- Sei que é
cliché mas sempre disseram que quando o amor é verdadeiro não há nada capaz de
destruir essa união. – a mão dele veio ao encontro da minha e puxou-me para
que fosse sentar-me com ele. Pensei que o objectivo fosse sentar-me ao lado
dele mas o seu braço fez com que me fizesse sentar numa das suas pernas.
Rapidamente senti a pele das suas mãos por debaixo da minha camisola do pijama
na zona da cintura. Senti um arrepio. A minha temperatura corporal estava
bastante elevada e embora as suas mãos não estivessem propriamente geladas,
estavam frias o suficiente para sentir calafrios. Desviei a minha atenção das
suas mãos para me concentrar nos seus olhos verdes. Talvez por ver poucas vezes
os seus olhos de uma perspectiva mais elevada naquele instante pareceram-se
incrivelmente perfeitos – Se o que sinto por ti não morreu quando te
foste embora, se o amor que sentia por ti aumentava todos os dias mesmo depois
do que fizeste, tenho a certeza de que seremos fortes o suficiente para que a
distância não nos separe. – a sua voz transmitia segurança e certezas. O
problema era mesmo eu. Porque é que não conseguia ter a mesma certeza que ele?
- Mas eu não
quero arriscar, não quero arriscar perder-te. Não sei se sou capaz de aguentar
as saudades, não sei se consigo passar tanto tempo sem te ver. Por favor, não
penses que não te amo o suficiente, o problema é que… - o Harry pôs a mão
há frente dos meus lábios não me deixando continuar a falar
- Ouve-me,
eu sei que me amas, sinto-o. – ele deixou ficar a sua mão na minha face,
acariciando-a – Não são precisas palavras para saber o que sentes quando me beijas.
– um sorriso aflorou no meu rosto, era impossível esconder o quanto aquele
rapaz me deixava feliz – Tu és forte e
haveremos de passar isto juntos. Não há de ser um oceano que me vai impedir de
te amar, de te dizer todos os dias o quanto és importante para mim. Vou estar
sempre contigo no teu coração e isso é o que interessa. A distancia é apenas um
mero obstáculo que vamos conseguir ultrapassar. – baixei o olhar mas o
Harry fez questão que os nossos olhares voltassem a encontrar erguendo o meu
rosto – Confia em mim…
- Harry,
isso é tudo muito bonito mas e se não conseguir? – ele olhava-me
atentamente enquanto uma das suas mãos ia ao encontro da minha fazendo com os
nossos dedos se entrelaçassem e pressionou a minha mão levemente – Houve
uma razão para me ter ido embora para São Francisco acabando tudo contigo, se
achasse que conseguia suportar a distancia não teria agido daquela maneira.
– uma lágrima brotou dos meus olhos sem o meu consentimento. Não consegui
deixar de fitar os seus olhos esverdeados ao mesmo tempo que sentia o rasto da
lágrima a percorrer a minha face. Antes que ela caísse, a sua mão que ainda
estava envolvida na minha, veio ao encontro do meu rosto e com o polegar limpou
com gentileza a lágrima e o seu rasto. Fechei os olhos num acto irreflectido e
os braços dele ladearam o meu corpo, abraçando-me. Não prenunciou nenhuma
palavra e eu também não. Normalmente era assim, ele sempre me abraçava sem
proferir alguma palavra pois, segundo ele, entrava em pânico por não saber o que
dizer. Enterrei a minha face no ombro do Harry e foi o rastilho para que mais
lágrimas silenciosas deixassem parte da camisola dele húmida. O Harry colocou
uma das suas mãos na parte de trás da minha cabeça e começou a brincar com os
meus cabelos enquanto que a outra repousava nas minhas costas. Perdi a noção do
tempo em que estive naquela posição mas também não era importante. Ele só me
largaria assim que me acalmasse.
Levantei a cabeça algum tempo depois e por isso
deixei de sentir a sua mão repousada na parte de trás da minha cabeça.
Vislumbrei o tom esverdeado dos seus olhos com alguns rasgos de vermelho,
estava a fazer um esforço para não chorar à minha frente. Suspirei no intuito
de me acalmar e poucos segundos depois ouvi de novo a sua voz rouca.
- Houve também
uma razão para teres voltado, de certeza que não é para nos separar novamente.
– a sua voz soou bastante calma ao contrario da minha respiração. – É a nossa segunda oportunidade e não vamos
desperdiça-la. Se realmente entrares na escola vais ser para tornar a nossa
relação ainda mais forte. Durante meses arrependi-me de não ter ido atrás de
ti, não vou cometer os mesmos erros. Vamos fazer isto em conjunto… - achei
que as lágrimas já não voltariam mas enganei-me, apareceram de novo mesmo sem
querer.
- Dizem que
a saudade quando não cabe no coração escorre pelos olhos – sorri enquanto
limpava rapidamente as lágrimas.
- Amor,
tenho saudades tuas quando vais à cozinha e eu fico no quarto mesmo sabendo que
é lá em baixo. – disse-o com um sorriso rasgado ao mesmo tempo que desviava
uma mecha de cabelo da frente do meu rosto pondo atrás da orelha – Fico com saudades de cada vez que te
afastas o suficiente fazendo com que deixe de sentir o calor do teu corpo. Era
anormal se não as sentisse. O que não quero é ver-te triste, vê o lado
positivo, sempre que nos reencontrar-mos vai ser ainda mais especial! – era
incrível como aquele rapaz conseguia ver sempre o lado positivo. Já eu era o
oposto, pensava sempre em primeiro lugar no lado negativo de qualquer situação
– ainda estás aqui, princesa? – ao
mesmo tempo que passava a mão pela frente dos meus olhos. Sorri apenas.
- E quando
tiveres em tour? – perguntei-lhe – Como
é que vai ser? Não vamos conseguir estar praticamente tempo algum juntos…
- Quanto a isso
tenho tudo planeado. – exclamou sorridente o que me deixou expectante – Já tive a ver a minha agenda e quando
estiver nos EUA dou um saltinho a Nova Iorque sempre que tiver tempo e
aproveitar todos os segundinhos para estar contigo. Agora quando tivermos na
Europa é que é mais complicado mas como temos sempre alguns dias de descanso,
aproveito e apanho um avião super rápido para estar contigo. E se não tiver
tempo arranjo um sósia para pôr no meu lugar para poder ir ter contigo. Sim,
isto porque não consigo estar mais do que uma semana sem te ver. – como é
que ele ainda conseguia surpreender-me desta maneira? Devo ter ficado com um
sorriso parvo no rosto a olhar para ele simplesmente. Contemplava o facto de
ele ser incrivelmente perfeito. Afastei todas aquelas incertezas da minha
cabeça, estava a ser uma parva por sofrer por antecipação.
- E nesse
teu maravilhoso plano não há espaço para eu poder ir ter contigo? –
enquanto acariciava com a ponta dos dedos a face do Harry – Tens sempre que ser tu a vires ter comigo?
-
Sim, tenho que ser eu a ir ter contigo. – disse-o cheio de convicção – Tens
que estar concentrada em estudar e não podes perder esse tempo precioso em
viagens longas. Quero que sejas a melhor! – fez uma pequena pausa e sorriu
– E vá, não querendo ser convencido nem
nada parecido, sei que quando estás comigo não te consegues concentrar.
-
Que engraçadinho.
– levantei-me do colo dele porém ele não me deixou afastar-me para longe pois
colocou as suas mãos na minha cintura prendendo-me a ele – Consigo
muito bem concentrar-me contigo por perto. – justifiquei-me – Caso não te lembres, quando estudávamos era
eu que andava sempre a dizer para parares de olhar para mim mas sim para o
livro!
-
Estudar-te era muito mais interessante do que aquelas matérias aborrecidas dos
livros. –
aquele sorriso extremamente irresistível juntamente com o seu tom de voz tão
característico deixava-me invariavelmente com um sorriso estupidamente parvo na
cara – Perdia-me em toda a tua beleza… -
exerceu alguma pressão sobre o meu corpo através das mãos, levando-me a sentar
novamente em cima das suas pernas
- E eu
perdia-me na tua parvoíce! – dei-lhe um beijo bastante fofo na ponta do
nariz, o que fez com que um sorriso lindo lhe aflorasse no rosto. Sorri também.
- Prefiro
tanto quando sorris, esse sorriso que me faz feliz só de olhar para ti… - a
sua mão passava pelo meu rosto, acariciando-o. Juntei os meus lábios aos dele e
dei inicio a um beijo apaixonado. Senti um arrepio de frio quando a outra mão
dele deslizou para debaixo da minha camisola do pijama. O beijo foi quebrado
naturalmente e de seguida abracei-o. Ele correspondeu ao abraço e puxou-me
ainda mais para ele. O Harry era tudo para mim e nisso não tinha dúvida
nenhuma.
- Harry!
– chamei-o no intuito de obter a sua atenção para que me largasse e assim
pudesse levantar a cabeça do ombro dele – E
se eu não entrar? – perguntei intermitente
- Se não
entrares voltas novamente a tentar para o ano. Não te vou deixar que desistas
do teu sonho por nada deste mundo! – exclamou cem por cento convicto.
- Sinto-me
tão mal por querer entrar, Harry. – desabafei. Eu queria entrar, queria
mesmo. Era a concretização do meu sonho.
- Amor não
digas uma coisa dessas. – afirmou fazendo com que olhasse para os seus
lindos olhos verdes – Não te podes
sentir mal por quereres entrar, é o teu sonho. E eu estou aqui para te apoiar, sempre!
- Já viste
que as minhas decisões fazem sempre com que nos afastemos – comentei
desviando a minha atenção dele para a janela do quarto. Chovia bastante lá
fora.
- Esta
decisão não nos vai afastar, apenas vamos passar menos tempo juntos. –
falou com bastante naturalidade
- Como é que
consegues ver sempre o lado positivo?
-
Porque te amo. Desde que possa telefonar-te a qualquer hora do dia só para te
dizer que és a mulher da minha vida, eu sou feliz. – ia responder mas a minha barriga decidiu
responder por mim – acho melhor ir
buscar-te o pequeno-almoço…
-
Eu posso ir muito bem lá em baixo comer… - disse ao mesmo tempo que me levantava do colo
dele
- Nem
pensar! – fez com que me sentasse desta vez em cima da cama – Ficas aqui deitada na cama e não se fala
mais nisso. – não havia maneira de o contrariar, quando metia uma ideia na
cabeça, ninguém a tirava.
Depois de tomar o pequeno almoço, o Harry continuou
a não me deixar levantar da cama. O efeito do comprimido já começava a fazer
efeito e por isso a dor de cabeça já não era tão grande nem a dor de garganta.
Ele ficou comigo no quarto a fazer imensas palhaçadas deixando-me a pensar se
ele tinha realmente dezoito anos. Naquele espaço de tempo não parecia mesmo.
Quando chegou a hora do almoço deixou-me sozinha no quarto para ir preparar o
nosso comer.
Já não me apetecia estar cama, estava farta de
estar deitada. Levantei-me e reparei que as malas ainda estavam da mesma
maneira como tinham chegado. Era uma vergonha ainda não termos arrumados as
malas. Se a minha mãe visse aquilo começava logo a resmungar comigo por isso
pus mãos à obra. Comecei por abrir a mala do Harry pois era mais pequena que a
minha. Tirei a roupa de dentro da mala e coloquei-a dentro do armário. Assim
que cheguei ao fim estranhei ao ver uma pequena caixa preta. Aquela caixa
era-me familiar e só após algum esforço de memória é que me lembrei. Tinha sido
naquela caixa que o Harry me tinha oferecido a pulseira. Abri a caixa e
encontrei a pulseira dele com as minhas iniciais. Não tinha noção que ele
andava sempre com ela. Assim do nada uma ideia luminosa apareceu na minha
cabeça. Tinha tido uma excelente ideia.
[Harry]
Passamos o resto do dia em casa pois o tempo
continuava péssimo. Chovia bastante. Para além de que não queria arriscar que
ela piorasse a sua constipação. Fiz-lhe uma sopa para comer ao jantar mesmo sabendo
que ela não era grande adepta de sopas. Ela tinha que a comer se quisesse ficar
boa mais rapidamente. Era realmente hilariante ver a cara dela sempre que metia
uma colher à boca, parecia que estava a comer alguma coisa mesmo muito
intragável. Era impossível não me rir, aquela rapariga às vezes parecia não
existir!
- A sério,
Harry. Pareces a minha mãe a olhar-me desse jeito para ver se estou a comer
tudo! – ri-me pelo facto de ela me ter comparado com a sua mãe.
- Se não
estiver atento ainda metes tudo no lixo – defendi-me. Ela olhou-me
escandalizada como se não fosse verdade.
- Achas
mesmo que faria isso?! – perguntou-me indignada
-
Acho! –
a Mia sorriu para mim dando-me razão – Quem
te conhecer que te compre… - concluí. Após ter demorado uma eternidade para
jantar, fomos para a sala ver um filme. Decidi optar por um filme mais soft e romântico
para ficarmos bem juntinhos.
(…)
Acordei com um os movimentos da Mia na cama. Ela
não parava nem um minuto quieta. Já me tinha habituado ao facto de ela se mexer
bastante quando dormia mas hoje estava muito mais energética. Levantei-me um
pouco na cama e acendi a luz do candeeiro. Olhei de novo para a Mia que ainda
dormia e reparei que na sua expressão de assustada. Devia estar a ter algum
pesadelo ou algo parecido por isso rapidamente tentei acorda-la. Os seus olhos
abriram-se assim que a abanei levemente mostrando realmente que estava a ter um
pesadelo. Olhou para mim ainda um pouco baralhada com a realidade e assim que
percebeu que tudo não passava de um pesadelo abraçou-me.
- Shhh…Já
passou… - disse-lhe enquanto lhe dava vários beijos na face para a acalmar.
Sentia todo o seu corpo a tremer e por isso, inconscientemente, pressionava-a
ainda mais para mim no intuito de deixa-la mais calma. Após alguns minutos o
seu coração voltou ao ritmo normal, desviei alguns cabelos da frente da face da
Mia e uni os nossos lábios num beijo calmo.
- Acalma-me,
por favor – ao principio não percebi o que ela queria dizer com aquilo. Só
depois de ela ter unido os nossos lábios novamente é que entendi o valor implícito
na palavra. Eu também queria, e muito. Queria dar-lhe todo o meu amor, queria
fazer dela a mulher mais feliz deste mundo.
(…)
Acordei estranhamente sozinho. Ainda meio ensonado
procurei a Mia pelo quarto mas não a encontrei. Quando me ia levantar reparei
que havia um bilhete em cima da mesa de cabeceira. Ia lê-lo mas o som
proveniente do meu telemóvel fez mudar a minha atenção. No visor aparecia era a
minha mãe que me estava a ligar. O que é que ela queria?!
Olá queridas!
Bem, em primeiro lugar peço desculpa pela demora mas o tempo tem realmente sido bastante escasso. Em segundo lugar tenho uma novidade. Digamos que tive um rasgo de inspiração em pleno autocarro 750 da Carris e decidi não acabar com a fic em definitivo. Vou fazer, digamos que, uma segunda temporada. Depois quando chegar ao último capitulo vão entender, por enquanto fica tudo ainda em segredo! Espero que tenha sido uma boa novidade :P
Deixem os vossos comentários acerca do capítulo!
Vou tentar despachar-me para publicar o próximo capitulo...
beijinhos
Dri
OMD está tão perfeito. Que ideia teve a Mia?
ResponderEliminarEstá maravilhoso como sempre, acho bem que estendas a fic bastante para eu continuar a lê-la.
É impressionante como mudas o meu estado de espírito. Boa sorte para o próximo capítulo...
Jinhos Bia xx
não me digas que a mia foi-se embora outra vez! Bem, não há melhor maneira de saber a não ser esperar para ver
ResponderEliminarEstá mais que perfeito, está maravilhoso.
ResponderEliminarAdorei, a Mia onde é que ela se foi meter, acho que tem a ver com a pulseira que ela viu na mala do Harry, mas vou esperar.
E o que quererá a mãe do Harry?
Também acho bem que estendas a fic, porque ela é maravilhosa. Estou muito curiosa para o que ai vem.
Beijinhos :)
a Mia deve tar a preparar uma surpresa não??
ResponderEliminarfico contente q haja uma segunda temporada :)
beijinhos