quinta-feira, 28 de junho de 2012

31º Capitulo - Só quando perdemos o que realmente é importante, é que damos o devido valor!



(Harry)

[dia anterior]

Peguei na pequena Lottie para poder deixar a Nicole e o Zayn sozinhos. Eles precisam de um pequeno empurrão para ver se finalmente assumem o que sentem.

- Onde é que queres ir brincar? – perguntei-lhe enquanto abria a porta do carro para ela passar para os bancos de trás – podes escolher qualquer sítio! – entrei dentro do carro e virei-me para trás à espera que ela escolhesse o local.

- Quero ir ao parque, podemos? – respondeu-me bastante animada enquanto colocava o cinto de segurança

- Claro que sim. Se queres ir, vamos! – ela fez aquele sorriso lindo de criança, que muitas vezes me fazia lembrar a Mia. Assim que lá chegamos reparei que não havia muita gente, o que era bom. – Lottie, porta-te com juízo.

(…)

- Harry! – chamou-me a Lottie. Ela estava a ir para o baloiço – vem empurrar-me! – gritou. Levantei-me do pequeno banco onde estava e fui ter com ela para a ajudar.

***

Já tinha perdido a conta às vezes que olhara ao espelho. Nada me parecia bem, tudo naquele dia parecia estar a correr-me pessimamente mal. Andava com o coração mais acelerado do que é normal. Devia ser dos nervos, estava numa pilhas deles. Abri a porta do meu quarto e desci até á sala e novamente olhei-me ao espelho para ver se não me tinha esquecido de nada e se estava tudo em ordem.

- Filho, não vais conhecer a rainha! – ouvi a minha mãe falar enquanto chegava ao pé de mim – são apenas os pais da Mia. – concluiu passando com a mão no meu cabelo, ajeitando-o

- É muito fácil dizer que “são apenas os pais da Mia” mas sou eu que vou estar á frente do pai dela – a Mia tinha-me convidado para ir jantar a casa dela para conhecer os pais dela oficialmente. Já tinha estado com a sua mãe, que por sinal era muito simpática e com o pai apenas por meros segundos. Nessa altura pareceu-me deveras assustador, quase que me fuzilava com o olhar.

- Que exagero, Harry! – respondeu-me com uma suave gargalhada – Até parece que vais pedir ao pai dela a mão da filha em casamento!

- Não é mas é quase como se fosse. Devias ter visto a cara dele quando me viu a primeira vez… - a minha mãe que tentava conter o riso acabou por não conseguir – Mãe! – reclamei – Não te rias, isto é um assunto sério. Eu aqui a tentar manter a calma e tu só desajudas!

- Imagina que estava aqui a tua irmã. Fazia bem pior! – sorri, ela tinha razão – Harry, eles não estão á espera que sejas perfeito. Sê tu próprio e de certeza que vão gostar de ti tal e qual como eu gostei da Mia.

- Achas? – perguntei ainda meio inseguro

- Tenho a certeza. Agora põe esse sorriso lindo que tens e vai lá para o jantar. – dei-lhe um beijo na cara e peguei no ramo de flores que tinha comprado para a mãe da Mia

(…)

O caminho até á casa da Mia costuma ser rápido, são pouco mais do que cinco minutos. Mas nunca aqueles cinco minutos me pareceram horas intermináveis. À medida que me aproximava ficava ainda mais nervoso. Eles vão gostar de mim…tenho a certeza.

Toquei à campainha e rapidamente a Mia veio abrir-me a porta. Ela estava linda como sempre mas hoje estava especialmente bonita. Aqueles olhos castanhos faziam-me sempre suspirar.

- Tenho que te convidar mais vezes para vires jantar com os meus pais para te ver assim tão bonito… - disse-me rindo depois de a beijar

- E eu a pensar que estava sempre bonito para ti…

- Parvo! Entra… - assim que entrei vi o pai dela no sofá, ele olhou-me cá de uma maneira – Pai, pára lá de fazer essa cara de mau. Até parece que não gostas dele… - a mãe dela apareceu rapidamente na sala – Olá meu querido – disse-me ela cumprimentando-me – como estás? Não ligues ao mau humor do meu marido, ele só está assim porque é um pai galinha. Mas fica descansado, ele não faz mal nem a uma mosca.

- Estou bem, obrigada. – dei-lhe o ramo de flores que tinha comprado – são para si, espero que goste!

- Não era preciso teres gasto dinheiro. Gosto muito, tens muito bom gosto. – a mãe da Mia olhou para o pai da Mia – vês Pedro, ele é um rapaz atencioso! Por isso vê-la se fazes uma melhor cara e vens cumprimentar a visita. – olhei para a Mia e ela fazia uma cara de quem estava a conter para não se rir. O pai dela veio ter comigo e estendeu-me a mão a qual correspondi

- Muito gosto em conhecê-lo. Eu gosto muito da sua filha e no que depender de mim não a vou fazer sofrer, prometo.

- Se o fizeres, considera-te um homem morto.

- Pedro! – a mãe da Mia voltou a falar – coitado do rapaz, agora vai ficar a pensar no assunto. Anda para a cozinha ajudar-me com o jantar antes que digas mais algum disparate. – assim que eles entraram na cozinha virei-me para a Mia – como é que correu?

- Estás vivo?! – abanei afirmativamente com a cabeça, estupidamente – então correu bem. E já agora, porque é que a minha mãe tem direito a um ramo de flores e eu nada? – coloquei as minhas mãos na sua cintura e puxei-a para mim.

- O teu presente está reservado para quando estivermos sozinhos – respondi-lhe bem perto do ouvido – não o posso dar á frente dos teus pais! – concluí dando-lhe um beijo suave no pescoço. Eu sabia que ela amava que o fizesse, e eu amava fazê-lo.     

***

- Harry! – a minha atenção foi despertada pela voz fina e feminina da Lottie – Harry! Não me estás a ouvir? Deixaste de empurrar… - só depois de ela falar é que realmente voltei á realidade

- Desculpa pequenina… - voltei a empurrar o baloiço

- Estavas a pensar em quê? – perguntou-me com aquela vozinha linda olhando para trás

- Estava a pensar em assuntos de pessoas grandes que não são para a tua linda cabecinha. – continuei a empurrar mas ela colocou o pé no chão – Então que carinha é essa? – perguntei-lhe

- Eu também quero ser grande! – enquanto fazia beicinho – Não gosto de ser criança…nunca nos contam nada. – cruzou os braços á frente fingindo-se amuada

- Levanta-te daí para eu te contar um segredo! – ela levantou-se e eu sentei-me no baloiço. Peguei nela e sentei-a no meu colo – Sabes uma coisa, eu gostava de ser criança como tu, é muito melhor do que a vida de adulto. Acredita, quando somos grandes só temos problemas. É muito melhor sermos crianças. – ela olhava-me com aquele olhar de quem não estava a acreditar – se não acreditas em mim, pergunta á tua irmã. Ela vai dizer o mesmo.

- Está bem! – ela agarrou-se a mim e deu-me muitos beijos na cara – gosto muito de ti!

- Eu também gosto muito de ti, pequenina!


(…)

Chegamos a casa e ainda não havia sinais do Louis nem da Mia. Estava cada vez mais preocupado com o que pudesse acontecer entre eles. Assim que acabamos de jantar a Nicole recebeu uma mensagem. Ela olhou para mim e logo percebi que tinha sido a Mia e que não tinha boas noticias.

Quando ela disse que a Mia ia ficar a dormir em casa da mãe do Louis nem queria acreditar. Foi como se me tivessem arrancado parte de mim. Não queria falar com ninguém. Subi as escadas com a verdadeira sensação de que parte da minha vida tinha acabado. Assim que entrei no meu quarto atirei-me literalmente para cima da cama. Tinha um enorme vazio dentro de mim. Senti-a escapar-me por entre os dedos, não conseguindo fazer nada para a recuperar. Era a pior sensação de todas.

(…)

Como não conseguia dormir decidi sair de casa para apanhar um pouco de ar. Peguei nas chaves de casa e fiz pouco barulho para não acordar nenhum dos rapazes. Encaminhei-me para sem saber para onde. Não interessava para onde ia, precisava era de espairecer. Algum tempo depois, quando estava a passar por um quiosque, uma revista chamou-me á atenção. Fiquei paralisado quando vi uma fotografia do Louis e da Mia a beijarem-se. Era a confirmação que precisava para ter a certeza que a minha vida deixara de ter qualquer tipo de sentido. Paguei a revista e fui imediatamente ter á casa da Nicole.

Toquei á campainha várias vezes na esperança que a Nicole acordasse. Apertava cada vez com mais força aquela revista na minha mão. Assim que ela abriu e depois de resmungar dei-lhe a revista para a mão e esperei pela reacção dela. Ela olhava-me incrédula com o que estava ler.  

- Harry… - não consegui controlar para mim toda a dor que aquela fotografia me estava a causar. Desde o dia em que a Mia tinha ido para São Francisco nunca achei que ouvesse sentimento pior do que aquele, mas pelos vistos enganei-me. E bem. Voltar e vê-la e perde-la novamente é uma dor demasiado ruim. Simplesmente não existem palavras o descrever. Ela chegou-se junto a mim e abraçou-me.  – isto pode não ser o que parece…

- Como não?! – o meu tom de voz denotava algum desespero – É bem explicito… - mais explicito que aquela fotografia era impossível.

- Tu sabes muito bem que isto pode não significar nada. – eu percebia o que a Nicole estava a tentar fazer. Tinha a perfeita noção que o Louis gostava muito dela.

- Foste tu própria a dizer que ela sentia alguma coisa por ele. Como queres que tenha alguma esperança? – ela olhou para o chão, sabia que tinha razão. Precisava de me ir embora, não queria estar em casa quando eles chegassem.

- Harry, por favor…

- Vou-me embora. Não quero estar aqui quando eles chegarem…não iria aguentar! – disse-lhe enquanto me dirigia para o carro

- Mas tu não podes conduzir assim… - olhei para trás

- Não te preocupes. – cheguei-me novamente a ela e dei-lhe um beijo na testa – hei-de ficar bem!

- Como queres que não me preocupe? Por favor, Harry, não faças nenhum disparate…

- Eu não vou fazer nenhum disparate! – disse-lhe tentando acalma-la

(…)

Só me queria afastar dali. Liguei o carro e fui em direcção ao único local onde naquele momento me sentiria bem. Em casa da minha mãe. Estava a ser difícil concentrar-me na estrada com as lágrimas sempre a caírem dos olhos. Nunca me tinha sentido assim tão insignificante. Só agora me tinha apercebido o quanto ela era importante para mim, vital para a minha vida. Não queria continuar a esconder o que sentia como durante estes últimos anos. A tentar ocupar todo o meu tempo para não me lembrar que me faltava a peça mais importante. A enfiar todos os presentes que ela me tinha oferecido dentro de uma caixa pois não os conseguia deitar ao lixo. Porque só de pensar que tudo o que passamos não passou de mero “lixo”, era demais. Porque é que ela voltou para o meu caminho se não estamos destinados a ficar juntos?! Ouvi o meu telemóvel a tocar mas ignorei. Assim que ele deixou de tocar, desliguei-o. Não queria falar com ninguém naquele momento.

(…)

Quando cheguei a casa da minha mãe não estava lá ninguém. Era melhor assim, não queria que ela me visse assim. Tinha a certeza que iria começar a fazer muitas perguntas e teria de lhe contar a verdade. Subi até ao meu quarto e liguei de novo o telemóvel. Tinha vinte e três chamadas da Nicole e cinco da Colbie e apenas uma da Mia que tinha deixado mensagem no correio de voz. Ainda pensei em não ouvir mas acabei por ter coragem.

Ola Harry, é a Mia. – como é que a simples voz dela, mesmo depois do que vi, continua a pôr-me este estupido sorriso na cara – Que estupidez, é claro que já sabes que sou eu…esquece. – ela parecia-me algo nervosa –  Bem…já deves ter reparado que tens muitas chamadas não atendidas da Nicole, ela está muito preocupada contigo. Tem medo que tenhas feito algum disparate ou assim. Eu também… - um longo silencio transformou-se e apenas conseguia ouvir a respiração descompassada dela tal e qual como a minha – continuando, ham…queria pedir-te, se é que ainda tenho esse direito, para telefonares à Nicole para ela ficar descansada. Compreendo que não querias falar comigo mas por favor, fá-lo pela Nicole, é só isso que te peço.de novo houve um longo silencio – Desculpa…

Fiquei sem saber o que fazer. Levantei-me da cama e abri uma das gavetas e retirei de dentro de uma caixa a pulseira que tinha dado à Mia. Olhei de novo para o telemóvel e vi as chamadas da Colbie. Tinha que resolver aquilo de uma vez por todas, não podia adiar mais.




Mais um capitulo =D
Espero que  gostem! 
Mais uma vez, muito muito obrigada pelos comentários. São vocês que me dão força para continuar a escrever!

8 comentários:

  1. O Harry é tão fofinho para a pequena Lottie. A Mia tem de falar com o Harry e explicar-lhe o que verdadeiramente aconteceu depois do beijo. Eles merecem estar juntos.
    Já disse aos meus leitores que tu tens uma história fantástica, e espero, sinceramente que eles venham cá e fiquem tão rendidos à tua capacidade de escrita como eu estou.
    És incrível, e a cada capítulo tornas-te melhor.
    Se possível, e se não estiver a pedir nada demais, amanhã publica outro capítulo. :D
    Beijinhos minha querida.
    Capítulo perfeito, aliás, como sempre.

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  2. Está perfeito!
    Escreves super bem. Quando lei-o os teus capitulos fico toda arrepiada.
    CONTINUA!
    É único!
    Beijos

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  3. Gostava de ter mais palavras para descrever aquilo que sinto ao ler os teus capítulos mas hoje só me sai isto: AMEI!!!

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  4. Escreves lindamente. Quem me dera ter a tua capacidade para a escrita, é fantastica. Continua assim e espero que publiques o novo capitulo o mais rapidamente possivel. A Mia devia podia ir ter com ele. Eles merecem ficar juntos e o Harry tem de saber que o Louis e a Mia não têm nada um com o outro para que ele não continue a sofrer. Mais uma vez a tua fic é linda.

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  5. Desculpa se este comentário não te valer de nada mas hoje, só te posso dizer isto:..........................................................................................................................................................! O meu estado depois de o ler: SEM PALAVRAS!!!!
    Absolutament *-*!! xD

    Continua a escrever assim e um dia terei de ser hospitalizada!! xD

    <3

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  6. Divinal!!
    publica o mais rapido possivel o proximo
    beijos:)

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  7. Tenho por hábito andar a par do que a Annie publica no blog dela, e quando vi a recomendação dela sobre o teu blog, vim espreitar. Comecei pelo primeiro capítulo e não consegui parar até chegar ao último publicado, simplesmente colada ao ecrã do computador, conseguiste prender-me com a tua história.
    Adorei tudo, está perfeita, tens muito jeito para a escrita, mas por favor publica rápido o próximo que eu não sei se aguento a espera!!!!
    Beijos:)

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