sábado, 30 de junho de 2012

32º Capitulo - Saudades



(Harry)

Peguei no telemóvel e liguei para a Colbie. Era o primeiro problema que tinha de resolver. Já não podia continuar naquela relação, não era justo nem para ela nem para mim. Passado alguns segundos e após alguns bips ela atendeu.

- Harry? – pela voz dela denotei que estava bastante preocupada – Porque é que não me atendeste as chamadas? Estava preocupadíssima contigo!

- Precisamos de falar, Colbie. – disse calmamente – Achas que podes vir ter comigo a casa da minha mãe, agora? – sabia que ela não estava a trabalhar por isso podia perfeitamente vir ter comigo

- Sim, claro que sim, Harry.  


(Mia)

A última coisa que me apetecia naquele momento era sair de casa mas já tínhamos combinado almoçar em casa dos rapazes e agora não podíamos faltar. Quando chegamos a casa dos rapazes, eles ainda não tinham visto a revista, por isso tive que ser eu a mostrar ao Louis e aos rapazes. Ele ficou tão surpreendido quanto eu pelo facto de não termos reparado em ninguém a tirar-nos fotografias. O Louis rapidamente explicou que não havia nada entre nós para além da amizade aos rapazes. O Liam olhou para mim percebendo o porquê do Harry não estar em casa.    

(…)

Depois de almoçarmos o telemóvel da Nicole começou a tocar. Ela rapidamente atendeu e afastou-se de nós. Fiquei bastante ansiosa, precisava mesmo de descobrir onde é que ele estava para lhe poder explicar o que se tinha sucedido. Quase que roía as unhas por causa do stress todo em que me encontrava. Passados uns longos minutos, ela voltou á sala e chamou-me à cozinha.

- Era o Harry! – disse rapidamente acabando de vez com a minha curiosidade

- Então? Onde é que ele está? Preciso de falar com ele! – falei praticamente a atropelar as palavras de tanto querer saber onde é que ele estava.

- Não te posso dizer, Mia – fiquei estática a olhar para ela. Não queria acreditar no que estava a ouvir, era mau demais. – desculpa. – terminou com a voz bastante trémula

- Como não podes dizer? – estava incrédula. Sentia-me a fazer parte de um verdadeiro pesadelo.

- Ele fez-me prometer que não te dizia! – eu só queria sair do pesadelo em que me encontrava – Mia, por favor. Se eu te contar tenho a certeza que ele nunca mais me perdoa. Não me ponhas a escolher entre ti e ele, não consigo.

- Não acredito nisto. – enquanto andava de um lado para o outro na cozinha – Tu não me podes estar a fazer isso…

- Desculpa.

Saí da cozinha para o jardim. Precisava de me acalmar e de estar sozinha. As lágrimas estavam prestes a brotarem mas consegui segura-las. Sentei-me numa das espreguiçadeiras enquanto tentava arranjar alguma solução. O meu telemóvel entretanto tremeu no bolso das minhas calças. Era a minha mãe, tinha-me mandado mensagem.

Filha, estás perto de um computador? Precisava de falar contigo.

Fiquei bastante curiosa para saber o que ela queria por isso levantei-me e perguntei aos rapazes se me podiam emprestar um computador. O Liam, amavelmente, emprestou-me o dele e deixou-me falar com a minha mãe no quarto dele.

- Mãe! – exclamei com imensas saudades da minha mãezinha linda assim que a imagem dela apareceu no ecrã do portátil que se encontrava pousado nas minhas pernas – como é que estás, e o pai?

- Estou bem, Mia. E o teu pai também está bem. – falou com um enorme sorriso que me deixava com imensas saudades – e tu como é que estás?

- Também estou bem mãe. – menti. Não a queria preocupar com os meus problemas embora soubesse que mais cedo ou mais tarde tinha que lhe contar.

- Filha – pelo tom de voz presumi que o assunto fosse sério – anda a circular na internet uma fotografia tua aos beijos com um dos rapazes da banda do Harry, acho que se chama Louis. – como não disse nada ela continuou –  Queres falar? – ainda nem tinha passado um dia e já meio mundo sabia. Nunca pensei que o impacto fosse tão grande.

- Não é nada do que possas estar a pensar. – respondi tentando tranquilizada – Eu e o Louis não namoramos. Aquilo foi apenas um impulso do momento. – continuei – Podia-me sentir confusa mas com o beijo percebi que realmente amava o Harry. Não há rapaz nenhum que me faça sentir o que ele me proporciona. – a minha mãe olhava-me atentamente

- Já fui jovem e sei como isso é mas para a próxima tenta ter mais cuidado. Eles não são propriamente desconhecidos e não quero que a tua imagem fique manchada por isso. Mais cedo ou mais tarde, a imprensa vai descobrir que tiveste um relacionamento com o Harry e as fãs deles podem reagir mal. – sinceramente nunca me tinha lembrado disso. Lembrei-me de ter colocado algumas fotografias nossas nas redes sociais e provavelmente, iriam descobri-las. Tinha mesmo que falar com o Harry. –  E o Harry? Já falaste com ele?

- Não, mãe. Ainda não falei com ele. – fiz uma ligeira pausa – Quando cheguei a casa da Nicole ela disse-me que ele tinha ido embora pois não queria estar em casa quando eu e o Louis chegássemos. Ele agora acha que namoro com o Louis! – a minha voz saiu um pouco mais aguda do que era habitual na última frase – Ele telefonou á Nicole mas ela não me quer dizer onde é que ele está, diz que lhe prometeu que não contava. Achas isto normal? Ela também é minha amiga!

- Tens que compreender o lado dela, não quer perder a confiança do amigo. Não a podes pôr a escolher entre ti e o Harry. Não tens esse direito. – sorriu – Vais ver que tudo se irá resolver pelo melhor. Quando ele se sentir preparado virá falar contigo, tenho a certeza.

- Mãe, acho que fiz mal ter vindo… - por mais que tentasse acabava sempre por achar que não devia ter vindo. Era inevitável.

- Que disparate é esse, filha? – olhei surpreendido para ela – É claro que fizeste muito bem em teres voltado para Londres. Sempre foi a tua casa. Eu e o teu pai é que nunca devíamos ter saído daí, provavelmente estarias feliz e não a sofrer como agora.

- Agora sou eu que digo que disparate é esse? A proposta do pai era irrecusável, e como já vos disse, não vos culpo do fim da minha relação com o Harry. – lembro-me de nos primeiros ter culpado os meus pais de não me terem contado que iriamos para São Francisco. Mas ao longo do tempo fui-me apercebendo que estava a ser injusta com eles – Se surgiu essa oportunidade de irmos para São Francisco é porque não estamos destinados a estar juntos…tenho que aceitar isso.

- Vais desistir sem lutar? Isso nem parece teu, filha.  

- Claro que não, mãe. – respondi com um sorriso    

- Assim é que gosto de ver a minha filha linda com um sorriso nos lábios. – a sua expressão mudou novamente, já sabia que vinha algo sério –  Olha também queria falar contigo sobre uma coisa.

- Diz!

- Ando com um mau pressentimento e não sei porquê. Ando com um enorme aperto no coração. – vê-la falar com aquela voz deu-me uma enorme vontade de abraça-la, odiava vê-la assim – Por isso vamos a Portugal visitar os avós. O teu pai está a deixar todo o trabalho em ordem para podermos passar uns dias em Portugal. Queria saber se queres ir lá ter?

- Oh mãe, claro que sim. Já não vejo os avós há mais de dois anos. Tenho mesmo muitas saudades deles e de toda a família. – infelizmente nas épocas festivas, como por exemplo o Natal, o meu pai estava sempre a trabalhar. Entristecia-me um pouco não poder estar com os meus avós, com os meus tios e primos mas não tinha lógica ir com a minha mãe e deixar o meu pai sozinho. – Mãe, não chores… - vi-a esconder a cara. Sabia perfeitamente que lhe custava mas custava-me ainda mais não conseguir fazer nada para melhorar. – Eu queria ir lá mais vezes por ano mas compreendo que não dê por causa do trabalho do pai. Não tens que te recriminar. Vocês os dois é que são a minha família. Amo-vos muito…

- Eu sei mas às vezes sinto-me uma péssima mãe por não proporcionar que passes mais tempo com os teus avós. E uma péssima filha também por não estar ao pé deles e acompanha-los nesta última etapa das vidas deles – tentava a todo o custo controlar as lágrimas. Tinha que ser forte por ela – Tenho medo que por passares tanto tempo sem os veres que comeces a esquecer de como eles eram…

- Mãe! – uma lágrima acabou por cair sem eu querer – Que raiva! – barafustei contra o computador – Porque é que ainda não se pode abraçar pelo computador. – respirei fundo – Olha para mim e ouve-me com atenção, por favor. Tu és a melhor mãe do mundo, e para mim, isso é o mais importante. És perfeita em todos os teus defeitos. Tenho a certeza que os avós têm o mesmo orgulho em ti como eu o tenho. – ela sorriu e eu também – E se continuares assim apanho o primeiro avião para São Francisco! Não te quero ver assim tristinha…

- Desculpa, filha. Acho que ando mais sensível do que é habitual por causa deste mau pressentimento que tenho. – apetecia-me mesmo apanhar o avião para a abraçar

- Não tens que pedir desculpa, eu não existo só para te chatear. Também existo para te fazer sorrir. – atrás dela apareceu o meu pai também, fiquei bastante feliz por o ver.

- Olá pai! – cumprimentei-o

- Olá minha filha.

- Vê-la se animas a mãe… - pedi-lhe – Ela anda a ter algumas ideias um bocado preocupantes. Trata bem dela!

- É o que ando a fazer. Sabes que desde que foste para Londres, eu e a tua mãe entramos oficialmente numa segunda lua de mel.

- Ai é? – gostava tanto de os ver assim felizes um com o outro – Muito me contam…vejam lá se me dão um irmãozinho de presente!

- Achas? Não tenho idade para isso. – respondeu prontamente a minha mãe. Entretanto oiço alguém bateu à porta do quarto – bem, é melhor desligarmos. Depois ligo-te para te dizer qual é o dia que vamos para Portugal está bem, Mia?

- Sim, mãe. Beijinhos! Amo-vos muito! – a vídeo chamada desligou-se e por isso mandei entrar quem estava do outro lado. Fiquei surpreendida, era o Liam

- Desculpa não queria interromper a conversa com a tua mãe. – disse enquanto entrava no quarto e se sentava ao meu lado na cama

- Não tem mal, já estávamos a terminar. – respondi desligando o computador – Queres falar de alguma coisa em especial?

- Sim, do Harry. Eu sei onde é que ele está.




Aqui está mais um capitulo.
Este capitulo teve que ser assim, com a mãe da Mia, pois preciso para o desenvolver da história mais á frente. Espero que gostem.
Também vos cria dizer que tenho uma surpresa. É uma one-shot. Foi o primeiro texto que escrevi sobre os rapazes e queria que lessem. Em principio publico amanhã =)

Dri



quinta-feira, 28 de junho de 2012

31º Capitulo - Só quando perdemos o que realmente é importante, é que damos o devido valor!



(Harry)

[dia anterior]

Peguei na pequena Lottie para poder deixar a Nicole e o Zayn sozinhos. Eles precisam de um pequeno empurrão para ver se finalmente assumem o que sentem.

- Onde é que queres ir brincar? – perguntei-lhe enquanto abria a porta do carro para ela passar para os bancos de trás – podes escolher qualquer sítio! – entrei dentro do carro e virei-me para trás à espera que ela escolhesse o local.

- Quero ir ao parque, podemos? – respondeu-me bastante animada enquanto colocava o cinto de segurança

- Claro que sim. Se queres ir, vamos! – ela fez aquele sorriso lindo de criança, que muitas vezes me fazia lembrar a Mia. Assim que lá chegamos reparei que não havia muita gente, o que era bom. – Lottie, porta-te com juízo.

(…)

- Harry! – chamou-me a Lottie. Ela estava a ir para o baloiço – vem empurrar-me! – gritou. Levantei-me do pequeno banco onde estava e fui ter com ela para a ajudar.

***

Já tinha perdido a conta às vezes que olhara ao espelho. Nada me parecia bem, tudo naquele dia parecia estar a correr-me pessimamente mal. Andava com o coração mais acelerado do que é normal. Devia ser dos nervos, estava numa pilhas deles. Abri a porta do meu quarto e desci até á sala e novamente olhei-me ao espelho para ver se não me tinha esquecido de nada e se estava tudo em ordem.

- Filho, não vais conhecer a rainha! – ouvi a minha mãe falar enquanto chegava ao pé de mim – são apenas os pais da Mia. – concluiu passando com a mão no meu cabelo, ajeitando-o

- É muito fácil dizer que “são apenas os pais da Mia” mas sou eu que vou estar á frente do pai dela – a Mia tinha-me convidado para ir jantar a casa dela para conhecer os pais dela oficialmente. Já tinha estado com a sua mãe, que por sinal era muito simpática e com o pai apenas por meros segundos. Nessa altura pareceu-me deveras assustador, quase que me fuzilava com o olhar.

- Que exagero, Harry! – respondeu-me com uma suave gargalhada – Até parece que vais pedir ao pai dela a mão da filha em casamento!

- Não é mas é quase como se fosse. Devias ter visto a cara dele quando me viu a primeira vez… - a minha mãe que tentava conter o riso acabou por não conseguir – Mãe! – reclamei – Não te rias, isto é um assunto sério. Eu aqui a tentar manter a calma e tu só desajudas!

- Imagina que estava aqui a tua irmã. Fazia bem pior! – sorri, ela tinha razão – Harry, eles não estão á espera que sejas perfeito. Sê tu próprio e de certeza que vão gostar de ti tal e qual como eu gostei da Mia.

- Achas? – perguntei ainda meio inseguro

- Tenho a certeza. Agora põe esse sorriso lindo que tens e vai lá para o jantar. – dei-lhe um beijo na cara e peguei no ramo de flores que tinha comprado para a mãe da Mia

(…)

O caminho até á casa da Mia costuma ser rápido, são pouco mais do que cinco minutos. Mas nunca aqueles cinco minutos me pareceram horas intermináveis. À medida que me aproximava ficava ainda mais nervoso. Eles vão gostar de mim…tenho a certeza.

Toquei à campainha e rapidamente a Mia veio abrir-me a porta. Ela estava linda como sempre mas hoje estava especialmente bonita. Aqueles olhos castanhos faziam-me sempre suspirar.

- Tenho que te convidar mais vezes para vires jantar com os meus pais para te ver assim tão bonito… - disse-me rindo depois de a beijar

- E eu a pensar que estava sempre bonito para ti…

- Parvo! Entra… - assim que entrei vi o pai dela no sofá, ele olhou-me cá de uma maneira – Pai, pára lá de fazer essa cara de mau. Até parece que não gostas dele… - a mãe dela apareceu rapidamente na sala – Olá meu querido – disse-me ela cumprimentando-me – como estás? Não ligues ao mau humor do meu marido, ele só está assim porque é um pai galinha. Mas fica descansado, ele não faz mal nem a uma mosca.

- Estou bem, obrigada. – dei-lhe o ramo de flores que tinha comprado – são para si, espero que goste!

- Não era preciso teres gasto dinheiro. Gosto muito, tens muito bom gosto. – a mãe da Mia olhou para o pai da Mia – vês Pedro, ele é um rapaz atencioso! Por isso vê-la se fazes uma melhor cara e vens cumprimentar a visita. – olhei para a Mia e ela fazia uma cara de quem estava a conter para não se rir. O pai dela veio ter comigo e estendeu-me a mão a qual correspondi

- Muito gosto em conhecê-lo. Eu gosto muito da sua filha e no que depender de mim não a vou fazer sofrer, prometo.

- Se o fizeres, considera-te um homem morto.

- Pedro! – a mãe da Mia voltou a falar – coitado do rapaz, agora vai ficar a pensar no assunto. Anda para a cozinha ajudar-me com o jantar antes que digas mais algum disparate. – assim que eles entraram na cozinha virei-me para a Mia – como é que correu?

- Estás vivo?! – abanei afirmativamente com a cabeça, estupidamente – então correu bem. E já agora, porque é que a minha mãe tem direito a um ramo de flores e eu nada? – coloquei as minhas mãos na sua cintura e puxei-a para mim.

- O teu presente está reservado para quando estivermos sozinhos – respondi-lhe bem perto do ouvido – não o posso dar á frente dos teus pais! – concluí dando-lhe um beijo suave no pescoço. Eu sabia que ela amava que o fizesse, e eu amava fazê-lo.     

***

- Harry! – a minha atenção foi despertada pela voz fina e feminina da Lottie – Harry! Não me estás a ouvir? Deixaste de empurrar… - só depois de ela falar é que realmente voltei á realidade

- Desculpa pequenina… - voltei a empurrar o baloiço

- Estavas a pensar em quê? – perguntou-me com aquela vozinha linda olhando para trás

- Estava a pensar em assuntos de pessoas grandes que não são para a tua linda cabecinha. – continuei a empurrar mas ela colocou o pé no chão – Então que carinha é essa? – perguntei-lhe

- Eu também quero ser grande! – enquanto fazia beicinho – Não gosto de ser criança…nunca nos contam nada. – cruzou os braços á frente fingindo-se amuada

- Levanta-te daí para eu te contar um segredo! – ela levantou-se e eu sentei-me no baloiço. Peguei nela e sentei-a no meu colo – Sabes uma coisa, eu gostava de ser criança como tu, é muito melhor do que a vida de adulto. Acredita, quando somos grandes só temos problemas. É muito melhor sermos crianças. – ela olhava-me com aquele olhar de quem não estava a acreditar – se não acreditas em mim, pergunta á tua irmã. Ela vai dizer o mesmo.

- Está bem! – ela agarrou-se a mim e deu-me muitos beijos na cara – gosto muito de ti!

- Eu também gosto muito de ti, pequenina!


(…)

Chegamos a casa e ainda não havia sinais do Louis nem da Mia. Estava cada vez mais preocupado com o que pudesse acontecer entre eles. Assim que acabamos de jantar a Nicole recebeu uma mensagem. Ela olhou para mim e logo percebi que tinha sido a Mia e que não tinha boas noticias.

Quando ela disse que a Mia ia ficar a dormir em casa da mãe do Louis nem queria acreditar. Foi como se me tivessem arrancado parte de mim. Não queria falar com ninguém. Subi as escadas com a verdadeira sensação de que parte da minha vida tinha acabado. Assim que entrei no meu quarto atirei-me literalmente para cima da cama. Tinha um enorme vazio dentro de mim. Senti-a escapar-me por entre os dedos, não conseguindo fazer nada para a recuperar. Era a pior sensação de todas.

(…)

Como não conseguia dormir decidi sair de casa para apanhar um pouco de ar. Peguei nas chaves de casa e fiz pouco barulho para não acordar nenhum dos rapazes. Encaminhei-me para sem saber para onde. Não interessava para onde ia, precisava era de espairecer. Algum tempo depois, quando estava a passar por um quiosque, uma revista chamou-me á atenção. Fiquei paralisado quando vi uma fotografia do Louis e da Mia a beijarem-se. Era a confirmação que precisava para ter a certeza que a minha vida deixara de ter qualquer tipo de sentido. Paguei a revista e fui imediatamente ter á casa da Nicole.

Toquei á campainha várias vezes na esperança que a Nicole acordasse. Apertava cada vez com mais força aquela revista na minha mão. Assim que ela abriu e depois de resmungar dei-lhe a revista para a mão e esperei pela reacção dela. Ela olhava-me incrédula com o que estava ler.  

- Harry… - não consegui controlar para mim toda a dor que aquela fotografia me estava a causar. Desde o dia em que a Mia tinha ido para São Francisco nunca achei que ouvesse sentimento pior do que aquele, mas pelos vistos enganei-me. E bem. Voltar e vê-la e perde-la novamente é uma dor demasiado ruim. Simplesmente não existem palavras o descrever. Ela chegou-se junto a mim e abraçou-me.  – isto pode não ser o que parece…

- Como não?! – o meu tom de voz denotava algum desespero – É bem explicito… - mais explicito que aquela fotografia era impossível.

- Tu sabes muito bem que isto pode não significar nada. – eu percebia o que a Nicole estava a tentar fazer. Tinha a perfeita noção que o Louis gostava muito dela.

- Foste tu própria a dizer que ela sentia alguma coisa por ele. Como queres que tenha alguma esperança? – ela olhou para o chão, sabia que tinha razão. Precisava de me ir embora, não queria estar em casa quando eles chegassem.

- Harry, por favor…

- Vou-me embora. Não quero estar aqui quando eles chegarem…não iria aguentar! – disse-lhe enquanto me dirigia para o carro

- Mas tu não podes conduzir assim… - olhei para trás

- Não te preocupes. – cheguei-me novamente a ela e dei-lhe um beijo na testa – hei-de ficar bem!

- Como queres que não me preocupe? Por favor, Harry, não faças nenhum disparate…

- Eu não vou fazer nenhum disparate! – disse-lhe tentando acalma-la

(…)

Só me queria afastar dali. Liguei o carro e fui em direcção ao único local onde naquele momento me sentiria bem. Em casa da minha mãe. Estava a ser difícil concentrar-me na estrada com as lágrimas sempre a caírem dos olhos. Nunca me tinha sentido assim tão insignificante. Só agora me tinha apercebido o quanto ela era importante para mim, vital para a minha vida. Não queria continuar a esconder o que sentia como durante estes últimos anos. A tentar ocupar todo o meu tempo para não me lembrar que me faltava a peça mais importante. A enfiar todos os presentes que ela me tinha oferecido dentro de uma caixa pois não os conseguia deitar ao lixo. Porque só de pensar que tudo o que passamos não passou de mero “lixo”, era demais. Porque é que ela voltou para o meu caminho se não estamos destinados a ficar juntos?! Ouvi o meu telemóvel a tocar mas ignorei. Assim que ele deixou de tocar, desliguei-o. Não queria falar com ninguém naquele momento.

(…)

Quando cheguei a casa da minha mãe não estava lá ninguém. Era melhor assim, não queria que ela me visse assim. Tinha a certeza que iria começar a fazer muitas perguntas e teria de lhe contar a verdade. Subi até ao meu quarto e liguei de novo o telemóvel. Tinha vinte e três chamadas da Nicole e cinco da Colbie e apenas uma da Mia que tinha deixado mensagem no correio de voz. Ainda pensei em não ouvir mas acabei por ter coragem.

Ola Harry, é a Mia. – como é que a simples voz dela, mesmo depois do que vi, continua a pôr-me este estupido sorriso na cara – Que estupidez, é claro que já sabes que sou eu…esquece. – ela parecia-me algo nervosa –  Bem…já deves ter reparado que tens muitas chamadas não atendidas da Nicole, ela está muito preocupada contigo. Tem medo que tenhas feito algum disparate ou assim. Eu também… - um longo silencio transformou-se e apenas conseguia ouvir a respiração descompassada dela tal e qual como a minha – continuando, ham…queria pedir-te, se é que ainda tenho esse direito, para telefonares à Nicole para ela ficar descansada. Compreendo que não querias falar comigo mas por favor, fá-lo pela Nicole, é só isso que te peço.de novo houve um longo silencio – Desculpa…

Fiquei sem saber o que fazer. Levantei-me da cama e abri uma das gavetas e retirei de dentro de uma caixa a pulseira que tinha dado à Mia. Olhei de novo para o telemóvel e vi as chamadas da Colbie. Tinha que resolver aquilo de uma vez por todas, não podia adiar mais.




Mais um capitulo =D
Espero que  gostem! 
Mais uma vez, muito muito obrigada pelos comentários. São vocês que me dão força para continuar a escrever!

terça-feira, 26 de junho de 2012

30º Capitulo - Não podemos mudar o que o coração já escolheu



Vi-o olhar para mim lentamente e foi como se perdesse toda a coragem que tinha. A última coisa que queria era magoa-lo. Por mais que tentasse arranjar uma maneira de suavizar o facto de gostar de outro rapaz, nada me surgia. Passou pela minha cabeça mil e uma reações por parte dele. Tinha medo, muito medo que ele ficasse chateado comigo, que se afastasse. Precisava dele como amigo, não o queria perder.

- Sim. – ele pousou a faca que estava a utilizar para cortar o pão e fixou o olhar em mim – Eu também preciso de falar contigo… - disse enquanto puxava duas cadeiras que compunham a mesa da cozinha

- Louis… - comecei, assim que me sentei na cadeira de madeira. Tinha um enorme nó na garganta impossível de se desfazer. Tentei articular na minha cabeça um discurso coerente mas nada me parecia suficientemente bom. Por momentos ouvia apenas o som do bater do coração a ecoar nos meus ouvidos. – Bem…sobre aquilo que aconteceu ontem… - comecei, referindo-me ao beijo, bastante nervosa.  

- Desculpa. – disse antecipando-me – Foi uma má ideia, eu já sei… - antes que ele pudesse continuar a falar, travei-o

- Por favor, deixa-me falar até ao fim porque senão perco toda a coragem – se não dissesse tudo o que tinha para dizer de rompante tinha a certeza que não o conseguiria fazer. Respirei fundo e comecei novamente – Como eu estava a dizer, sobre o que aconteceu ontem. – estava a tornar-se cada vez mais difícil. Não conseguia arranjar as palavras certas – Bem, eu gosto de ti. Gosto de estar contigo, gosto da forma como me fazes rir, gosto do teu sorriso, da tua maneira de ser. E depois pergunto-me porque é que isso não é suficiente para eu me apaixonar por ti. O porquê do meu coração preferir continuar a amar uma pessoa que ultimamente só me tem feito chorar em vez do rapaz que me faz rir. – não me lembro de ter falado tão rapidamente em toda a minha vida

- Não podemos controlar por quem nos apaixonamos. – respondeu após uns longos e penosos minutos

- Eu sei que não…

O ambiente estava demasiado pesado. Conseguia ouvir a minha própria respiração no meio daquele silêncio monumental. Estava a sentir-me cada vez pior com aquela situação. Era deveras constrangedor. Não queria que as coisas tivessem sido assim. Mas o beijo do Louis deixou tudo mais esclarecido na minha cabeça. Por mais que tentasse negar a mim mesma, arranjar desculpas para o estado deprimente em que se encontrava a minha vida, sabia que toda a culpa era minha. Estava irremediavelmente apaixonada pelo Harry. Tinha tomado uma decisão. Mesmo que ele tivesse desistido de mim, eu não o podia fazer. Não podia desistir de dar uma outra oportunidade ao meu coração.  

- Então quer dizer que estás apaixonada? – olhei pela primeira vez para o Louis. Ele estava visivelmente triste, o que me deixava mal também. Nunca o tinha visto assim. Pensar que aquilo, de certa forma, era por minha causa, deixava-me mesmo angustiada – Posso saber quem é? – ele precisava de saber a verdade mas já me tinha custado tanto dizer-lhe que estava apaixonada por outro rapaz, não lhe podia também dizer que era pelo Harry

- Tu não conheces…

Ele olhou para mim e não disse mais nada. Ouvi algum barulho e poucos segundos depois apareceu uma das irmãs dele. Não fazia a mínima ideia qual delas seria, eram-me todas iguais. Foi ter com o Louis e depois veio ter comigo e deu-me um beijo de bons dias e voltou para cima.

- As tuas irmãs são uns amores. São mesmo muito queridas… - comentei. Ele levantou-se da cadeira sem dizer nada e continuou a preparar o pequeno-almoço que interrompera para falar comigo. Deixei-me ficar sentada na cadeira e passados alguns minutos deu-me torradas para comer. – Desculpa… - foi a única coisa que conseguia dizer naquela altura.

- Não tens que pedir desculpa. – o Louis tinha novamente se sentado na cadeira e olhava-me com atenção – E guarda-me essas lágrimas, por favor. Não te consigo ver chorar… - as lágrimas amontoavam-se no canto dos meus olhos prestes a brotarem. Fechei os olhos e limpei algumas gotículas de água saíam sempre os fechava.

- Tenho que pedir desculpas. Sinto-me muito mal, Louis. – olhar para aqueles olhos lindos fazia-me ficar ainda pior – Queria tanto que as coisas não fossem assim, queria poder mudar o que sinto.

- Mas não podemos mudar o que o coração já escolheu. – isso era verdade. Não tinha conseguido esquecer o Harry mesmo estando do outro lado do oceano, apenas o tinha conseguido silenciar.  

- Não quero que fiques mal por minha causa. Quero continuar a rir-me contigo e não que este ambiente pesado se torne constante entre nós, percebes? – sabia que já estava a pedir demais, não tinha esse direito – Mas também compreendo se não quiseres…  

- Mia? – o meu olhar dirigiu-se de novo para o Louis, pareceu-me uma eternidade aquele momento de espera – Disseste que ele te fazia chorar… - como tinha as mãos em cima da mesa, ele colocou as dele em cima das minhas - …prometo-te que nunca o farei. Se te faço rir, quero continua-lo a fazer.

- Tens a certeza?

- Preciso de tempo apenas para digerir a notícia. Eu sei que não te posso obrigar a gostares de mim por isso tenho que aceitar o facto de não estarmos destinados a ficar juntos…

- Tu és incrível, Louis!

- Posso-te dar um abraço? – apenas consegui sorrir. Levantei-me da cadeira e simplesmente abracei-o. Um peso enorme saiu de cima de mim. Era tão bom continuarmos amigos. Não conseguia suportar a ideia de ele nunca mais me falar. – E esse rapaz deve ser maluco por não querer uma rapariga linda como tu… - disse depois de me largar

- Aqui a rapariga linda é que cometeu o maior erro da vida dela e não sabe como remedia-lo. Ele não tem culpa, fui eu que o magoei… - sentei-me novamente na cadeira

- Não vais desistir dele pois não?

- Já o fiz uma vez e não voltarei a fazer. Não vou desistir sem lutar por ele – estava realmente farta de toda aquela situação, se queria o Harry tinha que começar a fazer alguma coisa por isso – desculpa, não devias estar a ouvir…

- Sou teu amigo ou não? – perguntou interrompendo-me – Agora, se ele magoa a minha menina, acabo com ele! – finalizou num tom meio sério, meio a brincar. Realmente estávamos a ter uma conversa séria a já demasiado tempo.  

- “A minha menina”? – perguntei a rir – Agora passei a ser tua irmã também? Já não te chegam quatro?

- Digamos que sim… - respondeu-me ao mesmo tempo que a mãe dele chegava á cozinha.  

(…)

Depois de demorarmos algum tempo na despedida, voltamos de novo para Londres. Chegamos a casa algumas horas depois.

- Bem, vou a casa mudar de roupa e depois vamos almoçar todos juntos certo? – perguntei antes de sair do carro

- Sim, claro. Já devem estar todos á nossa espera. – respondeu-me

Saí do carro do Louis enquanto tirava as chaves da mala. Abri a porta e vi a Nicole sentada no sofá um pouco cabisbaixa.

- Olá amor da minha vida! – disse enquanto chegava junto dela para lhe dar um beijo de bom dia, mas para espanto meu, ela não me respondeu e continuou com os pensamentos dela – então? É assim que cumprimentas a tua melhor amiga? A ignorar-me? – foi então que uma revista que estava em cima da pequena mesa de madeira me chamou a atenção. Inclinei-me um pouco para a ir buscar e foi aí que percebi tudo.

Louis dos 1D em clima de romance

Era o título da capa da revista juntamente com uma fotografia minha e do Louis precisamente quando nos estávamos a beijar. Fiquei boquiaberta. Como é que é possível que nos tenham fotografado? Não tinha dado conta de nada. Um enorme aperto no coração surgiu quando na minha mente apareceu a imagem do Harry. Congelei, senti a minha respiração falhar juntamente com as forças das pernas, o coração doía demais. Deixei-me cair no sofá sem saber o que pensar. Olhei para a Nicole e sem precisar de me expressar verbalmente, ela logo percebeu o que queria saber.

- Digamos que o Harry já não estava bem quando lhe disse que ias passar a noite com o Louis. Ele não queria que tu fosses como sabes. – ouvia atentamente todas as palavras da Nicole – Queria falar com ele e dizer-lhe que tudo ia correr bem, para não se preocupar, pelos vistos enganei-me. Hoje de manhã ele apareceu-me às oito cá em casa com esta revista – suspirou fortemente – deixa-me cá ver qual será a melhor palavra para o descrever – fez uma pequena pausa – destroçado! Sim, é a palavra certa.

- Nicole…

- Não há Nicole nem meia Nicole! – ela já se tinha levantado do sofá e eu acabei por fazer o mesmo – Ele disse-me que ia acabar tudo com a Colbie e tu fazes uma coisa destas? – saber que a relação entre ele e a Colbie iria acabar devia alegrar-me mas naquele momento não – Partiu-me o coração vê-lo daquele jeito, Mia. – sem dar por isso as lágrimas escorriam intensamente pela minha face – Odeio ver os meus melhores amigos a destruírem-se mutuamente. Magoa-me verdadeiramente ver o Harry chorar e ver essas lágrimas a escorrerem-te pela cara e não conseguir fazer nada para melhorar! – ela chegou-se até mim e segurou as minhas mãos – Bolas, quando é que percebem que separados não dá? Tu precisas do Harry e ele precisa de ti. Não é nenhuma equação matemática, é puro amor. – num movimento rápido limpou algumas lágrimas do meu rosto – Mia, não sei do Harry! Já lhe tentei ligar mas tem o telemóvel desligado. Tentei impedi-lo de conduzir mas não consegui. Tenho medo que ele faça algum disparate…

- E o que é que eu faço agora? – perguntei, começando a ficar desesperada





Peço desculpa pela demora mas tive fora o fim de semana e não consegui escrever nada.
Espero que tenham gostado!
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Dri