sábado, 14 de abril de 2012

3º Capitulo - Uma dor inimaginável



O Louis empurrou-me literalmente em direção ás escadas para as subir. Não tinha alguma hipótese em dizer que não. Fui até ao quarto mudar de roupa enquanto a Nicole dormia completamente ferrada. Aquela miúda dormia e dormia. Apesar de tudo, era mesmo bom poder estar de volta. Abri a mala e tirei as primeiras peças de roupa que encontrei. Vesti-me e dei ao Louis as minhas malas para ele ir levar ao carro enquanto ia fazer as minhas necessidades. Quando saí da casa de banho, dei de caras com o Harry. Vinha cabisbaixo e sem dúvida, com cara de cansado, não devia ter conseguido mesmo dormir. Tal e qual como eu.

- Não devias estar a descansar por causa da tua noite recheada de más recordações? – perguntei da forma mais fria que consegui encontrar dentro mim. Tinha-me magoado mesmo muito a forma como ele tinha falado minutos antes. Precisava que ele percebesse que o que tinha dito minutos antes me tinha feito moça cá dentro. O problema é que por muito que tentemos, nunca estamos suficientemente preparados para a rejeição da pessoa que se gosta.

- Devia. – respondeu ele muito rapidamente sem nunca ter um contacto visual comigo, o que tornava a nossa conversa muito mais complicada. Odiava quando as pessoas não tinham coragem para falarem olhos nos olhos. – Mas quando cheguei á cozinha a minha disposição piorou ainda mais… - desta vez fez questão de o dizer olhando-me. Os olhos dele transmitiam mágoa, a desilusão do dia em que parti, tudo aquilo que não queria de todo ver mas que sabia que existia. Um gelo assolador percorreu o meu corpo dos pés á cabeça parando no coração, fazendo-o abrandar aos poucos. Era a pior sensação do mundo, a pior de todas.

- Porque é que estás a ser assim? – a minha voz saiu da minha boca completamente trémula. Aquela situação estava a dar cabo de mim – Explica-me, porquê? – prossegui, quase em desespero por uma resposta dele

- Querias o quê? – nunca o tinha visto daquela maneira, o Harry que conhecia não era assim. – Que te recebesse de braços abertos e que fizesse uma grande festa? Não me parece… - como era obvio não estava á espera que ele me tratasse lindamente nem que fossemos os melhores amigos, mas desprezar-me da maneira como o fez? Não estava á espera de todo, nem conseguia aguentar que o fizesse. Doía demais.

- E tens que me tratar desta maneira? – perguntei segurando heroicamente as lágrimas que se formavam no canto do olho

- Queres que te trate como? – pude reparar que uma fina camada de água estava a formar-se nos olhos dele, o que me fazia ficar ainda pior.

- Mia, as malas já estão no carro… - virei-me para trás e o vi o Louis a subir as escadas – já estás pronta? – nem sabia se ele tinha entrado na hora certa ou não. Acho que ainda não estava preparada para ouvir tudo o Harry tinha para me dizer

- Sim, Louis! Já estou pronta… - respondi virando as costas ao Harry para ir ter com o Louis – vamos lá ver se Londres continua na mesma! – continuei, tentando esconder a mágoa da conversa que estava a ter.

- Então vamos! Primeiro passamos por tua casa para guardar tudo e depois vamos passear! – dizia o Louis mexendo alegremente com as mãos enquanto saiamos de casa em direção do carro dele

- Não é melhor acordar a Nicole e dizer-lhe que vou sair? Não quero que ela fique preocupada… - disse assim que abri a porta do carro. Tinha acabado de chegar a Londres para estar com ela e já me estava a ver livre dela.

- Não te preocupes com isso. Eu passei pelo Zayn e disse-lhe para ele a avisar…ela fica em boas mãos… - achei aquela afirmação tinha-me deixado um pouco curiosa

- É impressão minha ou há aí dois sentidos nessa afirmação? – perguntei perspicazmente segurando a atenção do Louis

- Vais perceber o que quero dizer assim que passares mais uns dias com ele…

- A Nicole gosta dele? – perguntei entusiasmada – E…espera…qual deles é o Zayn? – a minha memória para nomes estava mesmo pobre –  É o rapazinho do cabelo escuro que a levou ao quarto?

- É esse mesmo. Mas não digas a ninguém que eu te disse…é daqueles segredos que toda a gente sabe mas que ninguém fala…

- Oh, estou a ver estou… - estava a ver que tinha de ter uma conversa bastante longa com a menina Nicole.

***

Como gostava de desfazer malas, é estranho, mas adoro retirar as roupas das malas e espalha-las pelo quarto. Ainda por mais num quarto novo. A casa da Nicole estava igualzinha como a conhecia, praticamente não tinha mudado grande coisa. O Louis estava a ajudava-me a arrumar a minha tralha.

- Acho melhor seres tu a arrumar esta parte… - olhei para ele e reparei que ele já tinha chegado á parte da bolsa que continha a roupa interior – não quero que chegue o teu namorado musculado com dois metros, americano, para me dar porrada por estar a mexer aonde não devia!

- Ahah! O único homem que pode aparecer vindo de São Francisco só pode ser o meu pai… - disse rindo – e não te preocupes, não aparecerá nenhum namorado porque não o tenho… - o Harry apareceu na minha mente invariavelmente, já era impossível não o ter a viajar a toda a hora pelos meus pensamentos

- Como é que isso é possível? – o ar de espantado do Louis era engraçadíssimo – os americanos andam com os olhos tapados, só pode.

- Mas olha lá uma coisa, tu tens namorada? – perguntei enquanto acabava de pôr as camisolas na gaveta

- Não!

- Então é ainda pior. Fazes parte de uma banda, pelos vistos és famoso, como é que é possível não teres namorada? Deves ter centenas de raparigas atrás de ti…

- Ainda não encontrei a tal…

- Humm…está bem! – acabamos por arrumar o resto das coisas e saímos de casa para irmos passear.

***

Depois de andarmos um pouco pela cidade, já era altura de almoçar. Fomos comer qualquer coisa e depois continuamos o nosso passeio. Ao longo da tarde pude reparar que os rapazes eram mesmo muito famosos. Tivemos que parar uma centena de vezes para ele poder dar autógrafos e tirar fotos. Não dávamos mais do que dois passos seguidos sem sermos abordados por raparigas. Realmente, isto de ser famoso devia ser um bocado cansativo. Depois de algumas horas, finalmente não tivemos que parar mais vez nenhuma.

- Fala-me um pouco de ti… - perguntou Louis depois de nos sentarmos num banco de jardim – só sei aquilo que contou a Nicole a caminho para o aeroporto.

- Bem, deixa-me cá ver o que podes saber! – ele fez uma cara de espantado – não podes saber tudo sobre mim logo de uma vez. Depois falamos do quê? – respondi a sorrir

- Então isso quer dizer que queres continuar a falar comigo? Não sou chato?

- Se tu és chato então eu sou uma chata ao quadrado! Mas continuando… como deves saber chamo-me Mia Rodrigues. Sou descendente de avós paternos portugueses mas sou inglesa. Os meus avós vieram para Inglaterra para terem uma vida melhor e depois acabaram por ficar por cá. Quando se reformaram voltaram de novo para Portugal. Vou visita-los um dia destes – fiz uma pequena pausa para me lembrar de mais coisas –  Fui para São Francisco à três anos porque o meu pai recebeu uma proposta de trabalho lá, para além de que era um sonho meu estudar nos Estados Unidos – esta parte trouxe-me novamente á flor da pele o meu sofrimento – Sobre a minha pessoa em si, sou uma verdadeira maluca. A parvoíce anda comigo sempre…e pronto. É o que podes saber por agora…

- Muito bem…então quer dizer que se eu quiser saber mais, temos que ser amigos?

- Epah, se for assim um grande sacrifício deixa para lá… - disse enquanto me levantava do banco fingindo-me amuada

- Ahah! Estava a brincar! É claro que quero ser teu amigo…

- Ainda bem!  

***

Continuamos a andar pela cidade. O mais estranho de tudo era que sempre que visitávamos alguma coisa, ele arranjava logo outra para irmos ver. Era realmente muito estranho. Já lhe tinha dito que me apetecia ir para casa mas ele não me deixava. Dizia que não podia ir já porque ainda era cedo e que os planos dele ainda iam a meio. Se eu fosse uma turista ainda compreendia, mas não o era, já conhecia a cidade muito bem.

- Ouve lá, é impressão minha ou tu estás a afastar-me de casa á força toda? – perguntei já um pouco cansada de andarmos durante tanto tempo

- Não estás a gostar da companhia?

- Não é nada disso, mas parece que estás a fazer tempo para não irmos para casa. O que é que andas a tramar?

- Eu não ando a tramar nada. E para te provar isso, podemos ir já para casa!

- Até que enfim. Preciso de descansar…

***

Quando vi a casa dele nem queria acreditar. Já me doía imenso os pés. Ele estacionou o carro e apressei-me a sair. Assim que ele abriu a porta, uma verdadeira escuridão invadia a sala.

- SURPRESA!!!!!!
  


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Peço desculpa pela demora mas só cheguei á pouco tempo do hospital. 
Espero que tenham gostado!!
Mais uma vez, muito muito obrigada pelos comentários. São incríveis 


Obrigada,
Dri


1 comentário:

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