quinta-feira, 26 de abril de 2012

6º Capitulo - Saída de raparigas (Parte III)



(Harry)

“Numa forma de esquecer que o nosso passado existiu e que nunca se tornará no presente…”. Aquela frase ecoava na minha cabeça á medida que voltava para a nossa mesa passando pelas pessoas que alegremente dançavam. Doía tanto ouvir aquilo, ela queria-me esquecer o que significava que ainda pensava em mim. Não sabia se haveria de ficar contente ou triste. Não sabia como reagir. Pensava que a tinha esquecido mas agora, tudo estava a reaparecer. Aquela necessidade louca de acordar e de a ver, de falar com ela, de como o meu mundo funcionava em torno dela.

Sentei-me novamente no sofá e deixei descair o corpo para a frente apoiando-me com os braços em cima das pernas. As minhas mãos enfiaram-se no meio dos meus caracóis.

***

De: amor
“Hoje não vou conseguir estar contigo porque não vou ás aulas. Acordei cheia de febre e a minha mãe não me deixa sair de casa enquanto não ficar boa. Depois das aulas podes passar por cá…amo-te e não te preocupes. xxx!”

Esqueci-me por completo de onde estava e assim que me levantei da cadeira ouvi a professora muito espantada a olhar para mim. Só depois é que me lembrei que estava na sala de aula mas isso naquele momento não interessava. Dei uma desculpa à professora e saí da sala literalmente a correr. Pus-me a caminho da casa da Mia que ainda era um bocado longe da escola. Assim que bati á porta apareceu-me a mãe da Mia. Era a primeira vez que ia falar com ela. Era uma situação um bocado estranha porque ela não me conhecia.

- Bom dia. Em que posso ajuda-lo? – perguntou-me simpaticamente

- Bom dia. Desculpe incomodá-la mas a Mia disse-me que estava doente e eu vinha vê-la, se pudesse ser claro – falar pela primeira vez com a mãe da Mia deixou-me um bocado nervoso o que me fez esquecer o nome da senhora.

- E como é que te chamas? Nunca te tinha visto com a minha filha…

- Chamo-me Harry…sou um amigo recente… .- senti uma quantidade avultada de sangue a dirigir-se para as minhas faces

- Um amigo recente? – disse a sorrir – Podes entrar, espera aqui na sala que eu vou lá acima informa-la que estás aqui em baixo. Harry, certo?

- Sim! – a mãe dela apareceu pouco tempo depois e mandou-me subir. Assim que abri a porta do quarto dela ouvia-a soluçar -  amor, calma, o que se passa, então? – abracei-a com todas as minhas forças, conseguia perceber pela sua respiração descontrolada que começava a ter falta de ar. Era angustiante não conseguir fazer nada. – Então amor? Calma, eu estou aqui anda cá. Já passou – não tinha jeito nenhum para acalmar as pessoas

- Tive um pesadelo tão horrível – quando ela acabou de falar as lágrimas caíram ainda mais. Limpei-lhe as lágrimas, dei-lhe um beijinho na testa e expliquei-lhe como aquilo nunca tinha passado de isso mesmo, um pesadelo. Ajudei-a novamente a deitar-se e cobri-a com os lençóis e o cobertor. Dei-lhe outro beijo na testa e ainda estava a arder em febre. Sentei-me ao lado dela enquanto mexia no cabelo dela para voltar a adormecer. Mesmo depois de adormecer continuei ao lado dela pois tinha receito de ela tivesse novamente um pesadelo e eu não estar pronto a ajuda-la. Inclinei-me e sussurrei-lhe ao ouvido “amo-te, espero que estejas a sonhar comigo”.

- Com que então um amigo! – quando olhei para trás vi a mãe da Mia encostada á porta

- Desculpe… - foi a única coisa que me lembrei de dizer. Ela apenas sorriu e abandonou o quarto.

***

Fui desperto quando a Colbie se sentou ao meu colo. Via sorrir e depois deu-me um beijo. Nunca me tinha sentido tão mal por beija-la, tinha um aperto enorme no coração. Tentei colocar uma cara minimamente alegre conversando com ela e com a Nicole que também tinha chegado. Os rapazes apareceram logo de seguida, mas sem a Mia e o Louis

- A Mia? – ouvi a Nicole a perguntar ao Zayn assim que se sentou ao lado dela – onde é que ela está?

- Ficou lá fora com o Louis – respondeu Zayn depois de lhe dar um beijo na face – Ou eu muito me engano ou aqueles dois ainda vão ter alguma coisa – era o pior que me podia acontecer ver o meu melhor amigo a apaixonar-se pela rapariga que estava de novo a conquistar o meu coração.

(…)

Via chegar junto da nossa mesa bastante tempo depois de me ter ido embora de lá de fora. Ela vinha com o casaco do Louis vestido e as mãos dele vinham em cima dos ombros dela. Era eu que costumava emprestar-lhe os meus casacos para a proteger do frio, era a mim que dizia com aquele enorme sorriso o quanto gostava do meu perfume. Era eu que costumava estar ao lado dela a abraça-la para a sentir todos os segundos perto de mim. Era eu, no passado. Agora estávamos em lugares diferentes.

- Então amor? O que se passa? – perguntou a Colbie preocupada depois de me ter assustado quando ela me beijou a face – estás bem?

- Sim, claro que sim! – respondi fazendo um esforço para não voltar a ter a minha atenção vidrado nela.

(Mia)

- Não me digas que vieste para teres a certeza que estávamos bem? – perguntei ao Louis depois dos restantes rapazes terem entrado praticamente logo a seguir ao Harry

- Também. – respondeu com um enorme sorriso –  mas o principal motivo foi o Zayn que começou a bater mal, ele já não consegue esconder que gosta dela. – tinha que fazer alguma coisa para juntar aqueles dois

- Estou a ver que sim…temos que lhes dar um empurrãozinho! – disse enquanto lhe piscava o olho

- Podes crer. E tu o que estavas aqui a fazer com o Harry? – não estava á espera daquela pergunta, ainda hesitei mas depois acabei por dizer

- Bem, ele veio fazer-me companhia aqui fora pois estava a sentir-me um bocado sufocada com tanta gente… - ele que estava ao meu lado, pôs-se á minha frente preocupado

- E já estás melhor?

- Ainda não – precisava de estar mais um pouquinho cá fora – Tínhamos praticamente chegado…quero ficar aqui mais algum tempinho.

- Posso fazer-te companhia? – era impossível resistir aquele sorriso e aos lindos olhos que tinha

- Claro Louis! Claro que podes, que raio de pergunta é essa! Só não te convido a sentares em cima do carro porque não é meu, mas mesmo assim podes faze-lo! – soltou uma gargalhada no final e sentou-se em cima do carro

- Não queres ir dar uma volta? – olhei para ele, não sabia o que responder

- Por mim pode ser… - só tinha uma certeza naquele momento, ele fazia-me sentir bem e queria aproveitar isso ao máximo

(…)

A conversa foi fluindo, sentia-me bastante bem quando estava com o Louis. Ele era um querido e fazia-me rir imenso. Adorava quando ele se punha com as suas maluquices e com aquelas danças um pouco esquisitas mas hilariantes. Perdi a noção do tempo, o que era um excelente sinal. Ele fazia-me esquecer o Harry por momentos. A noite que começara agradável começava agora a tornar-se um pouco fria.

- Estás a tremer da cabeça aos pés! – constatou ao olhar para mim. Vi-o despir o casaco que tinha e a pô-lo por cima dos meus ombros. Não podia negar que assim estava muito melhor.

- Não é preciso Louis, estamos quase a chegar novamente ao bar. Assim ainda te vais constipar. Veste o casaco… - recomendei-lhe. Ia para tirar o casaco dos ombros mas ele não me deixou

- Não te preocupes. Eu estava com ele desapertado, não tinha frio. Tu precisas dele mais do que eu. – ele retirou-me o casaco dos ombros e num jeito rápido, enfiou os meus braços nas mangas – assim está muito melhor – concluiu quando se colocou á minha frente e puxou o fecho até cima. Um cheiro bastante agradável veio do casaco, gostava bastante do perfume.

- Gosto imenso do perfume… - só depois de falar é que realmente me apercebi do que disse. O ritmo calmo em que estava o meu coração mudou drasticamente, batendo agora de uma forma descompassada

- Não tão bom como o teu perfume natural… - o sangue rapidamente aflorou nas minhas maças do rosto. Elevei um pouco a cabeça para o olhar, nem sei como tive coragem.   

- Vamos? – ele apenas assentiu com a cabeça e voltamos  para dentro do bar. Assim que entramos vi o olhar do Harry a vir na minha direcção. Respirei fundo e continuei colocando um sorriso no rosto.

(…)

- Tens a certeza que não queres o casaco? – perguntei ao Louis quando já estávamos junto ao carro

- Tenho a certeza Mia. Dás-mo amanha! – ele inclinou-se sobre mim e deu-me um beijo na testa – Manda mensagem quando chegares a casa está bem? – apenas assenti com a cabeça – dorme bem! – abraçou-me e depois despediu-se da Nicole e da Colbie e foi para o carro dele. Eu e a Nicole íamos no carro do Harry juntamente com a Colbie pois a nossa casa ficava em caminho da casa da Colbie, infelizmente. A Colbie passou por mim para ir para o banco da frente.

- Acho que o Louis gosta de ti… - fiquei surpreendida com a afirmação da Colbie – nunca o tinha visto assim com uma rapariga, ele gosta de ti. Não achas amor? – olhei para trás e vi o Harry quase a entrar no carro.

- Não sei, ele não me disse nada… - ele respondeu rapidamente e entrou dentro do carro. Fiquei com a afirmação da Colbie na cabeça até chegarmos a casa. A Nicole também me tinha dito a mesma coisa. Será que ele gosta de mim? Será que eu gosto dele? Mandei-lhe mensagem a dizer que já tinha chegado a casa e acabei por adormecer, não a pensar no Louis, não a pensar em mim mas sim a pensar no Harry, a pessoa que dominava os meus sonhos desde que chegara a Londres.


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Peço desculpa por ontem não ter publicado nem avisado mas foi-me de todo impossível.
Mais uma vez, obrigada pelos comentários. Têm sido bastante bons e incrivelmente motivadores. Muito obrigada por lerem e comentarem...

Dri

3 comentários:

Deixa a tua marca xD