quinta-feira, 7 de junho de 2012

22º Capitulo - Quando amamos só uma felicidade importa...e não é a nossa




(Harry)

- Odeio-te tanto… - a voz dela saiu tão sumida que quebrou por completo o meu coração. Sabia que ao lhe dizer ela nunca mais me perdoaria mas naquele momento, era a única solução que tinha encontrado para que ela seguisse com a vida. Não conseguia suportar a ideia de ser o responsável do sofrimento dela.   

- Ainda bem, o sentimento é reciproco. – disse sussurrando ao ouvido. Retirei as minhas mãos da cintura dela lentamente. Era a última vez que poderia tocar na sua pele macia, ter o controlo total do corpo dela contra o meu, senti-la estremecer sempre que as minhas mãos passavam por zonas mais sensíveis. Era tudo passado. Não havia presente nem futuro. Fazia apenas parte de um punhado de recordações que se haveriam de amontoar bem no fundo do coração. Assim que deixei de ter contacto com o corpo dela iniciei uma corrida rápida para me juntar aos rapazes. A vontade de chorar e de gritar tudo o que tinha cá dentro aumentava á medida que me afastava dela imaginando o que ela estaria a sofrer. Senti-me tão desprezível e humanamente insignificante.

Cheguei junto deles tentando parecer o mais normal possível. Nem a multidão de fãs fora do hotel me fazia alegrar nem um pouco. Poucos minutos apareceu a Mia a correr também. Vinha com os olhos algo inchados mas rapidamente fez questão de parecer bem. Começou a falar alegremente com o Louis e com os restantes. Todos se riam menos eu. Estava mergulhado em sentimentos negativos.

(…)

Sorrisos, abraços, autógrafos e mais sorrisos. Era o que estava a fazer na última hora. Já tinha passado pelas minhas mãos centenas de CD’s autografados e a fila de fãs parecia não ter fim. Por mais que o adorasse fazer, neste dia, era tudo o que não queria fazer. Nunca sorrir me tinha custado principalmente conseguindo ver a Mia ao lado do Paul. Cada vez que o nosso olhar se cruzava no meio daquela gritaria, todo o ódio que ela sentia por mim era despejado em mim. Tive várias vezes para desistir, para sair dali, inventar uma desculpa qualquer e desaparecer. Mas não o podia fazer. O Liam, que estava ao meu lado, já começava a desconfiar de alguma coisa.

- Sou eu que estou de ressaca e não tu! – disse-me o Louis despertando-me dos mais diversos pensamentos negativos em que me tinha embrenhado para uma fã não mais de cinco anos que esperava ansiosamente por um abraço meu. Levantei-me algo atabalhoadamente e a menina veio alegremente abraçar-me. Ela tinha cabelos longos castanhos como a Mia, os olhos claros como a Mia, o sorriso da Mia. Pus-me de joelhos para ficarmos mais ou menos da mesma altura e abracei-a. Não sabia porquê mas comecei a sentir os olhos húmidos, aquela sensação de vazio voltou a reaparecer.

- Estás a chorar?! – perguntou-me a doce menina assim que o abraço terminou já com a impaciência de alguns seguranças – Não gostas de mim?! – fiquei sem saber o que dizer. A expressão da menina tinha entristecido.

- Entrou-me uma coisa para o olho. – disse a primeira coisa que me apareceu na mente limpando os olhos – Mas já estou bem. Então como é que te chamas?  

- Chamo-me Mia… - um sorriso estupido formou-se nos meus lábios mas desapareceu no instante a seguir.

- Tens um nome muito bonito, Mia. – disse-lhe ao mesmo tempo que lhe dava um beijo na bochecha – E claro que gosto de ti…muito. – como já estava á demasiado tempo com aquela fã, os seguranças retiram-na e levaram-na para o pé da mãe enquanto voltava para a minha cadeira.

(…)

Tínhamos voltado para o hotel para nos preparar para o último concerto nos EUA. Faltavam apenas duas horas para irmos para o local do concerto. A minha disposição para cantar era mais do que nula. Não sei porquê mas apeteceu-me ir dar um mergulho á piscina para ver se espairecia as ideias. Depois de alguns minutos na água, o Liam apareceu.     

- Precisamos de falar, Hazza… - pelo tom de voz dele era sério. Saí da piscina, sequei-me com a toalha e sentei-me numa das muitas espreguiçadeiras que haviam. Ele pôs-se á minha frente com cara de caso – que raio se passa contigo? E não me venhas dizer que não tem nada a ver com a Mia porque é mentira! O que é que fizeste? – ainda pensei inventar alguma desculpa mas ele iria descobrir mais cedo ou mais tarde, além disso não queria mentir

- Disse á Mia que a odiava e que não queria saber mais nada que tivesse a ver com ela… - falei de forma tão rápida e atrapalhada quase jurando que o Liam não tinha percebido patavina do que tinha dito. Mas pela forma algo aterrorizada que me olhava percebi que estava enganado. Os segundos que tive que esperar entre aquela expressão assustadora do Liam até ele conseguir falar foram uma verdadeira eternidade.

- Tu fizeste o quê? – ele deu inicio a um movimento de pernas andando de um lado para o outro mesmo em frente a mim – Estás louco?! Como é que lhe pudeste fazer tal coisa? – á medida que ele ia falando fazia-me sentir cada vez mais um monstro sem sentimentos.  

- Dei-lhe razões para ela me odiar e finalmente poder seguir em frente… - respondi o mais calmamente que consegui quando ele, finalmente, decidiu parar com aquele vaivém irritante à minha frente e se sentou ao meu lado

- Ouve-me só por favor! – começou – Eu não disse nada sobre esse teu plano ridículo de a queres juntar ao Louis mas agora, sinceramente, passou todos os limites. – nunca tinha visto o Liam tão desiludido comigo como naquele momento – Ela deve ter ficado destroçada… - dito por ele daquela forma ainda conseguia tornar a minha dor mais insuportável.

- Estou a fazer o que é melhor para nós…como ela própria disse, a nossa relação nunca iria resultar! – a minha garganta estava seca mal conseguindo falar, parecia que tinha uma enorme bola de pelo na garganta. Nunca iria resultar…dize-lo em voz alta tornava o meu pesadelo ainda maior – não vale a pena alimentar falsas esperanças! – a sensação era terrível. Sentir-nos vazios, como se nos faltasse alguma coisa. Não passava de uma partícula de pó insignificante.

- Desde quando é que és cobarde? Desde quando é que não lutas por aquilo que queres? – por mais que quisesse negar não o conseguia, era verdade – Não me olhes dessa maneira pois sabes que tenho razão. Estás a deixar fugir a miúda que queres porque tens medo e o pior de tudo é que nem sequer te importas com que ela possa estar a sentir agora, com os sentimentos dela.     

- E achas que eu estou bem? – disse ao mesmo tempo que me levantava da espreguiçadeiras. Pior do que estar naquela situação é saber que os nossos amigos acham que estou melhor que nunca quando é o exatamente o contrário – Achas? Achas sinceramente que estou feliz por a estar a fazê-la sofrer? – ainda não me tinha apercebido que o meu tom de voz tinha subido substancialmente de volume.

- Sinceramente nem sei! Não te reconheço! Como é que consegues provocar tanta dor á pessoa que dizes que amas? Isso não é amor, desculpa… - como é que ele podia dizer tal coisa? O que estava a fazer era porque gostava dela, porque é que não me conseguiam perceber?

- Não te admito que digas isso…não admito a ninguém que ponha em causa o que sinto por ela ouviste?

- Pois não admites, não admites que não foste homem suficiente para a perdoares e neste momento estás a fazer exactamente a mesma coisa que a Mia fez quando veio para aqui.

- Mas…

- Não percebes que estás a cometer o mesmo erro que ela? Que se estão a afastar novamente um do outro porque acham que devem estar separados quando não devem? Porque é que insistem em aumentar a distancia que vos separar quando devia ser nula? É assim tão complicado perceberem isso?

- É diferente…

- Onde é que é diferente, Harry? Ela fugiu porque não teve coragem de te contar que se ia embora e tu estás a fugir do que sentes pois não tens coragem de seguir o coração! É o mesmo… - quando ia responder apareceu o Louis com a Mia para nos avisar que já estava na hora de irmos para o concerto. – Se o olhar da Mia matasse, estarias estatelado no chão. – disse-me baixo – como é que consegues ficar bem?

- É simples…se ela estiver feliz, eu também estou! Não posso ser egoísta ao ponto de a prender a mim quando não sei se consigo voltar a amar. Posso-me sentir um farrapo, um monstro, completamente desprezível mas fiz o que achas que era correcto. Saber que ela agora está livre, é o suficiente… - o Liam não disse mais nada. Agora tinha que me concentrar no concerto, no último concerto nos EUA e tínhamos que dar o nosso melhor.




Aqui está mais um capitulo!!
Espero que tenham gostado...
Deixem as vossas opiniões! =)

Dri

2 comentários:

  1. Apesar de eu amar esta história, amo muito mais o Harry que tu idealizaste para ela. Aquele Harry super protetor e que só quer a felicidade da Mia :)

    Continua :) A história é perfeita

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