(Harry)
- Odeio-te
tanto… - a voz dela saiu tão sumida que quebrou por completo o meu coração.
Sabia que ao lhe dizer ela nunca mais me perdoaria mas naquele momento, era a
única solução que tinha encontrado para que ela seguisse com a vida. Não conseguia
suportar a ideia de ser o responsável do sofrimento dela.
- Ainda bem, o
sentimento é reciproco. – disse sussurrando ao ouvido. Retirei as minhas
mãos da cintura dela lentamente. Era a última vez que poderia tocar na sua pele
macia, ter o controlo total do corpo dela contra o meu, senti-la estremecer sempre
que as minhas mãos passavam por zonas mais sensíveis. Era tudo passado. Não
havia presente nem futuro. Fazia apenas parte de um punhado de recordações que
se haveriam de amontoar bem no fundo do coração. Assim que deixei de ter
contacto com o corpo dela iniciei uma corrida rápida para me juntar aos rapazes.
A vontade de chorar e de gritar tudo o que tinha cá dentro aumentava á medida
que me afastava dela imaginando o que ela estaria a sofrer. Senti-me tão desprezível
e humanamente insignificante.
Cheguei junto deles tentando parecer o mais normal
possível. Nem a multidão de fãs fora do hotel me fazia alegrar nem um pouco.
Poucos minutos apareceu a Mia a correr também. Vinha com os olhos algo inchados
mas rapidamente fez questão de parecer bem. Começou a falar alegremente com o
Louis e com os restantes. Todos se riam menos eu. Estava mergulhado em
sentimentos negativos.
(…)
Sorrisos, abraços, autógrafos e mais sorrisos. Era o
que estava a fazer na última hora. Já tinha passado pelas minhas mãos centenas
de CD’s autografados e a fila de fãs parecia não ter fim. Por mais que o
adorasse fazer, neste dia, era tudo o que não queria fazer. Nunca sorrir me
tinha custado principalmente conseguindo ver a Mia ao lado do Paul. Cada vez
que o nosso olhar se cruzava no meio daquela gritaria, todo o ódio que ela
sentia por mim era despejado em mim. Tive várias vezes para desistir, para sair
dali, inventar uma desculpa qualquer e desaparecer. Mas não o podia fazer. O
Liam, que estava ao meu lado, já começava a desconfiar de alguma coisa.
- Sou eu que
estou de ressaca e não tu! – disse-me o Louis despertando-me dos mais
diversos pensamentos negativos em que me tinha embrenhado para uma fã não mais
de cinco anos que esperava ansiosamente por um abraço meu. Levantei-me algo
atabalhoadamente e a menina veio alegremente abraçar-me. Ela tinha cabelos
longos castanhos como a Mia, os olhos claros como a Mia, o sorriso da Mia.
Pus-me de joelhos para ficarmos mais ou menos da mesma altura e abracei-a. Não
sabia porquê mas comecei a sentir os olhos húmidos, aquela sensação de vazio
voltou a reaparecer.
- Estás a
chorar?! – perguntou-me a doce menina assim que o abraço terminou já com a impaciência
de alguns seguranças – Não gostas de
mim?! – fiquei sem saber o que dizer. A expressão da menina tinha
entristecido.
- Entrou-me uma
coisa para o olho. – disse a primeira coisa que me apareceu na mente
limpando os olhos – Mas já estou bem. Então
como é que te chamas?
- Chamo-me Mia…
- um sorriso estupido formou-se nos meus lábios mas desapareceu no instante a
seguir.
- Tens um nome
muito bonito, Mia. – disse-lhe ao mesmo tempo que lhe dava um beijo na
bochecha – E claro que gosto de ti…muito.
– como já estava á demasiado tempo com aquela fã, os seguranças retiram-na e
levaram-na para o pé da mãe enquanto voltava para a minha cadeira.
(…)
Tínhamos voltado para o hotel para nos preparar para o
último concerto nos EUA. Faltavam apenas duas horas para irmos para o local do
concerto. A minha disposição para cantar era mais do que nula. Não sei porquê
mas apeteceu-me ir dar um mergulho á piscina para ver se espairecia as ideias.
Depois de alguns minutos na água, o Liam apareceu.
- Precisamos de
falar, Hazza… - pelo tom de voz dele era sério. Saí da piscina, sequei-me
com a toalha e sentei-me numa das muitas espreguiçadeiras que haviam. Ele
pôs-se á minha frente com cara de caso – que
raio se passa contigo? E não me venhas dizer que não tem nada a ver com a Mia
porque é mentira! O que é que fizeste? – ainda pensei inventar alguma
desculpa mas ele iria descobrir mais cedo ou mais tarde, além disso não queria
mentir
- Disse á Mia
que a odiava e que não queria saber mais nada que tivesse a ver com ela… -
falei de forma tão rápida e atrapalhada quase jurando que o Liam não tinha
percebido patavina do que tinha dito. Mas pela forma algo aterrorizada que me
olhava percebi que estava enganado. Os segundos que tive que esperar entre
aquela expressão assustadora do Liam até ele conseguir falar foram uma
verdadeira eternidade.
- Tu fizeste o
quê? – ele deu inicio a um movimento de pernas andando de um lado para o
outro mesmo em frente a mim – Estás
louco?! Como é que lhe pudeste fazer tal coisa? – á medida que ele ia
falando fazia-me sentir cada vez mais um monstro sem sentimentos.
- Dei-lhe
razões para ela me odiar e finalmente poder seguir em frente… - respondi o
mais calmamente que consegui quando ele, finalmente, decidiu parar com aquele
vaivém irritante à minha frente e se sentou ao meu lado
- Ouve-me só por
favor! – começou – Eu não disse nada
sobre esse teu plano ridículo de a queres juntar ao Louis mas agora,
sinceramente, passou todos os limites. – nunca tinha visto o Liam tão
desiludido comigo como naquele momento –
Ela deve ter ficado destroçada… - dito por ele daquela forma ainda conseguia
tornar a minha dor mais insuportável.
- Estou a fazer
o que é melhor para nós…como ela própria disse, a nossa relação nunca iria
resultar! – a minha garganta estava seca mal conseguindo falar, parecia que
tinha uma enorme bola de pelo na garganta. Nunca
iria resultar…dize-lo em voz alta tornava o meu pesadelo ainda maior – não vale a pena alimentar falsas
esperanças! – a sensação era terrível. Sentir-nos vazios, como se nos
faltasse alguma coisa. Não passava de uma partícula de pó insignificante.
- Desde quando
é que és cobarde? Desde quando é que não lutas por aquilo que queres? – por
mais que quisesse negar não o conseguia, era verdade – Não me olhes dessa maneira pois sabes que tenho razão. Estás a deixar
fugir a miúda que queres porque tens medo e o pior de tudo é que nem sequer te
importas com que ela possa estar a sentir agora, com os sentimentos dela.
- E achas que
eu estou bem? – disse ao mesmo tempo que me levantava da espreguiçadeiras. Pior
do que estar naquela situação é saber que os nossos amigos acham que estou
melhor que nunca quando é o exatamente o contrário – Achas? Achas sinceramente que estou feliz por a estar a fazê-la sofrer?
– ainda não me tinha apercebido que o meu tom de voz tinha subido
substancialmente de volume.
- Sinceramente
nem sei! Não te reconheço! Como é que consegues provocar tanta dor á pessoa que
dizes que amas? Isso não é amor, desculpa… - como é que ele podia dizer tal
coisa? O que estava a fazer era porque gostava dela, porque é que não me
conseguiam perceber?
- Não te admito
que digas isso…não admito a ninguém que ponha em causa o que sinto por ela
ouviste?
- Pois não admites, não
admites que não foste homem suficiente para a perdoares e neste momento estás a
fazer exactamente a mesma coisa que a Mia fez quando veio para aqui.
- Mas…
- Não percebes
que estás a cometer o mesmo erro que ela? Que se estão a afastar novamente um
do outro porque acham que devem estar separados quando não devem? Porque é que insistem
em aumentar a distancia que vos separar quando devia ser nula? É assim tão
complicado perceberem isso?
- É diferente…
- Onde é que é
diferente, Harry? Ela fugiu porque não teve coragem de te contar que se ia
embora e tu estás a fugir do que sentes pois não tens coragem de seguir o
coração! É o mesmo… - quando ia responder apareceu o Louis com a Mia para
nos avisar que já estava na hora de irmos para o concerto. – Se o olhar da Mia matasse, estarias
estatelado no chão. – disse-me baixo – como
é que consegues ficar bem?
- É simples…se
ela estiver feliz, eu também estou! Não posso ser egoísta ao ponto de a prender
a mim quando não sei se consigo voltar a amar. Posso-me sentir um farrapo, um
monstro, completamente desprezível mas fiz o que achas que era correcto. Saber
que ela agora está livre, é o suficiente… - o Liam não disse mais nada.
Agora tinha que me concentrar no concerto, no último concerto nos EUA e
tínhamos que dar o nosso melhor.
Aqui está mais um capitulo!!
Espero que tenham gostado...
Deixem as vossas opiniões! =)
Dri
amei continua assim
ResponderEliminarApesar de eu amar esta história, amo muito mais o Harry que tu idealizaste para ela. Aquele Harry super protetor e que só quer a felicidade da Mia :)
ResponderEliminarContinua :) A história é perfeita