Não consegui conter o sorriso. Ele era o
protagonista da minha história de amor. Antes de chegarmos às escadas fiz com
que parasse e me olhasse. Coloquei os meus braços em redor do Harry,
abraçando-o. Ele apertou-me tanto contra ele que senti a minha respiração a
parar por breves segundos.
- Então, já
me podem explicar que raio se passou convosco? – perguntou a Nicole assim
que descemos as escadas. Ela estava sentada no sofá e ansiosa por saber
novidades
- Depois
conto-te tudo e com direito a pormenores. – respondi rapidamente – Mas agora temos que ir até a casa dele
porque está lá a mãe dele… - a cara que fez deve ter sido a mesma que fiz
quando o Louis me telefonou, de espanto e de preocupação. Apenas disse-me “boa
sorte” e de seguida, eu e o Harry saímos de casa em direcção ao carro dele.
***
- Estás a gozar comigo só
pode, Harry!! – ele não me tinha acabado de me dizer aquilo. Era mau demais
receber uma noticia daquelas àquelas horas da manhã. – não podes estar a falar
a sério…
- Qual é o mal de conheceres
hoje a minha mãe? – não é que não quisesse conhecer a mãe dele, aliás o facto
dele querer-me apresentar á sua mãe só me deixava feliz. Era mais uma certeza
de que o que sentíamos era forte. O problema era o medo que tinha de ela não
gostar de mim. Sabia o quanto o Harry era apegado à mãe e a última coisa que
queria era estragar essa relação.
- Ainda perguntas? –
perguntei como se a resposta fosse obvia – Preciso de me preparar
psicologicamente para conhecer a tua mãe, pelo menos uma semana, além disso não
estou vestida adequadamente para um almoço e… - o Harry não me deixou acabar de
falar selando os nossos lábios num beijo. Ele sabia como me dar confiança e
afastar da minha cabeça as minhas inseguranças. O beijo terminou naturalmente e
com um enorme sorriso no rosto, deu-me um beijo na ponta do nariz.
- A minha mãe adora-te mesmo
sem te conhecer e sabes porquê? – abanei negativamente com a cabeça – Porque
chego todos os dias a casa com este sorriso parvo no rosto. E o motivo deste
sorriso é simplesmente pela tua presença na minha vida. És o meu raio de sol….
- Ohhh… - nunca sabia o que
dizer quando ele se punha a fazer-me elogios. Ficava sempre sem jeito e
bastante envergonhada. Coloquei os meus braços em redor do pescoço do Harry
puxando-o para mim, pus-me em biquinhos de pés e uni de novo os nossos lábios.
Ele sorria. – Vamos lá conhecer a tua mãe…
***
Despertei dos meus pensamentos assim que o Harry
parou o carro em frente da sua casa. Ele olhou para mim tentando perceber o que
estava a sentir naquele momento. Tinha a certeza que o Harry entendera o meu
estado de pânico porque de imediato senti a sua mão sobre a minha. Olhei para a
minha mão e para a dele sobreposta sobre a minha. Ele fazia pequenos movimentos
com os dedos tentando encaixa-los nos meus suavemente. Sorri inconscientemente
assim que virei a minha mão facilitando-lhe o entrelaçar dos dedos. A mão dele
em comparação com a minha era muito maior, parecia que tinha uma mão de bebé. Levantei
o meu olhar de novo para ele e vi o seu olhar de preocupação. Ele também estava
com receio do que pudesse acontecer depois daquela conversa com a mãe dele.
-
Harry, não sei se isto será boa ideia… - acabei por dizer com as lágrimas nos olhos, por
causa de tudo o que se tinha passado naquele dia estava muito mais sensível do
que era habitual – eu não quero… -
queria continuar mas a quantidade de lágrimas acumuladas nos olhos começou a
escorrer pela minha face – que raiva, hoje
parece que tenho um rio a passar-me pelos olhos… - reclamei levando a minha
mão livre à cara limpando as lagrimas
- Por favor
não chores. – disse-me passando o polegar pela pele da minha cara. Fechei
instintivamente os meus olhos e mais algumas lágrimas escorreram até
encontrarem os dedos dele. A pele dele ao entrar em contacto com a minha
continuava a queimar-me por dentro como da primeira vez – Olha que acabo a chorar também… - sorri, partia-me o coração sempre
que o via triste – Seja qual for a opinião
da minha mãe, não te vou deixar. Vou entrar com namorada e sair com ela, não
importa o que a minha mãe diga… - desviou momentaneamente o meu olhar do
dele – isto se ainda a tiver.
- É claro
que a tens… - vê-lo sorrir daquela maneira tão pura preenchia-me o coração,
deixava-me completamente estarrecida. Ele ainda não tinha largado a minha mão
desde que entrelaçara os dedos nos meus, o que me transmitia calma e segurança
como só ele o conseguia fazer. Comecei a vê-lo a aproximar-se de mim e a pousar
delicadamente a sua testa na minha antes de envolver os meus lábios com os
dele. A intensidade com que me beijou, a forma apaixonada como o fez, fez-me
soltar um sorriso. Percebia-se o medo que tivera de nunca mais poder-me beijar.
- Vamos?
– abanei positivamente com a cabeça e ambos saímos do carro. Encaminhei-me para
junto dele, ele tinha esticado o braço na minha direcção para voltarmos a dar
as mãos. Assim que as juntamos de novo, vi o Harry e levar as nossas mãos até
aos seus lábios, beijando a minha mão com suavidade, transmitindo-me segurança.
– vai tudo correr bem…
-
Espero que sim –
antes de caminharmos em direcção à entrada, o Harry depositou-me um beijo na
testa e exerceu uma ligeira pressão sobre as nossas mãos. Estávamos ambos
nervosos, não o conseguíamos esconder. Ele tirou as chaves de casa do bolso das
calças e depois de chegarmos junto à porta, abriu-a. Não, não tive o choque de
a encontrar logo na sala. Apenas se encontravam os rapazes, alguns sentados no
sofá, outros no chão a jogar PS na televisão. Assim que nos viram entrar as
expressões mudaram, acho que todos perceberam que vinha aí uma conversa
bastante séria e longa. Ia perguntar pela mãe do Harry mas ela apareceu vinda
da cozinha bastante sorridente. Sorriso esse que se desvaneceu assim que me
viu. Sentia-me tão mal naquela altura.
- Mia?!
– foi a primeira coisa que disse. Os rapazes levantaram-se todos do chão e do
sofá e saíram de casa, deixando-nos a sós. – Harry, és capaz de me explicar o que esta rapariga faz aqui em casa?
– estava de novo a passar pelo mesmo processo que passei com o Harry. Não sei
se era raiva ou até mesmo ódio, se calhar eram palavras demasiado fortes para
explicar o tom com que fez aquela pergunta. Talvez mágoa por ter provocado
tanta dor ao seu filho quando não o queria. Era tudo demasiado complicado. Era
um passado que precisava de ser resolvido.
- Mãe… -
proferiu Harry com intermitência na voz ao mesmo tempo que agarrava ainda mais
a minha mão. Ia continuar mas a mãe dele interrompei-o
- E porque
estás de mão dada com ela? – começava a sentir-me mesmo muito culpada por
toda aquela situação. Afinal, tudo aquilo era por minha causa.
- Se me
deixares falar talvez consiga explicar! – respondeu-lhe o Harry – Posso falar?
- Estou a
ouvir-te…
-
Bem… - apertei ainda com mais força a
mão dele, notava-se na voz dele que estava nervoso – como sabes, a Mia foi para São Francisco…
- Harry não
enroles! – interrompeu-o novamente a mãe dele – Fala de uma vez por todas! – ele desviou o olhar da mãe para se
concentrar em mim por momentos. Vi-o respirar fundo. Tinha chegado o momento.
- Eu e a Mia
voltamos a namorar – proferiu seguro. Sinceramente não sei o que dizer da
forma como a mãe dele olhou para o Harry. Não era de desilusão, era algo
maternal. Como se o quisesse proteger de mim, afinal tinha sido eu a magoa-lo.
- Não
acredito que acabaste de dizer isso. Essa relação agora vai durar até quando?
Até ela se lembrar que tem de ir embora novamente? – eram aquelas frases
que me magoavam bastante, que por mais tempo que passasse, por mais que o Harry
me tivesse perdoado, elas continuavam lá, faziam parte do meu passado e não
tinha como as apagar.
- Harry,
acho melhor ir embora… - acabei por lhe dizer controlando as lágrimas que
começavam a formar-se.
-
Nem penses, amor. –
disse-me – Vais ficar aqui até a minha
mãe entender que fazes parte da minha vida e que não vou voltar a abdicar de ti
por nada deste mundo. – talvez noutra situação tivesse ficado com um enorme
sorriso mas com todo aquele stress , não o conseguia.
- Filho, não
percebes que…
-
Não, a mãe é que tem que entender. – disse interrompendo-a – Eu consegui perdoar a Mia porque a amo. Os três anos que passaram não
apagaram nada do que sentia por ela, aliás ainda cresceu. De todas as raparigas
que conheci desde que se foi embora, nenhuma me despertou os meus sentimentos
mais profundos. Quando a Mia regressou, bastou simplesmente olhar de novo para
ela para sentir palpitações no coração, os joelhos a tremerem, a respiração intermitente,
uma mistura de sentimentos. – senti-o a respirar fundo – É ela que me completa… - foram apenas
segundos mas para mim foram eternidades os segundos que demorou até ela
responder.
-
Harry deixa-me a sós com a Mia… - ele ia falar mas ela não o deixou – se queres que compreenda, tens que me
deixar falar sozinha com a Mia primeiro. – antes de abandonar a sala,
olhou-me nos olhos e sussurrou-me um “amo-te” ao ouvido. Assim que saiu da
sala, a mãe dele sentou-se no sofá e eu também o fiz. Durante alguns minutos ninguém
disse nada até que ela tomou a iniciativa – Ver o meu filho chorar todas as noites por teres ido embora e não
conseguir fazer nada para o acalmar, acabava com qualquer coração de mãe. – a
minha decisão daquele dia à três anos não tinha afectado só a mim e ao Harry,
mas também às pessoas que nos rodeava – Não
foram dias, foram meses. Não era um simples choro, era compulsivo que parecia
piorar de dia para dia. Isso não se esquece, Mia. – olhava-a atentamente a
todas as palavras que proferia – Não é
por apareceres agora e dizeres que estás muito arrependida que vou esquecer
tudo.
- Compreendo
perfeitamente… - queria arranjar um discurso que fosse bom o suficiente mas
não arranjava palavras. Tinha um enorme nó na garganta.
- Porque é
que o fizeste e daquela forma? Não achaste que seria cruel demais?
-
Foi o que achei melhor na altura. – é impressionante como nos podemos arrepender
tanto de uma decisão que na altura parecia ser a mais acertada – Sabe, o Harry não foi o único a sofrer, eu
também sofri bastante. Lembro-me como se fosse hoje… - inúmeras recordações
dos primeiros tempos em São Francisco passaram-me pela mente – …de passar as noites em claro, de
praticamente todos os rapazes me fazerem lembrar o Harry e de sentir aquela dor
que não sara, que aumenta a cada segundo que passa. Percebi o quanto ele era a
minha vida, parte de mim, que todos os meus gestos eram simplesmente focados
nele. – agora era a mãe dele que me ouvia atentamente – Sorria porque sabia que isso o deixava
feliz, às vezes podia não estar de acordo com ele mas acabava por deixa-lo
vencer porque vê-lo feliz também era uma vitoria para mim. O que sinto não é
dependência extrema, consigo passar um dia ou mais sem o ver, sei ver que ele
não é perfeito, que também tem defeitos como eu os tenho. Voltar para junto do
Harry foi como se me tivesse reencontrado novamente, era com ele que devia
estar, era o meu lugar. Sentia-me completa… - suspirei – é tão difícil de explicar o que sinto por
ele, é como se não houvessem palavras suficientemente profundas, como se
ficasse sempre mais alguma palavra para o descrever. – algumas lágrimas
caíram pela minha face porque tinha a sensação que por mais que tentasse não
conseguia alcançar de novo a confiança da mãe dele. Limpei-as rapidamente e
concentrei-me na pequena mesa que se encontrava no centro.
- Existem
pessoas que passam uma vida inteira e não sabem o que isso é… - olhei para
ela confusa, tinha-me perdido por completo no raciocínio – …o amor. Não o sentem, não o vivem. É um privilégio, não o devemos
desperdiçar. – fiquei sem saber se aquilo era uma forma de me dizer que me
aceitava de novo.
- Eu não lhe
peço para esquecer o que fiz, queria apenas uma segunda oportunidade. –
vi-a levantar-se do sofá e foi como se o meu coração tivesse sido sufocado, não
havia volta a dar – Eu gosto mesmo do
Harry… - disse-o quase em desespero – Eu
amo-o… - um sorriso apareceu-lhe no rosto o que me deixou ainda mais
confusa
- Quando
o Harry me disse que já não estava com a Colbie mas sim com outra rapariga, eu
já o sabia. Notava-se pelo tom de voz alegre que estava diferente, fez-me
lembrar de imediato o tempo em que esteve contigo. Era uma alegria espontânea e
natural. Não o posso negar, fazes o meu filho feliz. Não seria uma boa mãe se
não o apoiasse…
- Então quer
dizer que… - tinha que confirmar o que tinha acabado de ouvir, que não
tinha sido alucinação minha.
- Só por ter
visto aquele sorriso lindo estampado no rosto do Harry, acho que consigo também
dar-te uma segunda oportunidade… - senti-me verdadeiramente feliz. Só me
apetecia dar pulinhos de alegria.
- Muito
obrigada! – disse bastante contente – Nem
sabe o quanto isso significava para mim…
-
Filha, trata-me apenas por Anne. Já me conheces! – a mãe dele era realmente uma pessoa encantadora.
Chegou-se ao pé de mim e deu-me um abraço.
- Acho
melhor chamar o Harry antes que ele ainda tenha um ataque de ansiedade – fui até ao exterior da casa, o jardim e
encontrei-o a andar de um lado para o outro. Estava tão concentrado e alheado
do mundo que nem deu pela minha presença. – amor? – assim que me viu, correu até mim e antes que ele começasse
a bombardear-me com perguntas, falei – está
tudo bem! A tua mãe compreendeu… - os meus pés levantaram-se do chão assim
que terminei de falar. O Harry tinha-me elevado no ar, rodopiando. – Harry! – exclamei. Ele parou de me
rodar e fitou-me. Continuava sem ter os pés no chão sendo essa uma das poucas
maneiras de estar à mesma altura que o Harry. Sorriu deliciosamente e roubou-me
vários beijos de seguida.
– Eu disse-te!
– exclamou – O teu futuro é comigo…
-
E o teu comigo… -
desta vez que fui eu que juntei os nossos lábios – olha, vai falar com a tua mãe… - disse assim que me pousou no chão
- Sim! –
o Harry foi ter com a mãe dele e eu aproveitei para ficar um pouco no jardim.
(…)
- Sabes qual vai ser a melhor parte desta confusão toda? – perguntou-me o Harry.
Estávamos os dois na cozinha, ele estava a preparar o jantar enquanto eu estava
apenas a observa-lo. Os rapazes já tinham chegado juntamente com a Nicole e
estavam todos na sala com a mãe do Harry. – É a reconciliação… - concluiu sem me deixar responder.
- O que é
andas a tramar? – aquele olhar que fazia era sinal de que andava a preparar
alguma
- Não te
posso dizer, só tive a ideia agora e ainda preciso de tratar de alguns
pormenores. A única coisa que te posso dizer é que te vou raptar por uns dias!
– deixou por momentos a sua atenção da comida e roubou-me um beijo – tenho a certeza que vais amar!
Lindo lindo lindo *.*
ResponderEliminarAmoroso e lindo. Perfeito como sempre!! =) Parabéns!!
ResponderEliminarjokas bia xx
E mais uma vez - é que já começa a tornar-se habitual --" - puseste-me com as lágrimas nos olhos x)
ResponderEliminarAcabo todos os capítulos a pensar porque não existe um Harry como este na minha vida, preciso tanto de um, tanto...'.
Fazes-me sentir ainda mais sozinha do que já estou xb
Adorei o capítulo ;D
Maravilhoso!!
ResponderEliminarKeep Calm And Continuaaaaa...
Eu no outro chorei, mas neste, eu arrepiei-me dos pés á cabeça. A anciedade com que eu estava para ver a reação da mãe do Harry... nem passa pela cabeça de ninguém. Está maravilhoso. O Harry é um querido, e um sonho. Estou anciosa para ver o que é que ele anda a tramar (:
ResponderEliminarBeijinhos
a mãe do Harry foi compreensiva e ainda bem :)
ResponderEliminaruma surpresa?... este Harry é mesmo querido
beijinhos