O meu coração batia ferozmente contra o peito da pessoa que
tinha acabado de abraçar. Rapidamente a pessoa desconhecida tomou traços bem
visíveis na minha mente. O toque foi instantâneo para perceber de quem se
tratava. O meu coração acalmou estranhamente apesar dos batimentos serem
pesados. Era como se tivesse em camara lenta. Rapidamente esboçou-se na minha
cabeça os traços que me fizeram apaixonar pelo Harry. O sorriso genuíno, o
cabelo com os caracóis sempre rebeldes e desalinhados mas unicamente perfeitos,
os olhos azuis esverdeados que me transportavam para outra realidade onde
eramos apenas nós dois.
***
Como eu odiava educação física. Era a pior disciplina que
existia. Preferia ficar sentada a ver do que entrar em acção. Estava no inicio
do primeiro período e já odiava voleibol. Não tinha jeito nenhum para a coisa
mas tinha que me aplicar se não queria que a minha média ficasse estragada por
aquela disciplina. Estava no campo de jogos com a minha turma juntamente com
outra. Tentei-me concentrar mas trocava os pés, era completamente desajeitada e
acabei caindo no chão. Uma dor forte no pé direito trouxe-me lágrimas aos
olhos. Vi os meus colegas a rodearem-me e o meu professor também.
- Mia, o que te dói? – o meu professor estava á minha frente
preocupado com o meu estado
- Doí-me o pé direito… - disse com uma voz esganiçada controlada
pela dor aguda que provinha do pé - …muito! – finalizei controlando as lágrimas
para não caírem. Em menos de nada via pessoas á minha volta que não conhecia.
Deviam ser da outra turma. O professor deles juntou-se ao meu e tocou na parte
anterior do meu pé exercendo uma ligeira pressão que me provocou um gemido de
dor
- Tens que ir á enfermaria! – afirmou o professor que não
conhecia – imediatamente. Pode estar partido… - a ideia de ter o pé partido
assustou-me bastante. O meu professor ajudou-me a levantar mas não conseguia
pôr no chão o pé.
- Professor, eu tenho que ir á enfermaria posso leva-la… -
não percebi quem tinha falado, não era de certeza alguém da minha turma pois
não reconhecera a voz. O rapaz que falara apareceu segundos depois á minha
frente. Um espasmo percorreu todo o meu corpo provocando um arrepio diferente
de todos os outros. O meu olhar contornou todos os pormenores daquele belo
rapaz ainda em choque.
- Depois vou ter contigo á enfermaria para saber o resultado!
– disse-me o meu professor. Apenas assenti com a cabeça. O rapaz de cabelos
encaracolados segurou o meu braço esquerdo e colocou-o em redor do pescoço
dele.
- Força – ele pousou a outra mão livre na minha cintura e
exerceu uma forte pressão para me movimentar para a frente. O pé doía-me imenso
e andar ao pé coxinho não melhorava assim tanto o meu sofrimento. O rapaz fazia
um esforço enorme para me manter em equilíbrio. O problema vinha mesmo um pouco
mais á frente com a presença de escadas – só mais um esforço até ás escadas! –
disse-me ele. Fiz o que ele disse e com algum esforço descemos as escadas. O
caminho até á enfermaria era curto mas aquelas dores faziam com que tornasse um
autêntico pesadelo. Assim que chegamos, ele bateu á porta e entramos. A
enfermeira veio de imediato ajudar-nos e colocou-me em cima da maca.
(…)
- Obrigada! – disse acanhadamente para o rapaz que me tinha
trazido até á enfermaria e que continuava ao meu lado já que a enfermeira
tivera que sair. Havia um ambiente um bocado esquisito que não percebia porquê.
- Não tens que agradecer. É o mínimo que poderia fazer Mia… -
o meu coração começou a bombear sangue a um ritmo acrescido e rapidamente as
maças do rosto tornaram-se um pouco mais vermelhas
- Como é que sabes o meu nome? – perguntei estupidamente
- Reparei em ti… - a minha cara de estupida intensificou-se –
quer dizer…não foste tu que escreveste as frases que andam espalhadas pela
escola? – logo na minha primeira semana de aulas na escola nova a professora de
línguas gostou tanto da minha maneira de escrever que me pediu para pôr a minha
criatividade a funcionar para fazer alguma coisa para a escola. No dia seguinte
já tinha mais de três folhas com ideias e rapidamente pôs-me a escrever nas
paredes da escola.
- Sim, sou eu! Como é que sabes?
- Vi-te a colocar as frases pela escola, e depois ouvi uma
rapariga a chamar por ti. Foi fácil… - ele sorriu. Estava completamente
encantada com o sorriso, era qualquer coisa de extraordinário, de intenso, de
único. – já agora, gostei bastante. Escreves mesmo muito bem…
- Ham…obrigada, acho! – respondi bastante envergonhada.
Nenhum rapaz me tinha dito que escrevia bem, normalmente eram sempre as
raparigas que ficavam encantadas e não os rapazes. – isto tudo é muito bonito
mas estou em desvantagem… - a cara dele transformou-se, e notava-se alguma
confusão – então tu sabes o meu nome e eu não sei o teu… - conclui de forma
obvia
- Ah! Harry, Harry Styles! – aproximou-se de mim e deu-me um
beijo na bochecha. Fiquei estática!
- Embora já saibas, Mia Rodrigues!
***
Recuperei a concentração e regressei á realidade. Ele
apertava-me cada vez mais contra ele. Ele agarrava-me fortemente pela minha
camisola. Pousei a minha mão no peito dele e afastei-me lentamente.
- O Louis? – falei quebrando o silencio constrangedor que se
tornara constante desde que nos voltamos a encontrar. A minha voz saiu tão
sumida que até me assustei, dei um passo para trás afastando-me ainda mais dele
– preciso dele… - a expressão do olhar do Harry provocou em mim uma dor que até
antes não tinha sentido.
- O que se passa? – perguntou recusando por completo o meu
pedido, ele deu um passo á frente aproximando-se mas voltei a dar um passo a
trás chocando com a porta fria da rua. Estava sem saída.
- Preciso do Louis… - voltei a repetir o meu pedido ainda com
voz trémula. Tinha prometido a mim mesma que o esquecia, que o tirava da minha
cabeça para o meu bem – Onde é que ele está? – fixei o meu olhar no sofá
castanho que havia um pouco mais á frente para não o ver
- Porque é que não respondes? – apertei a revista nas minhas
mãos sem saber o que dizer. Queria apenas acabar com aquela dor persistente e
duradoura que habitava no meu coração desde que abandonara Londres.
- Porque é que não me dizes onde está o Louis? – voltei a
fazer a mesma pergunta. Vi-o aproximar-se ainda mais de mim. Esquivei-me por
entre uma mesa nem sei como ficando de costas para ele.
- Mia… - a voz dele saiu sofrida, o meu corpo esmoreceu aos
poucos. Rodei lentamente o meu corpo em direção a ele. – Estou preocupado… -
aquele olhar mexia demasiado com o meu auto controlo
- Preciso do Louis!
- Já não precisas de mim? – ele continuava a ignorar por
completo o que pedia. Sentei-me no sofá ainda a segurar a maldita revista –
deixei de ser importante? – olhei novamente para ele e segui apenas com o olhar
o movimento dele até á minha frente agachando-se para ficarmos na mesma linha
do olhar – Eu preciso de saber… – falou prenunciando cada palavra lentamente -
…preciso de saber se já não precisas de mim!
- Precisei de ti, Harry – falei com toda a convicção que
encontrei. Um brilho anormal começou a notar-se nos seus olhos e rapidamente
baixou o olhar do meu – Agora é a Colbie que precisa de ti e não eu… -
levantei-me do sofá mas a voz dele voltou a intrometer-se nos meus movimentos
- Porque é que voltaste? – era algo que nem eu própria sabia.
Quando acabei o secundário tive uma enorme vontade de voltar para Londres, não
me sentia integrada em São Francisco, faltava-me algo. Fazer com que os meus
pais me deixassem voltar foi complicado mas com a ajuda da Nicole tudo se
concretizou. Neste momento, já não sei se foi boa ideia voltar.
- Se eu dissesse que voltava tu querias? – aqueles segundos
pareceram eternidades, mas ele não disse nada, fechou-se simplesmente nos seus
pensamentos. – vês Harry! Tu nunca me irás perdoar. Se pudesses escolher nunca,
mas nunca permitirias que voltasse á tua vida…o que nos juntou novamente foi a
infelicidade do destino – tentei controlar as lágrimas que teimosamente
formavam-se no canto dos olhos, no que dependesse de mim, ele nunca mais me
viria a chorar.
- Porque é que me fizeste isto? – aquela pergunta suscitou na
minha mente alguma confusão
- Isto o quê? – não estava a perceber onde é que ele queria
chegar
- Fazer com que te odiasse… - foi como se o tempo parasse.
Não me conseguia mexer, sair dali. Estava presa ao chão, aquele espaço e aquele
momento. Eu já o sabia mas ouvi-lo da boca dele doía demais. Era como se
tivessem a espetar agulhas por todo o corpo
- Harry…
- Sentiste pelo menos uma única vez a minha falta quando
foste embora? – queria dizer “todos os dias” mas não o podia fazer, ele estava
com a Colbie
- Harry, preciso do Louis! – não queria responder aquela
pergunta mas ele estava a deixar-me sem espaço de manobra. Ele aproximou-se
novamente de mim ficando a centímetros de mim, mas ao contrário das outras
vezes não me consegui afastar.
- Sentiste a minha falta? – voltou a repetir. Os batimentos cardíacos
eram demasiado inconstantes para conseguir manter a minha respiração estabilizada.
Tê-lo tão perto de mim despoletava interiormente uma enorme vontade de o
beijar.
- Harry, não vás por aí. – acabei por dizer praticamente em
surdina. Conseguia ouvir e sentir o ritmo descompassado do coração dele e o meu
estava quase a entrar em colapso emocional.
- Porquê? – não sei porquê mas aquela pergunta despoletou em
mim uma enorme vontade de dizer simplesmente o que sentia sem pensar em mais
nada
- Porque ver-te com a Colbie é o meu maior sofrimento… - vi
uma lágrima a escapar-lhe pela face. Não sabia o que significava. Tudo tinha
mudado.
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Espero que tenham gostado, embora ache que ele não está grande coisa. Peço desculpa se desiludi alguém mas com os testes a chegarem tem sido complicado...
Deixem as vossas opiniões sinceras! São sempre importantes
Obrigada
Dri
Queres uma opinião sincera?
ResponderEliminarOkay... ESTÁ LINDO! *.*
A sério, estou mesmo a adorar a fic!
x Vera
ADOREEEEI *-*
ResponderEliminarEstá tão lindo, asério *.*
ResponderEliminarPosta rápido, por favor (:
Ok, eu fikei a tremer ao ler a fic, literalmente! E a melhor fic k ja li em toda a minha vida!!!E eu ja li milhares!!!Miuda, tu es fantastica!!!
ResponderEliminarLINDO!
ResponderEliminarAdorei este capitulo, como os outros!!!
ResponderEliminarPosta rápido, estou muito curiosa pelo que virá a seguir!
Xx