segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

60º Capítulo - "Amar é descobrir a nossa própria felicidade na felicidade alheia"



[Mia]

- Já sabias que o Zayn fumava? – perguntei imediatamente assim que cheguei à cozinha e o vi a preparar qualquer coisa para comer. Os olhos dele arregalaram na minha direcção assim que falei – sim, a Nicole já sabe. – suspirei enquanto puxava uma cadeira para me sentar. – Ela não ficou muito bem ao saber que ele lhe tinha escondido algo tão importante como isso…

- Eu por acaso já sabia mas o Zayn fez-me prometer que não te contava nada  e muito menos à Nicole. – confidenciou pegando numa caneca com chocolate quente e dando-ma para a mão – Desculpa… - a sua voz ainda conseguia torna-se mais rouca quando baixava o tom de voz, o que o tornava ainda mais irresistível

- Por amor de Deus, não me precisas de pedir desculpa. – falei calmamente deixando-o mais tranquilo – Eu compreendo. Até porque se eu soubesse não sei se aguentaria muito tempo sem contar à Nicole… - concluí

- Ainda bem. – adorava quando ele me dava um beijo na testa, era uma das coisas mais ternurentas que ele me podia fazer – A última coisa que quero é ficar zangado contigo por causa de algo que não é problema nosso…

- Eu sei. Não te preocupes… - concluí dando-lhe um leve beijo nos lábios – A lareira ainda está acesa? – perguntei, o meu corpo já começava a ficar um pouco frio já para não falar que as minhas mãos estavam geladas.

- Sim, porquê?

- Preciso de me aquecer! – dirigi-me para a sala e assim que cheguei enrolei-me num dos cobertores que haviam em cima dos sofás. Sentei-me no sofá mesmo em frente à lareira acompanhada pelo Harry que me trouxera a caneca e aconcheguei-me a ele para ver se aquecia um pouco.

Tinha as minhas mãos completamente geladas e nem com a caneca de chocolate quente no meio das minhas mãos as conseguia aquecer. O Harry deve ter dado conta pois as minhas mãos começavam a ter um tom algo arroxeado. Tirou-me a caneca das mãos e colocou-a em cima de uma mesa pequena. Ladeou as minhas mãos com as dele e exerceu alguma fricção fazendo com que absorvesse algum calor. Mesmo com o calor proveniente da lareira este não era suficiente para aquecer as minhas mãos. Num único movimento voltei a deixar de sentir a pele das mãos do Harry em contacto com a minha. Percorri atentamente com o olhar as minhas mãos a viajarem, através da pressão que as dele exercia, até bem perto do rosto do Harry. Os lábios suaves dele tomaram cada parte da pele das minhas pequenas mãos. Um friozinho na barriga e borboletas a esvoaçarem na minha barriga era o que sentia sempre que os lábios dele se deslocavam sobre a minha pele. Era como se o coração tremesse, como se não se ele fosse um órgão aparte do resto do corpo. Um calor reconfortante invadia aos poucos cada recanto do meu corpo. Agora sim, sentia-me verdadeiramente quente.

- Tens o nariz frio… - constatei assim que ele roçou levemente o seu nariz sobre a pele da minha mão direita. O seu olhar dirigiu-se até ao meu e esboçou um dos sorrisos mais lindos que alguma vez vira. Surgiu-lhe tão naturalmente que me contagiou por completo. Mexi um poucos as mãos para que ele fizesse uma pausa naquele acto ternurento. Assim que as minhas mãos se viram livres das dele sentei-me ao seu colo, com uma perna de cada lado e de frente para ele. O sorriso pelo qual me tinha deliciado à poucos segundos atrás ainda estava perfeitamente delineado no seu rosto. A profundidade com que me olhava, a dimensão com que o fazia deixava-me eternamente inebriada. Deixava-me apaixonada. Eram esses momentos em que tinha a certeza que era amada, que pertencia a alguém e que era capaz de proporcionar as maiores das felicidades. Ladeei a face do rapaz por quem estava perdidamente apaixonada com as minhas mãos agora quentes e por breves segundos, apenas me concentrei nos seus olhos esverdeados. Naqueles que me faziam viajar em mil e um pensamentos. Fechei os olhos e encostei os meus lábios na ponta do seu nariz, assim que voltei a abrir os olhos, vi o Harry sorrir deliciosamente de olhos fechados. Voltei a repetir o movimento várias vezes durante alguns segundos até ter o mesmo resultado que eu tivera. Desviei a trajectória percorrendo a face com beijos até encontrar os seus lábios. O toque, o simples toque dos seus lábios contra os meus provocavam uma explosão de emoções dentro de mim. As suas mãos voltaram a contactar com a minha pele, agora com a da cintura empurrando-me lentamente contra o seu corpo. – Nunca pensei que isto fosse possível… - murmurei contra os seus lábios assim que o beijo terminou dando lugar a pequenas caricias com o nariz      

- Isto o quê? – perguntou concentrando o seu olhar profundo no meu

- Isto. – suspirei – Sempre descreveram o amor como algo indiscritível por palavras, algo que só pode ser sentido ou vivido, que todos temos uma alma gémea mas que nem todos têm o privilégio de a encontrar. Sinceramente, tinha medo de não ser abençoada por esse sentimento tão genuíno e que tantos escritores afirmam ser o “fogo que arde sem se ver”. Nunca pensei que isso fosse verdade mas desde que te beijei pela primeira vez parece que tenho essa chama dentro de mim e que és principal responsável para que essa chama não se apague. Contigo descubro todos os dias mais um pedaço de mim, mais um sentimento desconhecido, mais um motivo para sorrir, mais um motivo para amar. Acredita, fazes-me sentir de uma maneira tão especial, tão única e tão indiscritível que posso garantir que sou uma privilegiada por ter encontrado a minha alma gémea. Sou uma privilegiada por te ter ao meu lado, por neste momento seres a única pessoa, para além dos meus pais, por quem daria a minha vida sem pestanejar. Obrigada, obrigada por não teres desistido de mim, obrigada por me completares e fazeres com que a minha vida tenha sentido. – o Harry ouviu-me atentamente sem praticamente pestanejar e quando acabei de falar os seus olhos começaram a ficar cada vez mais brilhantes. Já não sabia se era mesmo dele ou se era porque uma fina camada de água se começava a formar nos meus olhos.  Não é para chorares… - pedi a sorrir mas não foi possível. Uma lágrima solitária escorreu-lhe aos poucos pela sua face e com a ponta dos meus dedos fi-la desaparecer bem como alguns resquícios de lágrimas que também queriam aparecer no meu rosto.  

- Eu amo-te. – murmurou. Mais uma vez sorri genuinamente, a alegria que rodeava o meu coração sempre que ouvia o Harry dizer que me amava, levava-me para outra dimensão, para um lugar onde só havia nós dois. Depois de mais um beijo apaixonado aconcheguei-me no seu colo encostando a cabeça no seu ombro. Fechei os olhos assim que comecei a sentir pequenos beijos na minha testa. Abracei-o ainda mais sentindo-me a rapariga mais feliz do mundo. – Princesa? – ouviu-o chamar algum tempo depois. Respondi-lhe apenas com um “hum” – Lembraste daquele dia em que estávamos os dois naquele parque infantil perto da escola porque a professora de História tinha faltado?

***

- Harry, não sei se sabes mas ali diz que só podem andar nos baloiços criança até aos doze anos. – resmunguei ao vê-lo sentar-se num dos dois baloiços disponíveis – Que eu saiba já tens dezasseis anos… - constatei desejando que ele saísse de lá antes que aparecesse alguém que o expulsasse.

- E qual é o problema?

- O problema é que com o teu peso ainda partes isso tudo. – vi-o sorrir e sem dar importância ao que tinha dito continuou a balançar. Quando queria, ele conseguia ser ainda pior que uma criança de dez anos.

- Não queres andar? – perguntou de modo divertido

- Não! – respondi rapidamente. Quando comecei a vê-lo a perder velocidade achei que fosse parar, mas não. Assim que os seus pés tocaram no chão fazendo-o parar, fez-me sinal para ir sentar no seu colo. – Nem penses… - ao mesmo tempo que abanava negativamente com a cabeça. O problema é que ele já me conhece muito bem e começou a fazer-me olhinhos. Mordi o lábio inferior denunciando que tinha cedido aos seus encantos. Ele sorriu abertamente e encaminhei-me para junto dele. Ainda nem tinha chegado quando ele esticou os seus enormes braços e me puxou para o colo dele – Definitivamente não existes… - prenunciei com a voz abafada e de olhos postos no dele ao mesmo tempo que aconchegava o meu cachecol . Não sei quanto tempo tivemos assim, apenas fomos chamados para a realidade quando chegou uma criança. Ela olhava-nos de uma forma um bocado estranha, deveria estar a pensar o que fazíamos ali.

- Sabes, daqui a uns anos vamos vir para aqui todos os dias. – olhei para ele confusa sem perceber – Sim, quando viermos com os nossos filhos. Lindos como tu e lamechas como o pai… - vi, sem sombras de dúvidas, o sorriso mais bonito que alguma vira, acompanhado por uma cor mais avermelhada a aparecer lentamente no rosto de Harry. Corei também porque era o que queria, ter um futuro com ele.

***

- Como poderia esquecer… – proferi com alguma nostalgia com o olhar posto num lugar qualquer da sala

- Lembro-me que essa era uma das poucas memórias que me punha sempre um sorriso na cara quando tudo parecia correr mal. – ouviu-o atentamente – Quando te foste embora foi como se o mundo tivesse ruido todo à minha volta mas sempre que me lembrava desse dia voltava a ter esperanças. Esperanças de um dia voltar a estar contigo e isso aconteceu. O futuro que tanto desejava pode agora concretizar-se. Todos os dias dás-me mais certezas de que naquela altura estava certo, que o que sentimos não era apenas um amor passageiro, de jovens. Todos os dias tenho mais certezas que foste, és e serás a única pessoa a quem consigo dar todo o meu amor. – não havia mais palavras capazes de explicar o quanto o Harry me conseguia fazer feliz. Os lábios dele envolveram os meus num beijo doce e ternurento conseguindo transportar-me para um mundo há parte.

- O que é que nos está a dar? – falei de modo divertida após o beijo – Parece que fomos atingidos por algum pó do romantismo…

- A sério, Mia? – ao mesmo tempo que abria a boca em sinal de espanto – Tinhas mesmo que estragar este momento tão amoroso? – num momento para o outro comecei a sentir falta de ar, era o Harry a fazer-me cocegas e a provocar-me imensos risos.

- Tinha porque senão já não era a mesma coisa. – falei finalmente assim que ele terminou as cocegas e me deixou respirar.

- És tão tolinha… - disse-o de um jeito praticamente irresistível fazendo-me rir.

- Ai é? Vê-la se amanhã queres ficar sem surpresa, olha que eu posso muito bem cancelar tudo… - sim, amanhã era o dia da surpresa que andava a preparar, não queria que nada falhasse.

- Não me vais contar o que é, pois não?

- Não. – ele bem continuou a insistir mas estava completamente irredutível. Ele não iria saber de nada. A última coisa que me lembro é de voltar a fechar os olhos encostada ao Harry e sentir-me abraçada por ele.

(…)

Acordei estranhamente deitada em algo bastante confortável e com um braço a ladear-me a cintura. Depois de esfregar os olhos dei conta que estava na cama mas não me lembrava como tinha ido lá parar. Não demorei a pensar muito nesse assunto pois tinha que me levantar e acordar o Harry, tarefa especialmente complicada.

(…)

Ajudei-o a vendar os olhos e após muitas reclamações lá consegui enfia-lo dentro do carro. Estava visivelmente chateado por ir “às escuras” para a surpresa. Não é que gostasse de o ver sofrer mas um bocadinho não fazia mal a ninguém e muito a menos a ele. Para além de que se ele visse tudo já não teria metade da piada. E ainda tive que ouvir mais umas quantas recomendações por causa do carro antes de começar a conduzir e em como tinha de conduzir com cuidado. Tive que o beijar para ver se ele se calava de uma vez por todas. Ele ficou com aquela expressão bastante engraçada de quando lhe “roubo” um beijo.

- Sabes que agora estou em dívida contigo. – já sabia que quando menos esperar, ele me roubará um beijo para não ficar em dívida comigo. Era sempre assim.  

Fomos a conversar durante todo o caminho e também ouvia as reclamações dele em como a venda estava a estragar-lhe o penteado. Só mesmo ele para me fazer rir quando começava a ficar cada vez mais nervosa à medida que estava mais perto. Assim que chegamos, saí do carro e pude ver ao longe a minha surpresa a ser preparada. Olhei em redor e o tempo não podia ter ficado melhor para aquele dia. Sorri ao ver que tudo corria como tinha idealizado, só esperava que nada estragasse aquele dia. Entretanto ouvi o Harry barafustar dentro do carro por isso fui até ao outro lado abrir-lhe a porta.

- Amor, acalma-te um pouco que daqui a pouco já podes tirar a venda. – informei-o enquanto o ajudava a sair do carro – prometo que não te vais arrepender…quer dizer, pelo menos vou tentar não te desiludir!

- Qualquer coisa feita por ti nunca me desiludirá… - foi impossível não sentir o sangue a aflorar nas maçãs do meu rosto e, inevitavelmente, baixei a cabeça não querendo que ele reparasse. Sim, é estupido já que ele com a venda não me conseguia ver mas era mais forte que eu. Odiava-me por não conseguir controlar esse meu lado, ele deixava-me sempre envergonhada com as suas palavras doces, com os seus gestos delicados e suaves. Uma das mãos dele veio ao encontro do meu queixo fazendo com que a minha cabeça se elevasse um pouco. Aproximou-se lentamente de mim e uniu os nossos lábios. Mesmo de olhos vendados ele conhecia perfeitamente todos os meus movimentos – conheço-te melhor do que a mim mesmo…

- E isso é assustadoramente bom, principalmente quando percebemos que existe alguém capaz de nos descobrir mais um pedaço de nós, dia após dia. – dei-lhe a mão e comecei a puxa-lo em direcção à surpresa. Não podia ir muito rápido porque ele estava vendado e porque o piso também era irregular. Assim que chegamos, parei o movimento e fiz com que o Harry também o fizesse. As minhas mãos tapavam-lhe agora os olhos mesmo com a venda por baixo, não podia correr o risco de ele ver alguma coisa. Pus-me á sua frente e reparei que estava um pouco ansioso, notava-se pela sua expressão algo contraída. Em biquinhos de pés, cheguei aos seus lábios e beijei-o. – Amo-te muito. Espero que gostes… - sussurrei bem perto do seu ouvido enquanto retirava a venda dos seus olhos. Os seus olhos ainda estavam fechados assim que retirei a venda e assim que os abriu só esperava por uma boa reação.




Aqui está finalmente o capitulo.
Mais uma vez peço desculpa pela demora.
Espero que esteja do vosso agrado e que gostem. Deixem os vossos comentários, é muito importante para mim para saber se realmente gostam do que escrevo...

beijinhos
  

domingo, 6 de janeiro de 2013

Informação

Olá queridas!

Desde já quero pedir desculpa pela demora da publicação do capitulo mas este último mês estive fora de Portugal por causa dos meus treinos. Estive a melhor a minha condição física para conseguir começar da melhor forma estava época e daí não ter publicado nada. Agora como já regressei a Portugal vou acabar de escrever o capítulo e publicar o mais rapidamente possível.
Espero que não percam o interesse à história...

beijinhos