Desculpem pela demora mas por causa dos exames e porque fiquei sem internet durante alguns dias impossibilitou-me de postar mais cedo. Infelizmente a minha inspiração também não está boa e acho que este capitulo não ficou como queria. Sinceramente não ficou grande coisa.
Mas fico à espera dos vossos comentários e das vossas opiniões. São muito importantes para mim...
Obrigada
[Harry]
Já tinha perdido a esperança de naquela noite
conseguir pregar olho e dormir descansado. Não estava, de todo, a ser uma boa
noite por causa da Mia estar sempre a mexer-se na cama. A cama só por si já era
pequena para duas pessoas então com ela sempre mover-se tornava-se complicado.
Ao início achei que era algo normal pois ela sempre deu um péssimo dormir mas
após algum tempo aqueles movimentos deixaram de ser normal principalmente
quando vinham acompanhados por alguns gemidos. Virei-me um pouco para o lado em
direcção à mesinha de cabeceira para poder acender a luz fraca do candeeiro.
Tive que fechar os olhos rapidamente assim que ficaram sensíveis à luz.
Esqueci de novo essa preocupação assim que ouvi um
grito mais prenunciado e audível. O meu coração apertou assim que vi o rosto de
Mia transformado numa expressão de dor.
- Mia,
acorda! Mia… - chamei por ela enquanto as minhas mãos foram ao encontro dos
ombros dela no intuito de abana-la trazendo-a de volta à realidade – Mia… - aos poucos a expressão de
angustia foi desaparecendo sem a fazer acordar.
Continuava de olhos fechados e pareceu entrar
finalmente num sono tranquilo. Respirei fundo e foi aí que percebi que tinha
estado todo este tempo a prender a respiração. Todo o ar foi saindo
estabilizando a minha respiração. Algo escorreu pela minha face, uma gota de
suor desceu desde a minha testa até abandonar a minha cara. Estava cansado e
com bastante calor. Afastei a coberta que me cobria para além do lençol com cuidado
para não descobrir a Mia e deitei-me aconchegando o meu corpo ao do dela. Era a
única maneira que tinha para lhe demonstrar que estava bem junto a ela. Sorri
tranquilamente após sentir o corpo dela aninhar-se com o meu. A Mia tinha-me
sentido, tinha a certeza. Eu era o seu porto de abrigo e isso deixava-me
incrivelmente feliz.
– Sonha
comigo… - pedi silenciosamente antes de plantar um pequeno beijo na têmpora
dela. Fechei os olhos tentando finalmente descansar alguma coisa. Amanhã seria
um dia bastante comprido.
(…)
O som da campainha fez-me acordar do meu belo sono.
Mas quem é que será a estas horas? Praticamente ninguém sabia que a casa
estava ocupada por estes dias por isso, quem quer que fosse, tinha que ser
alguém próximo. O som insistente tornou-se mais duradouro mas nem mesmo todo
esse barulho fez com que Mia se movesse nem um milímetro da cama. Soltei um
sorriso ao ver que as minhas pernas estavam enroladas em torno das pernas da
Mia. Deixei um beijo perto dos seus lábios antes de retirar o corpo daquele
quentinho para ir ver tocava à porta.
Cada vez tocavam mais insistentemente o que apenas
significava uma coisa. Era grave. Desci as escadas rapidamente e deparei-me com
a ultima pessoa que esperava ver ali assim que abri a porta. A minha mãe. O meu
coração parou brevemente ao vislumbrar os seus olhos vermelhos e inchados. Algo
não estava bem.
- Mãe… -
prenunciei com a voz cortada. O silencio da minha mãe foi ensurdecedor e foi
como se milhares de facas tivessem atacado o meu coração. Lágrimas escorriam
pelo seu rosto deixando tudo à minha ruir aos poucos. Não sabia o que fazer e
muito menos sabia o que se estava a passar. Ela abraçou-me antes de entrar e se
sentar comigo no sofá da sala. E novamente começou a chorar no meu ombro
abraçada a mim. Apertei-a ainda mais contra mim assim que comecei a sentir algo
a queimar os meus olhos. Estava prestes a começar a chorar sem saber muito bem
a razão. Ver a minha mãe naquele estado era motivo suficiente. – Mãe… - pedi. Precisava de saber o que
se estava a passar antes que pudesse dizer que tudo ia ficar bem. – O que se passa? Aconteceu alguma coisa ao
pai? À Gemma? – o olhar da minha mãe dizia tudo e agora um sentimento de
pânico começou a circular por todo o meu corpo deixando-me com as mãos trémulas
e com a respiração cortada – Mãe diz-me
que está tudo bem com eles, por favor… - a voz saiu-me em suplica mais do
que pretendia.
- A Gemma…a
tua irmã…ela… - o silêncio de palavras voltou-se a ouvir enquanto soluços
derivados ao choro inundava a sala. Tudo dentro de mim petrificou-se levando-me
ao pior dos cenários. O cenário que não podia nem conseguia imaginar. Fechei os
olhos e envolvi-a de novo com os meus braços. Agora começava a chorar. – Ela está no hospital… - disse após
alguns minutos que me pareceram eternidades – sofreu um acidente de carro quando estava a vir para casa. –
continuou – Aparentemente está livre de
perigo mas ainda é muito cedo para terem a certeza. – senti algum alivio
porque o pior cenário estava longe mas ainda assim continuava a tremer.
Perguntas pairavam pela minha cabeça. Como, porquê, onde… Era tudo
demasiado confuso. Era tudo demasiado…demasiado.
- Quero
vê-la! – disse num impulso. – Preciso
de estar com ela para ter a certeza que tudo vai ficar bem. – Ela apenas
assentiu com a cabeça e eu abracei-a de novo como se tivesse medo que lhe acontecesse
também alguma coisa. O abraço só foi desfeito assim que ouvi o barulho de
alguém a descer as escadas. Virei a cabeça e encontrei uma visão do paraíso.
A Mia trazia apenas a minha t-shirt branca vestida que
lhe dava um pouco abaixo das coxas. Era definitivamente uma visão de anjo. A
cor um pouco rosada foi-lhe aparecendo no rosto enquanto puxava as pontas da
t-shirt para baixo. Não estava de todo à espera de encontrar ali a minha mãe. O
olhar modificou-se assim que deu conta das minhas lágrimas não enxugadas.
- Harry?
– vi preocupação nos seus olhos, vi como escureceram. Um aperto maior no
coração se manifestou, não a conseguia ver preocupada, não conseguia ver
tristeza nos seus olhos. Era demasiado doloroso.
- Mia… -
antes que tivesse tempo de dizer seja o que for, a minha mãe levantou-se e foi
ao encontro da Mia. Arregalei os olhos ao vê-la a abraçar a Mia tão
espontaneamente. Finalmente a minha mãe deixou os ressentimentos todos de lado
e isso deixou-me contente. A última coisa que queria era que houvesse algum mau
estar entre as duas.
Estava tão absorvido nos meus pensamentos que nem
dei pela Mia chegar junto a mim. Retirou as minhas mãos que repousavam sobre as
minhas pernas e sentou-se ao meu colo. Prendi a respiração ao sentir as suas
mãos macias a afastarem o meu cabelo da frente dos olhos. Os lábios dela
tocaram na minha testa fazendo-me soltar o ar que tinha prendido.
- Vai tudo
ficar bem…tenho a certeza. – murmurou envolvendo-me num forte abraço. Os
meus braços rodearam de imediato o corpo dela minimizando ao máximo o espaço
entre nós. E tudo pareceu-me melhor. Tudo parece-me sempre melhor sempre quando
estou agarrado à Mia. Tudo parece melhor quando tenho o meu mundo bem junto a
mim – Amo-te… - confidenciou-me
junto ao meu ouvido como se fosse o seu maior segredo. Retirou os braços do meu
redor e levantou-se – Anne, deixe-me só
vestir. Cinco minutos apenas antes de irmos para o hospital.
-
Claro que sim, Mia. –
respondeu a minha mãe. – Ela não está
sozinha, o pai dela já chegou juntamente com o Robin por isso não te preocupes.
– apesar de já ter dito ao meu pai sobre a existência da Mia, ele ainda não
a conhecia. Nunca chegou a haver uma oportunidade, nem há três anos nem agora.
Pelo menos até hoje. Devia ter havido uma oportunidade e não nestas condições.
O meu olhar percorreu o movimento da Mia a
desaparecer pela porta para subir as escadas e também me apercebi que estava
apenas de boxers. Também tinha que me mudar. Dei um beijo à minha mãe antes de
subir e encontrar a Mia na casa de banho. Bati na porta antes de colocar a mão
no puxador.
- Entra…
- exerci pressão sobre o puxador e abri a porta. A Mia já se encontrava vestida
o que me surpreendeu. Menos de dois minutos, era sem dúvida um record. A escova
passava pelo seu cabelo assim que abri a porta. Ela era linda. E a cada dia que
passava tinha cada vez mais certeza disso. Não tencionava perdê-la para nada
nem ninguém. – Já estou praticamente
pronta… - coloquei as minhas mãos na cintura dela fazendo-a girar sobre si
própria, interrompendo o seu raciocínio. E abracei-a. Não sei se foi por causa
da presença da minha mãe à pouco lá em baixo mas precisava de o fazer
novamente. Ouvi apenas o barulho da escova do cabelo a embater no chão antes de
a elevar um pouco no ar. Precisava de a sentir junto a mim sem nenhum espaço a
separar-nos. – Estou aqui. Não tenho
intenções de ir a lado nenhum senão estar contigo… - as palavras dela
tinham sempre o condão de me acalmar, a voz suave dela conseguia sempre
tranquilizar-me. Senti uma das mãos dela a envolverem o meu cabelo por entre os
dedos. Eu adorava que ela o fizesse, todo o meu corpo relaxou quase que
imediatamente. Estar abraçado assim com ela era, sem dúvida, o meu porto de
segurança-
-
Eu sei…Eu só precisava de… - as palavras não saiam da boca. Não conseguia
explicar por palavras o quanto necessitava daqueles abraços e não só, de tudo o
que a Mia me pudesse dar. Ela afastou-se de mim de modo a que pudesse ver os
seus magníficos olhos que me provocavam aquele friozinho na barriga. As mãos dela envolveram a minha face
obrigando-me a concentrar-me nela.
-
Eu também precisava. –
respondeu. Um sorriso apareceu nos meus lábios de imediato. Ela compreendia-me
mesmo sem precisar de o expressar por palavras e isso era mais do que perfeito.
Os lábios dela tocaram nos meus dando inicio a um beijo cheio de sentimentos.
***
Desci as escadas já pronto para irmos e em vez de
encontrar a minha mãe com a Mia como era de supor estava apenas a minha mãe
sozinha na sala. Por incrível que pareça consegui despachar-me rapidamente.
- A Mia? –
perguntei à minha mãe depois de espreitar para a cozinha e para a sala e não a
encontrar em lado nenhum.
- Ela foi lá
fora ao jardim para atender uma chamada. Disse que era importante… - ao
início não associei de imediato à sua entrada na faculdade de fotografia mas
rapidamente a realidade se abateu sobre mim. Movi-me em direcção à porta que
dava ao jardim que estava aberta mas antes de pisar a relva que cobria o piso
exterior, a voz da Mia travou-me.
- …mas eu
estou mesmo em pânico. Tu sabes que nunca fui muito boa com as palavras e
sinceramente não sei o que dizer. As minhas frases não têm mais de três quatro
palavras. – ela estava de um lado para o outro no jardim com o telemóvel na
mão.
.
Oh, tu sabes sempre o que dizer, Mia. – ouvir a voz do Brian a sair através do telemóvel dela
teve o condão de provocar ciúmes em mim. Apesar de saber que se trata apenas de
um amigo, não o consigo evitar. Se formos fazer as contas, ele terá passado
mais tempo com a Mia do que eu. – O
Harry também não está á espera que lhe recites um testamento sobre o que está a
acontecer. Apenas te quer ao lado dele e isso é o suficiente. Não penses
demasiado nas coisas, olha que essa cabecinha ainda entra em curto-circuito. E
isso é um crime. – ela sentou-se no banco e apoiou a cabeça nas mãos.
-
Parece que a qualquer momento vou chorar. E eu não posso chorar, tenho que ser
forte, por ele, como ele foi comigo. – queria passar aquela porta e dizer-lhe que estava a
ser muito parva por estar a pensar daquela forma. Não queria que fosse
perfeita, queria que apenas fosse ela. A minha Mia.
- Estás
a exigir demasiado de ti, Mia. Eu gostava de te dizer alguma coisa
perfeitamente idiota mas não consigo pensar em nada neste momento.- a Mia não disse nada preferindo o silêncio – …Hamm…
-
Diz…dá para ver que queres dizer-me alguma coisa.
- Eu
fui ao site da faculdade para saber se tinhas entrado ou não. – não sei se foi impressão minha mas acho que nesse
momento tudo à minha volta parou simplesmente, incluindo o meu coração – Eu vi que… - Eu queria saber já?
Sinceramente estava tanta coisa na cabeça naquele momento que nem sabia o que
queria.
- Não
quero saber, Brian. Não por enquanto. Só quando tiver a certeza que a Gemma
está livre de perigo e que está bem. Depois… - o nosso olhar encontrou-se assim que ela moveu a
cabeça em direcção à entrada. – Brian,
tenho que desligar. Depois falo contigo… - a Mia rapidamente se levantou e
veio até mim colocando o telemóvel no bolso das calças – Vamos? Eu conduzo… - nem me tinha apercebido que tinha as chaves do
carro na mão até ela as tirar. Notei que ela sabia que tinha ouvido a conversa
mas não queria falar sobre o assunto. Sinceramente, não sei se também queria
conversar sobre isso. Acima de tudo não queria discutir com ela, não neste
momento. – Prometo que o carro não vai
ter nem um único risco.
***
Lembrava-me vagamente daquele hospital, a última
vez que lá tivera tinha sido por causa da Mia. Ela e as aulas de educação
física definitivamente não era uma boa combinação, acabava sempre nalgum
desastre. Parecia estar tudo exactamente igual como me lembrava. A minha mãe ia
à frente e depois de passar por um corredor de paredes brancas com macas de
cada lado entramos na sala de espera. Já lá estava o meu pai e o meu padrasto.
- Já há
novidades da Gemma? – foi a primeira coisa que disse, que era a minha
principal preocupação. – Como ela está?
-
O médico saiu daqui há uns quinze minutos. Ele disse que ela está bem e que já
está fora de perigo, graças a Deus. Vai apenas ficar mais um dia aqui por precaução
e para terem a certeza que não há mazelas. – Um alivio saiu do meu corpo trazendo
tranquilidade. Ela estava bem.
- Podemos
vê-la? – perguntou a minha mãe. O meu padrasto disse que sim e a minha mãe foi
em primeiro lugar.
Aproveitei esse momento para apresentar a Mia ao
meu pai e apesar de não ter gostado de ter demorado tanto tempo a apresenta-la,
só a elogiou. Era impossível alguém não gostar da Mia.
***
Os rapazes juntamente com a Nicole chegaram pouco tempo
depois de ter vindo do quarto da Gemma. Estava muito mais descansado depois de
ter falado com ela e ter tido a certeza que estava tudo bem com ela. Apenas
tinha algumas nódoas negras nos braços mas nada permanente e isso era o mais
importante. Como não tinha lugar ao lado da Mia sentei-me ao lado do meu
padrasto. O meu coração continuava irrequieto apesar de mais tranquilo. E isso
só se devia a uma coisa: ainda não saber a resposta da candidatura da Mia.
A Mia estava sentada ao lado da Nicole mas não
falava com ela. A Nicole tentava falar com ela mas parecia que estava noutro
mundo. E eu já não aguentava mais aquela espera. Precisava de saber qual era o
resultado daquela candidatura antes que me desse um ataque cardíaco. Respirei
fundo e levantei-me de seguida da cadeira. Assim que cheguei junto dela
estiquei a minha mão.
- Anda
comigo… - apesar de não entender para onde queria que ela fosse, tomou a
minha mão e levantou-se. Levei-a para o exterior do hospital para um local mais
escondido e não tão movimentado.
- O que
estamos aqui a fazer? – peguei no meu telemóvel e dei-lhe para a mão. Ela
franziu o nariz não entendendo o porquê daquilo. – Para que quero o teu telemóvel? Tenho o meu…Sei que não é o modelo mais
recente como o teu mas serve perfeitamente para falar contigo…
-
Vai ao teu e-mail e vê se entraste na faculdade. – a sua expressão mudou rapidamente para algo
parecido com o pânico. Acho que era parecida com a minha, aliás, tenho a
certeza.
-
Harry… - a
voz dela saiu completamente entrecortada e quase num sussurro.
-
Mia, esta espera está a matar-me. Eu preciso de saber já para me começar a
mentalizar se te vou ter durante três anos um oceano a separar-nos. E eu
conheço-te e se perfeitamente que também queres saber… - a Mia puxou o lábio inferior com os dentes antes de
abanar afirmativamente com a cabeça.
-
Por favor, seja qual for o resultado desta candidatura, nada mas nada vai mudar
entre nós. Promete-me…
-
Prometo. – Pus-me
ao seu lado enquanto via os seus dedos a percorrer o ecrã táctil do meu telemóvel.
Entrou no e-mail e o primeiro mail que tinha não lido era da faculdade. Apenas
conseguia ouvir o meu coração a bater cada vez mais rápido e a respiração
irregular da Mia. O dedo trémulo clicou na mensagem e rapidamente percorri com
o olhar o corpo da mensagem. …a sua candidatura foi aceite… - Entraste…
Esta lindo !
ResponderEliminarContinua, estou curiosa (:
Ameiiii :)
ResponderEliminarEstá fantastico, como sempre :))
Que bom. Nada melhor do que um capítulo para aliviar o stress dos exames. Estava mesmo a precisar :)
ResponderEliminarSó espero que a Gemma recupere, porque não gosto de "ver" o Harry a chorar. A candidatura da Mia, a resposta. OMG, eu quero saber o que vai acontecer no próximo capítulo, quero quero.
Publica rápido.
Beijinho :)
Minha querida, tenho andado com tão pouco tempo que só consigo ler os capítulos a partir do telemóvel
ResponderEliminarFiquei super preocupada com a Gemma, e espero que ela melhore rapidamente pois o Harry vai precisar do apoio da irmã mais velha após esta descoberta.
Continuas a escrever cada vez melhor, e continuas a surpreender-me o que me deixa muito feliz.
Continua o excelente trabalho.
Beijinhos
Está lindo. Precisava mesmo, a seguir vou ter exame de MAT e sei que devia estar a estudar mas precisava de um capítulo teu para desanuviar. Obrigada! Está lindo.
ResponderEliminarJinhos,
Bia xx