25º Capitulo - Eu amo-te, tu amas-me, porque é que isso não é suficiente?

Já me tinha esquecido do quanto aquele calor reconfortante que invadia o meu corpo naquele momento me fazia ficar tão feliz. Por momentos pensei que estivesse em plenas nuvens. Harry diminuía aos poucos a misera distância que nos separava. A mão dele tremia na minha face. Era uma sensação indescritível mas o nome da Colbie apareceu de novo na minha mente.

- Não posso… - as minhas pernas impulsionaram-me do banco num ápice afastando-me uns bons metros do Harry. As minhas inseguranças, dúvidas estavam a dar cabo de mim. Olhei para trás e vi-o na mesma posição que o tinha deixado – Tu não imaginas o quanto eu quero poder voltar a beijar-te, o quanto quero que voltes a ser “meu”. – ele rodou o corpo na minha direcção, encarando-me – Voltar a poder sussurrar-te um verdadeiro e genuíno “amo-te” ao ouvido e sentir-te estremecer. Olhar nos teus olhos lindos e profundos e perder-me em sorrisos. Poder ligar-te às quatro da manhã e contar-te algum sonho patético que tinha acabado de ter ou simplesmente falar de coisas sem nexo, mas que davas toda a atenção. – suspirei intensamente. Estava a deitar tudo cá para fora, tudo aquilo que já devia ter dito – Há tanta coisa de que tenho saudade e que queria voltar a reaver. O problema é quando acho que tudo pode voltar a ser o que era, tu apareces para acabar de vez com as minhas esperanças. Fazes questão de me pôr bem lá no fundo. – as últimas frases do Harry ainda continuavam a ecoar na minha cabeça – Ouvir-te dizer que me odiavas acabou de vez com tudo, Harry! – inspirei bem fundo – Gostava sinceramente de saber o que sentes por mim…

- Queres mesmo saber? – disse enquanto se levantava e vinha ao meu encontro deixando pouco mais do que um braço de distancia entre nós – Queres?

- Quero, Harry! – respondi-lhe fixando o meu olhar no dele para ter a certeza que compreendia o que queria – Quero mesmo saber.

- Eu amo-te! – como é que uma simples palavra de cinco letras conseguia transmitir tanta coisa inexplicável ao mesmo tempo. Os músculos tremiam de uma maneira tão estranha que quase jurava que iria cair estatelada no chão a qualquer momento – Amo-te com todas as minhas forças, desejo-te com toda a minha alma e quero-te novamente ao meu lado. – era arrepiante não só ouvir como ver nos olhos dele que tudo o que dizia vinha de dentro do coração – Quero deixar de sonhar contigo todos os dias e acordar de manhã a perceber que a única forma de te ter comigo é durante os sonhos. Quero voltar a fazer-te sorrir com as minhas piadas sem graça nenhuma. Quero deixar de me sentir abandonado pela única rapariga a quem me queria entregar plenamente.

- O que é que nos está a separar? – falei com um enorme aperto no coração. A distância que nos separava podia ser pequena fisicamente mas parecia que havia uma enorme parede a separar-nos. Era tão doloroso como de desesperante.

- O Louis…

- …e a Colbie. – ele não disse nada e eu também não, instalando-se um silencio descomunal naquele corredor. Ele elevou as mãos á cabeça em sinal de frustração e começou a andar de um lado para o outro nos cerca de dois metros que tinha aquele corredor.

- Eu não consigo dizer ao meu melhor amigo que estou apaixonado pela mesma miúda que ele, e pior de tudo, que namorei com ela. – afirmou quebrando o silencio e parando com aquele vaivém algo stressante. – Não vou fazer isso. Não sou capaz de lhe fazer isso. – concluiu enquanto abanava negativamente com a cabeça dando enfase ao que tinha acabado de proferir. Engoli em seco e respondi-lhe

- Então preferes perder-me, é isso? – a minha voz saiu destorcida devido ao medo que tinha da confirmação da pergunta. Ele ainda demorou algum tempo a responder levando-me quase ao desespero

- Mia…eu não te posso perder porque já não me pertences. Deixei de te poder chamar “minha” desde que te foste embora… - aquelas palavras queimavam no meu interior, eram feridas que não saravam

- Mas também não queres lutar para me reaver, preferes desistir. – refutei tentando controlar a fina camada de água que se formava nos olhos para não escorrer pela cara  

- Isso não é verdade. Tu sabes disso…

- Sei?! Olha que não. Preferes ficar com Colbie do que comigo. Ou vais-me dizer que vais acabar com ela?

- Compreende o meu lado, Mia. – ambos estávamos a sofrer com aquela situação. Não conseguia compreender o porquê de o destino nos ter voltado a pôr no mesmo lugar mas não podendo ficar juntos. Preferia ter continuado em São Francisco do que estar com esta dor. – Sinto-me culpado, um péssimo amigo por não conseguir deixar de gostar de ti sabendo ele sente o mesmo.

- Então não há volta a dar? Quer dizer, gostamos um do outro e pronto, ficamos assim, um para cada lado?

- Mia…

- Já vi que sim! Deixa lá…eu fico bem! – com a ajuda dos braços desviei-o da minha frente o suficiente para poder passar por ele. O meu nome ainda foi ecoado pelo corredor mas não quis saber. Estava cansada. Estava cansada daquela situação, de tudo. Se ele desistiu, eu também desisto.

(…)

“Senhores passageiros, pedimos que coloquem o cinto de segurança para procedermos à aterragem. Dentro de instantes estaremos a pousar na pista do Aeroporto Internacional… Sejam bem-vindos a Londres e obrigado por viajarem na nossa companhia.” – aquela voz e o toque do Louis no meu ombro fez com que despertasse de um sono pesado. Abri os olhos a muito custo e devo ter feito uma careta engraçada pois o Louis começou a rir

- Tu ao acordares és tão fofa, pequenina. – informou-me ainda a rir. Fiz outra cara pouco simpática pois sabia que tinha um mau acordar – ficas linda de qualquer maneira, mesmo com essa cara! – dando-me um beijo na testa logo de seguida fazendo com que soltasse um pequeno sorriso algo envergonhado – assim gosto mais.

***

Depois de todos eles pegarem nas malas dirigimo-nos para a saída aonde se encontrava a Nicole, com a Lottie e a Colbie. Quando vi a Colbie a dirigir-se para o Harry e a dar-lhe um beijo, fiquei estática, pregada ao chão. Pelos vistos já tinham feito as pazes novamente e se calhar iriam mesmo de férias juntos. Nem me tinha realmente apercebido que tinha ficado para trás se não fosse a Lottie a saltar literalmente para cima de mim enchendo-me a cara de beijos.

- Isso é que são saudades minhas Lottie! – disse-lhe enquanto a ajeitava no meu colo já que era pesadita – fogo rapariga, já pesas no meu braço! – ela não estava muito para conversas mas ao invés, não parava de me dar beijos na cara

- Houve lá oh pirralha, larga a minha melhor amiga que agora é a minha vez de a abraçar! – lá tinha que vir a Nicole com as suas discussões com a irmã mais nova – Lottie, vai ter com o Harry e vê se o separas da outra…

- Nicole! – repreendia – isso não se diz a uma criança. – virei-me para a pequenina que ainda continuava no meu colo - Lottie não oiças o que a maluca da tua irmã diz, com a idade que tem já devia ter algum juízo. – a Nicole rolou os olhos e eu acabei por pôr a Lottie no chão e vi-a correr para o Harry desta vez – tu és tramada, miúda! – exclamei – agora deste para não gostar da Colbie?

- Então é por causa daquela miúda que tu me telefonas ás quatro da manhã a chorar…bem não é directamente por causa dela mas é como se fosse. Já que não me consigo chatear com o Harry, passo a não gostar da Colbie. – não consegui deixar de rir com a sua justificação – Ninguém poe a minha menina a chorar e não leva com a minha fúria…

- Se não existisses Nicole, tinha que te encomendar.  

- Tinhas pois, sem mim tu não consegues viver. Sou um elemento vital na tua vida…

- E que tal parares de falar e dares-me um abraço não? É que tamos para aqui a falar de coisas que não interessa e ainda não recebi o meu abraço! Sim, porque o Zayn já teve direito ao seu longo abraço mas aqui a amiga nada. Tenho que pintar o meu cabelo de escuro e espeta-lo para ver se recebo alguma atenção da tua parte!

- Se continuares com essa conversinha, ficas sem abraço, ficas. – sorriu. Nunca um abraço dela me tinha preenchido tanto. Era mesmo daquilo que estava a precisar, de alguém que me compreendesse, que me apoiasse incondicionalmente. Nem me tinha apercebido que já estava a chorar. Só quando ela me fez levantar a cabeça do ombro dela é que reparei que as lágrimas corriam pela minha face – não me faças essa cara, amor. Eu não consigo ver-te assim… - voltei a enterrar a minha cara no ombro dela – ele é que fica a perder e não tu. Tens é que levantar a cabeça e mostrar-lhe que a tua vida não se resume a ele…és muito mais forte que isso.

- Obrigada… - foi a única coisa que consegui dizer. As vozes dos rapazes fizeram-se ouvir praticamente em todo o aeroporto para nos chamarem. As pessoas ficaram a olhar para nós como se fossemos alguns estranhos vindos de outro mundo.

(…)

- Mia!! – ouvi a Nicole a chamar-me do piso debaixo. Já estávamos em casa da Nicole e eu estava a arrumar as malas da viajem para depois poder descansar um pouco – é o teu telemóvel! – continuou a gritar – é o Louis!!! – desci as escadas e quando peguei no telemóvel, ela piscou-me o olho

- Olá Lou! – exclamei assim que toquei na tecla verde para atender ainda sob o olhar atento da Nicole

- Olá princesa! – exclamou com o mesmo entusiasmo que eu – quero fazer-te um convite! – continuou

- Que convite é esse? – perguntei curiosa. Não me lembrava que ele tivesse dito alguma coisa.

- Queria que viesses comigo a casa da minha mãe. Pode ser? – a minha cara de surpreendida devia ser enorme já que a Nicole se assustou

- Hamm…sim…acho que sim. – disse sem muita convicção

- A sério?

- Claro que sim! Sim. – desta vez respondi com maior convicção

- Ainda bem. Vou-te buscar por volta das 9h da manhã, está bem?

- Claro. – despedimo-nos e assim que desliguei fui alvo das múltiplas perguntas da Nicole.

Mais um capitulo!!!

O capitulo não é tão feliz como o facto da selecção ter ganho mas o capitulo tinha mesmo que vir assim. 

Espero que tenham gostado =)

Muito obrigado pelos comentários, têm sido extraordinários ! Muito obrigado.

E já sabem, deixem o vosso comentário ou sugestão...

Dri