terça-feira, 4 de setembro de 2012

46º Capitulo - As inseguranças do amor


As inquietações do Harry tinham agora passado para mim, não sei, parece que também fiquei com um aperto no coração assim de repente. Talvez tenha sido apenas por ver a preocupação no rosto do Harry acabando por também ficar preocupada. Respirei fundo, não há-de ser nada de mais, pensei para comigo.

- Se vais com essa cara mais vale não irmos… - resmungou a Nicole enquanto entravamos dentro do carro do Harry – quero a minha amiga não esta pessoa que está à minha frente com medo que nos aconteça alguma coisa!

- Se tivesses visto bem a cara dele não estarias assim. – informei-a enquanto punha o carro a trabalhar. Ela continuava a não dar qualquer tipo de importância às minhas inquietações.

- Até parece que não o conheces, preocupa-se demais… - não me apetecia nada continuar com aquela conversa para ver quem é que tinha razão, não valia a pena – pronto. Queres que fique solidária contigo? Eu fico. – desviei o olhar por uns instantes da estrada e sorri, aquela miúda não existia mesmo – Já que estou solidária contigo, toma atenção à estrada, não quero que nos aconteça nada de mal…

- Primeiro gozas mas agora já te estás a preocupar…

- Só estou a zelar pela nossa segurança…

- Então conta-me lá como é que foi esta noite? Quero todos os pormenores – virei-me para ela quando parei no sinal vermelho. A cara que fez foi bastante hilariante – quer dizer, todos todos também não, só os principais! Tu percebeste…

- Pois, pois. – aquele sorriso meio parvo, meio apaixonado demonstrava o quanto aquele coração estava feliz. – Nem imaginas o quanto é que estou contente, só me apetece andar aos pulinhos pela rua e dizer a todos que estamos juntos. É uma sensação cá dentro tão boa…

Ela acabou por contar como é que tinha corrido a noite e até achei a ideia dos rapazes de os trancarem bastante engraçada. A forma como ia contando o rumo da noite, o sorriso dela ia ficando cada vez maior. Aquele brilhozinho no olhar denotava toda a felicidade espelhada no coração.

(…)

O ambiente na discoteca estava muito bom por isso foi fácil entrar no ritmo do som e das luzes. Era bom divertir-me com a Nicole, ela era uma rapariga muito especial para mim. Mesmo tendo estado a quilómetros de distância e com um oceano a separar-nos, ela não deixou de ser a minha melhor amiga. Tinha perdido a conta das vezes que lhe tinha ligado durante a noite esquecendo por completo do fuso horário ou então quando ela decidia acordar-me de madrugada só para dizer um simples “olá”.

(…)    

Depois de algum tempo a dançar fomo-nos sentar numa mesa que se encontrava vazia. Estivemos a conversar sobre imensas coisas disparatadas até que sinto o meu telemóvel a vibrar dentro da minha mala. Assim que vi o nome do Brian no visor informei a Nicole que ia lá fora atender a chamada.    

- Brian! – exclamei assim que deslizei com o dedo pelo ecrã para poder atender a chama – que saudades! – é verdade que o tinha visto quando fui com os rapazes aos EUA mas tinha estado pouquíssimo tempo com ele. Já tinha saudades do parvo do meu amigo.

- Bem que entusiasmo! – disse a rir – Tenho que te ligar mais vezes Mia

- Pois tens. Então qual é o motivo por me teres telefonado a estas bonitas horas da noite? – enquanto reparava que já passava da uma e meia da manhã. As noites em Londres já começavam a ficar bastante frias e o céu já se encontrava coberto de nuvens.

- Shiii…esqueci-me das horas. Estavas a dormir? – perguntou preocupado – esqueço-me sempre dessas coisas do fuso horário. – lamentou-se. Ele continuava o mesmo, um esquecido do pior.

- Não, está descansado que não me acordaste. – tranquilizei-o ao mesmo tempo que tentava aquecer o meu corpo do frio da rua – Vim sair com a Nicole. Mas diz lá o que leva o parvo do meu amigo a ligar-me?

- Quero informar a minha amiga que a minha pessoa daqui a um par de horas vai estar dentro de um avião rumo a Londres…

- A sério?! Vens-me visitar?

- Achas mesmo que vou fazer estes quilómetros todos só para te visitar? Deves pensar que sou rico… - não disse nada à espera que ele continuasse – Pronto, amanhã quando chegar explico-te o que vou aí fazer, isto se me vieres buscar, claro.

- Claro que te vou buscar, despassarado como és ainda te perdes pela cidade. E chegas a que horas?

- Chego por volta da hora de almoço.  

- Muito bem. Eu vou-te buscar e depois quero saber tudo…

Depois de me despedir do Brian entrei de novo dentro da discoteca dei de caras com a Colbie. Não era de todo a pessoa que mais queria ver naquele momento como em qualquer outro. Estava pouco interessada em falar com ela por isso dirigi-me de novo para a mesa aonde se encontrava a Nicole. Pelos visto a Colbie tinha alguma coisa para me dizer pois veio atrás de mim.

- Boa noite Colbie – cumprimentou-a a Nicole, eu apenas murmurei um simples “olá” que foi completamente abafado pelo barulho da música – Precisas de alguma coisa? – ela olhou para mim antes de responder

- Por acaso até preciso. Venho aqui informar a tua amiga que eu não vou desistir do Harry. – disse decidida – Este tempo longe dele deu para perceber que ele é muito importante para mim e não vou deixar de lutar por ele… - tudo aquilo caiu que nem uma bomba dentro de mim. Eu e o Harry estávamos finalmente bem principalmente por causa da noite anterior. Tinha voltado a sentir-me amada pela pessoa que conquistara o meu coração. Mas e agora? Tinha medo de o perder, de pensar na probabilidade do Harry ainda sentir alguma coisa pela Colbie.

- Isso é para me assustar? – tentei soar o mais calma possível – Que eu saiba foi o Harry que te deixou para ficar comigo, ele gosta de mim…  

- Ele está confuso e quando voltar a ver-me vai perceber que sou eu a rapariga da vida dele. Aproveita os últimos dias com ele porque a vossa relação não vai passar disso mesmo, de dias… - o vulto dela desapareceu por entre a multidão de pessoas a dançar. De um momento para o outro tudo deixou de ser perfeito e as duvidas assombravam o meu coração.

- O Harry ama-te, o coração dele pertence-te. Nunca duvides disso. – foram as últimas palavras da Nicole antes de me abraçar. Não queria acreditar que aquilo me estava a acontecer, não queria mesmo.

(…)

Despedi-me da Nicole e fui preparar o que seria a minha cama naquela noite. Não tinha lógica serem os pais da Nicole a dormir no sofá e eu no quarto, ainda por cima a casa não era minha. A pouca vontade de abrir o sofá-cama fez com que apenas estendesse um dos lençóis por cima deste e esperei que a Nicole saísse da casa de banho para poder ser a minha vez. Assim que deixei de ouvir barulho na casa de banho, peguei no meu pijama que estava na sala e fui-me vestir. Antes disso, retirei toda a maquilhagem do meu rosto com alguma lentidão. Olhei para o espelho assim que acabei vendo a minha cara ao natural e já um bocado ensonada. As palavras da Colbie voltaram a assombrar os meus pensamentos. Por mais que a Nicole dissesse que o Harry só tinha olhos para mim e que me amava continuava com medo. Um medo quase irracional de perdermos a pessoa de quem mais gostamos. O problema é que tudo dependeria do Harry, se o que realmente sentíamos era verdadeiro o suficiente para ele não me deixar. Abri a torneira da água e molhei a cara. Precisava mesmo de ir dormir. Voltei de novo para a sala e deixei-me cair sobre o sofá ficando meia deitada, meia sentada. Peguei na minha mala que se encontrava no chão e tirei de lá de dentro o meu telemóvel. Queria ouvir a voz do Harry antes de adormecer, precisava de o ouvir.

- Estou? – depois de ouvir aqueles “bips” irritantes ouvi a voz do Harry visivelmente ensonada e pronta a matar quem quer que o estivesse a acordar.

- Sou eu amor! – sorri. Não era algo propositado ou planeado, simplesmente saía de dentro sem conseguir controlar. Era algo genuíno e que acontecia sempre que falava como Harry. Ele era o motivo mais puro de todo o meu estado de felicidade.  

- Mia! – agora a voz dele estava muito mais desperta depois de se aperceber que era eu – estás bem? Passasse alguma coisa? Queres que te vá buscar? – as palavras saiam-lhe tão depressa que até a mim me fazia alguma confusão – Ai…

- O que é que aconteceu? – perguntei preocupada com aquele esgar de dor

- Falei depressa demais e a minha cabeça não acompanhou – disse enquanto se ria. Só mesmo aquele rapaz para me fazer rir – aconteceu alguma coisa, amor? – falou agora num tom mais calmo

- Não. – menti, falar daquele assunto pelo telemóvel não era de todo aconselhável – Queria apenas ouvir a tua voz antes de adormecer, desculpa se te acordei…  - enquanto embrulhava as minhas pernas nos lençóis. Deixei encostar a cabeça no sofá ouvindo a voz dele.    

- Tu sabes que tens autorização para me acordares sempre que quiseres. Não me importo que me acordes nem que seja apenas para ouvir a tua respiração perto do meu ouvido, faz-me ter cada vez mais a certeza que é contigo que quero passar o resto dos meus dias! – se eu achava que já tinha ultrapassado aquela fase em que me envergonhava por tudo o que ele me fazia, estava enganada. Não sei como o consegue fazer mas acaba sempre por me deixar completamente nas nuvens. Como se o coração tivesse sido aconchegado, era uma das melhores sensações do mundo.   

- Sabes que este telefonema já valeu a pena só por te ouvir dizer isso, não sabes? – a minha voz saiu praticamente inaudível tamanho era o meu estado de alegria.   

- Faço os possíveis e os impossíveis para que todos os segundos entre nós valham a pena. – todas as palavras encaixavam no meu coração na perfeição. Sei que a perfeição não existe mas são as imperfeições dele que me fazem ama-lo ainda mais.

- Acredita que desde que esteja contigo todos os momentos valem a pena! – a minha voz já denotava todo o cansaço que se apoderava do meu corpo e as pálpebras já começavam a querer fechar-se lentamente.

- E eu contigo, amor… - sorri deliciada. Fechei os olhos momentaneamente e a imagem da Colbie voltou a aparecer na minha mente deixando-me novamente insegura. Não o queria perder por nada deste mundo.

- Amo-te muito… - acabei por dizer de coração apertado, precisava de o ouvir dizer também que me amava. Precisava de sentir que pertencia-mos um ao outro.

- Eu também te amo muito… - não resisti em sorrir apaixonadamente e o meu coração acalmou com a sua afirmação.

- Olha, amanhã preciso que venhas comigo a um sítio pode ser? – já estava a ouvir uns barulhos estranhos a algum tempo mas ainda não tinha conseguido perceber o que ele estava a fazer. Começava a ficar intrigada.

- Claro que sim. – respondeu prontamente –  Já agora ficas também a saber que tenho planos para nós, amanhã…

- Humm…muito bem. – desta ouvi um barulho de uma porta a fechar e achei estranho. Ainda há pouco estava a dormir… – isso foi uma porta a fechar? – perguntei-lhe curiosa

- Não! Que ideia mais disparatada é essa? Estou na cama… - o Harry devia ser a pior pessoa a mentir, não tinha jeitinho nenhum.

- Harry Styles estás a mentir-me, eu sei! – ouvi de novo uma porta a abrir e poucos segundos depois o barulho do motor do carro do Harry – Isso agora foi o teu carro, tenho a certeza! Onde é que vais?

- Depois já vês… - respondeu-me rapidamente

- Harry! – reclamei por ele não me dizer aonde é que ia aquelas horas – Porque não me dizes?
- Já disse que depois vês, princesa! – não foi preciso esperar muito tempo até perceber aonde é que ele iria. Após alguns minutos ouvi um carro a chegar à casa da Nicole e ao aproximar-me da janela reparei que era ele. Ele vinha ter comigo.

Assim que abri a porta, numa fracção de segundos, tinha os olhos azuis esverdeados dele postos em mim e no momento seguinte já estava envolvida pelos seus lábios num beijo calmo. As mãos frias mas macias dele assim que tocaram na pele da minha cintura fizeram-me arrepiar até à ponta dos cabelos. Tive que dar vários passos para trás por causa da pressão que ele exercia sobre o meu corpo fazendo-me recuar para dentro de casa. Ouvi a porta da entrada a bater devagarinho sem provocar grande barulho. Elevei as minhas mãos à face do Harry por entre o beijo enquanto ele, com as suas mãos ainda na minha cintura, me puxava para ele.

- Nós não estamos sozinhos… - as minhas palavras saíram atropeladas pela minha respiração ofegante. O nosso olhar prendeu-se por momentos e eu perdi-me em todo aquele semblante. A pouca luminosidade da sala evidenciava toda a sua beleza, o seu cabelo completamente despenteado, o sorriso que me cortava a respiração e aquele olhar que me arrepiava a alma. Eu amava aquele rapaz, isso tinha a certeza e não iria deixar de lutar por ele. A mão dele viajou até á minha face, acariciando-a.       

- Não sei como é o que fazes mas deixas-me completamente desnorteado sempre que não estou contigo, desejoso de te beijar… - enquanto plantava vários beijos pelo meu pescoço – és a minha vida, o meu mundo – começou a puxar lentamente em direcção às escadas, provavelmente para o meu quarto enquanto me beijava.   

- Amor, o meu quarto está ocupado pelos pais da Nicole. – informei-o parando no inicio das escadas – Vou ficar a dormir aqui na sala, não podes ficar… - Ele fez aqueles olhinhos impossíveis de resistir, aliás todo ele era impossível de resistir.

- Por favor… - colou a minha testa à dela e voltou a envolver os meus lábios nos dele num beijo apaixonado. Acabei por deixa-lo ficar ali em casa mas antes pus o despertador para que ele fosse embora antes que os pais da Nicole nos encontrasse ali na sala. Não me arrependi por não ter aberto o sofá porque assim ficamos ainda mais juntos. – Amo-te… - sussurrou-me ao ouvido já deitados. Entrelacei as minhas pernas nas dele e uma das mãos dele repousou na minha barriga. Não queria sair dali nunca mais.  

4 comentários:

  1. Own!! Estou a amar!! O Harry e a Mia são tão fofos!!!!

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  2. Desta é que não estava à espera! E eu, que sempre pensei que a Colbie fosse um anjinho...belo diabo que me saiu xb
    Ela quer luta, então é luta que ela vai ter, não é?!
    Adorei a surpresa do Harry xb
    Aquele rapaz é simplesmente algo do outro planeta, ahahah!

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  3. Olá!
    Estou de acordo com a Diana, pensava que a Colbie fosse um anjinho. Mas nem tudo o que parece é.
    Está perfeito. E o Harry foi um querido. Ai, era um sonho ter um namorado assim!
    As tuas ideias são fantásticas.
    Anciosa pelo próximo.
    Beijinhos*

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