terça-feira, 17 de julho de 2012

39º Capitulo - O último Adeus



Fiquei sem saber o que aquela rapariga andava a tramar. Surpresa?! Não tinha qualquer ideia do que pudesse ser. E o Harry pelos vistos também sabia mas estava a anos-luz de me contar seja o que for. Como estava bastante cansada nem me dei ao trabalho de insistir muito. O Harry já se estava a preparar para ir para cama e desta vez não insistiu para que jantasse pois tinha comido antes de ir para o hotel. Peguei no meu pijama e fui-me mudar na casa de banho. Olhei-me ao espelho que se encontrava na casa de banho e suspirei. O dia seguinte iria ser duro. O funeral estava marcado para as três da tarde. Lavei a cara com água fria e voltei para o quarto.

Deitei-me ao lado do Harry e de imediato senti os braços dele a envolverem-me. A sensação era deveras maravilhosa, como se nada me pudesse acontecer naqueles momentos. Sentia-me segura e protegida. As minhas pálpebras fecharam-se inconscientemente assim que ele depositou um beijo doce nos meus lábios e sussurrou de seguida um carinhoso “dorme bem, meu anjo”. Não precisei de muito tempo mais para adormecer nos braços dele.  

(…)

Acordei com uma enorme vontade de ir apanhar um pouco de ar, de espairecer. Como acordei de costas para o Harry, tive que me virar para ver se estava a dormir. Parecia um verdadeiro anjo caído do céu. Até a dormir era perfeito. Afastei da frente dos olhos alguns caracóis que tinha e dei-lhe um beijo na testa. Continuava com uma respiração pesada por isso estava ferrado a dormir. Pudera, já que na noite anterior não conseguira dormir nada, hoje ia deixa-lo descansar. Levantei-me sem fazer muito barulho e vesti-me. Para não o preocupar decidi escrever-lhe um bilhete.   

Fui dar uma volta pelas redondezas. Precisava de espairecer um pouco! Não te preocupes que não me perco, conheço a zona :P. Volto antes do almoço!
PS. Não precisas de mandar a policia atrás de mim, prometo não desaparecer :P
Amo-te
Mia

Peguei na minha pequena mala onde apenas pus o telemóvel e saí do hotel. Apenas caminhei por caminho incerto. Tentava organizar todas as ideias e mentalizar-me para o que me tinha acontecido. Precisava de respostas para todas as perguntas que habitavam na minha mente. Mas por mais que desse voltas à minha cabeça não chegava a conclusão nenhuma. Perdi a noção do tempo enquanto caminhava pela calçada até que me sentei num dos muitos bancos que havia num jardim.

***

O meu pai tinha conseguido organizar todo o seu trabalho para podermos ir uns dias a Portugal. Estava bastante feliz por rever a minha família e também porque iria faltar três dias à escola. O pior era mesmo o facto de passar cinco dias sem ver o Harry. Assim que chegamos a casa dos meus avós maternos depois de ter estado em casa dos avós paternos, pousei a minha mala na cama onde iria dormir e fui cumprimentar a minha querida avó que já andava atarefada a preparar o almoço. Aquela senhora já com os seus setenta anos nunca parava, era uma verdadeira força da natureza. Perguntei pelo meu avô e ela disse que estava no campo. Desci as escadas meia a correr, calcei umas galochas que me ficavam enormes e corri pelos caminhos de terra até o encontrar.  

- Olá avô! – exclamei assim que o vi. Ele virou-se para mim e deu-me um enorme abraço – que saudades. – enquanto lhe dava dois beijos

- Minha querida neta. Não sabia que chegavam tão cedo! – apenas sorri – Estás tão crescida…

- Que exagero avô. Só devo ter crescido uns dois ou três centímetros desde a última vez. Não se nota nada…

- Nota-se pois. Estás cada vez mais parecida com a tua mãe…

- A avó também disse o mesmo! – nesse instante senti o meu telemóvel a vibrar no bolso das minhas calças. O meu avô fez aquela cara típica: “Essa geringonça qualquer dia explode-te no bolso das calças”. Tirei-o e vi que era uma mensagem do Harry. Abri-a de imediato. “Partiste a menos de vinte e quatro horas e já estou a morrer de saudades tuas! Mal posso esperar que voltes para te poder beijar de novo =). Amo-te

- Que brilhozinho nos olhos foi esse? Não me digas que já conquistaram o coração da minha neta? – disse num tom de voz sério

- Sim, já conquistaram o coração da sua neta! – vasculhei no álbum de fotos do meu telemóvel uma fotografia minimamente decente do Harry para mostrar ao meu avô – olhe, é este! – o meu avô fez uma cara muito esquisita de quem não estava a gostar do que estava a ver.

- Não sei se ele será merecedor da minha neta! – disse abanando negativamente com a cabeça – Na minha altura os rapazes não andavam assim com o cabelo...

- Um dia ainda o trago comigo para o conhecer. – informei-o visualizando a cena já na minha cabeça. Devia ser divertidíssimo de se ver já que não falam a mesma língua. – Tenho a certeza que irá gostar dele assim que falar com ele, ou pelo menos assim que entender o que ele diz.

- Espero bem que sim, porque ninguém magoa a minha neta e fica vivo para contar a história.

- Não se preocupe com isso avô, isso nunca irá acontecer.

***

Tinha uma dor enorme a encher-me o coração, um vazio impreenchível. Suspirei. Força! Ele não iria gostar de me ver assim. Tenho que ser forte…tenho que ser forte!, repeti várias vezes em voz alta para mim. Estremeci quando senti o telemóvel a vibrar na minha mala. Tirei-o da mala e era o Harry a telefonar-me.

- Mia, estás bem? Onde é que estás? Por favor fala comigo… - ainda não tinha encostado o telemóvel ao ouvido e já o conseguia ouvir na perfeição.

- Que eu saiba não escrevi o bilhete em português. – relembrei-o –  Lá estava escrito para não te preocupares, só fui dar uma volta. – disse calmamente enquanto observava o jardim à minha volta e limpava algumas lágrimas que entretanto tinham escorrido.

- Como é que queres que não me preocupe com a minha namorada? – não consegui deixar de sorrir deliciada com a expressão de “namorada”. – Acabei de te recuperar, a última coisa que quero é perder-te.   

- Desculpa, não te queria preocupar. Eu volto já para o Hotel. – disse. Ele despediu-se com um “até já” antes de desligar a chamada.

Voltei a guardar o telemóvel na mala e regressei ao hotel. Quando lá cheguei tinha a minha já tinha a minha surpresa que a Nicole falava na noite anterior. Os rapazes tinham vindo de Londres para estarem comigo. Achei uma ternura e como estava tão surpresa nem sabia o que dizer. Acabamos por ir almoçar antes que o meu pai chegasse para nos levar.

(…)

Entrei na capela ciente que iria passar pela hora mais longa e desesperante da minha vida. O discurso do padre não me emocionou nem um pouco, naquele momento em vez de ter um coração tinha um bloco de gelo, uma enorme e fria pedra. Deus tinha-me tirado o meu avô e naquele instante não conseguia perceber o porquê, o porquê de me estar a castigar daquela maneira. A missa chegou ao fim…estava na hora de levar o caixão para o cemitério. Antes disso, tantos os meus tios como os meus pais e até alguns dos meus primos aproximaram-se do caixão para um último “Adeus”. Deixei-me ficar na mesma posição em que me encontrava, não tinha forças para me aproximar, tinha os pés presos ao chão. Não sei quanto tempo é que passou até transportarem o caixão até ao carro funerário. Calmamente, puxando-me pela mão, Harry tirou-me daquele espaço em direção ao carro do meu pai. Agora sem dúvida vinha a parte pior, o cemitério. 

Entrei dentro do carro e não proferi nem uma única palavra durante todo o caminho até ao cemitério. Tiraram o caixão do carro funerário e o padre proferiu mais algumas palavras. Estava na hora de pousarem o caixão no fundo do buraco que tinham aberto. Fechei os olhos nesse exacto momento e escondi a cara no peito do Harry. As lágrimas escorriam-me pela cara descontroladamente e o meu coração parecia que não ia aguentar. Só me apetecia arranca-lo para não ter aquela dor entranhada dentro de mim. Os braços do Harry apertaram-me ainda mais para ele. Consegui sentir as lágrimas dele. Foi como se o coração tivesse parado nesse instante. Quando voltei a ter coragem de olhar, as pessoas já começavam a dispersar do local. Não sei como tive coragem mas em vez de ir embora aproximei-me da campa. Coloquei-me de cócoras sem saber o que dizer e com uma sensação de perda irrecuperável.

- Amor, vamos – pediu-me calmamente pondo-se também de cócoras ao meu lado. – por favor, isto só te faz mal… - ainda fiquei alguns minutos a pensar mas acabei por concordar com ele e saímos do cemitério. Encontramos os rapazes juntamente com a Nicole. Estavam todos num círculo mas sem conversar.  

- Obrigada por terem vindo! – disse assim que cheguei junto a eles

- Não precisas de agradecer. – afirmou Louis

- O pior mesmo foi o português, ninguém percebeu que eu queria comer! – reclamou o Niall. O Liam deu-lhe uma cotovelada – Autch! Desculpa Mia, mas é que eu estava mesmo com fome. – desculpou-se o que me fez sorrir, aquele rapaz se não existisse tinha que ser inventado

- Não tem mal, Niall. Compreendo perfeitamente o teu desespero por comida.

- Vêm? – exclamou Niall bastante contente – Ela compreende-me, não são como vocês que me querem ver morrer sem comida! – eles entraram numa discussão saudável que até tinha a sua piada   

- Mia… - olhei para a Nicole que me chamava – já pensaste se vais voltar para Londres agora? – perguntou juntando-se a mim e ao Harry afastando-nos um pouco da “discussão”.

- Se quiseres ficar, não me importo, mas fico contigo à mesma aqui. – sussurrou-me ao ouvido o Harry. Apenas sorri, já tinha a resposta e já sabia o que fazer.  

- Sim. Vou voltar agora para Londres convosco. – vi um enorme sorriso por parte do Harry, era tudo o que precisava para me sentir feliz –  Se ficar aqui vai ser pior por isso o melhor é ir, além disso fazes anos daqui a dois dias e quero estar presente! Eu vou com vocês!



Espero que tenham gostado =)
Em relação ás one shot's  fiquei surpreendida com tantos pedidos!  Já tenho imensas ideias e alguns deles vão ser verdadeiros desafios :P. Estou a adorar algumas ideias! Em principio devo publicar conforme a ordem dos comentários, se mudar é porque tive um rasgo de inspiração noutra história!
Obrigada =)

Dri 


7 comentários:

  1. Adorei o capítulo. O Harry é um querido! Parece que é desta que se intendem de vez. Estive a ver o blog da tua amiga Annie. Ela realmente escreve muito bem, diz-lhe isso pessoalmente se conseguires. Publica rápido e boa sorte para os one shots. Jinhos Bia xx

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  2. está lindo.
    divulga o meu blog please:http://umtemposemtipodeserumaeternidade.blogspot.pt/

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  3. As one shot's foram mesmo um sucesso!
    Tiveste realmente muitos pedidos xb
    Não te pedi apenas porque já sei que vais ter muito que escrever e de certeza que muitas se irão identificar com o que te poderia pedir *.*
    O capítulo está ótimo! Adorei a forma como o Harry apoiou a Mia, mesmo querido ^^
    Ainda bem que ela volta para Londres, ficar em Portugal não seria mesmo a melhor opção ;S
    Fico à espera de mais, beijinho's!

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  4. Está fantástico como tudo o que tu escreves. Parabéns!

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  5. Eu não sei como consegues escrever assim! O que escreves é absolutamente fantástico, quando o leio faz com que realmente viva aquilo que contas, consigo imaginar como é... Não sei descrever aquilo que escreves, simplesmente acho perfeito, fantástico! *-*
    Este capitulo é emocionante. Detesto completamente funerais, ver o sentimento de perda, estanpado na cara dos nossos familiares e amigos mais próximos... Não é fácil, mas, receber os nossos amigos de fora, que neste caso,Londres, e voltar para uma cidade maravilhosa que é esta, melhorava essa situação! ;)

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  6. Olá minha querida, fico muito satisfeita por teres tantos pedidos. É sinal que muita gente gosta da tua maneira de escrever, aliás é impossível ficar indiferente.
    O Harry é um fofinho, quem me dera ter tido metade do apoio que ele deu à Mia quando a minha avó faleceu.
    Adorei o facto dos meninos terem vindo dar apoio, são uns queridos.
    Beijinhos, está excelente

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  7. Olá!
    Este capitulo está muito bom, apesar de ser o funeral do avô da Mia, acho que está muito bem construido. Está excelente.
    Continua.
    Beijinhos

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