segunda-feira, 28 de maio de 2012

19º Capitulo - Confissões de um amor impossível




Bem, está aqui mais um capitulo. 
Espero que gostem!
Deixem o vosso comentário =)

Dri


Acordei com o telefone do quarto a tocar. Abri os olhos muito a custo e ainda com eles semi-abertos atendi a chamada. Quando ouvi a voz do Paul do outro lado só me apeteceu desligar a chamada mas não o podia fazer. Ouvi atentamente tudo o que ele me dizia e quando desliguei a chamada barafustei comigo mesmo. O voo tinha sido antecipado por isso tinha que me levantar da cama imediatamente. Levantei-me da cama e tomei um banho rápido. Tinha que me despachar por isso vesti a primeira coisa que tinha na mala e saí do quarto já com as malas.

- Bom dia, alegria! – exclamei ironicamente assim que os avistei. O Paul olhou para mim com cara de poucos amigos pois tinha sido a última a chegar. Cumprimentei todos os rapazes com um beijo incluindo o Harry. Ele sorriu e eu também. Podia continuar a ter aqueles aceleramentos do coração sempre que passava por ele, sempre que me tocava mas saber que podemos voltar a ter uma conversa deixava-me incrivelmente feliz – Bom dia Lou! – disse enquanto ia ter com ele. Assim que me viu pegou numa das minhas malas para me ajudar

- Bom dia princesa! – respondeu-me com a sua alegria contagiante, era impossível estar triste ao lado dele

- Já te disse que me vais estragar com esses mimos todos? – ele apenas sorriu. O Paul mandou-nos ir embora pois já estávamos atrasados. Saídas de hotéis, entradas nos aeroportos eram sempre verdadeiras aventuras. Nunca ninguém sabia se eles sairiam inteiros das mãos de algumas fãs mais temperamentais. Assim que eles chegaram ao pé de mim, já no aeroporto, certifiquei-me se eles ainda estavam vivos.    

Já no avião sentei-me entre o Louis e o Liam. O Harry estava ao lado do Liam e o Zayn e o Niall estavam no banco da frente. Após alguns minutos de ter levantado voo já estava encostada ao ombro do Louis a dormir profundamente.

***

- Estou morta, Harry! – exclamei, enquanto chegávamos a casa dele – Estou mesmo cansada, doem-me as costas! – as minhas mãos faziam pressão atrás das costas para aliviarem a toda aquela tensão. Tinha sido uma aula de Educação Física demasiado puxada para o meu pouco gosto de exercício. Assim que entrei em casa dele fui directamente para o sofá dele, deitando-me. – Queres-me fazer uma massagem, amor? Estou a precisar…

- Estás à espera que fique a pensar duas vezes? – disse-me com aquele sorriso maroto e completamente irresistível – já estou a ir! – subimos para o quarto dele para podermos estar mais à vontade. Sentei-me na beira da cama dele enquanto retirava a minha camisola. Reparei que ele olhava seriamente para mim como se tivesse a sonhar – não precisas de tirar a camisola… - disse algo hesitante como se não me quisesse pressionar a nada

- Claro! E fazes a massagem por cima da camisola?! – respondi ironicamente. Deitei-me sobre a cama dele de barriga para baixo. Assim que as mãos dele tocaram na minha pele e a pressionaram os meus músculos relaxaram de imediato. Ele tinha umas mãos de anjo, estavam a fazer um completo milagre. Após uns longos minutos, quando estava prestes a adormecer, senti os lábios dele a tocarem no meu pescoço, arrepiando-me – Harry… - exclamei.

- Relaxa… - sussurrou-me ao ouvido. Os meus músculos contraíram com a sua voz mas assim que ele voltou a dar um beijo no pescoço, relaxei de novo. Ele afastou os meus longos cabelos castanhos para o lado e percorreu, em linha recta, a zona central das minhas costas com beijos. Fechei os olhos instintivamente, aquilo estava a tornar-se bom demais. Assim que chegou novamente ao meu pescoço virei-me de barriga para cima, beijamo-nos. Ao início foi bastante calmo mas foi-se tornando cada vez mais intenso á medida que o corpo dele fazia uma pressão agradável sobre o meu. As mãos dele foram descendo na minha linha corporal até ao início das calças. Senti-o procurar o botão das minhas calças para o desabotoar enquanto me beijava. Quando me apercebi aonde é que aquilo nos levava fiquei com medo e por isso travei-lhe o movimento – Desculpa… - ele saiu rapidamente de cima de mim e foi buscar a minha camisola enquanto me sentava na beira da cama – não te quero forçar a nada… - ele fez sinal para levantar os braços para cima para me poder vestir a camisola – perdoa-me!

- Não tens que pedir desculpa, não fizeste nada de mal. Eu é que ainda não me sinto preparada para tal…desculpa! – ele olhava atentamente para mim com aqueles olhos lindos e assim que terminei, alcançou os meus lábios com os dele.

- Eu por ti espero o tempo que for preciso até te sentires preparada. Não te quero forçar a nada. Se tiver que esperar até aos noventa anos, espero! – sorri deliciada ao perceber que ele queria passar a vida comigo – que foi? Eu aos noventa anos estou em excelente forma…

- Claro que sim, Harry! – respondi ironicamente – É óbvio que sim…

***
       
- Acho melhor tirares uma fotografia! – a voz inconfundível do Liam tinha-me feito acordar. Ia abrir os olhos mas algo me fez deter – já estás há imenso tempo a olhar para a Mia! – estremeci com o facto de saber que ele estava a olhar para mim.

- Ela estava a sorrir enquanto dormia. – a voz terna do Harry fez despertar dentro de mim aquelas borboletas na barriga –  Fez-me recordar tanta coisa que nem imaginas… - á medida que as palavras do Harry entravam na minha mente mais vontade tinha de estar com ele – adorava saber com o quê é que ela estava a sonhar…

- Provavelmente contigo…

- Achas? – ele parecia-me surpreendido com a afirmação do Liam – Acho que não! Duvido que ainda provoque esse efeito nela…

- Acreditas mesmo nisso? – fiquei expectante á espera da resposta dele mas acabou por não dizer nada – Tu não provocas esse efeito nela mas há minutos ficaste vidrado nela. Eu reparo nessas coisas, e acredita em mim, ela gosta de ti!

- Mesmo que isso seja verdade, ontem conversamos e chegamos á conclusão que o melhor era ficarmos como estávamos. Sem ambientes pesados, sem discussões, sem lágrimas, apenas como amigos entendes?  

- Juro que não te entendo. Já admitiste que gostas dela, que o que sentias por ela não se alterou ao longo deste tempo, o que te impede?

- A minha cabeça! – houve uma longa pausa – Liam, por mais que tente ultrapassar o que nos fez separar, não consigo. A Mia tem razão, eu iria magoa-la se voltássemos agora.

- Como é que magoas alguém que amas? É isso que não compreendo…

- Nunca ouviste dizer que existe uma linha muito ténue que separa o amor do ódio? Que rapidamente passamos do amor para o ódio? – ele fez uma pausa e depois prosseguiu – Foi isso que me aconteceu quando ela foi para São Francisco. Não havia amor no meu coração, era apenas ódio, raiva, um sofrimento atroz e isso não se esquece. Enquanto não conseguir lidar com isso só a irei magoar…

- Então o teu plano é junta-la ao Louis acabando por ficares infeliz? É isso?

- Tu não percebes que só fico bem se ela estiver feliz? Tenho a certeza que ela será mais feliz com ele do que comigo! Eu vou ajuda-lo a conquista-la, sei do que ela gosta perfeitamente.

- Então do que é que ela gosta?

- Sei que adora chocolate, todo o tipo de chocolate! É o maior vicio dela. Não gosta que lhe ofereçam flores, mas se forem rosas ou orquídeas ela não consegue dizer que não. Como já reparaste, adora fotografia mas detesta ser o centro das atenções. O seu lugar preferido é a praia e tudo o que seja relacionado com ela. A comida preferida dela é portuguesa, feijoada à transmontada! Já a tentei fazer mas foi um desastre, aquilo é mesmo muito complicado, leva imensa coisa. A sobremesa favorita é bolo de bolacha. – ele continuava a enumerar o que gostava e dei por mim a sorrir. Ele conhecia-me melhor do que eu. – já não me lembro de mais nada…

- Queres saber uma coisa que aprendi hoje? – o Harry disse que sim – que o amor existe!  Que o que estás a fazer é a prova de como o amor nos faz pôr a pessoa que amamos á nossa frente! Digamos que me deixaste orgulhoso! – comecei a mexer-me um pouco para eles perceberem que estava quase a acordar e abri os olhos. Levantei-me devagar sem acordar o Louis – então dormiste bem Mia?

- Dormi sim Liam! Muito bem!

(…)

Já era de noite quando o Louis teve a feliz ideia de me pôr a fazer de guia pelos bares da zona. O Liam não estava com muita disposição de ir sair e o Zayn estava agarrado ao telemóvel, como sempre, e a falar com a Nicole para variar um bocadinho. Por isso eramos apenas quatro, eu, o Louis, o Harry e o Niall. Fomos falar com o Paul e ele autorizou desde que eu prometesse que punha juízo na cabeça dos rapazes e por isso tive a confiança dele para me dar as chaves do carro. 


Como é que acham que vai ser a noite nos locais que Mia bem conhece?

domingo, 27 de maio de 2012

Sondagem *-*

Bem, como podem ver ao lado a sondagem que eu tinha posto já encerrou. Tenho 91% das minhas leitoras a preferirem que a Mia fique com o Harry e 8% com o Louis. 
Eu já tenho toda a história definida, mas estou com alguma dificuldade no que toca à Mia, principalmente escolher com quem é que fica, ou então sozinha. Não vos quero desiludir, foi por isso que quis saber a vossa opinião. Muito sinceramente, ainda não me decidi, queria explorar os dois lados, tanto do Harry como do Louis um pouco mais. Conclusão: ainda estou a pensar no final mas vou ter em atenção à vossa opinião.
Quanto ao capitulo, só amanhã mesmo. Passei o fim de semana todo fora e ainda não tive tempo de escrever.

Dri

sexta-feira, 25 de maio de 2012

18º Capitulo - Quando se tem medo de amar a dor persiste no coração



Ola minhas queridas!
Este capitulo é um pouco lá para o sentimental e sugeria que o lessem ao ouvir esta música http://www.youtube.com/watch?v=J8CMso4giuM&feature=player_embedded 
Espero que gostem tanto deste capitulo como eu gostei de o escrever. 
Deixem o vosso comentário, é muito importante!
Dri 


[Mia]

As mãos dele seguravam com delicadeza o meu braço não me permitindo continuar a minha marcha em direcção ao quarto. Suspirei interiormente no intuito de ganhar forças para o encarar. Na minha mão direita ainda continuava aquela maldita pulseira que me fazia reviver os momentos passados. Rodei aos poucos o meu tronco de modo a ficar de frente para ele ao mesmo tempo que ele diminuía a pressão exercia no meu braço. O olhar dele estava cravado no meu rosto de forma insegura, com uma vontade enorme de saber a minha resposta mas também com medo. Nunca o tinha visto daquela maneira algo desesperada.

- Pois…parece que é a pulseira que me deste. – respondi num tom de pura indiferença – á algum problema? Precisas de alguma coisa? – concluí olhando-o nos olhos. Ele parecia que estava numa luta interior em tentar perceber o que se passava. – Estás a ouvir-me?!

- É só que… - aquilo estava a passar o limite do estranho – Rsrsrsr! – exclamou soltando a mão do meu braço enquanto se afastava de mim em direcção a uma das janelas que compunham as paredes da sala. Vi-o a debruçar-se na janela que abrira, elevando as mãos á cabeça. Os caracóis rebeldes e algo desalinhados por ter estado deitado, estavam agora ao sabor da brisa nocturna de LA. Tinha a minha oportunidade de ir embora para o quarto mas, por alguma razão, permaneci estática perto do sofá. Contra todas as probabilidades e ao que realmente a minha cabeça me mandava fazer, acabei por ir ter com ele à janela. Quando ele deu pela minha presença a abrir um pouco mais a janela, olhou surpreendidíssimo para mim. Não estava á espera, de todo, que eu continuasse naquele espaço e que, muito menos, fosse ter com ele. Desviou-se um pouquinho mais para o lado de modo a permitir que eu me encaixasse melhor no parapeito da janela. Após alguns longos minutos em silencio, pelo menos foi o que me pareceu ele finalmente decidiu romper aquele silencio – LA é uma cidade lindíssima á noite, não achas? – sorri. Nunca me tinha imaginado estar a falar com o Harry sobre a paisagem ser bonita ou não.

- Sim… - acabei por responder – é muito bonita! Costumava vir com o meu pai aqui sempre que ele tinha algumas questões a resolver sobre os hotéis. Ele deixava-me na praia enquanto ia para as suas reuniões, e se eu tivesse de férias, acabávamos por ficar alguns dias. – debitei enquanto viajava pelas minhas recordações depois de ter deixado Holmes Chappel. – Foi bom mas não foi perfeito! – suspirei. Ele tinha estado a olhar para o horizonte enquanto falava mas assim que ouviu a minha última afirmação olhou seriamente para mim. Não me arrependera de ter ido para São Francisco, de modo nenhum. Fora naqueles anos que descobrira uma parte de mim que andava escondida, a minha paixão pela fotografia. Se tivesse continuado em Inglaterra, talvez, não o tivesse descoberto. Mas separar-me do Harry da forma como o fiz, mudaria de certeza. – É a vida! Por vezes temos que abdicar do que realmente é importante para nós para seguirmos os nossos sonhos. – só depois de ter proferido aquela frase é que me apercebi que estava a falar de nós.

- E porque é que esses sonhos não incluem o que realmente é importante para nós? – a voz do Harry saía com alguma agressividade, frieza, e talvez misturada com alguma mágoa – Que servem esses sonhos se não nos torna completos? Se acabamos por olhar para trás com uma sensação de vazio, de falta, porque é que não podemos, agora, lutar por aquilo que nos é importante? – fiquei sem saber se ele estava a falar de nós. Por um lado queria acreditar que sim mas por outro, não queria criar em mim falsas esperanças para depois acabar novamente destroçada – Temos o que sonhamos mas continuamos…insatisfeitos.   

- Não se pode lutar por aquilo que já se perdeu. – respondi desviando o meu olhar do corpo dele e concentrei-me nas luzes brilhantes que iluminavam os edifícios altos da cidade – O tempo não volta atrás para que possamos remediar, o que na altura, achamos que era o melhor! – afastei-me da janela com o objectivo de me ir embora. Aquela conversa já estava a ficar dolorosa demais e tinha prometido a mim que não voltaria a chorar. Mas antes que pudesse concluir essa minha sugestão, a voz doce e incrivelmente perfeita dele fez-me parar.

- E quem te disse que já o perdeste? – pela primeira vez naquela conversa algo filosófica e sentimental estávamos a falar de nós, agora diretamente. Estremeci com a possibilidade de haver uma réstia de esperança mas foi facilmente diluída pelo medo que sentia por estar a criar ilusões. – Já lhe perguntaste se és importante para ele? Se ainda fazes parte dos pensamentos dele todas as noites? Se ainda continuas a ser o motivo do seu sorriso mais genuíno? Se ainda precisa de olhar para uma fotografia tua para se acalmar? Se sonha todos as noites com o dia em que pode voltar a beijar-te mas que tem medo…? – aquelas perguntas deixaram-me completamente sem ar, o meu coração batia de forma tão frenética que podia jurar que saltaria do peito a qualquer momento. Ele aproximava-se de mim lentamente, estava mais próxima de quebrar do que conseguir manter a minha posição quando a imagem da Colbie voltou a aparecer na minha mente.    

- Não preciso que ele me diga! – respondi de forma mais convincente que encontrei – Basta olhar para os olhos dele para perceber que eu já não faço parte da sua vida, que deixei de ser importante, que por mais que tente dizer o contrário, eu sei que não é verdade. Que a mágoa que sente por mim espelha-se no olhar que me faz por mais que tente esconder… - as lágrimas amontoavam-se no canto dos meus olhos prestes a escorrerem pela minha face

- Ele gosta de ti… - o meu olhar foi de encontro ao dele. Queimava por dentro, era um sufoco. Os olhos dele brilhavam devido à fina pelicula de água que se acumulava pronta a quebrar a qualquer momento. A voz dele era tão sofrida que mirrava o meu órgão vital. Ele agarrou as minhas mãos e juntou-as – tenho a certeza!

- Eu não consigo acreditar nisso! – respondi rapidamente retirando as minhas mãos das dele e afastando-me um pouco – Como é que ele pode gostar de mim se tem outra rapariga ao lado dele? Se ele se mostra feliz quando está com ela? Se acaba por me magoar dizendo que me odeia? – uma lágrima solitária escorreu lentamente pela minha face direita até eu a limpar

- Então diz-me lá como é que ele se sente quando te vê a sair com o melhor amigo dele? Quando estás sempre aos sorrisinhos a ele? – nunca pensei que ele se sentisse tão mal por sair com o Louis. Podia não saber o que sentia exactamente pelo Louis, mas tinha a certeza que não se igualava, nem de perto nem de longe, ao que o Harry me conseguia proporcionar – A dor é tão sufocante e dolorosa que a única coisa que lhe apetece fazer é acabar com o mundo. Destruir tudo! Mas o pior de tudo é que, apesar do que se passa, ela continua a pôr-lhe aquele sorriso estúpido na cara. E odiar-te foi a forma mais fácil que ele arranjou para não se lembrar que ainda te ama!     

Não consegui dizer nada e ele também não continuou. Deixei o meu corpo desfalecer no sofá, sentando-me. Pus os pés em cima do sofá e encolhi-me o mais que pude escondendo a minha face nos meus joelhos. Conseguia sentir o olhar dele preso no meu corpo tentando descortinar alguma reação minha. Estava praticamente sem forças mas não podia continuar a prolongar aquela angustia no tempo. Tinha de terminar com aquilo, assim sofria de uma só vez!  

- Parece que não estamos destinados a ficar juntos! – disse voltando-me para ele – não podemos estar numa relação em que acabamos por dizer coisas que magoam a pessoa que amamos! – ele ia dizer alguma coisa mas não lhe dei tempo para isso –  Sinceramente não sei porque razão o destino nos voltou a pôr no mesmo caminho mas de uma coisa tenho a certeza, nem tu nem eu, neste momento, estamos preparados para fazer com que o que sentimos resulte.

- É isso que queres? – perguntou-me segurando heroicamente as lágrimas que continuavam a formar-se nos olhos

- Harry, tu não estás preparado para me perdoar nem eu. Ainda não me perdoei a mim mesma por ter sido tão cobarde para contigo quando não o merecias. De certeza que a Colbie é a pessoa certa para ti…só te quero ver feliz, para mim isso basta.

- Eu também só te quero ver feliz Mia! – suspirou – E se for com Louis fico muito mais descansado porque sei que ficas em boas mãos. Só quero que voltes a ter aquela alegria que irradiavas sempre pela manhã, o teu sorriso…promete-me que voltas a ter o teu brilho natural...

- Prometo Harry... – disse timidamente

- Posso-te dar um abraço? – não consegui resistir aquele pedido porque, bem lá no fundo, eu também o queria. Os braços dele rodearam a minha cintura e os meus braços ladearam o pescoço dele. Enterrei a minha a minha cara no pescoço dele permitindo-me inalar o perfume natural dele que tão bem conhecia. Senti o meu ombro a começar a ficar algo húmido, era ele a chorar. Apertei-o ainda mais contra mim intuitivamente e ele acabou por fazer o mesmo. Vê-lo chorar fez-me sentir tão imponente, tão pequenina, tão zangada com o mundo por não conseguir dar todo o amor que tenho para o fazer sorrir. Porque é que já não o consigo faze-lo sorrir? Porquê? Só lhe trago mágoa e sofrimento…Fomo-nos separando aos poucos. Ele colocou as suas mãos a envolverem a minha cara e deu-me um beijo na testa – boa noite Mia!

- Boa noite, Harry! – acabei por dizer repetindo o gesto que ele me tinha feito, dando-lhe um beijo delicado na testa. Limpei alguns resquícios das lágrimas que ele ainda tinha na face com a polpa dos dedos. Ele sorriu e de seguida foi embora. Fui para o meu quarto o mais rapidamente possível e liguei para a Nicole. Ouvi aquele bip irritante durante algum tempo e quando estava prestes a desligar, ela atendeu.

- Mia, espero que seja um assunto de vida ou de morte para me estares a acordar a estas lindas horas! – barafustou do outro lado do oceano com o seu mau humor – se a Lottie acordar nem sabes o que te faço!

- Nicole… - assim que comecei a falar uma quantidade alarmante de lágrimas brotou dos meus olhos, nunca pensei ser capaz de chorar tanto - amor, acabou tudo! – acabei por dizer no meio dos meus soluções provocados pelo choro – Não vai haver nada entre mim e o Harry…

- Mia…

- Nicole sinto-me ainda pior do que no dia em que tive que vir para São Francisco – apertei contra o meu peito uma das almofadas que compunham a minha cama no intuito de parar com aquele sofrimento – Eu só quero que o mundo acabe…só me apetece destruir tudo! – exclamei num tom um quanto desesperado – Preciso de ti…preciso do teu abraço!

- Estou aqui amor! – a voz dela mesmo estando a quilómetros de distancia acalmou-me – Estou e estarei sempre ao teu lado, Mia. – deitei-me em cima da cama sem desviar o édredon com o telemóvel encostado ao meu ouvido. Continuava a chorar desalmadamente mas só o facto de ouvir a respiração da Nicole dava-me mesmo assim alguma segurança. Acabei por adormecer, algum tempo depois, com a alma desfeita mas com a convicção que era o que estava certo.

    

quarta-feira, 23 de maio de 2012

17º Capitulo - Um bom amigo



Olaa minhas queridas!
Tenho a dizer que este não foi um dos meus melhores capítulos, estou pouco inspirada e por mais que tente arranja-la não consigo escrever nada de jeito. Acho que estou numa fase menos positiva -.-!
Queria só pedir um favorzinho, que comentassem o texto que está na última parte do capítulo em itálico, era muito importante para mim! =) 
Agora a parte menos boa, amanhã e provavelmente sexta feira não irei conseguir postar o próximo capitulo. Peço desculpa...=(

Já sabem...deixem o vosso comentário! É muito importante saber o que estão a achar da história! =)

Dri




[Harry]

Quando o Liam me disse que o Louis e a Mia tinham ido jantar sozinhos fiquei pior do que alguma vez tinha pensado existir. Preferia estar cheio de dores de cabeça, com febre, dores musculares, não conseguir falar do que estar com esta dor no peito insuportável e não passageira. O nó na garganta era tão grande que não conseguia comer nada. O meu estomago andava às voltas provocando um enorme mau estar. Porque é que ela tinha que voltar se não podemos ficar juntos? Esta era a pergunta que mais fazia a mim mesma mas não arranjava respostas suficientemente satisfatórias. O tempo do jantar foi passando com poucas palavras ditas por minha parte. Estávamos todos sentados, o Liam estava a telefonar para os pais como o Niall, enquanto o Zayn mantinha uma conversa bastante animada ao telefone com a Nicole. Aqueles dois estavam cada vez mais inseparáveis e ainda não namoravam, então quando começarem nem sei como vão sobreviver! As horas iam passando e não havia sinais deles os dois.

- Essa cara não esconde o quanto ainda gostas dela… - olhei para o Liam confuso com aquela afirmação proferida por ele. Ele estava a fazer qualquer coisa no telemóvel, provavelmente a actualizar o twitter quando olhou para mim – e não me olhes desse jeito que eu sei tudo o que se passa… - continuava sem perceber nada – Oh Hazza, entre ti e a Mia! – fui apanhado completamente de surpresa. Como é que ele sabia de mime da Mia?!

- Mas….como?! – perguntei ainda meio atordoado

- Foi ela que me confirmou… - respondeu como se fosse a coisa mais natural do mundo ainda a olhar para o telemóvel. Suspirou e olhou mais uma vez para mim deixando desta vez o telemóvel de parte, não lhe prestando atenção – digamos que foi preciso apenas somar dois mais dois para descobrir. Além do mais não és lá muito bom a esconder o que sentes e a Mia também não.

- Eu não gosto dela! – disse prontamente no intuito de lhe tirar aquelas ideias da cabeça dele

- Claro que não, Harry! – afirmou num tom irónico – Tu nem estás roído de ciúmes por eles ainda não terem chegado…

- Eu não posso gostar dela… - acabei por dizer cabisbaixo. Eu não podia mesmo voltar a gostar dela.

- Melhor, já passamos do “não gosto dela” para “não posso gostar dela”. Mas então diz lá porque é que não podes gostar dela? Vais pôr no coração um interruptor para desligar o que sentes?

- Eu estou com a Colbie…gosto dela! – disse tentando convencer a mim e a ele. A verdade é que já não sabia nada. Eu não tinha deixado de gostar da Colbie, mas com o aparecimento da Mia tudo tinha mudado – além do mais, o Louis está apaixonado por ela.

- Desculpas, Hazza. Desculpas! – fiquei a olhar para ele, ele conhecia-me bem – Porque é que não admites que tens medo? Que tens medo de a perdoar…que continuas magoado com aquilo que ela fez e que não o consegues esquecer. E que escolheste o caminho mais fácil usando a Colbie como desculpa.

- Que raiva! Porque é que tens sempre razão? – disse com um sorriso na cara

- Eu sei que tenho sempre razão. E porque é que não mudas?

- Porque o Louis gosta dela, não lhe vou dizer o que se passou entre nós para depois ele se afastar. Quero que ele seja feliz e se for com ela, ele terá todo o meu apoio. Terei que seguir em frente e perceber que o passado fica no passado.

- Estás a falar do que o Louis sente mas já perguntaste à Mia se ela gosta dele? O que ela sente por ti? – por mais que quisesse saber a resposta, tinha ainda mais medo dela. Se por acaso ela disser que gosta dele, não sei como reagir.

- A Mia aceitou jantar com ele, isso deve significar alguma coisa não? – acabei por dizer

- Queres que te dê um conselho?

- Claro!

- Fala com ela. Não estou a dizer para tu a perdoares ou para ficarem juntos, mas sim resolverem as coisas. Enquanto não falarem o ambiente entre vocês será sempre pesado e mais cedo ou mais tarde vão descobrir.

- Mas eu não consigo falar com ela sem discutirmos, sem acabar por lhe dizer que a odeio por aquilo que aconteceu e acabo por magoa-la. E não quero, vê-la chorar é um tormento para mim. É demasiado complicado…

- Continuo a achar que o melhor é falarem, pelo menos pergunta se ela gosta do Louis para ver se tiras essa cara de carneiro mal morto! – acabei por concordar com ele. Olhei para os rapazes, o Niall estava a comer e o Zayn ainda continuava a falar com a Nicole. Já estavam há demasiado tempo a falar por isso decidi fazer uma brincadeirinha com ele. Cheguei-me perto dele e tirei-lhe o telemóvel.

- Nicole! – exclamei – como é que está a minha menina? – perguntei enquanto corria com o telemóvel pela sala para fugir ao Zayn

- Estava melhor se não tivesses tirado o telemóvel ao Zayn! – exclamou zangada – Estávamos a ter uma conversa, Hazza!

- A sério? Não me digas? Já estão há mais de uma hora a conversar, não chega?

- Rsrsr! És mesmo terrível! Passa ao Zayn, já!

- Só passo se disseres que gostas de mim!

- Gosto de ti Harry, agora dá o telemóvel ao Zayn! – decidi acabar com aquele sofrimento entre eles e dei o telemóvel ao Zayn rindo-me do facto de eles continuarem a afirmar que são só amigos.

Com o passar do tempo, eles foram para os quartos pois amanhã partíamos para São Francisco. Só de pensar que iria voltar a ver os pais da Mia deixava-me bastante nervoso. Ainda por cima iriamos ficar no hotel que o pai dela está a gerir. O barulho deles fez-me despertar dos meus pensamentos e quando os vi tão animados uma raiva misturada com dor assombrou o meu coração.

(…)

- O que é que se passou contigo lá fora? Foi alguma coisa com a Colbie? – perguntou-me enquanto puxava os lençóis para me cobrir – Então amor’zinho fala comigo! – era quase impossível resistir aos encantos do meu Louis

- Estou apenas cansado. – acabei por dizer – está tudo bem com a Colbie. Fiquei foi com saudades quando ela se foi embora.

- Oh! Estou aqui eu, meu querido!

- Então como foi o jantar?

- Correu lindamente… - disse bastante contente – nem sei explicar o que sinto. É algo totalmente novo. Tivemos tão próximos de nos beijar… - novamente aquela dor insuportável no peito quase me fazia sufocar. As lágrimas formavam-se nos olhos á medida que o Louis continuava a contar a sua noite na praia com a Mia. Agora tinha a certeza que teria de a esquecer, não tinha opção.  


***

Não me cansava de olhar para a foto dela no telemóvel, era inevitável não sorrir. Os meus amigos fartavam-se de dizer piadas sobre o meu estado de espirito bastante contente. Mas eu já nem ligava, estava demasiado feliz para isso. Hoje saía no jornal da escola um texto que a minha tinha feito. Mas ela não me deixou ler o texto por nada deste mundo. Bem tentei alicia-la mas ela estava intransigente quanto á sua divulgação. Assim que ela chegou á escola, depois da minha primeira aula, fui ter com ela. Tinha-lhe prometido que só o via na presença dela. Ela deu-me logo para a mão para satisfazer a minha curiosidade.

“Como te sentes todas as manhãs as quais não tens o sorriso dele ao teu lado, todas as manhãs em que queres acordar e olhar para o lado para vê-lo mas não consegues, e o pior: o que fazes à tua vontade de abraçá-lo e beijá-lo? Essa vontade mostra-se pelas lágrimas que deitas, não é? A dor é tão grande que não aguenta aí dentro, é como se estivesses a explodir e ninguém te pudesse ajudar. O único remédio que existe não pode ser "ingerido" e tu continuas assim, com essa dor, cheia de te sentires vazia. Mas depois pensas que falta apenas uns minutinhos para poderes voltar a estar com ele, que voltarás a estar nos braços dele. Pensas no dia em que ele pega em ti ao colo e te leva até à praia para verem o pôr do sol (...) e por muitas vezes que te chateies com ele, sabes que o amas e continuarás a ser feliz ao lado dele, mesmo sabendo todos os teus defeitos. E no dia em que tudo isto se realizar, serás a mulher mais feliz do mundo. E agora, ao acabar de dizer isto tudo, o telemóvel vibra e é ele a ligar-te para te desejar um bom dia. Tu sorris.
Eu sei, é inevitável. Chama-se amor verdadeiro.”

- Então o que achaste? – perguntou-me. Olhei para ela orgulhoso de ter uma namorada tão talentosa – Fala! Não me olhes com dessa maneira e com esse sorriso lindo…

- É a minha cara de satisfação por ter uma namorada linda e talentosa! – puxei-a para mim e dei-lhe um beijo – Gosto mais de ti a cada dia que passa! Mas olha, este texto era sobre mim não era?

- Claro que sim. Isto é para veres o quanto eu sofro todas as manhãs quando acordo cheia de saudades tuas. – disse-me com aquele olhar sedutor mas tímido que me encantou desde o ínicio

- Então tenho que arranjar uma maneira para acordar todos os dias ao teu lado, não te quero tristinha logo a começar o dia… - quando ia responder á minha proposta mais indecente a campainha tocou, era sinal que vinha mais uma aula e mais uma hora sem poder estar com ela.

***

Não conseguia dormir nada por isso decidi passear um pouco pelos corredores do hotel. Ouvi o barulho da televisão a vir da sala por isso fui ver quem é que estava acordado tão tarde. Quando vi a Mia decidi seguir o conselho do Liam e falar com ela.

- Precisamos de falar… - comecei mas ela rapidamente se levantou do sofá para se ir embora. Não queria falar comigo. Olhei momentaneamente para o objecto que ela tinha na mão e reconhecia de imediato, era a pulseira que lhe tinha dado. O meu coração disparou de intensidade. Travei o movimento dela agarrando-a pelo braço – Espera…essa é a pulseira que te dei… - disse com a voz a falhar tal era a velocidade que o coração batia   


terça-feira, 22 de maio de 2012

16º Capitulo - As lembranças do passado



Os batimentos cardíacos aumentaram drasticamente, parecia que o coração ia saltar a qualquer momento do meu peito. Nenhuma quantidade de oxigénio era suficiente para tranquilizar a minha respiração algo descompassada. Ele olhava para mim de uma forma tão intensa, tão penetrante que não conseguia desviar o olhar. Os músculos do corpo não davam sinais de se quererem mexer, não conseguia sair debaixo dele. As nossas testas finalmente se encostaram uma a outra. Fechei os olhos inconscientemente. As minhas mãos viajaram até aos seus abdominais perfeitamente definidos e coberto por gotículas de água. Estava a descobrir algo completamente diferente, que me fazia estremecer, arrepiar. Não sabia o que pensar. Apesar de estar de olhos fechados tinha a percepção total de onde ele estava e a distancia era mínima. Quando pensei que ele me iria beijar, algo que, sinceramente, ainda não sabia se queria ou não, os lábios dele tocaram na minha face esquerda bem perto do canto da boca. O momento de contacto foi apenas de meros segundos mas pareceu-me eternidades. Sentia o corpo todo a tremer e não sabia se era por aquele acontecimento ou se por simplesmente frio.   

- Estás com as mãos frias e estás a tremer. – constatou Louis, com a voz algo intermitente depois de me ter dado aquele beijo – acho melhor irmos vestir-nos – não sabia o que dizer nem o que pensar. Ele saiu lentamente de cima de mim sem me magoar e assim que já estava de pé, esticou o braço para me ajudar a levantar da areia. Parecia que tinha aquela parte da cara aonde os lábios do Louis tinham tocado, dormente. Tinha a mente tão a mil que mal sentia a areia toda colada á parte de trás do meu corpo. – estás cheia de areia, Mia. – ao mesmo tempo que, com a ajuda das mãos, tentava sacudir a areia do meu corpo. As mãos dele percorriam de cima a baixo as minhas costas, parecia que estava a fazer uma esfoliação. Desviei o cabelo de trás das costas para a frente para facilitar o trabalho. – Acho que mais para baixo não posso ir… - olhei para ele e só depois é que percebi o que ele queria dizer com aquilo.

- Obrigada! – respondi. Retirei o resto da areia das minhas pernas e fomos até às nossas roupas. Ainda tinha a roupa interior bastante húmida por isso já sabia que ia molhar as calças e a camisola e por consequente o carro também – acho que vou deixar a minha marca no carro! O Paul amanhã quando vir o estado do carro mata-nos…

- Foste tu que me raptaste! Não tenho culpa nenhuma… - olhei escandalizada para ele por causa de ele se estar a empurrar as culpas todas para cima de mim – e não me olhes desse jeito pois sabes que é verdade! – por momentos ainda pensei que estivesse a falar a sério mas depois percebi que era tudo na brincadeira. Assim que chegamos ao carro não foi preciso insistir muito para ele me deixar voltar a levar o carro. Para além de que ele não se lembrava do caminho de regresso. Já em viagem, uma pergunta não me saía da cabeça e se não lhe perguntasse acho que explodia de curiosidade.

- Lou! – chamei-o – posso fazer-te uma pergunta indiscreta? – perguntei meio a medo sem nunca retirar os olhos da estrada. Ele soltou uma gargalhada antes de responder

- Somos amigos ou não? – disse de forma obvia – Os amigos servem para fazerem perguntas indiscretas!   

- Bem, tens namorada? – nunca me tinha sentido tão estranha a perguntar a alguém se tinha namorada. Era definitivamente fora do normal, mas por alguma razão, precisava de saber a resposta. Os segundos entre a minha pergunta e a resposta dele pareceram horas.

- Não. Não tenho… - fiquei estranhamente aliviada. – Era só?

- Era… - respondi não tirando a atenção da estrada. O resto do caminho foi feito ora por momentos silenciosos, ora por momentos hilariantes do Louis. Ainda estava meia atordoada com aquilo que ele era capaz de fazer sentado no carro. Quando chegamos ao hotel, para variar, tínhamos o Paul á nossa espera. Digamos que deixámos alguns quilos de areia no carro, o que não agradou nada ao Paul. Depois de ouvirmos, mais uma vez, as reclamações dele, mandou-nos diretamente para a cama. Íamos bastante animados pois as calças do Louis estavam molhadas na zona dos bóxeres o que ficava extremamente engraçado.   

- Parece que se divertiram bastante! – a voz rouca do Harry percorreu todo o meu corpo provocando-me um enorme arrepio. – Vêm numa bonita figura… - e foi-se embora. O Louis olhou para mim confuso, sem perceber o que se tinha passado.

- Acho que vou falar com ele… - informou-me o Louis – deve ter sido alguma coisa com a Colbie! – despediu-se de mim com um beijo na testa e acabei por ir para o quarto dormir pois já era tarde.


***

Hoje tinha que ir mais cedo para a escola. Era dia de uma visita de estudo, íamos ver um filme de um senhor muito chato ao cinema. Eu gostava muito de tudo o que tivesse a ver com a escrita mas aquele senhor ultrapassava todos os limites do bom senso. Os textos do senhor eram realmente muito maçadores e sem interesse. A melhor parte é que ia com o Harry. Ele não era da minha turma mas como eramos do mesmo ano tínhamos a mesma visita. Hoje fazíamos exatamente uma semana que namorávamos. Era uma verdadeira loucura. Ele conseguia surpreender-me todos os dias com pequenos gestos, com palavras, com simples carícias. Estava a descobrir algo realmente fascinante a cada dia que passava. Quando estava quase a sair de casa para ir para a escola o meu telemóvel tocou, era uma mensagem.  

“Bom dia amor da minha vida”

Era impossível não sorrir quando o melhor namorado do mundo nos manda mensagem todas as manhãs. A minha mãe passou por mim e quando me viu naquele estado de felicidade extrema, estranhou.

- Que sorriso é esse? – perguntou-me quando pegava na sua mala e nas chaves do carro para me levar à escola.

- É o meu sorriso normal, mãe! – respondi calmamente. Ainda não era a altura para contar aos meus pais que namorava, ainda era demasiado cedo. Não queria precipitar as coisas. Ela olhou para mim não lá muito convencida mas não voltou a fazer mais nenhum comentário. Levou-me até á escola e deixou-me um pouco antes do portão da escola. Despedi-me dela e fui para junto dos colegas da minha turma que esperavam alegremente, juntamente com as outras turmas que chegassem os autocarros. Procurei o Harry que já me tinha mandado mensagem a dizer que tinha chegado, mas não o encontrei. Cumprimentei os da minha turma e quando estava a mandar mensagem ao Harry para lhe perguntar aonde é que estava, uma alminha tapou-me os olhos.

- Quem é? – perguntou a pessoa. Não consegui reconhecer pela voz pois tinha qualquer coisa a modificar o som. Apalpei as mãos no intuito de descobrir e não bastou assim tanto tempo para reconhecer que era o Harry.

- Logan? Jay? Michael? – disse na brincadeira, provocando-o – Não? Oh, então não sei quem é! – as mãos dele saíram da frente dos meus olhos e rapidamente se pôs de frente para mim com uma expressão de ciumento – Ah! Afinal eras tu… - finalizei

- Ouve lá, quem é que são esses rapazes? E porque raio é que te lembraste primeiro deles do que de mim que sou teu namorado? – a cara de enciumado dele era hilariante – e estás a rir-te de quê? Não tem piada!

- Oh Harry! Não percebeste que estava a brincar contigo? – constatei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – é claro que sabia que eras tu! – ele não me parecia lá muito convencido

- A sério? – perguntou algo receoso. Cheguei-me junto dele e dei-lhe um beijo super apaixonado para lhe retirar aquelas ideias peregrinas da cabeça – desculpa! – acabou por dizer assim que o beijo terminou – só que tenho medo de te perder…ainda não sei lidar muito bem com o que sinto. Nunca o senti por mais ninguém, és especial!

- Tu também és muito especial para mim. E não precisas de ter ciúmes, só tenho olhinhos para ti… - ele agarrou-me pela cintura e rodopiou-me no ar. Era tão bom estar apaixonada!

(…)

Assim que chegamos à sala de cinema os professores disseram que podíamos sentar-nos onde quiséssemos. Num abrir e fechar olhos o Harry já estava ao meu lado e estava com cara de quem andava a magicar alguma. Até já estava com medo do que pudesse sair daquela cabeça. Entramos na sala e o Harry puxou-me literalmente para a última fila bem lá no cimo, longe de tudo e de todos.

- Não queres ir para mais longe? – perguntei ironicamente enquanto nos sentávamos nas cadeiras

- Estas são as últimas cadeiras… - respondeu com aquele sorriso lindo. Os professores ainda reclamaram connosco mas quando perceberam que não haviam mais lugares na frente acabaram por nos deixar ficar no mesmo sítio. Mas avisaram-nos umas cinco ou seis vezes que havia relatório do filme para fazer no final. Assim que as luzes se foram apagando, Harry decidiu pôr as suas ideias em pratica. Colocou o braço esquerdo dele por cima dos meus ombros e acabei por encostar a minha cabeça nele. O interesse pelo filme já era tão pouco e acabou por ficar reduzido a nada quando ele me começou a dar beijinhos pela cara. Bem tentei contrariar aquela ideia mas foi impossível resistir aos encantos dele. Com um curto movimento, colocou a mão por debaixo do meu queixo elevando assim a minha cara de modo a olha-lo. Uniu com delicadeza os nossos lábios iniciando assim um longo e calmo beijo. Era impressionante como conseguia sentir tanta coisa ao mesmo tempo sempre que o beijava. Depois de muito esforço, lá consegui concentrar-me no filme mas foi por pouco tempo. Reparei que ele andava a mexer-se muito na cadeira, como se andasse à procura de alguma coisa. Assim que os movimentos estranhos acabaram, ele deu-me uma caixa para mão.

- Abre! – disse. Não estava á espera de nada por isso apanhou-me de surpresa por completo. Abri-a e lá dentro havia duas pulseiras lindas. – Uma é para tu usares e outra é para mim! Assim sempre que sentires a minha falta basta olhares para ela… - ele retirou uma delas da caixa e ajudou-me a coloca-la no braço.  

- Vais-me estragar com mimos Harry! – disse ao mesmo tempo que abanava alegremente o braço com a pulseira – é linda! E acredita, és a melhor coisa que alguma vez aconteceu na minha vida…

***

Não estava a conseguir dormir nada de jeito. E aquelas malditas recordações só pioravam o meu mau estado de espirito. Ele acabava sempre por estragar os meus dias. Levantei-me da cama e peguei numa pequena mala que andava sempre comigo e que continha alguns objectos muito especiais. Bem lá no fundo encontrei aquela pulseira que o Harry me tinha dado. Suspirei desesperada por não saber o que fazer. Acabei por vestir uma camisola bastante larga que me dava praticamente como vestido e andei a vaguear pelos corredores. Acabei por me sentar num dos sofás que compunham a sala de convívio e poucos minutos depois já estava deitada. Liguei também a televisão e fiz zapping, mas aquela hora da noite não havia nada de interessante a dar na televisão. Apaguei-a e ouvi os passos de alguém. Compus-me rapidamente e quem estava a entrar na sala era o Harry.

- Precisamos de falar! – começou ele dirigindo-se até mim mas eu não queria falar com ele por isso levantei-me do sofá para me ir embora quando ele agarrou-me pelo braço travando o meu movimento – Espera…essa é a pulseira que te dei...