terça-feira, 24 de abril de 2012

6º Capitulo - Saída de raparigas (Parte II)



Que raio de destino era o meu! O objectivo de ir sair era para desanuviar, para não pensar no Harry nem que fosse durante umas horas. Precisava disso para conseguir ganhar forças para encarar o facto de ele estar feliz com outra rapariga que não eu. Era tão doloroso que a única coisa que me apetecia fazer era arrancar do meu peito o órgão que me mantem viva e que me trás tanto sofrimento.

A Colbie pareceu-me simpática. Assim que chegámos pôs-nos logo á vontade e começou logo a conversar com a Nicole. Parecia que se davam bastante bem. Pessoalmente não tinha nada contra a rapariga, aliás, por muito que me custasse admitir, ela seria uma boa namorada para ele. Só o facto de o pensar para mim provocava-me uma angustia muito grande.

Tentei abstrair-me do facto de ter o olhar do Harry pregado em mim. Sentei-me naquilo que parecia ser uma espécie de sofá vermelho. Era bastante confortável. Cruzei as pernas e escondi um pouco a cara com o meu cabelo enquanto fingia que mexia no telemóvel. Ele estava mesmo há minha frente separados apenas por uma mesa redonda preta com alguns copos em cima. Poderia jurar que o sentia a olhar para mim, não constantemente, mas de vez em quando. O meu corpo correspondia ao olhar dele. Era algo que já estava dentro de mim e que simplesmente não desaparecia.

Dispersei o meu olhar e a minha atenção por vários sítios. Para as pessoas que dançavam alegremente no meio da pista até às figuras menos agradáveis de alguns. Passei pela conversa animadíssima da Colbie com a Nicole mas não me conseguia encaixar. Mudei várias vezes de posição no maldito sofá, não conseguia estar bem de qualquer maneira. A Nicole falava para mim de variadíssimos assuntos e eu apenas respondia vagamente com palavras monossilábicas ou com um par de palavras para não me alongar.

Deixei-me congelar no tempo e no espaço. Deixei de ter vontade própria para apenas responder aos estímulos daquele rapaz que se encontrava á minha frente. Ele tinha o poder de controlar a adrenalina que passava pelo meu corpo, os meus suspiros, a minha frequência cardíaca, a minha respiração. Definitivamente ele era o fio condutor de todo o meu corpo, era a razão pela qual acordava e adormecia, era tudo e ao mesmo tempo nada, era ele que me provocava as certezas e que me deixava insegura quando não estava por perto. Como é que conseguiria contrariar tudo isto?     

- Mia vou á casa de banho… - a voz da Nicole soou aos meus ouvidos aos berros por causa da música. Apenas acenei afirmativamente com a cabeça. Com ela também se levantou a Colbie, devia ir-lhe fazer companhia. Agora era só eu e o Harry. Peguei na minha pequena bolsa e retirei o telemóvel. Tinha que parecer entretida com alguma coisa. Acabei por descobrir um jogo interessante que até me deu algum gozo jogar. Quando dei por mim, em cima da mesa, estava o telemóvel do Harry á minha frente. Ao principio não liguei mas depois é que me apercebi que estava qualquer coisa escrita. Aproximei-me um pouco e consegui decifrar a meia dúzia de palavras.

“Estás muito bonita…”

Outra vez. Estava tudo a acontecer de novo. Toda aquela mistura de sentimentos, de emoções, de intensidades. Estava tudo a acontecer ao mesmo tempo. Levantei-me do sofá e comecei a furar a multidão de pessoas que estavam na pista. Olhei uma única vez para trás e vi-o apenas a voltar a pegar no telemóvel. Assim que me vi livre daquelas pessoas á minha volta, sentei-me num dos bancos do balcão. O empregado veio passados alguns minutos atender-me registando o meu pedido. Deixei descair um pouco os ombros e a minha silhueta transformou-se.

Passado alguns minutos, já com a minha bebida, algo se roçou em mim, nas minhas costas.  Virei-me e vi um rapaz moreno a olhar-me de cima a baixo de uma forma um bocado assustadora. Ele sorria de uma maneira um bocado perversa e já dava para perceber que não estava na plenitude de todas as suas capacidades. O banco que estava do meu lado esquerdo estava vazio por isso levantei-me e sentei-me nele para ver se o rapaz não me chateava mais. Quando dei por mim por mim, o rapaz já estava á minha beira.

- Queres ir dar uma volta lá fora? – disse ao mesmo tempo que colocava as mãos na minha cintura puxando-me para perto dele. Quando ia para reagir, alguém fê-lo por mim.

- Larga a minha namorada já! – aquela voz era inconfundível mesmo no meio daquele barulho. E ouvi-lo chamar-me “namorada” era algo tão reconfortante mesmo sabendo que era mentira – Tu não me ouviste? – deixei de sentir as mãos do rapaz e para passar a sentir as do Harry – desanda daqui antes que te parta todo aos bocadinhos! – o rapaz saiu sem dizer nada. Os braços do Harry envolveram todo o meu corpo num abraço forte encostando a minha cabeça ao peito dele. A sensação era indescritível, arrebatadora, a melhor sensação de todas – estás bem? – eles pôs-se á minha frente sentado no banco segurando as minhas mãos. Não sabia se era por estar escuro e apenas haver aquelas luzes coloridas a piscarem mas aquele olhar dele voltou a transmitir-me segurança. Voltei a ver aquele brilho nos olhos que me diziam “és tudo para mim”. Provavelmente era só impressão minha fruto dos meus sentimentos que já não eram correspondidos.

- Sim, estou bem… - puxei os meus braços para mim no intuito de me largar dele mas ele não deixou, fazendo ainda mais força – não era preciso teres falado. Eu resolvia o assunto.

- O tipo pesava dez vezes mais do que tu, achas que ele te largava assim? – não respondi. Perdi-me no meu raciocínio quando ele começou a acariciar, provavelmente sem dar conta, a minha mão – Ainda bem que estava por perto porque senão não sei o que poderia ter acontecido.

- Obrigada – acabei por dizer. Uma mecha de cabelo acabou por ir parar á frente dos meus olhos involuntariamente. O Harry chegou-se para mais junto de mim sentando-se mesmo na ponta do banco, e desviou os cabelos que se tinham posto á frente. A vontade de o beijar, de lhe chamar novamente “meu” crescia a um ritmo alucinante tal e qual como os batimentos cardíacos. Depois de colocar a mecha de cabelo atrás da orelha deixou deslizar a mão pela minha face direita. O toque dele escaldava, fazia-me arrepiar desde a unhas dos pés até ás pontas dos cabelos – De certeza que estás bem?

- Preciso de ir lá fora apanhar um pouco de ar… - levantei-me do banco mas ele não me deixou sair – Que foi? Tu sabes que não consigo estar durante muito tempo em espaços fechados, preciso de ir arejar um pouco.

- Eu sei, não me esqueci. Lembro-me perfeitamente. – era impossível não ficar indiferente aquela afirmação – mas não podes ir sozinha. Eu vou contigo…

- Harry, não…. – ia refutar mas ele não me deixou

- Nem pensar. Já viste o que poderia acontecer aqui se não aparecesse? Não vou arriscar deixar-te ir sozinha novamente…

- E a Colbie? - perguntei parecendo óbvia

- Esquece a Colbie, ela está com a Nicole.

Ele levantou-se e puxou-me por entre a multidão, sem nunca me largar, até chegar á porta de saída. Mostramos os cartões que tínhamos adquirido á entrada e o segurança deixou-nos sair. Havia imensa gente lá fora, em grupos. Realmente teria sido má ideia vir sozinha para ali. Como não havia sitio aonde me pudesse sentar e no chão estava fora de questão, encostei-me ao capô de um dos muitos carros que havia á porta. O Harry acabou por fazer o mesmo que eu, sentando-se. O carro tinha ido um bocado para baixo devido ao peso. Estava uma noite agradável, não estava vento, apenas uma brisa agradável.

Estava mesmo a precisar de respirar ar puro. Não conseguia estar muito tempo fechada no mesmo local, precisava sempre de ir apanhar um pouco de ar na minha cara. Havia um silencio entre nós um bocado constrangedor. De vez em quando olhava para ele à espera que dissesse alguma coisa, boa ou má, não interessava, apenas queria ouvir a voz dele. Mas estava com azar. Ele não falava.

***

Tinha novamente atrasado para a aula. Culpa do Harry que queria sempre mais um beijo. Sempre que tocava era preciso pedir quase por favor para ele me deixar ir para a aula. A professora ainda reclamou mas depois deixou-me entrar. Estávamos em inglês e o objectivo da aula era elaborar um texto sobre a pessoa mais importante da nossa vida e depois apresentar na aula seguinte. Não foi muito difícil escolher a pessoa, era óbvio.

(…)

Fui ter com o Harry ao nosso cantinho e assim que cheguei perguntou-me logo como é que tinha corrido a aula.

- Correu bem amor. Tivemos que fazer um texto sobre a pessoa mais importante da nossa vida…ou seja, tu.

- E posso ler? – os olhos dele brilhavam mais do que uma noite estrelada. Ele adorava tudo aquilo que escrevia.

- Melhor, eu digo!

“Tocas-me, no coração, na mente, no pensamento e no corpo. Sinto-me presente, desejo-te no futuro e reconheço-te no passado. Mimas-me a toda a gora, aumentas o meu ego, dás-me inspiração. Acolhes o meu amor e transformas os meus dias em momentos nossos, especiais e únicos. Formas-te uma esfera luminosa em meu redor que me acalma, que me aquece, que me apoia, que está em mim para tudo. Então beijas-me, dás-me confiança e avanças. Colocas-me no teu colo e desfilas na minha felicidade. És o único que comanda o meu coração. Amo-te porque sem ti não dá.”

- Tu fazes-me sentir o homem mais feliz do mundo quando dizes essas coisas… - ele puxou-me para o colo dele e beijou-me – Amo-te muito…

- Ainda bem porque sem ti eu já não consigo viver e quero que saibas todos os dias o quão és essencial para o meu viver!

***

- O que é que estás a pensar? – a voz do Harry fez interromper as minhas memórias, respirei fundo antes de responder. Precisava de forças para o fazer.

- Numa forma de esquecer que o nosso passado existiu e que nunca se tornará no presente… - ele não disse nada. Encolheu-se em si mesmo e aquele silencio só foi desfeito porque alguém apareceu.

- Olha a minha menina! – olhei para ver quem é que me tinha chamado assim, e era o Louis. Vinha acompanhado pelo Niall, pelo Zayn e pelo Liam. O Louis vinha todo sorridente e quando chegou perto de nós cumprimentou-me dando-me um beijo na testa e depois fez uma coisa esquisita ao Harry. O Harry olhou para mim, parecia que queria dizer alguma coisa mas não o fez. Levantou-se e foi para dentro. 


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Espero que estejam a gostar.
Deixem as vossas opiniões sinceras. =)
Obrigada por lerem e comentarem!!!

Dri

6 comentários:

  1. Uauu a tua historia e principalmente a tua forma de escrever sao espetaculares...

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  2. Está mesmo lindo *.* (os capítulos estão todos lindos :D) vais pulicar mais algum amanhã?

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  3. Adoro o teu blog :D
    Sigo*
    se gostas dos 1D passa pelo meu blog pode ser que gostes onedirection-kpt.blogspot.com

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  4. Aiii gostei taaaanto *------*

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