Peço desculpa pela demora mas tive uns trabalhos de casa extra que me tiraram imenso tempo!
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(Harry)
Desejei arduamente, com todas as minhas forças, que pudesse
fechar os olhos para toda a eternidade. Fui em direcção á porta de madeira, o
meu primeiro instinto era ir atrás dela mas…havia algo mais forte que me
travava. Coloquei a mão na maçaneta porém as forças não me permitiram roda-la.
Deixei o meu corpo desfalecer aos poucos em direção ao chão. Pousei a mão no
meu peito e pude verificar que os batimentos cardíacos estavam completamente
descontrolados. Tentei controlar a irregularidade da respiração mas quando mais
respirava fundo mais falta de ar tinha. Ter aquele formigueiro insistente de
volta que aparecia sempre que lhe tocava, que só acontecia com ela. Voltar a
sentir a minha pele dos dedos em contacto com a face dela fez-me recordar o
quanto ela é especial, única…a minha Mia, ou melhor, era…
Levantei-me lentamente sempre apoiado na porta de madeira e
fui até á janela do quarto. Eles estavam no jardim a divertiram-se, mas ainda
não havia sinal da Mia nem do Louis.
Não Harry, ela
abandonou-te! Ela nunca gostou de ti…ela não te merece! Não podes voltar a
pensar nela dessa forma…agora tens a Colbie, ela sim gosta de ti, e tu também!
Tu gostas da Colbie, tu gostas da Colbie, tu gostas da Colbie…agora repete em
voz alta…
- Eu gosto da Colbie! A Mia é passado…passado! – disse em voz
alta, o que me pareceu ainda mais irreal. Naquele momento todas as minhas
certezas tornaram-se incertezas. Tudo o que eu achava que sentia, o que era
certo, tudo se tornou cinzento e confuso. Por um lado queria odia-la por tudo o
que me fez passar, da dor que me provocou quando se foi embora, por outro,
vê-la novamente á minha frente, a palmos de distância de mim, voltar a respirar
o mesmo ar que ela, fez-me mudar completamente. Parte do meu coração tinha
acabado de sair por aquela porta sem ter a noção do quanto ainda precisava dele
para sobreviver.
Dirigi-me até á comoda do meu quarto e vasculhei nas minhas
coisas a carta que a Mia me tinha deixado. Precisava de a ler novamente. Assim
que a encontrei, sentei-me na cama e voltei a lê-la.
Harry,
Já devo ter morto uma
centena de árvores só para te escrever meia dúzia de linhas e de pedaços de
coração. O meu quarto está cheio de papéis amarrotados por causa de várias
tentativas falhadas em escrever a carta perfeita, o pensamento perfeito,
transcrever na sua totalidade tudo o que está aqui dentro de mim. Mas não
consigo. Simplesmente não consigo. O que sinto por ti ultrapassa os limites da
escrita, das memórias, das palavras. Provavelmente vais-me odiar, provavelmente
vou merecer esse odio. Mereço. Porque aquilo que vou fazer não se faz. Não á
pessoa que se ama. Mas eu sou fraca por não conseguir enfrentar os meus
problemas. Sou fraca por não conseguir ter esta conversa contigo. Eu sei que
não tenho este direito mas tenta, pelo menos, desculpar-me…
Bem, eu vou para a
Califórnia. Agora. Estou a caminho. Quer dizer, quando tiveres a ler, estarei a
caminho. Juro que tentei, com todas as minhas forças, despedir-me de ti mas
olhar para ti e dizer que me ia embora, era impossível. Não o conseguiria
fazer. Os teus olhos fariam com que eu desistisse. O meu pai recebeu uma
proposta de trabalho e tu sabes o quanto queria ir estudar para fora. Não foi a
decisão mais fácil do mundo mas eu fi-lo por mim. Pelos meus sonhos.
Não sei se te disse
ontem vezes suficientes mas eu adorei a noite que passamos juntos de ontem.
Fizeste-me sentir única, especial, deste-me, sem imaginares, a melhor noite de
despedida. Quando acordei e vi-te ao meu lado a sorrir quis gravar essa memória
no meu coração para sempre. Para me lembrar de ti.
Quando me levaste a casa e disseste “até já princesa”, o
meu coração partiu-se me mil bocadinhos de vidros espetando-se por todos os
recantos do meu corpo provocando a dor mais dolorosa que alguma vez pude
imaginar. Fui cobarde Harry…desculpa-me! Tu não merecias…não tu.
Não consigo escrever
mais…
Até um dia…
Mia
Aquela carta voltou a despertar em mim toda a revolta que
senti naquele dia, a tristeza, e principalmente a dor. Voltar a sentir o
coração a reduzir-se a pó, foi a pior sensação de todas. Porque é que ela tinha
que voltar logo agora, quando praticamente tinha ultrapassado tudo. Porque é
que ela não continuou em São Francisco…
Os meus pensamentos foram interrompidos por alguém a bater à
porta e a entrar logo de seguida
- Nicole? – exclamei assim que a vi entrar no meu quarto –
passasse alguma coisa? – ela sentou-se na minha cama sem dizer nada por isso
decidi implicar um pouco com ela – Não
me digas que o Zayn se foi embora?
- Outra vez isso?! – ela pegou na almofada que estava em cima
da minha cama e atirou-ma – Já estou farta de dizer que somos só amigos! – continuei
a rir-me. Notava-se a léguas que gostavam um do outro mas eram demasiado
casmurros para admitirem. Como ela não gostou da minha brincadeira pegou noutra
almofada e começou a esfrega-la na minha cabeça
- Estás a despentear-me Nicole…para com isso! – pedi ainda a
rir – O meu cabelo é a minha arma secreta para as raparigas… - tentei fazer uma
cara séria mas era impossível
- Coitadinho de ti… - gozou ela, depois de me despentear – estou
a estragar o teu charme todo!
- Faz isso ao Zayn e ficas logo sem namorado! – ela ia fazer
alguma coisa mas eu apressei-me a cala-la – eu já sei! Somos só amigos e blá
blá blá…eu acredito em ti!
- Tu és insuportável Harry! – acabou por dizer ela
levantando-se da cama – Nem sei como é
que a Colbie te atura…
- Eu sou irresistível…
- Bem, mudando de assunto pois não quero discutir se és ou
não irresistível! O que é que estavas aqui a fazer com uma cara de carneiro mal
morto? Já me basta ter a Mia com uma cara de enterro… - por momentos tinha-me
esquecido o que se tinha sucedido á minutos atrás.
- A Mia está…..está mal? – perguntei. Era impossível
mostrar-me indiferente, por muito que quisesse, quando o assunto era a Mia.
Ainda por cima ela não estava bem…e eu também não.
- Ela disse que ia á casa de banho e quando voltou vinha num
estado lastimável. O Louis perguntou na brincadeira se ela tinha descoberto que
estava grávida para a fazer rir, e nem isso a fez sorrir!
- Eu não sei de nada… - acabei por dizer cabisbaixo
escondendo a minha cara
- Eu também não perguntei se sabias. Só se tiveste com ela na
casa de banho…
- Claro que não tive! – respondi tão rápido que até me
levantei da cama, até chegando ao ponto de ficar um pouco corado
- Era demasiado estranho se realmente fosse verdade…. – ela falou
um pouco para o ar, parecia que estava a pensar em voz alta
- O quê? – perguntei sem saber muito bem do que ela estava a
falar
- Que ela estivesse grávida…já viste, ela grávida aos dezoito
e eu tia aos dezassete, cruzes credo! – aquele tema de conversa teve o condão
de despertar uma pergunta dentro de mim.
- Ela…bem…ela tinha namorado lá? Ainda tem? – assim que fiz a
pergunta arrependi-me na hora. Para que é que eu queria saber se ela tinha
namorado ou não? Ela já não faz parte da minha vida nem nunca mais vai fazer!
- Não. Pelo menos ela não me disse…mas acho que não. – não sei
explicar o como nem muito menos o porquê, mas fiquei estranhamente feliz. Era
como se tivessem tirado um enorme peso de mim.
- Hummm… - murmurei, não me alongando muito naquele assunto
- Porque é que me parece que este assunto é constrangedor? –
ia responder mas ela nem me deu oportunidade – Continuando, anda lá para baixo
e já agora, preciso da tua ajuda!
- Para quê? – ela estava com cara de quem anda a tramar
alguma coisa, e conhecendo a Nicole, não é coisa boa
- Para juntar a Mia ao Louis! – aquelas palavras caíram que
nem pedras no coração. Ela continuava a afetar-me e eu não queria isso. Tinha
que a esquecer de uma vez por todas. Ela não gosta de mim!
- E porque é que os queres juntar?
- Não se vê logo? Eles são perfeitos um para o outro. Quando
conheci o Louis a primeira coisa que pensei foi “olha uma versão masculina da
Mia”. Têm tudo para dar certo… - a Nicole pegou na minha mão e tirou-me da cama
abrindo a porta do quarto. Descemos para o piso de baixo no mesmo instante em
que a Mia e o Louis estavam a dirigir-se para a porta.
- Onde é que vocês vão? – perguntou a Nicole muito contente
- Vou para casa e o Louis vai-me lá levar…. – respondeu a
Mia.
Não ouvi mais nada. Contornei a Nicole e saí da entrada o
mais depressa que consegui. Aquela dor horrível estava a voltar aos poucos a
instalar-se no meu corpo. A dor de amar alguém e não ser correspondido.
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Espero que tenham gostado!
Muito obrigada por continuarem a ler e a comentar!
Dri
comecei agora a ler a tua fic e adorei! tens muito jeito :D
ResponderEliminaradoro! quando é que postas o proximo?
ResponderEliminarAdoramos , publica rápido sff '
ResponderEliminaradorei!! como sempre;) publica rapido!beijos
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