domingo, 22 de julho de 2012

41º Capitulo - Quando o amor não é uma loucura é porque não é amor



O barulho da porta a fechar-se atrás de nós foi a última coisa que ouvi. A minha mão continuava entrelaçada na dele enquanto me puxava em direcção ao carro sem deixar por mais de cinco segundos os meus lábios. Ele não parava de sorrir daquele jeito que acabava sempre por me fazer sorrir também. Cada beijo era diferente, cada momento era especial, cada toque era único.    

- Tu és louco – disse entre sorrisos. As minhas palavras tiveram o condão de o animar ainda mais, encostou-me ao carro deixando-me sem margem para fugir. Podia ver atrás dele o brilho do luar por detrás das inúmeras nuvens que invadiam o céu e que escondiam as estrelas. Uma aragem algo prenunciada passava pelas minhas pernas mostrando-me que existem coisas que nunca mudam como as noites frias em pleno Verão. Sentia arrepios constantes mas não eram de frio mas sim devido ao facto de ter o corpo do Harry colado ao meu e de ele não ter intenções de me largar tão cedo. Acariciava-me a face enquanto o olhar dele estava preso ao meu.

- Não me importo de ser louco tendo-te ao meu lado, poder beijar-te a qualquer momento. Desde que te foste embora deixei de viver, apenas existia mas agora estou de novo vivo, vivo novamente por ti e para ti. – arrepiei-me da cabeça aos pés à medida que ia falando. O olhar cintilante dele não o deixava mentir, tinha todo o meu corpo a tremer. Pôs as mãos na minha face e voltou a unir os nossos lábios. Foi ele que ditou o ritmo do beijo explorando cada recanto da minha boca – E sim, sou um louco eternamente apaixonado por ti!      

- Amo-te! – sussurrei-lhe juntos dos lábios dele. Finalmente abriu o carro e entramos para dentro. Por mais que insistisse ele não me dizia o local para onde nos dirigíamos. Era deveras irritante não saber para onde é que iria. Também tive que me chatear várias vezes com ele porque desviava a sua atenção da estrada para mim durante tempo a mais. O caminho foi passado a ouvir o Harry cantar algumas das músicas que passavam na radio aquelas horas da noite. A partir de certo ponto comecei a reconhecer o caminho e após algum esforço de memória finalmente conheci. – Eu não acredito que me vais levar a Holmes Chapel! – ele sorriu para mim denunciando um “sim”. Já andava a querer lá voltar a algum tempo mas não tinha coragem, talvez porque as coisas entre mim e o Harry não andavam bem. Mas agora tudo estava diferente. Quando chegamos ele fez questão de passar pela casa que outrora fora habitada por mim. Estava tudo praticamente na mesma, o mesmo jardim, as mesmas árvores, o mesmo portão. Continuava a existir aquele banco perto da minha casa onde costumávamos ficar sentados durante a tarde a namorar. Praticamente só tinha recordações boas daquele sitio e apenas uma menos boa, o dia em que me fui embora. – não imaginas o quanto me fizeste feliz aqui, o quanto o meu coração acelerava cada vez que te aproximavas… - acabei por dizer no final de todos aqueles flashbacks que apareceram na minha mente. Ele já tinha parado o carro agora em frente à casa dele. Estava igual. – nós não vamos entrar pois não? – perguntei petrificada com a possibilidade de encontrar a mãe dele. Eu devia ser a última rapariga que ela queria que estivesse com o filho dela.

- Não te preocupes que não está ninguém em casa! – saímos do carro. Ele esticou o braço na minha direcção e assim que cheguei junto dele colocou o braço em torno da minha cintura. Sentia um misto de emoções ao entrar naquela casa, a última vez que lá tinha estado, tinha sido a última vez que tinha visto o Harry. Tudo estava na mesma. Paramos na sala e ele pôs-se à minha frente – Bem se calhar está na altura de te dizer porque te trouxe aqui…

- É, eu também acho que sim.

- Trouxe-te aqui porque quero-te fazer um pedido oficial. – não estava a ver qual seria aquele pedido oficial – Foi aqui a última vez que te vi e achei que era o local ideal para este pedido. – continuava a não perceber nada – Bem…eu queria… - enquanto se aproximava de mim – Eu quero poder voltar a chamar-te de “minha”. Quero voltar a ouvir-te chamar-me de “teu”. – fez uma ligeira pausa para “limpar” a voz – Queres voltar a ser minha namorada? – um enorme sorriso apareceu no meu rosto e no dele também      

- Nunca deixei de te pertencer! – as mãos dele ladearam a minha cintura fazendo-me por momentos deixar de sentir os pés no chão. Tive que me agarrar nele com força no momento em que me rodopiou no ar. Quando senti de novo o chão debaixo dos meus saltos a única coisa que conseguia fazer era sorrir.

- O que quer fazer agora a minha adorável, linda e perfeita namorada? – ouvi-lo novamente a chamar-me de namorada dava-me uma alegria enorme

- Pode ser um filme?

- Tudo o que quiseres!

Escolhi um dos filmes que ele tinha numa estande e coloquei-o no DVD. O Harry já estava sentado no sofá à minha espera por isso quando me fui sentar fi-lo abrir as pernas para que me pudesse sentar no meio delas enquanto tirava os sapatos de salto alto. Encostei-me ao seu corpo e rapidamente fui aconchegada pelos seus braços a rodearam o meu corpo. Sorri. Tudo naquele momento era perfeito.

Arrepiei-me da cabeça aos pés a meio do filme no momento em que senti os lábios quentes e macios do Harry a depositarem um beijo no meu pescoço. Ele estava a sorrir contra a minha pele depois de se aperceber o que me tinha provocado. Tentei não ligar no intuito de o fazer parar mas isso não se sucedeu. Voltei a sentir os lábios dele novamente contra a minha pele do pescoço, mas agora num sítio diferente provocando-me a mesma reação, um arrepio. Fez questão de rir desta vez bem alto. Não queria dar parte fraca por isso continuei atenta ao filme. Voltou a beijar-me o pescoço aproximando-se a cada beijo da minha zona mais sensível. Ele conhecia-me demasiado bem. Pela última vez depositou um beijo suave na zona mais sensível. O meu corpo contraiu-se todo quase me fazendo levantar.

- Harry! – reclamei ao vê-lo rir de maneira bastante entusiástica.

- Só queria um beijo teu… - pediu com aquela voz irresistível fazendo beicinho. Acabei por me resignar às evidências, não conseguia resistir aqueles olhos. Embora não fosse sacrifício nenhum beija-lo. – Pelos vistos ainda conheço muito bem a minha namorada. – afirmou depois de ter recebido um beijo meu e com aquele sorriso matreiro.

- Agora que conseguiste o que querias posso ver o filme? – ele abanou negativamente com a cabeça – então o que queres? – fez aquele sorriso delicioso e num ápice uniu de novo os nossos lábios. Não foi apenas um simples beijo, era um beijo carregado de saudade e de desejo. Saudade de nós, dos nossos momentos a sós, desejo de nos amarmos. Uma das mãos dele começava um caminho ascendente pelas minhas pernas parando por momentos na costura do meu vestido.

- Tenho saudades…tenho saudades de nós…perdemos demasiado tempo! – sussurrou contra os meu lábios que praticamente foi abafado pela sua respiração pesada. Beijei-o dando-lhe a confirmação que queria. Que ambos queríamos. Desencostei-me do seu tronco para que ele pudesse pegar no comando da televisão e desliga-la. Queria levantar-me mas ele fazia pressão com o outro braço contra a minha barriga. A televisão desligou-se e ele levantou-me com ele. Levou-me ao colo pelas escadas acima sem nunca deixar de me olhar e pousou-me no fim destas. Empurrou-me delicadamente e lentamente para o seu antigo quarto sem nunca deixar os meus lábios. Abriu a porta atrás de mim e entramos. Levantou-me do chão e sentou-me em cima daquilo que parecia ser uma secretária. Entrelacei as minhas pernas na sua cintura puxando-o ainda mais para mim. Entre caricias e beijos, uns mais intensos que outros, as mãos dele vagueavam por cima do meu fino vestido. Parou assim que encontrou o fecho do meu vestido acabando por deixar os meus lábios também. – tenho medo… - confessou unindo as nossas testas. – tenho medo que voltes a desaparecer e que me deixes…tenho muito medo….

- Não… - ao mesmo tempo que abanava negativamente com a cabeça. As minhas mãos foram ao encontro da sua cara fazendo-o com que aqueles olhos verdes me olhassem – eu não te vou deixar, eu não te quero perder… - ao mesmo tempo que tentava controlar a minha respiração ofegante – Harry, eu amo-te! Eu sou tua…não me vais voltar a perder, prometo! – os olhos dele sorriram e ficaram ainda mais brilhantes. Os meus lábios voltaram a embater nos dele. Comecei a sentir as minhas costas a ficarem desprotegidas à medida que a mão dele baixava o pequeno fecho do meu vestido. Tirou-me de cima da secretária e assim que me pousou no chão, o vestido deslizou pelo meu corpo a baixo. Fez questão de me olhar de cima a baixo mordendo o lábio inferior. No meio de caricias e beijos comecei a ajuda-lo a despir a camisa e as calças. Tirou os ténis e as meias de uma forma atabalhoada mas muito engraçada. Repousei as minhas mãos no seu tronco nu esculpido na perfeição, nos seus abdominais perfeitamente delineados. Sorriu de maneira convencida. Voltou a pegar-me ao colo desviando os lençóis da cama e pousou-me nela. Acabou por se deitar cuidadosamente em cima de mim, sem me magoar. Enquanto me beijava as mãos dele viajavam pelo meu corpo provocando-me inúmeras sensações. Só ele conhecia o meu corpo daquela maneira, só ele me deixava daquele jeito, descontrolada. Desviou os seus lábios dos meus iniciando um trajecto de beijos longos pelo meu pescoço até ao umbigo. Voltou a unir os nossos lábios com alguma urgência.

- Amo-te tanto… - beijou-me rapidamente – mas tanto… - beijou-me novamente apaixonadamente

- Eu também te amo muito! – foi o suficiente para mudarmos de posição ficando por cima. Beijei-o no lóbulo da orelha fazendo-o arrepiar-se. Ri-me ligeiramente e percorri o seu corpo com suaves beijos. As mãos dele que viajavam pelas minhas costas parando no fecho do soutien. Olhei para ele e beijei-o dando-lhe o consentimento que precisava. Quando deixei de sentir o soutien no meu corpo, o Harry voltou a ficar por cima de mim. As mãos dele deslizavam desde os quadris terminando nas coxas. Conseguia sentir a sua excitação contra o meu corpo. Os dedos dele prenderam na última peça que tinha vestida. Num espaço de nada e entre inúmeros beijos as últimas peças desapareceram dos nossos corpos. Afastou-se ligeiramente de mim e retirou um preservativo que tinha na carteira. Colocou-o e posicionou o seu corpo correctamente sobre o meu unindo os dois corpos suavemente.  O prazer foi surgindo matando todas as saudades.              

(…)

Um barulho qualquer irritante fez-me despertar lentamente. Não queria abrir os olhos estava demasiado cheia de sono. Alguma coisa passou por cima de mim que heroicamente fez desligar aquele barulho. Quando achei que poderia voltar a dormir a voz do Harry não me deixou.

- Que queres?! – exclamou chateado – qual é a tua de me acordares tão cedo?...O quê?...Não acredito! A sério?...é claro que não. Almocem sem nós…sim…até já! – não queria mesmo nada abrir os olhos, estava mesmo sonolenta – amor, acorda! – enquanto percorria o meu braço esquerdo com os seus dedos. Mexi com a cabeça dizendo que não – Princesa tem que ser! – abri os olhos e deparei-me com minha cabeça em cima do peito do Harry. Esfreguei os olhos e levantei um pouco a cabeça encarando-o – Bom dia amor! – aquele rapaz tinha um enorme poder sobre mim. Se fosse qualquer outra pessoa já estava a levar com o meu mau humor. Nem me dei ao trabalho de falar e beijei-o de imediato. As minhas mãos foram de encontro ao seu cabelo e os meus dedos facilmente começaram a brincar com os seus caracóis desalinhados. Separei-me dele lentamente roçando ao de leve os nossos narizes e ao abrir os olhos reparo que ele ainda os tinha fechados. Dei vários pequenos beijos nos seus lábios até ver aqueles olhos verdes brilhantes apareceram. – Podes continuar com os beijinhos, estava a adorar! – esbocei um enorme sorriso. Voltei a unir os nossos lábios novamente. Ele fez-me rodar ficando por cima de mim. Continuei de olhos fechados depois do beijo. Sentia a respiração pesada dele contra o meu pescoço. O nariz dele tocou na minha bochecha e sempre que piscava os olhos sentias as pestanas dele a roçarem na minha pele. – Sabes que vais ter que abrir os olhos, eventualmente! – sorri e abri os olhos lentamente até o encontrar a olhar para mim. – Linda! – beijou-me de novo mas desta vez foi o barulho das nossas barrigas a quebrarem o beijo – acho melhor irmos tomar o pequeno-almoço!

- Sim, temos que ainda voltar para almoçarmos com eles! – o Harry saiu de cima de cima de mim e sentou-se na beira da cama.

- Acho que não vamos almoçar com eles… - fiquei confusa. Como não? Eles esticou-se para ir buscar o telemóvel dele que tinha deixado em cima da cama e mostrou-me as horas – Já são 13h40. O Louis telefonou-me a perguntar se ainda demorávamos muito e foi aí que percebi que nos deixamos dormir. Disse-lhes para comerem sem nós…

- Como é que nos deixamos dormir assim tanto? – perguntei estupefacta a olhar para as horas – não o puseste a despertar? – eu tinha praticamente a certeza que o tinha visto colocar o despertador

- Pus mas devemos ter desligado! – sorriu – A culpa é toda tua! – acusando-me

- Como assim minha? – perguntei indignada.

- Acabaste comigo esta noite, deixaste-me completamente exausto. – senti o sangue a aflorar-me nas maças do rosto – Era normal que não me quisesse levantar…

- És muito engraçadinho! – dei-lhe uma leve chapada no ombro – Bem, vou á casa de banho…   

- Eu vou para a cozinha! – quando saí da casa de banho voltei ao quarto e peguei na t-shirt branca dele que estava no chão do quarto vestindo-a. Desci meia a correr as escadas mesmo descalça até à cozinha. Assim que cheguei deparei-me com um cenário maravilhoso. O Harry de bóxeres e de avental. Lindo de morrer! Como ainda não tinha dado pela minha presença fui de biquinhos de pés até ele. Abracei-o por trás depositando um beijo no ombro. Ele virou-se para mim com aquele olhar a pedir-me um beijo. Fiz-lhe a vontade.

- Cheira mesmo bem… - disse depois de me sentar em cima da banca da cozinha. Ele olhou para mim sorridente e continuou concentrado no que estava a fazer. Sempre que passava por mim dava-me um beijo. Quando terminou veio ter comigo puxando-me para ele. Entrelacei as minhas pernas na sua cintura enquanto nos beijávamos.

- Já te disse que ficas extramente sexy com as minhas roupas? – abanei negativamente com a cabeça – Ficas sexy e extramente irresistível com as minhas roupas! – esbocei um enorme sorriso seguido de um beijo. Saí de cima da banca e finalmente fomos comer. Estava mesmo com fome, não tinha praticamente energia nenhuma no corpo. No final ajudei-o a arrumar a louça suja na máquina de lavar louça e subimos para o quarto. Ele tinha ido buscar umas peças de roupa da irmã para eu poder vestir. Seguiu atentamente todos os meus movimentos a vestir-me e quando terminei esticou o braço na minha direcção. Juntei as nossas mãos e em segundos senti-me projectada para o colo dele. – Não imaginas o quão feliz me fizeste sentir esta noite. Continuo a não ter palavras para descrever o que me fazes sentir... - os meus lábios voltaram a ir de encontro aos dele para outro beijo apaixonado - Tens a certeza que temos que ir? Não podemos ficar aqui eternamente?

- Já não achas que estamos suficientemente atrasados? É claro que não me importava de ficar aqui eternamente mas a realidade chama por nós.

- Não gosto dessa realidade! – disse fingindo-se amuado. Levantei-me e ele vestiu-se. Tínhamos mesmo que nos despachar. Já seria demasiado embaraçoso chegar a casa da Nicole e encontrar os pais dela a estas bonitas horas. Na sala encontrei os meus sapatos e calcei-os. Como já tinha ido à casa de banho, estava pronta. Faltava só o Harry. Alguns minutos depois ele desceu com uma mala que continha a minha roupa. – Antes de irmos embora, dás-me mais um beijo?

- Amor, todos aqueles que quiseres! – não conseguimos ficar por apenas um beijo. Só após muitos beijos é que voltamos para o carro. Estava ansiosa para saber como tinha corrido a noite da Nicole.



Espero que tenham gostado =)
Deixem as vossas opiniões...são muito importantes!
Um muito obrigada a todos que lêem  a minha história!

Dri

sábado, 21 de julho de 2012

#2 One Shot


Aqui está a segunda One Shot!
Espero não desiludir ninguém!
Já sabem, deixem os vossos comentários. São muito importantes!

Dri
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[Lara]

Hoje o dia estava a correr às mil maravilhas. Sentia-me mesmo bem. Talvez porque estava numa contagem decrescente para ir aquele festival de verão que andava “namorar” desde o inicio do ano. Supostamente iria com o meu irmão e mais um amigo dele porém o meu querido irmão decidiu ficar doente e já não pode ir. Ele também não me dizia quem é que era o suposto amigo mas se for o Zayn, juro que acabo com o meu irmão. Não o suporto! Não sei explicar mas não consigo atinar com aquela cara. Sempre aos sorrisinhos e a fazer-se a todas as miúdas! Era deprimente. O problema é que havia qualquer coisa nele que me atraia. Não sei explicar, era qualquer coisa que vinha de dentro, que me preenchia. Fui interrompida nos meus pensamentos por causa da campainha.    

- Lara vai abrir a porta! – o meu irmão estava sentadinho no sofá que era praticamente ao lado da porta e estava a mandar-me a mim?! Porque é que eu não nasci em primeiro lugar? Porque é que não sou a mais velha! Saí da cozinha contrariada passando pelo meu irmão e ele estava a sorrir de forma vitoriosa – não me olhes assim, estou doente! – apenas reclamei para mim a minha pouca sorte que tinha e fui abrir a porta. Não é que do outro lado estava aquele ser que me tirava do sério. Fechei a porta com toda a força deixando-o do lado de fora – não era o meu amigo? – olhei para ele com vontade de o esmagar

- O Zayn? – nem me tinha apercebido que o meu tom de voz tinha aumentado substancialmente – Como é que pudeste dar-lhe o bilhete sabendo que o odeio? Ele vai estragar a minha noite, mano!

- Caso não saibas, não és a única que és fã da banda, o Zayn também é, para além de que é meu amigo. – o tom de voz calmo e cordial do meu irmão deixava-me ainda pior – Por isso abre-lha a porta, quero falar com ele antes de irem!

- Tu fizeste de prepósito! – reclamei mas ele fez sinal para ir abrir a porta. Respirei fundo antes de deixar entrar aquela criatura. Assim que a abri, ele entrou de rompante pela sala indo de encontro ao meu irmão

- James se não controlas a tua irmã, qualquer dia não sei o que lhe faça. Ela tira-me do sério… - reclamou irritando-me ainda mais

- Mas tu estás a falar de quem? Estás em minha casa e ainda me insultas? Só podes estar a gozar comigo! – ele olhou para mim pronto a responder mas a voz do meu irmão fez-nos parar

- ORDEM NA CASA! – gritou ele – Lara, já não estás pronta? – abanei afirmativamente com a cabeça – então vai indo para o carro que agora preciso de falar com o Zayn! – era incrível. Estava a ser posta na rua pelo meu próprio irmão para ele poder falar com aquele ser irritante. Esperei pelo Zayn ao lado do carro dele enquanto ele falava com o meu irmão. Estava a ver as horas a passarem e nunca mais saíamos. Estava mesmo a ver que iriamos chegar em cima da hora e não iria conseguir ver nada. Finalmente ele saiu de minha casa em direcção ao carro dele e entrou nele sem dizer mais nenhuma palavra. Era melhor assim, não me apetecia mesmo nada discutir.

Quando chegamos o concerto que queria ver estava prestes a começar e já havia imensa gente por isso não conseguia praticamente ver nada. Não sou propriamente alta e quase que não via o palco.

[Zayn]

As palavras do James em casa dele não me saiam da cabeça, ecoaram durante toda a viagem. Uma das poucas certezas que tinha era que gostava dela. Ela podia irritar-me de uma maneira impressionante, havia alturas em que realmente não a suportava. O problema vinha depois, quando não conseguia deixar de pensar nela. Quando queria adormecer e não a conseguia tirar da minha cabeça, quando tudo e mais alguma coisa me fazia lembra-la. Custava-me ouvi-la dizer que me odiava e que queria que desaparecesse.

- Não quem vos entenda, sinceramente. – foi o que disse James depois da Lara ter saído de casa – Quando não estão juntos passam a vida a falar um do outro, quando estão juntos ninguém atura as vossas discussões patéticas! Resolvam-se mas toda a gente já percebeu que não conseguem viver um sem o outro…

- Ela fala em mim? – fiquei estupefacto com aquela revelação.

- Todo o santo dia, tal e qual como tu. Só se cala quando vai dormir..

Não sabia se aquilo era bom ou não. Não sabia como interpretar aquelas palavras. Será que ela gostava de mim?! Não!! Impossível, ela odeia-me! Olhei para ela discretamente e vi-a aos saltinhos para ver se via alguma coisa. Como nos atrasamos, acabamos ficar bem no fundo. Eu conseguia ver bem o palco mas ela não. Foi então que me lembrei de uma coisa.

- Se quiseres podes subir para os meus ombros para veres. – ela olhou-me com aqueles olhos grandes que captavam toda a minha atenção sem acreditar no que tinha acabado de ouvir – estou a falar a sério. Atrasamo-nos por minha causa… - continuava desconfiada mas como queria mesmo muito ver o concerto acabou mesmo por aceitar. Baixei-me pondo um joelho no chão para me apoiar e ela colocou as pernas por cima dos meus ombros. Levantei-me devagar, ela não era pesada mas leve também não era. – vês melhor? – levantei um pouco para cima para ver se conseguia vislumbrar a sua expressão facial. Estava a sorrir como nunca a tinha visto.

- A vista daqui de cima é brutal…obrigada Zayn! – uau, ela tinha-me agradecido. Pela primeira vez não me falou com sete pedras na mão. Não sei explicar mas fiquei verdadeiramente feliz.

(…)

Quando o concerto acabou já tinha todo o corpo dorido. Vi que ela tinha feito um esforço enorme para não se mexer muito mas quando chegou a sua música preferida achei que não iria aguentar. No momento que me baixei para ela poder sair senti-me que nem uma pluma.

- Não sinto o meu corpo… - disse num suspiro passando com as mãos pelos ombros

- Se não fosses tão insuportável talvez te fizesse uma massagem… - afirmou enquanto nos dirigíamos para uma zona mais calma perto do gradeamento  

- Eu insuportável?! – disse indignado –Tu é que me irritas…

- Deixa-me rir, Zayn! És só tu que dizes isso. Quero realmente perceber o que te irrita assim tanto que aos outros não.

- Queres saber o que realmente me irrita em ti? – aproximou-se ainda mais de mim assentindo com a cabeça. Aquela aproximação deu cabo de qualquer resistência que tinha programada – Eu digo. Irrita-me não conseguir deixar de pensar em ti quando não estás presente, irrita-me olhar para ti e perder-me em sorrisos, irrita-me que sejas a única pessoa que me consegue por feliz quando o dia está a ser um desastre. Irrita-me o facto de saber que não me suportas e não conseguir fazer nada para o mudar. Parte-me o coração quando dizes que me odeias…Irrita-me amar-te desta maneira e saber que não sou correspondido! – deitei tudo cá para fora e assim que acabei, virei costas. Não a queria encarar depois daquilo. Fui-me embora.

[Lara]

O meu corpo era um verdadeiro vulcão. Sentia um monte de sentimentos desconhecidos a saírem de mim, a percorrer o meu corpo de cima a baixo. Tinha o coração a palpitar freneticamente, sentia-me a sufocar por dentro. Ele gosta de mim?! Foi a única frase que o meu cérebro construiu. Aqueles lindos olhos dele estavam presos em mim e aumentavam de intensidade à medida que as palavras saiam da boca dele. Aquelas palavras tinham o condão de me deixar aos poucos petrificada ao chão. Fechei os olhos no momento em que ele acabou e quando os abri para me prenunciar deixei de o ver. Mas que raio?! Pus-me à procura dele por entre aquela multidão mas havia demasiada gente. Não acreditava que ele tinha acabado de dizer que gostava de mim e no segundo seguinte tinha desaparecido. Só após uns longos minutos a tentar percorrer o espaço é que me lembrei do carro. Assim que o vi encostado ao capô do carro só me apeteceu esgana-lo.   

- Mas estás louco? – ao mesmo tempo que tirava os auscultadores dos ouvidos – Primeiro dizes que gostas de mim e no segundo a seguir deixas-me sozinha? Tu só podes estar a gozar comigo…

- Vamos embora! – abriu a porta do carro e enfiou-se lá dentro pondo o carro a trabalhar. Abri a porta do meu lado e assim que me sentei fechei a porta com toda a força que tinha – a porta do carro não é para partir hoje!

- Também partiste o meu coração e não te importaste nem um pouco. Porque é que me hei-de preocupar com a porta do teu carro? – fez de conta que não me ouviu ou então não me quis responder simplesmente. Não abriu a boca durante toda a viagem e fez questão que a música estivesse bem alta para não haver troca de palavras. No momento em que ele parou o carro à frente de minha casa abri a porta e saí de lá de dentro o mais rapidamente possível. Mais depressa eu saía mais depressa ele arrancava. Nem se dignou a dizer alguma coisa. Tirei as chaves de minha casa e quando a abri as lágrimas começaram a correr descontroladamente pela minha face. – Porque é que ele é assim comigo? Porque é que gosto dele desta maneira? Porquê? – levei a minha mão contra a porta provocando barulho

- A falar sozinha maninha? – o meu irmão apareceu vindo da cozinha com um copo de água na mão – o que aconteceu? Porque é que estás a chorar? – o candeeiro principal da sala acendeu-se e agora podia-o ver em condições e ele a mim.

- Foi o Zayn… - disse depois de levar as mãos à cara para limpar as lágrimas – ele disse que gostava de mim e depois deixou-me sozinha, fez de conta que não se passou nada e ignorou-me por completo. James, eu odeio-o tanto!

- Pronto. Acalma-te lá Lara. – calma era tudo o que não tinha naquele momento – Responde-me com sinceridade, tu gostas dele? – eu queria tanto poder dizer que não e sair daquele pesadelo. Se dissesse “sim” em voz alta todo aquela dor insuportável ainda mais real – Não precisas de responder, o teu olhar diz tudo. – o meu irmão conhecia-me melhor que ninguém – Luta por ele, Lara. Nunca pensei que a minha irmã fosse de desistir assim tão facilmente…

- E não sou…

- Então do que é que estás á espera? – sinceramente não sabia – O Zayn gosta de ti, vai ter com ele agora. Ele só mora no fim da rua…

- Achas? – ele apenas assentiu com a cabeça – Obrigada! – saí de casa e dei uma corrida rápida até a casa dele. Ainda havia luz no quarto dele por isso ainda estava acordado. Vem á janela, por favor! Foi o que escrevi na mensagem e nem dois segundos foram precisos esperar para o ver a subir a persiana que protegia a janela. Aos poucos comecei a vê-lo a aparecer e um algo estranho na minha barriga se passou. Era um nervoso miudinho que passava por todo o corpo. Calafrios constantes juntamente com o descompassar do batimento cardíaco.

- O que é estás aqui a fazer? – foi a primeira coisa que disse num tom de voz arrogante

- Preciso de falar contigo…

- Não tenho nada para falar contigo! – ele ia sair da janela mas continuei a falar

- Então falo daqui… - ele podia ser teimoso mas não era mais do que eu.

- Não! – exclamou rapidamente – Já desço.

Os pés começaram a mover-se para a frente e para trás num movimento repetitivo. As minhas mãos não paravam quietas, juntava-as e depois separava-as. Os dedos brincavam uns com os outros na tentativa de distrair a minha atenção da porta escura. Ao mesmo tempo que respirava fundo inúmeras vezes para me acalmar. Aquele sufoco não saía de mim por mais que me esforçasse. Foram apenas meros minutos mas na minha cabeça foram eternidades até ele abrir aquela porta. Vinha com as mãos nos bolsos e parou alguns metros à minha frente. Avancei para me aproximar um pouco mais.

- Que queres falar assim de tão urgente? – perguntou de forma rude. Não conseguia compreender aquela atitude.

- Juro que não te entendo. Dizes que gostas de mim e depois tratas-me assim, com desprezo! Queres dar comigo em doida?

- Mais alguma coisa? – ignorando por completo o que tinha dito e perguntado.

- Sim! – dei mais um passo em frente ficando praticamente encostada a ele – Sabes o que mais me irrita em ti? É o facto de estar aqui feita parva a tentar dizer-te que gosto de ti, que o sentes é correspondido por mim e tu tratas-me assim, não te importas sequer com o que sinto! – quando deitei tudo cá para fora senti um enorme peso a sair de mim

- Tu estás a falar a sério? – a sua cara de admiração era enorme. Não estava mesmo a acreditar no que tinha dito

- Não Zayn. Só estou à porta de tua casa às quatro da manhã por divertimento! – ironizando – É claro que estou a falar a sério, Zayn. – respirei fundo, pela primeira vez iria admitir em voz alta o que o meu coração sentia  – Eu gosto de ti…

- Eu também gosto de ti… - não sabia o que dizer. Baixei a cabeça e por momentos encarei o chão. Tinha os joelhos a tremer, parecia que tinha todo o corpo a contrair-se. Ainda fiquei pior quando senti a mão dele debaixo do meu queixo fazendo com que olhasse para ele. Ainda não me tinha apercebido da beleza e do poder que aqueles olhos lindos tinham. Levou o cabelo que tinha à frente da minha cara para trás da minha orelha, aproveitando para se aproximar ainda mais. Deixei de sentir o coração a bater no momento em que a respiração descontrolada dele batia de igual forma contra a minha. – Posso? – concluiu depois de passar com o polegar pelos meus lábios. Abanei afirmativamente com a cabeça. Numa questão de segundos dizimou a pequena distancia que nos separava e uniu os nossos lábios. Os movimentos eram naturais, como se tivéssemos juntos desde sempre. Aquela sensação esquisita voltou à minha barriga. Levei os meus braços em redor do pescoço dele. Não queria que o beijo acabasse nunca mais. Acabamos por nos afastar naturalmente mas continuando com as testas unidas – Vemo-nos amanhã?

- Claro! – juntei de novo os nossos lábios e no final um enorme sorriso apareceu no meu rosto. Ele também sorria. Envolveu-me nos seus braços e senti-me protegida e acima de tudo, completa como nunca tinha estado. – Não te livras assim tão cedo de mim! – foram as minhas últimas palavras antes de voltar para casa para poder descansar daquela noite cheia de emoções.   

sexta-feira, 20 de julho de 2012

40º Capitulo - Preparativos



O mais complicado foi mesmo despedir-me da minha mãe. Voltar para Londres dava-me a sensação de que estava a abandona-la. Era tudo o que não queria. Mesmo que soubesse que ficaria com o meu pai, não era a mesma coisa. Cheguei-me junto dela e quando me viu sorriu.

- Há muito tempo que não via esse brilhozinho na cara – disse-me, acompanhei-a com o olhar até parar no Harry – ainda bem que se resolveram. Pelo menos algo bom aconteceu nestes dias… - doeu-me a alma só de ouvir. O sofrimento estava estampado no rosto dela e por mais que se esforçasse a sorrir não o conseguia mascarar por completo. Conhecia-a demasiado bem. Era demasiado orgulhosa para demostrar o que sentia, e isso magoava-me. Não que ficasse zangada com ela, nada disso, apenas me sentia imponente perante esta situação. Querer dar todo o meu apoio e saber que ele nunca será suficiente. Haverá sempre o sentimento de perda e um lugar vazio no coração impreenchível – vê se te portas bem em Londres e juizinho. Não quero ser avó tão cedo… - acho que ela nem se apercebeu do que disse. Só quando viu as inúmeras lágrimas a escorrer-me pelo rosto é que raciocinou. Naquele momento nenhum abraço é suficientemente reconfortante, nada é suficiente para sarar a mágoa. Nada. Simplesmente nada! – Chama o Harry… - fiquei curiosa para saber o que ela queria do Harry. Chamei-o e ele veio ter comigo – Olá meu querido. Queria pedir-te uma coisa, que tomasses conta da minha menina. Não a quero ver pelos cantos triste, a pensar no que não deve. Tens que a animar…

- É o que farei, não se preocupe. – enquanto punha o braço em meu redor – Darei o meu melhor para a fazer feliz… - concluiu o raciocínio olhando-me nos olhos. Aquele olhar derretia-me por completo já para não falar do sorriso. Encostei a minha cabeça a ele e não consegui deixar de sorrir. 

- Eu sei que sim, mas juizinho menino Harry. Quero a minha filha a dormir em casa da Nicole e sozinha! – a minha mãe tinha mesmo que estragar o momento. Devo ter ficado com cara de parva e incrédula a olhar para ela.

- Mãe! – reclamei. Só lhe tinha contado que já tinha tido a minha primeira vez meses depois de ter ido para São Francisco. Levei o maior sermão da minha vida. Lembro-me perfeitamente da cara do meu pai quando soube. Pensei que fosse apanhar o primeiro avião para Londres para “acabar” com o Harry mas não, até reagiu bem melhor que a minha mãe.    

- Deixa estar, Mia. – disse ele. – Se é isso que a preocupa, ela dormirá todos os dias em casa da Nicole e sozinha.

- Oh meu querido. Eu acredito em tudo o que dizes e sei que não vais magoar a Mia mas convínhamos, já fui jovem e sei como as coisas funcionam. A única coisa que não quero é que transformem isso num hábito diário. – ainda estava meia parva a ouvir aquela conversa. Não acreditava que a minha mãe estava a falar daquelas coisas com o Harry. E ele ouvia atentamente!

- Pronto, mãe. Tanto eu como o Harry já percebemos. – decidi intervir, aquela conversa já estava a ir longo demais – Podemos passar à frente ou já não tens mais nada a dizer?

- Por acaso não tenho mais nada a dizer. – agora sim, estava na hora de me despedir dela. Custava-me mesmo muito deixa-la mas tinha que ser. Quanto mais rápido fosse aquele momento menos custava. Abraçamo-nos, eram naqueles silêncios que as palavras não tinham qualquer importância. Dei-lhe um último beijo e fui para o carro com o Harry.  

- Mia… - olhei para o Harry e vi-o um pouco constrangido – o teu pai, só por acaso, sabe que nós…

- Sabe! – a cara dele demonstrava a admiração por ainda estar vivo – E juro que não compreendo, teve uma melhor reação que a minha mãe. Vá-se lá compreender os homens! – disse algo divertida. Agora o caminho era apenas para o aeroporto e depois, Londres.

(…)      

Bati à porta dos rapazes e foi o Niall que me veio abrir a porta. Já estávamos na véspera dos anos da Nicole e andávamos todos um bocado atarefados a preparar tudo. Iriamos jantar em casa dos rapazes, passávamos a meia-noite em casa e só depois de cantar os parabéns é que saíamos. Para variar um bocado encontrei o Niall a comer. Deu-me um enorme abraço como era habitual e depois afastou-se da porta para poder entrar em casa deles e assim o fiz.

- O Harry não está em casa – informou-me enquanto nos dirigíamos para a cozinha, estranhei – pensei que ele fosse ter contigo… - fiquei sem saber o que pensar. Ele não me tinha dito nada. Aliás, ele não me dizia praticamente nada desde que chegamos a Londres. Parecia que tudo era mais importante que eu.

- Não. Ele não veio ter comigo. – disse tentando não mostrar a minha desilusão por não saber do meu namorado e de ele nem sequer se dignar a dizer-me algo. – Bom dia rapazes! – cumprimentei o Zayn, o Liam e o Louis – tudo pronto para logo à noite? – perguntei fazendo mudar o assunto da minha cabeça. Se continuasse a pensar muito no assunto sabia que só me faria mal e acabaria por fazer imensos filmes na minha cabeça.

- Sobre logo à noite, tenho uma coisa para te contar – começou o Liam. Até me assustei, a cara dele estava séria e por isso não sabia o que esperar – Eu convidei uma rapariga…espero que não haja problema… - um enorme peso saiu de cima de mim e suspirei aliviada

- Oh Liam. E eu a pensar que era algo grave! – sentei-me numa das cadeiras – É claro que não há problema, e já agora, como é que se chama essa misteriosa rapariga? – ele olhou-me com os olhinhos a brilhar, era uma verdadeira ternura.

- Danielle… - respondeu-me com um enorme sorriso nos lábios. Até eu fiquei parva a olhar para ele. Nunca o tinha visto assim. Radiava alegria por todos os lados, aquilo tinha-lhe batido bem forte.

- É que nem vou perguntar se ela é bonita ou não, esses olhinhos dizem tudo. Onde é que se conheceram? – o Louis até se engasgou a comer e eu fiquei sem perceber nada. Olhei de novo para o Liam e ele estava vermelho que nem um tomate. Ok, ali estava-me a escapar algo. O Niall e o Zayn também se riam – O que se está a passar aqui? Escapou-me alguma coisa…

- Não ligues a estas criaturas, elas não sabem o que dizem – coitado, ele estava mesmo encavacado e eu continuava na mesma, na ignorância – Conhecemo-nos no dia da apresentação do DVD… - confidenciou-me quando os rapazes se acalmaram com todo aquele frenesim

- E porque carga de água é que não me disseste nada antes? – perguntei indignada mas na brincadeira

- Até ia contar mas depois foste para Portugal e o que menos te interessava naquele momento era mesmo saber que tinha conhecido uma rapariga.

- Não é uma rapariga, é a rapariga! – a minha frase teve o condão de o deixar ainda mais envergonhado.

- Vamos, Mia? – perguntou o Zayn quebrando aquele momento. Eu e o Zayn tínhamos combinado ir ao centro comercial buscar as prendas da Nicole.

- Sim! – respondi enquanto me levantava da cadeira – Lou, empresta-me a chave do teu carro! – ele ficou a olhar para mim de alto a baixo como que não acreditando no que tinha acabado de pedir – ouve lá, como é que queres que vamos buscar as prendas para a Nicole? A pé? Não me parece… – estendi a mão á espera que ele me desse a chave – anda lá, Lou. Queres que venha carregada a pé com o Zayn? Ainda somos atacados por fãs e depois lá se vão as prendas…

- Convenceste-me! – levantou-se da cadeira e depois de ter ido à sala entregou-mas – não quero nenhum risco! – avisou-me com um ar bastante sério.

- Não te preocupes. Se consegui trazer o carro do Harry inteiro para casa também consigo com o teu…

 (…) 

Fui com o Zayn ao centro comercial buscar as prendas de cada um. Infelizmente a minha só estaria pronta depois do almoço por isso acabamos por comer qualquer coisa rápida no centro comercial. Já tínhamos todas as prendas, só faltava mesmo a minha.

Já estava um bocado farta de não saber nada do Harry. Tinha acabado de almoçar e nem uma mensagem me tinha mandado durante toda a manhã. Se ele não me dizia nada, dizia eu. Peguei no telemóvel e decidi telefonar-lhe. Deixei tocar…tocar…tocar até parar no atendedor de chamadas. Aquilo estava a começar a passar todos os limites do razoável. Voltei a ligar uma segunda vez que acabou por ser diferente da primeira. Ele atendeu.

- Olá pussy! – disse como não se passasse nada. Aquele tipo de atitude irritava-me ainda mais.

- Uau. Estás vivo?! – respondi-lhe ironicamente.

- Ham? Se estou vivo? Que raio de pergunta é essa?

- Ainda perguntas? – como é que ele ainda tinha lata de se passar despercebido? –Olha, esquece! Passa bem…

- Mas… - desliguei a chamada antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa. Com toda aquela situação tinha ficado mesmo irritada. Suspirei tentando acalmar-me.

- Está tudo bem? – perguntou-me o Zayn. Apenas assenti com a cabeça e fomos buscar a minha prenda

(…) 

Deixei o Zayn em casa dos rapazes juntamente com as prendas e fui a pé para casa da Nicole. Em todo o caminho pensei no Harry e onde é que ele poderia estar. Porquê que ele me estava a fazer aquilo? Abanei a cabeça para tirar aquelas coisas da cabeça. Ao abrir a porta de casa encontro a Nicole a descer as escadas já vestida. Iriamos todos jantar em casa dos rapazes.

- Wow! – foi a única reação que tive – Tu queres matar o Zayn, só pode! – ela realmente tinha-se esmerado –  Estás linda…

- Não exageres. Estou normal… - enquanto dava uma voltinha quando chegou junto a mim – só mais uma coisa, tive a amabilidade de te escolher a roupa, nomeadamente o vestido com menos tecido. É que eu gosto muito do Harry e não lhe quero dar muito trabalho, se é que me entendes…

- Tu por acaso falaste com o Harry? – ela assentiu afirmativamente – Então sabes o porquê de ele andar distante? – voltou a dizer que sim – Diz-me! – disse-o com um tom de voz a rouçar o desespero

- A única coisa que te posso dizer é que ele pensa em ti vinte e cinco horas por dia! Tu és tudo para ele, nunca duvides disso. – afirmou calmamente enquanto calçava os sapatos para poder ver o conjunto completo.  

- Não duvido mas agora fiquei nervosa…

- Não precisas de estar nervosa, cheira-me que nunca mais vais esquecer esta noite… - disse com um sorriso. Aquela rapariga às vezes enervava-me, adora deixar-me em suspense

(…)

Eu devia jogar no euromilhões, a cara que o Zayn fez assim que a Nicole entrou dentro de casa dizia tudo. Ficou completamente aparvalhado e só voltou à realidade com uma cotovelada do Niall. Situação que fez com que todos se rissem menos a Nicole e o Zayn. Pelos vistos fomos mesmo as últimas a chegar, a “famosa” rapariga do Liam já lá estava. Era realmente muito bonita e por sinal também bastante simpática. Quando toda a gente já conversava, o Harry agarrou-me pela cintura mas esquivei-me.

- Passaste estes dois dias a ignorar-me e agora chegas aqui como se não passasse nada? Podes bem esquecer… - ele ia tentar dizer-me alguma coisas mas fui salva pelo grito do Niall a anunciar que iriamos jantar já que ele estava cheio de fome. Sentei-me ao lado da Nicole com a Danielle do outro lado. O Harry passou todo o jantar a fazer-me olhares e a sorrir, o que não passou despercebido a ninguém que estava no jantar. Até a Danielle reparou.

Apesar de tudo consegui evitar qualquer contacto com o Harry até à meia-noite. Hora de cantar os parabéns à Nicole. Fiquei ainda mais feliz por ter sido a primeira a dar-lhe os parabéns antecipando-me ao Zayn. Ele quase que me matava. Todos lhe deram os parabéns. Quando estavam todos a conversar animadamente, o Harry veio ter comigo parando à minha frente.

- Vamos… - sussurrou-me ao ouvido enquanto entrelaçava os nossos dedos – vou-te mostrar o motivo da minha ausência! – fiquei sem reação. Puxou-me delicadamente para a porta de saída sem nunca tirar os olhos dos meus. Ia falar com a Nicole mas não me deixou – Não te preocupes com a Nicole…ela sabe de tudo e não se importa! – pegou nas chaves do carro e de casa e de seguida abriu a porta de saída. – Amo-te! – sussurrou-me de novo ao ouvido finalizando com um beijo. 


Aqui está o novo capitulo!
Espero que tenham gostado =)

Dri