domingo, 7 de outubro de 2012

52º Capitulo - O meu futuro só faz sentido ao teu lado



Não consegui conter o sorriso. Ele era o protagonista da minha história de amor. Antes de chegarmos às escadas fiz com que parasse e me olhasse. Coloquei os meus braços em redor do Harry, abraçando-o. Ele apertou-me tanto contra ele que senti a minha respiração a parar por breves segundos.

- Então, já me podem explicar que raio se passou convosco? – perguntou a Nicole assim que descemos as escadas. Ela estava sentada no sofá e ansiosa por saber novidades

- Depois conto-te tudo e com direito a pormenores. – respondi rapidamente – Mas agora temos que ir até a casa dele porque está lá a mãe dele… - a cara que fez deve ter sido a mesma que fiz quando o Louis me telefonou, de espanto e de preocupação. Apenas disse-me “boa sorte” e de seguida, eu e o Harry saímos de casa em direcção ao carro dele.

 ***

- Estás a gozar comigo só pode, Harry!! – ele não me tinha acabado de me dizer aquilo. Era mau demais receber uma noticia daquelas àquelas horas da manhã. – não podes estar a falar a sério…

- Qual é o mal de conheceres hoje a minha mãe? – não é que não quisesse conhecer a mãe dele, aliás o facto dele querer-me apresentar á sua mãe só me deixava feliz. Era mais uma certeza de que o que sentíamos era forte. O problema era o medo que tinha de ela não gostar de mim. Sabia o quanto o Harry era apegado à mãe e a última coisa que queria era estragar essa relação. 

- Ainda perguntas? – perguntei como se a resposta fosse obvia – Preciso de me preparar psicologicamente para conhecer a tua mãe, pelo menos uma semana, além disso não estou vestida adequadamente para um almoço e… - o Harry não me deixou acabar de falar selando os nossos lábios num beijo. Ele sabia como me dar confiança e afastar da minha cabeça as minhas inseguranças. O beijo terminou naturalmente e com um enorme sorriso no rosto, deu-me um beijo na ponta do nariz.

- A minha mãe adora-te mesmo sem te conhecer e sabes porquê? – abanei negativamente com a cabeça – Porque chego todos os dias a casa com este sorriso parvo no rosto. E o motivo deste sorriso é simplesmente pela tua presença na minha vida. És o meu raio de sol….

- Ohhh… - nunca sabia o que dizer quando ele se punha a fazer-me elogios. Ficava sempre sem jeito e bastante envergonhada. Coloquei os meus braços em redor do pescoço do Harry puxando-o para mim, pus-me em biquinhos de pés e uni de novo os nossos lábios. Ele sorria. – Vamos lá conhecer a tua mãe…

***

Despertei dos meus pensamentos assim que o Harry parou o carro em frente da sua casa. Ele olhou para mim tentando perceber o que estava a sentir naquele momento. Tinha a certeza que o Harry entendera o meu estado de pânico porque de imediato senti a sua mão sobre a minha. Olhei para a minha mão e para a dele sobreposta sobre a minha. Ele fazia pequenos movimentos com os dedos tentando encaixa-los nos meus suavemente. Sorri inconscientemente assim que virei a minha mão facilitando-lhe o entrelaçar dos dedos. A mão dele em comparação com a minha era muito maior, parecia que tinha uma mão de bebé. Levantei o meu olhar de novo para ele e vi o seu olhar de preocupação. Ele também estava com receio do que pudesse acontecer depois daquela conversa com a mãe dele.   

- Harry, não sei se isto será boa ideia… - acabei por dizer com as lágrimas nos olhos, por causa de tudo o que se tinha passado naquele dia estava muito mais sensível do que era habitual – eu não quero… - queria continuar mas a quantidade de lágrimas acumuladas nos olhos começou a escorrer pela minha face – que raiva, hoje parece que tenho um rio a passar-me pelos olhos… - reclamei levando a minha mão livre à cara limpando as lagrimas

- Por favor não chores. – disse-me passando o polegar pela pele da minha cara. Fechei instintivamente os meus olhos e mais algumas lágrimas escorreram até encontrarem os dedos dele. A pele dele ao entrar em contacto com a minha continuava a queimar-me por dentro como da primeira vez – Olha que acabo a chorar também… - sorri, partia-me o coração sempre que o via triste – Seja qual for a opinião da minha mãe, não te vou deixar. Vou entrar com namorada e sair com ela, não importa o que a minha mãe diga… - desviou momentaneamente o meu olhar do dele – isto se ainda a tiver.

- É claro que a tens… - vê-lo sorrir daquela maneira tão pura preenchia-me o coração, deixava-me completamente estarrecida. Ele ainda não tinha largado a minha mão desde que entrelaçara os dedos nos meus, o que me transmitia calma e segurança como só ele o conseguia fazer. Comecei a vê-lo a aproximar-se de mim e a pousar delicadamente a sua testa na minha antes de envolver os meus lábios com os dele. A intensidade com que me beijou, a forma apaixonada como o fez, fez-me soltar um sorriso. Percebia-se o medo que tivera de nunca mais poder-me beijar.   

- Vamos? – abanei positivamente com a cabeça e ambos saímos do carro. Encaminhei-me para junto dele, ele tinha esticado o braço na minha direcção para voltarmos a dar as mãos. Assim que as juntamos de novo, vi o Harry e levar as nossas mãos até aos seus lábios, beijando a minha mão com suavidade, transmitindo-me segurança. – vai tudo correr bem…

- Espero que sim – antes de caminharmos em direcção à entrada, o Harry depositou-me um beijo na testa e exerceu uma ligeira pressão sobre as nossas mãos. Estávamos ambos nervosos, não o conseguíamos esconder. Ele tirou as chaves de casa do bolso das calças e depois de chegarmos junto à porta, abriu-a. Não, não tive o choque de a encontrar logo na sala. Apenas se encontravam os rapazes, alguns sentados no sofá, outros no chão a jogar PS na televisão. Assim que nos viram entrar as expressões mudaram, acho que todos perceberam que vinha aí uma conversa bastante séria e longa. Ia perguntar pela mãe do Harry mas ela apareceu vinda da cozinha bastante sorridente. Sorriso esse que se desvaneceu assim que me viu. Sentia-me tão mal naquela altura.

- Mia?! – foi a primeira coisa que disse. Os rapazes levantaram-se todos do chão e do sofá e saíram de casa, deixando-nos a sós. – Harry, és capaz de me explicar o que esta rapariga faz aqui em casa? – estava de novo a passar pelo mesmo processo que passei com o Harry. Não sei se era raiva ou até mesmo ódio, se calhar eram palavras demasiado fortes para explicar o tom com que fez aquela pergunta. Talvez mágoa por ter provocado tanta dor ao seu filho quando não o queria. Era tudo demasiado complicado. Era um passado que precisava de ser resolvido.

- Mãe… - proferiu Harry com intermitência na voz ao mesmo tempo que agarrava ainda mais a minha mão. Ia continuar mas a mãe dele interrompei-o

- E porque estás de mão dada com ela? – começava a sentir-me mesmo muito culpada por toda aquela situação. Afinal, tudo aquilo era por minha causa.  

- Se me deixares falar talvez consiga explicar! – respondeu-lhe o Harry – Posso falar?

- Estou a ouvir-te…

- Bem… - apertei ainda com mais força a mão dele, notava-se na voz dele que estava nervoso – como sabes, a Mia foi para São Francisco…

- Harry não enroles! – interrompeu-o novamente a mãe dele – Fala de uma vez por todas! – ele desviou o olhar da mãe para se concentrar em mim por momentos. Vi-o respirar fundo. Tinha chegado o momento.

- Eu e a Mia voltamos a namorar – proferiu seguro. Sinceramente não sei o que dizer da forma como a mãe dele olhou para o Harry. Não era de desilusão, era algo maternal. Como se o quisesse proteger de mim, afinal tinha sido eu a magoa-lo.

- Não acredito que acabaste de dizer isso. Essa relação agora vai durar até quando? Até ela se lembrar que tem de ir embora novamente? – eram aquelas frases que me magoavam bastante, que por mais tempo que passasse, por mais que o Harry me tivesse perdoado, elas continuavam lá, faziam parte do meu passado e não tinha como as apagar.

- Harry, acho melhor ir embora… - acabei por lhe dizer controlando as lágrimas que começavam a formar-se.   

- Nem penses, amor. – disse-me – Vais ficar aqui até a minha mãe entender que fazes parte da minha vida e que não vou voltar a abdicar de ti por nada deste mundo. – talvez noutra situação tivesse ficado com um enorme sorriso mas com todo aquele stress , não o conseguia.   

- Filho, não percebes que…

- Não, a mãe é que tem que entender. – disse interrompendo-a – Eu consegui perdoar a Mia porque a amo. Os três anos que passaram não apagaram nada do que sentia por ela, aliás ainda cresceu. De todas as raparigas que conheci desde que se foi embora, nenhuma me despertou os meus sentimentos mais profundos. Quando a Mia regressou, bastou simplesmente olhar de novo para ela para sentir palpitações no coração, os joelhos a tremerem, a respiração intermitente, uma mistura de sentimentos. – senti-o a respirar fundo – É ela que me completa… - foram apenas segundos mas para mim foram eternidades os segundos que demorou até ela responder.

- Harry deixa-me a sós com a Mia… - ele ia falar mas ela não o deixou – se queres que compreenda, tens que me deixar falar sozinha com a Mia primeiro. – antes de abandonar a sala, olhou-me nos olhos e sussurrou-me um “amo-te” ao ouvido. Assim que saiu da sala, a mãe dele sentou-se no sofá e eu também o fiz. Durante alguns minutos ninguém disse nada até que ela tomou a iniciativa – Ver o meu filho chorar todas as noites por teres ido embora e não conseguir fazer nada para o acalmar, acabava com qualquer coração de mãe. – a minha decisão daquele dia à três anos não tinha afectado só a mim e ao Harry, mas também às pessoas que nos rodeava – Não foram dias, foram meses. Não era um simples choro, era compulsivo que parecia piorar de dia para dia. Isso não se esquece, Mia. – olhava-a atentamente a todas as palavras que proferia – Não é por apareceres agora e dizeres que estás muito arrependida que vou esquecer tudo.

- Compreendo perfeitamente… - queria arranjar um discurso que fosse bom o suficiente mas não arranjava palavras. Tinha um enorme nó na garganta.  

- Porque é que o fizeste e daquela forma? Não achaste que seria cruel demais?

- Foi o que achei melhor na altura. – é impressionante como nos podemos arrepender tanto de uma decisão que na altura parecia ser a mais acertada – Sabe, o Harry não foi o único a sofrer, eu também sofri bastante. Lembro-me como se fosse hoje… - inúmeras recordações dos primeiros tempos em São Francisco passaram-me pela mente – …de passar as noites em claro, de praticamente todos os rapazes me fazerem lembrar o Harry e de sentir aquela dor que não sara, que aumenta a cada segundo que passa. Percebi o quanto ele era a minha vida, parte de mim, que todos os meus gestos eram simplesmente focados nele. – agora era a mãe dele que me ouvia atentamente – Sorria porque sabia que isso o deixava feliz, às vezes podia não estar de acordo com ele mas acabava por deixa-lo vencer porque vê-lo feliz também era uma vitoria para mim. O que sinto não é dependência extrema, consigo passar um dia ou mais sem o ver, sei ver que ele não é perfeito, que também tem defeitos como eu os tenho. Voltar para junto do Harry foi como se me tivesse reencontrado novamente, era com ele que devia estar, era o meu lugar. Sentia-me completa… - suspirei – é tão difícil de explicar o que sinto por ele, é como se não houvessem palavras suficientemente profundas, como se ficasse sempre mais alguma palavra para o descrever. – algumas lágrimas caíram pela minha face porque tinha a sensação que por mais que tentasse não conseguia alcançar de novo a confiança da mãe dele. Limpei-as rapidamente e concentrei-me na pequena mesa que se encontrava no centro. 

- Existem pessoas que passam uma vida inteira e não sabem o que isso é… - olhei para ela confusa, tinha-me perdido por completo no raciocínio – …o amor. Não o sentem, não o vivem. É um privilégio, não o devemos desperdiçar. – fiquei sem saber se aquilo era uma forma de me dizer que me aceitava de novo.

- Eu não lhe peço para esquecer o que fiz, queria apenas uma segunda oportunidade. – vi-a levantar-se do sofá e foi como se o meu coração tivesse sido sufocado, não havia volta a dar – Eu gosto mesmo do Harry… - disse-o quase em desespero – Eu amo-o… - um sorriso apareceu-lhe no rosto o que me deixou ainda mais confusa    

- Quando o Harry me disse que já não estava com a Colbie mas sim com outra rapariga, eu já o sabia. Notava-se pelo tom de voz alegre que estava diferente, fez-me lembrar de imediato o tempo em que esteve contigo. Era uma alegria espontânea e natural. Não o posso negar, fazes o meu filho feliz. Não seria uma boa mãe se não o apoiasse…

- Então quer dizer que… - tinha que confirmar o que tinha acabado de ouvir, que não tinha sido alucinação minha.

- Só por ter visto aquele sorriso lindo estampado no rosto do Harry, acho que consigo também dar-te uma segunda oportunidade… - senti-me verdadeiramente feliz. Só me apetecia dar pulinhos de alegria.

- Muito obrigada! – disse bastante contente – Nem sabe o quanto isso significava para mim…

- Filha, trata-me apenas por Anne. Já me conheces! – a mãe dele era realmente uma pessoa encantadora. Chegou-se ao pé de mim e deu-me um abraço.     

- Acho melhor chamar o Harry antes que ele ainda tenha um ataque de ansiedade –  fui até ao exterior da casa, o jardim e encontrei-o a andar de um lado para o outro. Estava tão concentrado e alheado do mundo que nem deu pela minha presença. – amor? – assim que me viu, correu até mim e antes que ele começasse a bombardear-me com perguntas, falei – está tudo bem! A tua mãe compreendeu… - os meus pés levantaram-se do chão assim que terminei de falar. O Harry tinha-me elevado no ar, rodopiando. – Harry! – exclamei. Ele parou de me rodar e fitou-me. Continuava sem ter os pés no chão sendo essa uma das poucas maneiras de estar à mesma altura que o Harry. Sorriu deliciosamente e roubou-me vários beijos de seguida.

Eu disse-te! – exclamou – O teu futuro é comigo…

- E o teu comigo… - desta vez que fui eu que juntei os nossos lábios – olha, vai falar com a tua mãe… - disse assim que me pousou no chão

- Sim! – o Harry foi ter com a mãe dele e eu aproveitei para ficar um pouco no jardim.

(…)

- Sabes qual vai ser a melhor parte desta confusão toda? – perguntou-me o Harry. Estávamos os dois na cozinha, ele estava a preparar o jantar enquanto eu estava apenas a observa-lo. Os rapazes já tinham chegado juntamente com a Nicole e estavam todos na sala com a mãe do Harry. – É a reconciliação… - concluiu sem me deixar responder.

- O que é andas a tramar? – aquele olhar que fazia era sinal de que andava a preparar alguma

- Não te posso dizer, só tive a ideia agora e ainda preciso de tratar de alguns pormenores. A única coisa que te posso dizer é que te vou raptar por uns dias! – deixou por momentos a sua atenção da comida e roubou-me um beijo – tenho a certeza que vais amar!
    

6 comentários:

  1. Amoroso e lindo. Perfeito como sempre!! =) Parabéns!!
    jokas bia xx

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  2. E mais uma vez - é que já começa a tornar-se habitual --" - puseste-me com as lágrimas nos olhos x)
    Acabo todos os capítulos a pensar porque não existe um Harry como este na minha vida, preciso tanto de um, tanto...'.
    Fazes-me sentir ainda mais sozinha do que já estou xb
    Adorei o capítulo ;D

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  3. Eu no outro chorei, mas neste, eu arrepiei-me dos pés á cabeça. A anciedade com que eu estava para ver a reação da mãe do Harry... nem passa pela cabeça de ninguém. Está maravilhoso. O Harry é um querido, e um sonho. Estou anciosa para ver o que é que ele anda a tramar (:
    Beijinhos

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  4. a mãe do Harry foi compreensiva e ainda bem :)
    uma surpresa?... este Harry é mesmo querido
    beijinhos

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