho que falta é uma coisa na parte das reacções, a palavra AMEI, aposto que o gostei reduzia substancialmente:)
beijinos
Não me fizeste chorar desta vez, mas deixaste-me com a lágrima no canto do olho.
ResponderEliminarUm capítulo dos teus mais uma música lamechas é o que dá x)
Amei o capítulo, incondicionalmente!
A última fala do Harry deixou-me surpresa. Estou ansiosa por saber a sua resposta :x
Deixaste-me na expectativa..!
Só espero que ele a compreenda :s
Parabéns ;D
Adorei *.* está lindo :)
ResponderEliminarepa, eu quero mais estou completamente anciosa
ResponderEliminar<3 <3 <3
ResponderEliminarO que é que eu posso dizer? Que está lindo, que me surpreendes-te com as tuas últimas palavras.
ResponderEliminarRisos, muitos risos na parte em que eles falaram do casamento, esse momento... deu mesmo para soltar umas gargalhadas.
Anciosa muito anciosa. O que é que será que o Harry vai fazer?
Beijinhos :)