sexta-feira, 13 de abril de 2012

2º Capitulo - Simplesmente desaparecer


Acordei bastante cansada e um pouco nauseada. Depois de ter voltado da sala novamente para o quarto que não conseguira pregar olho. Só depois, passado bastante tempo, é que o sono deu sinal de vida e me fez repousar por breves horas, ou até minutos. Tinha o corpo tão desgastado que parecia que tinha andado á pancada durante a noite.

Olhei para a Nicole, que se encontrava do meu lado direito, e reparei que ela dormia que nem um anjinho, estava mesmo ferrada a dormir. Afastei o lençol de cima de mim e saí da cama. Dirigi-me para a saída do quarto para poder ir á casa de banho. Por incrível que parece, nem me passou pela cabeça poder encontrar alguém pelo corredor e encontrar-me naqueles preparos.

- Mia! – coitado do meu coração, era daquela vez que tinha um ataque. Olhei para o meu lado esquerdo para tentar identificar masculina que se fizera ouvir e era o Louis. Mas qual era a ideia dos rapazes de andarem de bóxeres pela casa? Quer dizer, eu é que era a visita e a minha vestimenta também não era a melhor. Vê-lo naqueles trajes fez-me sentir uns calores, ele era mesmo muito giro – Terra chama Mia!

- Bom dia Louis! – respondi alegremente, apesar de estar com uma dor de cabeça horrível. Parecia que estava de ressaca – Vou à casa de banho… - informei-o já que ele continuava a olhar para mim – Terra chama Louis! – fiz um gesto á frente dos olhos dele para ver se ele estava ainda acordado.

- Estava a pensar numa….esquece! – disse ele, fiquei um pouco confusa com aquilo mas pronto. – Vou fazer o pequeno almoço, fazes-me companhia? – acabou por dizer no final.

- Claro! Deixa-me só ir á casa de banho como tinha dito e depois já vou ter contigo, está bem? – respondi enquanto dava uns passinhos para trás já em direção á casa-de-banho.

- Sim, claro! – apenas sorri seguindo para a casa de banho.

***

- Então como foi a noite? – perguntou-me o Louis assim que cheguei á cozinha ficando simplesmente a observa-lo. Aquela pergunta teve o condão de me despertar para a dura realidade. O dia anterior tinha sido preenchido por momentos tão distintos que nem conseguia percebe-los muito bem. Primeiro o meu regresso, depois o facto de voltado a encontrar a Nicole, e o pior de tudo, ter encontrado o Harry. Em menos de um par de horas, voltei a sentir os carinhos dele no meu corpo, aqueles que eu queria afirmar que não precisava para viver. E depois, o desprezo dele, aquela indiferença por mim matava-me por dentro.

- Assim assim… - acabei por responder depois de reviver as emoções das últimas horas – deve ser da diferença horária. Ainda não me habituei ás temperaturas de cá… - respondi enquanto me sentava numa das cadeiras que se encontravam ao redor da enorme mesa

- Isso depois passa. Tenho a certeza. – ele veio ter comigo e sentou-se numa cadeira ao lado da mesa e ficou a olhar para mim –  O que queres comer? – perguntou após alguns segundos

- O que quiseres fazer para mim… - não estava com muita fome nem com vontade de falar em comida, mas o Louis, pelos vistos, não estava para aí virado.

- Lamento mas isso não existe! Escolhe outra coisa…

- Oh…se é assim pode ser umas torradas, se não te importares! – acabei por dizer a primeira coisa que me veio á cabeça e que fosse leve

- Claro que não me importo. – ele levantou-se e começou logo a preparar o meu pequeno almoço – Se te perguntei é porque queria fazer…

- Obrigada. És um querido… - o Louis era realmente um querido e bastante amoroso. Estava sempre a sorrir ou a rir, era realmente um poço de alegria. E isso, de certa forma, agradava-me.

- É….Há quem diga que sim… - ver um rapaz, de roupa interior, a preparar-me o pequeno almoço era imagem que nunca iria esquecer. Era, sem dúvida, bastante engraçado e tentador.

- Nem vou comentar…

Passados alguns minutos as minhas torradas já estavam prontas e quando aquele cheirinho me passou pelo nariz, uma vontade de comer preencheu o meu estomago. Devorei praticamente as torradas todas num abrir e fechar olhos e ele acabou por ir fazer mais umas quantas. Parecia que já não comia á anos. Depois de já estar um pouco mais saciada decidi perguntar uma coisa que já me andava a fazer espécie na cabeça.

- Como é que vocês se conheceram? – perguntei muito pouco convicta de mim mesma – Tu, a Nicole, os rapazes… - fiz uma pequena pausa. Sempre que ia para prenunciar o nome dele, a dura realidade de que ele nunca mais seria meu tornava-se mais nítida e dolorosa. - …o Harry? – ele rapidamente se apressou a responder

- A Nicole esta a fazer companhia a uma amiga para os castings do X- Factor, foi aí que a conheci e passado algum tempo, tornámo-nos bons amigos. Aos rapazes, conhecemo-nos quando nos tornaram uma banda no programa. – eu fiquei estática a olhar para ele. O Harry estava numa banda?! Nem queria acreditar, só me apetecia começar aos pulos de tanta felicidade. Eu sempre lhe tinha dito que tinha uma bonita voz mas ele, casmurro como era, não ligava ao que eu dizia.

- Vocês fazem parte de uma banda?! A sério? – disse tentando controlar a minha alegria

- Como é que não nos conheces? Somos o maior fenómeno da música internacional…

- Desculpa…não sou muito dada á música… - era verdade. A música passava-me um pouco ao lado para além de ter uma péssima voz – Então qual é o vosso nome? – perguntei expectante

- One Direction! Vais-me dizer que nunca ouviste falar deste nome? – realmente nunca tinha ouvido tal nome na minha vida

- Sorry, mas não. Nunca ouvi tal coisa….

- Isso é um crime conta a humanidade! Um dia destes vens connosco assistir a um ensaio nosso, está combinado.

- Ok. 

A presença de alguém a chegar á cozinha fez-me rodar na cadeira para descobrir quem é que era. E para perdição do meu coração era o Harry. Parecia que aquele corpo me andava a perseguir para onde quer que fosse. Ainda por cima vinha novamente de bóxeres. Ele passou o olhar por mim mas rapidamente o desviou. Aquele olhar não era o mesmo da noite anterior. Era completamente diferente, mais distante, mais frio, ignorou-me por completo.

- Bom dia mano! – disse Louis com toda a sua alegria matinal em peso.

- Bom dia e até já! – ele dirigiu-se para o frigorifico deixando o Louis um pouco surpreendido – tive um noite má com bastantes pesadelos. Pelos vistos, o passado decidiu aparecer para me infernizar a vida…

Aquelas palavras doeram mais do que alguma vez pude imaginar. A dor era tão grande que a não minha vontade primordial era arrancar aquele pequeno órgão vital do meu corpo. Não tinha forças em parte alguma do meu pequeno corpo. Era como se ele se estivesse a desfalecer aos poucos e poucos, prolongando ao máximo o sofrimento provocado por aquelas palavras. Senti a raiva acumulada dele daqueles três anos naquelas curtas palavras. E pior do que sentir aquelas palavras a atravessarem o meu coração como facas, era olhar para os olhos dele e perceber que o que tinha dito vinha mesmo de dentro. Queria desaparecer…queria simplesmente apagar-me do mundo.   

- Não estou a perceber! – a voz do Louis fez-me voltar para o pesadelo da minha vida

- Deixa para lá….vou dormir mais um pouco

Ele saiu da cozinha sem se dignar, sequer, a olhar para a minha pobre figura. Deixei-me levar pelo tormento do meu coração e, pela primeira vez, chorei. Já não aguentava mais. Tinha sido mau demais ouvir aquelas palavras.

- Ei, o que se passou? – o Louis reparou que estava a chorar por mais que tentasse esconder – porque estás a chorar? Fiz alguma coisa? – a voz dele era tão apaziguadora que não consegui controlar o meu impulso de abraça-lo. Já não aguentava guardar aquela dor só para mim – estás a deixar-me preocupado! Por favor diz alguma coisa…

- São saudades dos meus pais… - acabei por dizer depois de enxaguar as lágrimas do meu rosto com as costas da mão – não te preocupes! Não é nada contigo…

- Mesmo assim. Não te quero ver assim… - não consegui dizer nada. Era muito difícil não me sentir daquela maneira – Já sei. Para te fazer desanuviar, hoje vamos sair os dois. Vamos dar um passeio por Londres. Está combinado! Podes ir vestir-te, temos que aproveitar o dia! – o Louis fez-me levantar da cadeira e nem tive tempo para dizer que não nem que sim.
  


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Espero que tenham gostado!
Nunca me canso de dizer isto, muito muito obrigada pelos comentários. Têm sido excelentes! Vocês são as melhores leitoras do mundo *-*


Obrigada,


Dri

4 comentários:

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