segunda-feira, 30 de abril de 2012

7º Capitulo - Flash (Parte II)



O meu coração batia ferozmente contra o peito da pessoa que tinha acabado de abraçar. Rapidamente a pessoa desconhecida tomou traços bem visíveis na minha mente. O toque foi instantâneo para perceber de quem se tratava. O meu coração acalmou estranhamente apesar dos batimentos serem pesados. Era como se tivesse em camara lenta. Rapidamente esboçou-se na minha cabeça os traços que me fizeram apaixonar pelo Harry. O sorriso genuíno, o cabelo com os caracóis sempre rebeldes e desalinhados mas unicamente perfeitos, os olhos azuis esverdeados que me transportavam para outra realidade onde eramos apenas nós dois.

***

Como eu odiava educação física. Era a pior disciplina que existia. Preferia ficar sentada a ver do que entrar em acção. Estava no inicio do primeiro período e já odiava voleibol. Não tinha jeito nenhum para a coisa mas tinha que me aplicar se não queria que a minha média ficasse estragada por aquela disciplina. Estava no campo de jogos com a minha turma juntamente com outra. Tentei-me concentrar mas trocava os pés, era completamente desajeitada e acabei caindo no chão. Uma dor forte no pé direito trouxe-me lágrimas aos olhos. Vi os meus colegas a rodearem-me e o meu professor também.

- Mia, o que te dói? – o meu professor estava á minha frente preocupado com o meu estado

- Doí-me o pé direito… - disse com uma voz esganiçada controlada pela dor aguda que provinha do pé - …muito! – finalizei controlando as lágrimas para não caírem. Em menos de nada via pessoas á minha volta que não conhecia. Deviam ser da outra turma. O professor deles juntou-se ao meu e tocou na parte anterior do meu pé exercendo uma ligeira pressão que me provocou um gemido de dor

- Tens que ir á enfermaria! – afirmou o professor que não conhecia – imediatamente. Pode estar partido… - a ideia de ter o pé partido assustou-me bastante. O meu professor ajudou-me a levantar mas não conseguia pôr no chão o pé.

- Professor, eu tenho que ir á enfermaria posso leva-la… - não percebi quem tinha falado, não era de certeza alguém da minha turma pois não reconhecera a voz. O rapaz que falara apareceu segundos depois á minha frente. Um espasmo percorreu todo o meu corpo provocando um arrepio diferente de todos os outros. O meu olhar contornou todos os pormenores daquele belo rapaz ainda em choque.

- Depois vou ter contigo á enfermaria para saber o resultado! – disse-me o meu professor. Apenas assenti com a cabeça. O rapaz de cabelos encaracolados segurou o meu braço esquerdo e colocou-o em redor do pescoço dele.

- Força – ele pousou a outra mão livre na minha cintura e exerceu uma forte pressão para me movimentar para a frente. O pé doía-me imenso e andar ao pé coxinho não melhorava assim tanto o meu sofrimento. O rapaz fazia um esforço enorme para me manter em equilíbrio. O problema vinha mesmo um pouco mais á frente com a presença de escadas – só mais um esforço até ás escadas! – disse-me ele. Fiz o que ele disse e com algum esforço descemos as escadas. O caminho até á enfermaria era curto mas aquelas dores faziam com que tornasse um autêntico pesadelo. Assim que chegamos, ele bateu á porta e entramos. A enfermeira veio de imediato ajudar-nos e colocou-me em cima da maca.

(…)

- Obrigada! – disse acanhadamente para o rapaz que me tinha trazido até á enfermaria e que continuava ao meu lado já que a enfermeira tivera que sair. Havia um ambiente um bocado esquisito que não percebia porquê. 

- Não tens que agradecer. É o mínimo que poderia fazer Mia… - o meu coração começou a bombear sangue a um ritmo acrescido e rapidamente as maças do rosto tornaram-se um pouco mais vermelhas

- Como é que sabes o meu nome? – perguntei estupidamente

- Reparei em ti… - a minha cara de estupida intensificou-se – quer dizer…não foste tu que escreveste as frases que andam espalhadas pela escola? – logo na minha primeira semana de aulas na escola nova a professora de línguas gostou tanto da minha maneira de escrever que me pediu para pôr a minha criatividade a funcionar para fazer alguma coisa para a escola. No dia seguinte já tinha mais de três folhas com ideias e rapidamente pôs-me a escrever nas paredes da escola.

- Sim, sou eu! Como é que sabes?

- Vi-te a colocar as frases pela escola, e depois ouvi uma rapariga a chamar por ti. Foi fácil… - ele sorriu. Estava completamente encantada com o sorriso, era qualquer coisa de extraordinário, de intenso, de único. – já agora, gostei bastante. Escreves mesmo muito bem…

- Ham…obrigada, acho! – respondi bastante envergonhada. Nenhum rapaz me tinha dito que escrevia bem, normalmente eram sempre as raparigas que ficavam encantadas e não os rapazes. – isto tudo é muito bonito mas estou em desvantagem… - a cara dele transformou-se, e notava-se alguma confusão – então tu sabes o meu nome e eu não sei o teu… - conclui de forma obvia

- Ah! Harry, Harry Styles! – aproximou-se de mim e deu-me um beijo na bochecha. Fiquei estática!

- Embora já saibas, Mia Rodrigues!

***

Recuperei a concentração e regressei á realidade. Ele apertava-me cada vez mais contra ele. Ele agarrava-me fortemente pela minha camisola. Pousei a minha mão no peito dele e afastei-me lentamente.

- O Louis? – falei quebrando o silencio constrangedor que se tornara constante desde que nos voltamos a encontrar. A minha voz saiu tão sumida que até me assustei, dei um passo para trás afastando-me ainda mais dele – preciso dele… - a expressão do olhar do Harry provocou em mim uma dor que até antes não tinha sentido.

- O que se passa? – perguntou recusando por completo o meu pedido, ele deu um passo á frente aproximando-se mas voltei a dar um passo a trás chocando com a porta fria da rua. Estava sem saída.

- Preciso do Louis… - voltei a repetir o meu pedido ainda com voz trémula. Tinha prometido a mim mesma que o esquecia, que o tirava da minha cabeça para o meu bem – Onde é que ele está? – fixei o meu olhar no sofá castanho que havia um pouco mais á frente para não o ver

- Porque é que não respondes? – apertei a revista nas minhas mãos sem saber o que dizer. Queria apenas acabar com aquela dor persistente e duradoura que habitava no meu coração desde que abandonara Londres.

- Porque é que não me dizes onde está o Louis? – voltei a fazer a mesma pergunta. Vi-o aproximar-se ainda mais de mim. Esquivei-me por entre uma mesa nem sei como ficando de costas para ele.

- Mia… - a voz dele saiu sofrida, o meu corpo esmoreceu aos poucos. Rodei lentamente o meu corpo em direção a ele. – Estou preocupado… - aquele olhar mexia demasiado com o meu auto controlo

- Preciso do Louis!

- Já não precisas de mim? – ele continuava a ignorar por completo o que pedia. Sentei-me no sofá ainda a segurar a maldita revista – deixei de ser importante? – olhei novamente para ele e segui apenas com o olhar o movimento dele até á minha frente agachando-se para ficarmos na mesma linha do olhar – Eu preciso de saber… – falou prenunciando cada palavra lentamente - …preciso de saber se já não precisas de mim!

- Precisei de ti, Harry – falei com toda a convicção que encontrei. Um brilho anormal começou a notar-se nos seus olhos e rapidamente baixou o olhar do meu – Agora é a Colbie que precisa de ti e não eu… - levantei-me do sofá mas a voz dele voltou a intrometer-se nos meus movimentos

- Porque é que voltaste? – era algo que nem eu própria sabia. Quando acabei o secundário tive uma enorme vontade de voltar para Londres, não me sentia integrada em São Francisco, faltava-me algo. Fazer com que os meus pais me deixassem voltar foi complicado mas com a ajuda da Nicole tudo se concretizou. Neste momento, já não sei se foi boa ideia voltar.

- Se eu dissesse que voltava tu querias? – aqueles segundos pareceram eternidades, mas ele não disse nada, fechou-se simplesmente nos seus pensamentos. – vês Harry! Tu nunca me irás perdoar. Se pudesses escolher nunca, mas nunca permitirias que voltasse á tua vida…o que nos juntou novamente foi a infelicidade do destino – tentei controlar as lágrimas que teimosamente formavam-se no canto dos olhos, no que dependesse de mim, ele nunca mais me viria a chorar.

- Porque é que me fizeste isto? – aquela pergunta suscitou na minha mente alguma confusão

- Isto o quê? – não estava a perceber onde é que ele queria chegar

- Fazer com que te odiasse… - foi como se o tempo parasse. Não me conseguia mexer, sair dali. Estava presa ao chão, aquele espaço e aquele momento. Eu já o sabia mas ouvi-lo da boca dele doía demais. Era como se tivessem a espetar agulhas por todo o corpo

- Harry…

- Sentiste pelo menos uma única vez a minha falta quando foste embora? – queria dizer “todos os dias” mas não o podia fazer, ele estava com a Colbie

- Harry, preciso do Louis! – não queria responder aquela pergunta mas ele estava a deixar-me sem espaço de manobra. Ele aproximou-se novamente de mim ficando a centímetros de mim, mas ao contrário das outras vezes não me consegui afastar.

- Sentiste a minha falta? – voltou a repetir. Os batimentos cardíacos eram demasiado inconstantes para conseguir manter a minha respiração estabilizada. Tê-lo tão perto de mim despoletava interiormente uma enorme vontade de o beijar.

- Harry, não vás por aí. – acabei por dizer praticamente em surdina. Conseguia ouvir e sentir o ritmo descompassado do coração dele e o meu estava quase a entrar em colapso emocional.

- Porquê? – não sei porquê mas aquela pergunta despoletou em mim uma enorme vontade de dizer simplesmente o que sentia sem pensar em mais nada

- Porque ver-te com a Colbie é o meu maior sofrimento… - vi uma lágrima a escapar-lhe pela face. Não sabia o que significava. Tudo tinha mudado. 


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Espero que tenham gostado, embora ache que ele não está grande coisa. Peço desculpa se desiludi alguém mas com os testes a chegarem tem sido complicado...
Deixem as vossas opiniões sinceras! São sempre importantes

Obrigada

Dri

sexta-feira, 27 de abril de 2012

7º Capitulo - Flash (Parte I)



***

Tinha ido a Portugal visitar os meus avós, já a um tempão que não estava com eles. Com os meus pais sempre a trabalhar 365 dias por ano era impossível arranjarem um tempinho para ir visitar a família. O meu português estava tão enferrujado que mal conseguia ter uma conversa longa com os meus primos, acabávamos sempre por falar em inglês. Era o problema de ser emigrante. Custava-me imenso ver os meus pais longe da terra deles enquanto eu já considerava Inglaterra como o meu país. Depois de mais um dia longo a reviver as memórias antigas dos meus pais por entre a beleza natural do norte do país lá finalmente cheguei a casa dos meus avós para descansar um pouquinho.

Sentei-me em cima da cama do meu quarto e liguei o portátil juntamente com a pen da internet. Esperei alguns longos minutos até aparecer o rapaz de caracóis e olhos azuis esverdeados no ecrã do portátil, que iluminava o meu ser. Depois de matarmos as saudades e de nos aperceber que já só faltava três dias para voltar, tivemos que nos despedir.

- Então não me dás um beijinho? – perguntei triste  

- Mas como te posso dar um beijinho se não estás aqui, amor? – ele fez uma carinha triste. Estarmos separados durante tanto tempo custava-nos imenso, já não recebia um beijo dele há mais de uma semana.

- Telepatia! – respondi de forma óbvia á pergunta dele  

- Telepatia? – ele continuava a perceber

- Sim, mandas-me um beijinho que eu vou senti-lo porque és a minha cara-metade! – ele sorriu de forma irresistível

-  Muah, sentiste? – era impossível não sentir todo o amor que irradiava entre nós. Só ele é que me fazia sentir como uma pluma ao sabor do vento.

- Sim, senti! Amo-te muito sabias?

- Eu também te amo muito… - ouvi-lo dizer que me ama preenchia-me por completo

Desliguei o computador com a minha mãe a gritar do hall para irmos a casa de uma tia jantar. Lá ia eu novamente empanturrar-me com comida, já que a única coisa que fazia naquela terra era passear e encher-me de comida.

***

Acordei novamente a pensar no Harry, ele era a primeira coisa que aparecia nos meus pensamentos e a última antes de adormecer. Parecia que estava condenada a não o esquecer. Levantei-me da cama com algum esforço e reparei no casaco que se encontrava pendurado na cadeira. Tinha que ir a casa deles para devolver o casaco do Louis, ele poderia precisava dele. Desci até á cozinha mesmo de pijama e encontrei a Nicole já vestida e arranjada a tomar o pequeno almoço.

- Ui, madrugaste Nicole! – exclamei assim que entrei naquela divisão da casa, cheguei ao pé dela e dei-lhe um beijo na testa – bom dia amor!

- Bom dia Mia! – respondeu enquanto comia – e não é assim tão cedo. Já são onze horas querida… - olhei para o relógio preto de parede que havia por cima da porta da cozinha e realmente já passavam das onze horas

- Pensei que fosse mais cedo… - respondi incrédula por ter dormido tanto, pelo menos tinha uma desculpa, as altas horas da noite a que tínhamos chegado a casa – tens alguma coisa em mente para fazer hoje? – perguntei ao mesmo tempo que juntava os cereais a uma taça com leite

- Sim! Já arranjei planos para mim e para ti… - olhei para ela á espera que ela me informasse mas tive que lhe dar um pontapé por debaixo da mesa para ela falar – Se eu ficar negra é por tua causa! – resmungou – Continuando, eu tenho que ir buscar a Lottie a casa dos meus pais, estou cheia de saudades da minha maninha e os meus pais autorizaram a que ela viesse uns dias aqui para casa. E o Zayn veio comigo… - ela falou a última frase tão rapidamente que eu quase não percebia – Supostamente eras para vir tu, mas quando o Zayn me perguntou se podia vir comigo não consegui dizer-lhe que não…

- Não precisas de te desculpar. Eu compreendo perfeitamente e até apoio! – disse no meio das colheres de cereais que levava á boca

- Desculpa a sério. Mas como eles vão depois de amanhã para os EUA, queria passar o máximo de tempo com ele… - quando ela disse EUA fiquei petrificada, não sabia de nada

- Eles vão para os EUA? – perguntei espantada. Ninguém me tinha dado essa informação – para que zona?

- Sim, durante duas semanas! É por causa do álbum…não faço a mínima ideia para que zona vão, mas penso que irão estar em vários sítios. Se calhar vão até São Francisco…

- Duvido! Devem ir apenas a Los Angeles! Então quais são os meus planos? Disseste que tinhas alguma coisa para mim…

- Sim, vais pegar naquele casaco que tens lá em cima no quarto e vais leva-lo ao dono. Depois, como ele é um querido, convida-te para almoçar, depois vão dar um passeio lindo e regressas a casa para jantarmos e veres a Lottie. O que achas?

- Tu és muito esperta, és! Como fui abandonada pela melhor amiga tenho que aceitar não é? Mas estou com imensas saudades da tua irmã, ela deve estar enorme!  

- Mia, ela só tem seis anos. Vai em Setembro para as aulas… - nem acreditava que ela já estava tão grande, o tempo passa mesmo rápido

- OMG! Já?? A minha princesinha já vai para a escola?

- Vai amor! Agora deixa-me acabar de comer pois o Zayn está a chegar não tarde… - nem era tarde nem cedo, a campainha de nossa casa tocou – ainda não estou pronta, ainda não estou pronta… - a Nicole estava nervosa e quase se engasgava a acabar de comer

- Vou abrir a porta e acalma-te! Come com calma e assim aproveito para ter uma conversinha com o Zayn!

- Mas…

- Fui! – saí da cozinha e fui abrir a porta ao Zayn. Assim que a abri ele estava muito sorridente mas assim que perceber que era apenas só eu, o sorriso esmoreceu – que alegria por me veres!

- Desculpa, mas eu estou um bocado… - coitado dele, ainda conseguia estar mais inseguro que a Nicole.

- Nervoso? Ansioso? Em pânico? – ele apenas sorriu – entra lá de uma vez. A Nicole está quase pronta. – ele sentou-se no sofá – Mas não sabia que isto era um encontro…

- E não é! – respondeu muito rapidamente

- Ok Zayn, não te esqueças que tens de respirar. Acalma-te lá… - sentei-me ao lado dele – já vi que estás todo bonitinho! - comentei

- Achas que estou bem? – ele pôs-se á minha frente e deu uma voltinha.

- Ainda dizes que não é um encontro… - acabei por dizer a rir – olha, a Nicole já vem! – disse quando a vi sair da cozinha já com a mala – bom programa!

- E tu também! – respondeu-me a Nicole depois de me ter dado um beijo. O Zayn também se despediu e foram-se embora.

(…)

Peguei no casaco do Louis, dei um último jeito ao cabelo e desci pelas escadas para ir embora. Pus as chaves de casa dentro da minha mala e encaminhei-me para casa deles num passo lento e despreocupado. Estava mesmo a precisar do meu carro, desde que tinha tirado a carta em Março já não conseguia viver sem conduzir. Mas como em Inglaterra conduz-se ao contrário do que tinha aprendido, tinha que primeiro reaprender para depois me pôr á estrada.

Andei durante alguns longos minutos a pé, não estava com muita pressa pois ainda tinha bastante tempo. Fui vendo algumas montras até que vi a minha maior perdição, sapatos. Era praticamente impossível resistir aquela visão dos céus por isso fechei os olhos e saí da frente daquela loja o mais rapidamente possível.
Estava tão concentrada a andar que nem dei conta que quase ia contra um grupo de raparigas se não fosse o poste que tinha a frente feito despertar. Uma das raparigas olhou de cima a baixo e exclamou

- É ela! A rapariga que aparece na revista… - fiquei completamente estática a olhar para a rapariga que não aparentava ter mais de treze, catorze anos. As amigas dela olhavam-me de cima a baixo como se me tivessem a tirar medidas – ouve lá, afasta-te do Louis, não te queremos ao pé dele! – aquilo estava a começar a tornar-se surreal e a minha cara de estúpida intensificava

- Desculpa, mas não estou a perceber!

- Não te faças de sonsa… - uma delas tirou qualquer coisa mala e só no final é que me apercebi que era uma revista. Não estava a perceber nada. As pessoas que estavam na capa fizeram-me chamar a atenção, faziam-me lembrar alguém – não és tu aqui? – olhei novamente para a revista em pormenor e foi então que me vi. Eram duas fotografias, uma da noite anterior com o Louis já com o casaco dele, e outra, no dia da festa, quando fomos almoçar juntos.

- Não acredito nisto… - exclamei baixinho ainda anestesiada com aquela noticia, não estava em mim.

- Afasta-te dele, ou então arrependeste! – aquilo era mau demais. Estava completamente chocada – ouviste bem? Ele não é para ti… - elas ainda disseram mais alguma coisa mas eu já ouvia mais nada. Procurei uma livraria rapidamente, havia uma ao virar da esquina. Entrei e comprei a revista que trazia a minha cara estampada. Ainda se fosse daquelas fotos que mal se reconhece a cara mas aquelas duas mostravam realmente que era eu. A senhora da livraria ainda olhou várias vezes para mim, deve ter-me reconhecido. Saí e comecei a esfolhear a revista. Não sabia o que pensar nem o que fazer, como é que se reagia a uma situação daquelas? As palavras das raparigas começaram a ecoar na minha cabeça frequentemente. Comecei a entrar em pânico. Pus-me a correr pelas ruas até chegar a casa deles. Toquei á campainha e abracei a pessoa que tinha vindo abrir a porta sem reparar quem era. 


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Espero que tenham gostado!!
Eu amanhã não sei se consigo publicar porque não vou estar em casa...
Obrigada pelos comentários, têm sido fantásticos! São excelentes leitoras xD

Dri

quinta-feira, 26 de abril de 2012

6º Capitulo - Saída de raparigas (Parte III)



(Harry)

“Numa forma de esquecer que o nosso passado existiu e que nunca se tornará no presente…”. Aquela frase ecoava na minha cabeça á medida que voltava para a nossa mesa passando pelas pessoas que alegremente dançavam. Doía tanto ouvir aquilo, ela queria-me esquecer o que significava que ainda pensava em mim. Não sabia se haveria de ficar contente ou triste. Não sabia como reagir. Pensava que a tinha esquecido mas agora, tudo estava a reaparecer. Aquela necessidade louca de acordar e de a ver, de falar com ela, de como o meu mundo funcionava em torno dela.

Sentei-me novamente no sofá e deixei descair o corpo para a frente apoiando-me com os braços em cima das pernas. As minhas mãos enfiaram-se no meio dos meus caracóis.

***

De: amor
“Hoje não vou conseguir estar contigo porque não vou ás aulas. Acordei cheia de febre e a minha mãe não me deixa sair de casa enquanto não ficar boa. Depois das aulas podes passar por cá…amo-te e não te preocupes. xxx!”

Esqueci-me por completo de onde estava e assim que me levantei da cadeira ouvi a professora muito espantada a olhar para mim. Só depois é que me lembrei que estava na sala de aula mas isso naquele momento não interessava. Dei uma desculpa à professora e saí da sala literalmente a correr. Pus-me a caminho da casa da Mia que ainda era um bocado longe da escola. Assim que bati á porta apareceu-me a mãe da Mia. Era a primeira vez que ia falar com ela. Era uma situação um bocado estranha porque ela não me conhecia.

- Bom dia. Em que posso ajuda-lo? – perguntou-me simpaticamente

- Bom dia. Desculpe incomodá-la mas a Mia disse-me que estava doente e eu vinha vê-la, se pudesse ser claro – falar pela primeira vez com a mãe da Mia deixou-me um bocado nervoso o que me fez esquecer o nome da senhora.

- E como é que te chamas? Nunca te tinha visto com a minha filha…

- Chamo-me Harry…sou um amigo recente… .- senti uma quantidade avultada de sangue a dirigir-se para as minhas faces

- Um amigo recente? – disse a sorrir – Podes entrar, espera aqui na sala que eu vou lá acima informa-la que estás aqui em baixo. Harry, certo?

- Sim! – a mãe dela apareceu pouco tempo depois e mandou-me subir. Assim que abri a porta do quarto dela ouvia-a soluçar -  amor, calma, o que se passa, então? – abracei-a com todas as minhas forças, conseguia perceber pela sua respiração descontrolada que começava a ter falta de ar. Era angustiante não conseguir fazer nada. – Então amor? Calma, eu estou aqui anda cá. Já passou – não tinha jeito nenhum para acalmar as pessoas

- Tive um pesadelo tão horrível – quando ela acabou de falar as lágrimas caíram ainda mais. Limpei-lhe as lágrimas, dei-lhe um beijinho na testa e expliquei-lhe como aquilo nunca tinha passado de isso mesmo, um pesadelo. Ajudei-a novamente a deitar-se e cobri-a com os lençóis e o cobertor. Dei-lhe outro beijo na testa e ainda estava a arder em febre. Sentei-me ao lado dela enquanto mexia no cabelo dela para voltar a adormecer. Mesmo depois de adormecer continuei ao lado dela pois tinha receito de ela tivesse novamente um pesadelo e eu não estar pronto a ajuda-la. Inclinei-me e sussurrei-lhe ao ouvido “amo-te, espero que estejas a sonhar comigo”.

- Com que então um amigo! – quando olhei para trás vi a mãe da Mia encostada á porta

- Desculpe… - foi a única coisa que me lembrei de dizer. Ela apenas sorriu e abandonou o quarto.

***

Fui desperto quando a Colbie se sentou ao meu colo. Via sorrir e depois deu-me um beijo. Nunca me tinha sentido tão mal por beija-la, tinha um aperto enorme no coração. Tentei colocar uma cara minimamente alegre conversando com ela e com a Nicole que também tinha chegado. Os rapazes apareceram logo de seguida, mas sem a Mia e o Louis

- A Mia? – ouvi a Nicole a perguntar ao Zayn assim que se sentou ao lado dela – onde é que ela está?

- Ficou lá fora com o Louis – respondeu Zayn depois de lhe dar um beijo na face – Ou eu muito me engano ou aqueles dois ainda vão ter alguma coisa – era o pior que me podia acontecer ver o meu melhor amigo a apaixonar-se pela rapariga que estava de novo a conquistar o meu coração.

(…)

Via chegar junto da nossa mesa bastante tempo depois de me ter ido embora de lá de fora. Ela vinha com o casaco do Louis vestido e as mãos dele vinham em cima dos ombros dela. Era eu que costumava emprestar-lhe os meus casacos para a proteger do frio, era a mim que dizia com aquele enorme sorriso o quanto gostava do meu perfume. Era eu que costumava estar ao lado dela a abraça-la para a sentir todos os segundos perto de mim. Era eu, no passado. Agora estávamos em lugares diferentes.

- Então amor? O que se passa? – perguntou a Colbie preocupada depois de me ter assustado quando ela me beijou a face – estás bem?

- Sim, claro que sim! – respondi fazendo um esforço para não voltar a ter a minha atenção vidrado nela.

(Mia)

- Não me digas que vieste para teres a certeza que estávamos bem? – perguntei ao Louis depois dos restantes rapazes terem entrado praticamente logo a seguir ao Harry

- Também. – respondeu com um enorme sorriso –  mas o principal motivo foi o Zayn que começou a bater mal, ele já não consegue esconder que gosta dela. – tinha que fazer alguma coisa para juntar aqueles dois

- Estou a ver que sim…temos que lhes dar um empurrãozinho! – disse enquanto lhe piscava o olho

- Podes crer. E tu o que estavas aqui a fazer com o Harry? – não estava á espera daquela pergunta, ainda hesitei mas depois acabei por dizer

- Bem, ele veio fazer-me companhia aqui fora pois estava a sentir-me um bocado sufocada com tanta gente… - ele que estava ao meu lado, pôs-se á minha frente preocupado

- E já estás melhor?

- Ainda não – precisava de estar mais um pouquinho cá fora – Tínhamos praticamente chegado…quero ficar aqui mais algum tempinho.

- Posso fazer-te companhia? – era impossível resistir aquele sorriso e aos lindos olhos que tinha

- Claro Louis! Claro que podes, que raio de pergunta é essa! Só não te convido a sentares em cima do carro porque não é meu, mas mesmo assim podes faze-lo! – soltou uma gargalhada no final e sentou-se em cima do carro

- Não queres ir dar uma volta? – olhei para ele, não sabia o que responder

- Por mim pode ser… - só tinha uma certeza naquele momento, ele fazia-me sentir bem e queria aproveitar isso ao máximo

(…)

A conversa foi fluindo, sentia-me bastante bem quando estava com o Louis. Ele era um querido e fazia-me rir imenso. Adorava quando ele se punha com as suas maluquices e com aquelas danças um pouco esquisitas mas hilariantes. Perdi a noção do tempo, o que era um excelente sinal. Ele fazia-me esquecer o Harry por momentos. A noite que começara agradável começava agora a tornar-se um pouco fria.

- Estás a tremer da cabeça aos pés! – constatou ao olhar para mim. Vi-o despir o casaco que tinha e a pô-lo por cima dos meus ombros. Não podia negar que assim estava muito melhor.

- Não é preciso Louis, estamos quase a chegar novamente ao bar. Assim ainda te vais constipar. Veste o casaco… - recomendei-lhe. Ia para tirar o casaco dos ombros mas ele não me deixou

- Não te preocupes. Eu estava com ele desapertado, não tinha frio. Tu precisas dele mais do que eu. – ele retirou-me o casaco dos ombros e num jeito rápido, enfiou os meus braços nas mangas – assim está muito melhor – concluiu quando se colocou á minha frente e puxou o fecho até cima. Um cheiro bastante agradável veio do casaco, gostava bastante do perfume.

- Gosto imenso do perfume… - só depois de falar é que realmente me apercebi do que disse. O ritmo calmo em que estava o meu coração mudou drasticamente, batendo agora de uma forma descompassada

- Não tão bom como o teu perfume natural… - o sangue rapidamente aflorou nas minhas maças do rosto. Elevei um pouco a cabeça para o olhar, nem sei como tive coragem.   

- Vamos? – ele apenas assentiu com a cabeça e voltamos  para dentro do bar. Assim que entramos vi o olhar do Harry a vir na minha direcção. Respirei fundo e continuei colocando um sorriso no rosto.

(…)

- Tens a certeza que não queres o casaco? – perguntei ao Louis quando já estávamos junto ao carro

- Tenho a certeza Mia. Dás-mo amanha! – ele inclinou-se sobre mim e deu-me um beijo na testa – Manda mensagem quando chegares a casa está bem? – apenas assenti com a cabeça – dorme bem! – abraçou-me e depois despediu-se da Nicole e da Colbie e foi para o carro dele. Eu e a Nicole íamos no carro do Harry juntamente com a Colbie pois a nossa casa ficava em caminho da casa da Colbie, infelizmente. A Colbie passou por mim para ir para o banco da frente.

- Acho que o Louis gosta de ti… - fiquei surpreendida com a afirmação da Colbie – nunca o tinha visto assim com uma rapariga, ele gosta de ti. Não achas amor? – olhei para trás e vi o Harry quase a entrar no carro.

- Não sei, ele não me disse nada… - ele respondeu rapidamente e entrou dentro do carro. Fiquei com a afirmação da Colbie na cabeça até chegarmos a casa. A Nicole também me tinha dito a mesma coisa. Será que ele gosta de mim? Será que eu gosto dele? Mandei-lhe mensagem a dizer que já tinha chegado a casa e acabei por adormecer, não a pensar no Louis, não a pensar em mim mas sim a pensar no Harry, a pessoa que dominava os meus sonhos desde que chegara a Londres.


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Peço desculpa por ontem não ter publicado nem avisado mas foi-me de todo impossível.
Mais uma vez, obrigada pelos comentários. Têm sido bastante bons e incrivelmente motivadores. Muito obrigada por lerem e comentarem...

Dri

terça-feira, 24 de abril de 2012

6º Capitulo - Saída de raparigas (Parte II)



Que raio de destino era o meu! O objectivo de ir sair era para desanuviar, para não pensar no Harry nem que fosse durante umas horas. Precisava disso para conseguir ganhar forças para encarar o facto de ele estar feliz com outra rapariga que não eu. Era tão doloroso que a única coisa que me apetecia fazer era arrancar do meu peito o órgão que me mantem viva e que me trás tanto sofrimento.

A Colbie pareceu-me simpática. Assim que chegámos pôs-nos logo á vontade e começou logo a conversar com a Nicole. Parecia que se davam bastante bem. Pessoalmente não tinha nada contra a rapariga, aliás, por muito que me custasse admitir, ela seria uma boa namorada para ele. Só o facto de o pensar para mim provocava-me uma angustia muito grande.

Tentei abstrair-me do facto de ter o olhar do Harry pregado em mim. Sentei-me naquilo que parecia ser uma espécie de sofá vermelho. Era bastante confortável. Cruzei as pernas e escondi um pouco a cara com o meu cabelo enquanto fingia que mexia no telemóvel. Ele estava mesmo há minha frente separados apenas por uma mesa redonda preta com alguns copos em cima. Poderia jurar que o sentia a olhar para mim, não constantemente, mas de vez em quando. O meu corpo correspondia ao olhar dele. Era algo que já estava dentro de mim e que simplesmente não desaparecia.

Dispersei o meu olhar e a minha atenção por vários sítios. Para as pessoas que dançavam alegremente no meio da pista até às figuras menos agradáveis de alguns. Passei pela conversa animadíssima da Colbie com a Nicole mas não me conseguia encaixar. Mudei várias vezes de posição no maldito sofá, não conseguia estar bem de qualquer maneira. A Nicole falava para mim de variadíssimos assuntos e eu apenas respondia vagamente com palavras monossilábicas ou com um par de palavras para não me alongar.

Deixei-me congelar no tempo e no espaço. Deixei de ter vontade própria para apenas responder aos estímulos daquele rapaz que se encontrava á minha frente. Ele tinha o poder de controlar a adrenalina que passava pelo meu corpo, os meus suspiros, a minha frequência cardíaca, a minha respiração. Definitivamente ele era o fio condutor de todo o meu corpo, era a razão pela qual acordava e adormecia, era tudo e ao mesmo tempo nada, era ele que me provocava as certezas e que me deixava insegura quando não estava por perto. Como é que conseguiria contrariar tudo isto?     

- Mia vou á casa de banho… - a voz da Nicole soou aos meus ouvidos aos berros por causa da música. Apenas acenei afirmativamente com a cabeça. Com ela também se levantou a Colbie, devia ir-lhe fazer companhia. Agora era só eu e o Harry. Peguei na minha pequena bolsa e retirei o telemóvel. Tinha que parecer entretida com alguma coisa. Acabei por descobrir um jogo interessante que até me deu algum gozo jogar. Quando dei por mim, em cima da mesa, estava o telemóvel do Harry á minha frente. Ao principio não liguei mas depois é que me apercebi que estava qualquer coisa escrita. Aproximei-me um pouco e consegui decifrar a meia dúzia de palavras.

“Estás muito bonita…”

Outra vez. Estava tudo a acontecer de novo. Toda aquela mistura de sentimentos, de emoções, de intensidades. Estava tudo a acontecer ao mesmo tempo. Levantei-me do sofá e comecei a furar a multidão de pessoas que estavam na pista. Olhei uma única vez para trás e vi-o apenas a voltar a pegar no telemóvel. Assim que me vi livre daquelas pessoas á minha volta, sentei-me num dos bancos do balcão. O empregado veio passados alguns minutos atender-me registando o meu pedido. Deixei descair um pouco os ombros e a minha silhueta transformou-se.

Passado alguns minutos, já com a minha bebida, algo se roçou em mim, nas minhas costas.  Virei-me e vi um rapaz moreno a olhar-me de cima a baixo de uma forma um bocado assustadora. Ele sorria de uma maneira um bocado perversa e já dava para perceber que não estava na plenitude de todas as suas capacidades. O banco que estava do meu lado esquerdo estava vazio por isso levantei-me e sentei-me nele para ver se o rapaz não me chateava mais. Quando dei por mim por mim, o rapaz já estava á minha beira.

- Queres ir dar uma volta lá fora? – disse ao mesmo tempo que colocava as mãos na minha cintura puxando-me para perto dele. Quando ia para reagir, alguém fê-lo por mim.

- Larga a minha namorada já! – aquela voz era inconfundível mesmo no meio daquele barulho. E ouvi-lo chamar-me “namorada” era algo tão reconfortante mesmo sabendo que era mentira – Tu não me ouviste? – deixei de sentir as mãos do rapaz e para passar a sentir as do Harry – desanda daqui antes que te parta todo aos bocadinhos! – o rapaz saiu sem dizer nada. Os braços do Harry envolveram todo o meu corpo num abraço forte encostando a minha cabeça ao peito dele. A sensação era indescritível, arrebatadora, a melhor sensação de todas – estás bem? – eles pôs-se á minha frente sentado no banco segurando as minhas mãos. Não sabia se era por estar escuro e apenas haver aquelas luzes coloridas a piscarem mas aquele olhar dele voltou a transmitir-me segurança. Voltei a ver aquele brilho nos olhos que me diziam “és tudo para mim”. Provavelmente era só impressão minha fruto dos meus sentimentos que já não eram correspondidos.

- Sim, estou bem… - puxei os meus braços para mim no intuito de me largar dele mas ele não deixou, fazendo ainda mais força – não era preciso teres falado. Eu resolvia o assunto.

- O tipo pesava dez vezes mais do que tu, achas que ele te largava assim? – não respondi. Perdi-me no meu raciocínio quando ele começou a acariciar, provavelmente sem dar conta, a minha mão – Ainda bem que estava por perto porque senão não sei o que poderia ter acontecido.

- Obrigada – acabei por dizer. Uma mecha de cabelo acabou por ir parar á frente dos meus olhos involuntariamente. O Harry chegou-se para mais junto de mim sentando-se mesmo na ponta do banco, e desviou os cabelos que se tinham posto á frente. A vontade de o beijar, de lhe chamar novamente “meu” crescia a um ritmo alucinante tal e qual como os batimentos cardíacos. Depois de colocar a mecha de cabelo atrás da orelha deixou deslizar a mão pela minha face direita. O toque dele escaldava, fazia-me arrepiar desde a unhas dos pés até ás pontas dos cabelos – De certeza que estás bem?

- Preciso de ir lá fora apanhar um pouco de ar… - levantei-me do banco mas ele não me deixou sair – Que foi? Tu sabes que não consigo estar durante muito tempo em espaços fechados, preciso de ir arejar um pouco.

- Eu sei, não me esqueci. Lembro-me perfeitamente. – era impossível não ficar indiferente aquela afirmação – mas não podes ir sozinha. Eu vou contigo…

- Harry, não…. – ia refutar mas ele não me deixou

- Nem pensar. Já viste o que poderia acontecer aqui se não aparecesse? Não vou arriscar deixar-te ir sozinha novamente…

- E a Colbie? - perguntei parecendo óbvia

- Esquece a Colbie, ela está com a Nicole.

Ele levantou-se e puxou-me por entre a multidão, sem nunca me largar, até chegar á porta de saída. Mostramos os cartões que tínhamos adquirido á entrada e o segurança deixou-nos sair. Havia imensa gente lá fora, em grupos. Realmente teria sido má ideia vir sozinha para ali. Como não havia sitio aonde me pudesse sentar e no chão estava fora de questão, encostei-me ao capô de um dos muitos carros que havia á porta. O Harry acabou por fazer o mesmo que eu, sentando-se. O carro tinha ido um bocado para baixo devido ao peso. Estava uma noite agradável, não estava vento, apenas uma brisa agradável.

Estava mesmo a precisar de respirar ar puro. Não conseguia estar muito tempo fechada no mesmo local, precisava sempre de ir apanhar um pouco de ar na minha cara. Havia um silencio entre nós um bocado constrangedor. De vez em quando olhava para ele à espera que dissesse alguma coisa, boa ou má, não interessava, apenas queria ouvir a voz dele. Mas estava com azar. Ele não falava.

***

Tinha novamente atrasado para a aula. Culpa do Harry que queria sempre mais um beijo. Sempre que tocava era preciso pedir quase por favor para ele me deixar ir para a aula. A professora ainda reclamou mas depois deixou-me entrar. Estávamos em inglês e o objectivo da aula era elaborar um texto sobre a pessoa mais importante da nossa vida e depois apresentar na aula seguinte. Não foi muito difícil escolher a pessoa, era óbvio.

(…)

Fui ter com o Harry ao nosso cantinho e assim que cheguei perguntou-me logo como é que tinha corrido a aula.

- Correu bem amor. Tivemos que fazer um texto sobre a pessoa mais importante da nossa vida…ou seja, tu.

- E posso ler? – os olhos dele brilhavam mais do que uma noite estrelada. Ele adorava tudo aquilo que escrevia.

- Melhor, eu digo!

“Tocas-me, no coração, na mente, no pensamento e no corpo. Sinto-me presente, desejo-te no futuro e reconheço-te no passado. Mimas-me a toda a gora, aumentas o meu ego, dás-me inspiração. Acolhes o meu amor e transformas os meus dias em momentos nossos, especiais e únicos. Formas-te uma esfera luminosa em meu redor que me acalma, que me aquece, que me apoia, que está em mim para tudo. Então beijas-me, dás-me confiança e avanças. Colocas-me no teu colo e desfilas na minha felicidade. És o único que comanda o meu coração. Amo-te porque sem ti não dá.”

- Tu fazes-me sentir o homem mais feliz do mundo quando dizes essas coisas… - ele puxou-me para o colo dele e beijou-me – Amo-te muito…

- Ainda bem porque sem ti eu já não consigo viver e quero que saibas todos os dias o quão és essencial para o meu viver!

***

- O que é que estás a pensar? – a voz do Harry fez interromper as minhas memórias, respirei fundo antes de responder. Precisava de forças para o fazer.

- Numa forma de esquecer que o nosso passado existiu e que nunca se tornará no presente… - ele não disse nada. Encolheu-se em si mesmo e aquele silencio só foi desfeito porque alguém apareceu.

- Olha a minha menina! – olhei para ver quem é que me tinha chamado assim, e era o Louis. Vinha acompanhado pelo Niall, pelo Zayn e pelo Liam. O Louis vinha todo sorridente e quando chegou perto de nós cumprimentou-me dando-me um beijo na testa e depois fez uma coisa esquisita ao Harry. O Harry olhou para mim, parecia que queria dizer alguma coisa mas não o fez. Levantou-se e foi para dentro. 


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Espero que estejam a gostar.
Deixem as vossas opiniões sinceras. =)
Obrigada por lerem e comentarem!!!

Dri

segunda-feira, 23 de abril de 2012

6º Capitulo - Saída de raparigas (Parte I)



Quando estávamos a ir para casa, já com o Liam e o Niall no nosso pois o Harry tinha ido embora com a Colbie. Eles estavam todos muito divertidos a cantar as músicas que passavam na rádio e a Nicole estava ainda mais felicíssima pois encontrava-se no colo do Zayn. Tinha de ter uma conversa muito séria com aquela menina a respeito do Zayn.

- Mia, Mia! – a Nicole tinha-me chamado, olhei para trás pois ia no banco da frente – acabei de ter uma excelente ideia!

- Então diz lá? – quando aquela miúda tinha ideias era sinal de que não vinha coisa nada boa – o que é que andas a magicar? – ela tinha aquela cara de quem estava a pensar nalguma coisa pervertida

- Noite de raparigas! – disse ela abrindo os braços – O que achas? Para recordarmos os velhos tempo? – eu conhecia muito bem aquele olhar. A ideia era excelente, precisava mesmo de desanuviar e ir sair á noite parecia-me a solução ideal.

- O que tu queres sei eu, mas pode ser – acabei por dizer a rir – mas é para chegarmos só de manhã ouviste?

- Up all night Mia… - os rapazes começaram a rir e só percebi o porquê quando ela me disse que era assim que se chamava o álbum deles – Lou, podes-nos deixar em minha casa? Para podermos vestir e depois íamos para vossa casa para jantarmos. Pode ser?

- Sim sim! – respondeu rapidamente o Louis – Porque eu quero saber como é que vocês saem de casa, se vão apropriadas…não quero os rapazes todos a olharem para vocês – ele olhou para mim e sorriu. Era impossível não corar com uma afirmação daquelas. Ele era mesmo um doce, o sonho de qualquer rapariga. E aquele sorriso era magnífico.

- Exactamente Louis, concordo plenamente contigo! – a voz do Zayn fez-se ouvir no carro. Todos olharam para ele surpreendidos com a sua afirmação o que o deixou um pouco encavacado e á Nicole também.

- Isto de estarmos apaixonados é outra coisa…só faltamos nós Niall…  - não consegui deixar de rir com a afirmação do Liam

***

Encontrava-me num grande dilema. Não sabia o que vestir, já tinha tirado umas quantas peças do armário e nenhuma me agradava.

- Não sei o que hei-de levar Nicole… - gritei do meu quarto para que a Nicole que estava no dela, ouvisse. Ela rapidamente apareceu no meu quarto e olhou para mim espantada – o que foi? Que cara é essa?

- Como é que não sabes o que vestir? – ela virou-se para o meu armário e tirou de lá um vestido preto que eu tinha comprado recentemente – miúda, com este tu vais arrasar! – disse ao mesmo tempo que mo punha á frente – quem me dera ter metade da tua beleza…

- Achas mesmo? – perguntei algo receosa – e tu és muito mais bonita que eu. Eu não sou nada de especial…

- Não és nada de especial? Tu arrasas por onde quer que passes. Agora uma coisa que me surpreende é estares receosa, não me digas que queres impressionar o Louis? – como é que era possível que todos pensassem que havia alguma coisa entre mim e o Louis?

- Tu também Nicole? Eu e o Louis somos só amigos! – respondi de forma bastante convincente, já me bastava ter o Harry a achar que tínhamos alguma coisa.

- Pois claro, deves pensar que nasci ontem. Eu vejo muito bem, vais-me dizer que ele te é indiferente? Que não sentiste nada quando ele te agarrou na mão para ficarem juntos no Bowling? Eu vi tudo…

- Ok, ele não me é indiferente, é verdade, ele mexe um pouco comigo. – tinha que admitir que quando ele olhava para mim com aqueles olhos lindos de morrer e com aquele sorriso fazia-me sentir maravilhosamente bem –  Ele é bonito, tem um sorriso magnífico, um olhos perfeitos, é um querido e um doce, para além de ter um corpo fantástico. Mas o problema sou mesmo eu, não o consigo ver como um possível namorado… - era impossível não pensar no Harry em todos os segundos da minha vida, era impossível esquecer o Harry e tudo o que ele me faz sentir.

- Porquê Mia? Vocês são bastante parecidos, teriam tudo para dar certo…

- Porque ando confusa e por muito que não queira… - fiz uma pausa – … o meu coração está ocupado e tão cedo não parece que ficará desocupado… - não conseguia esconder a tristeza em que se encontrava o meu coração e a minha vida. A Nicole veio ter comigo e abraçou-me, estava mesmo a precisar do abraço da minha amiga

- Queres falar? – disse ela depois de me abraçar

- Eu preferia não falar, se não te importares. Acho que ainda não estou preparada para falar sobre esse assunto… - respondi com sinceridade. Não queria de todo falar ainda.

- Claro que não me importo amor… - ela ia voltar para o seu quarto mas eu não deixei, havia ainda um assunto que precisava de falar com ela

- Espera Nicole. Tu não tens nada para me dizer?

- Como assim?

- Então tu acabaste de me dar conselhos para avançar, mas quando se trata de ti, estás quietinha. – ela continuava sem perceber – tu e o Zayn! – respondi como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Eu não gosto do Zayn. – disse ela muito rapidamente e a corar, o que significava que estava a mentir – Ok, eu gosto do Zayn. – não me pareceu lá muito convincente –  gosto mesmo muito do Zayn – acabou por dizer – fogo miúda és mesmo chata.

- Mas porque é que não avanças? Ele parece gostar de ti…eu sei que não estou cá á muito tempo mas pelo que vi, acho que ele se sente atraído por ti. Para além de que o Louis também me disse o mesmo…

- Ai o Louis! – ia falar mas ela não me deixou – já me calei! – disse a rir. Aquela miúda era impressionante – Quanto ao Zayn, tenho medo que ele não sinta o mesmo que eu percebes? E que depois perca a amizade dele. Além disso ele é famoso, tem imensas raparigas atrás dele. Não se vai interessar por mim…   

- Isso pensas tu… - ao mesmo tempo que lhe piscava o olho

***

Tocámos á pronta da casa dos rapazes e quem nos veio abrir a porta foi o Niall. Ele trazia qualquer coisa na mão, devia estar a comer. Olhou-nos de cima a baixo como se nos tivesse a inspecionar e depois falou.

- Vocês devem pensar que eles vos vão deixar sair assim? – soltando uma gargalhada no final – bem não vão ter sorte nenhuma.

- Isso é o que vamos ver! – respondeu a Nicole passando pelo Niall. Fechei a porta atrás de mim e fui ter com eles á cozinha pois já estavam á nossa espera para jantar. Assim que entrei os olhos de todos os presentes na cozinha ficaram fixados em mim até que o Louis se levantou

- Nem pensar. Está fora de questão saírem sozinhas… - fiquei estranhamente a olhar para o Louis – ainda vos acontece alguma coisa…

- Oh tão querido! – disse chegando-me perto do Louis – mas não precisas de te preocupar. Já sou maior de idade e tomo bem conta da menina Nicole. Prometo traze-la inteira para casa… - exclamei num tom sério e responsável

- Mesmo assim. Quando vêm duas raparigas sozinhas vêm logo se meter…não confio neles…

- Louis eu sei tratar muito bem desses tipos, não te preocupes. – puxei uma cadeira para me sentar para jantarmos – Vá, vamos comer e não há mais discussão – o Louis ia refutar a minha ideia mas eu não deixei – Shiu! Está decidido.  – olhei para o Zayn e sorri – E Zayn, prometo que não deixo nenhum rapaz se aproximar da Nicole… - a face do Zayn começou a ficar um pouco mais rosada e as da Nicole também. Ela lançou-me um olhar mortífero mas não liguei.

***

- Eu ainda não acredito que te vou deixar sair sozinha… - a voz do Harry fez-se ouvir pelo meu quarto. Estava a acabar de maquilhar quando olhei para ele. Ele continuava sentado na minha cama com uma cara um pouco abatida e não lá muito contente. Acabei de me maquilhar, dei um último jeito ao cabelo e fui ter com ele. Ele estava com os cotovelos apoiados nas pernas, com um pequeno gesto, fi-lo olhar para mim e sentei-me em cima da perna direita não fazendo muita força.

- Tira essa cara amor… - ao mesmo tempo que brincava com os caracóis dele. Não o conseguia ver assim – é só uma festa Harry. Eu e a Nicole fazemos isto todos os anos para comemorar a nossa amizade… - dei-lhe um beijo na testa enquanto acariciava também a sua face

- Não é isso que me preocupa. Mas sim o facto de todos acharem que estás descomprometida. De certeza que se vão atirar a ti… - fi-lo olhar para mim com a ajuda das mãos

- Confias em mim ou não?

- Claro que confio em ti, só não confio é nos outros...eu vejo muito bem como eles olham para ti. Só me apetece partir-lhes a cara toda… - não consegui deixar de rir, achava uma fofura quando ele ficava com ciúmes – não tem piada Mia. Tu não sabes como me sinto por causa de não poder dizer a todos o quanto és minha.

- Harry por favor. Os outros não me interessam, és tu o único rapaz que me interessa. Não precisas de ficar preocupado. Sou apenas tua, nunca te esqueças disso… - uni os nossos lábios para lhe mostrar o quanto o amava e o quão ele era importante para mim, ao qual ele correspondeu na plenitude

- Eu amo-te muito sabias? – disse depois de quebrar o beijo com um enorme sorriso na cara derretendo-me por completo

- Eu também Harry. Eu também te amo muito… - era sem dúvida a rapariga mais feliz do mundo

***

(…)

Chegámos ao bar, aquilo estava repleto de gente e estava tudo bastante animado. Era mesmo daquilo que precisava para desanuviar de todos os meus problemas. Assim que entramos, começamos a procura de alguma mesa para nos podermos sentar. Como estava cheio era praticamente impossível encontrar um espaço.

- Olha, é o Harry e a Colbie... – assim que a Nicole prenunciou aqueles dois nomes uma pontada de dor bem forte lá no fundo do coração recordou-me todos os meus problemas. Olhei para onde ela estava a apontar e vi-os sentados numa mesa muito contentes – vamos para o pé deles? Eles têm lugares livres… - a Nicole pegou na minha mão e puxou-me por entre a multidão para junto deles. Assim que ele me viu, um formigueiro percorreu todo o meu corpo tal e qual como o olhar dele. E estavam de novo presentes aquelas borboletas no estomago. 


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Espero que estejam a gostar! É muito importante saber a vossa opinião. =)
Como já devem ter reparado, tenho posto em cada capitulo um pequeno episódio do relacionamento da Mia com o Harry e vou continuar a pôr. É uma forma de conhecerem como era a relação deles antes da Mia ter partido.  Espero que gostem.

Obrigada

Dri