(Harry)
[dia anterior]
Peguei na pequena Lottie para poder deixar a Nicole
e o Zayn sozinhos. Eles precisam de um pequeno empurrão para ver se finalmente
assumem o que sentem.
- Onde é que
queres ir brincar? – perguntei-lhe enquanto abria a porta do carro para ela
passar para os bancos de trás – podes
escolher qualquer sítio! – entrei dentro do carro e virei-me para trás à
espera que ela escolhesse o local.
- Quero ir
ao parque, podemos? – respondeu-me bastante animada enquanto colocava o
cinto de segurança
- Claro que
sim. Se queres ir, vamos! – ela fez aquele sorriso lindo de criança, que
muitas vezes me fazia lembrar a Mia. Assim que lá chegamos reparei que não havia
muita gente, o que era bom. – Lottie,
porta-te com juízo.
(…)
- Harry! – chamou-me a Lottie. Ela estava a ir para o
baloiço – vem empurrar-me! – gritou.
Levantei-me do pequeno banco onde estava e fui ter com ela para a ajudar.
***
Já
tinha perdido a conta às vezes que olhara ao espelho. Nada me parecia bem, tudo
naquele dia parecia estar a correr-me pessimamente mal. Andava com o coração
mais acelerado do que é normal. Devia ser dos nervos, estava numa pilhas deles.
Abri a porta do meu quarto e desci até á sala e novamente olhei-me ao espelho
para ver se não me tinha esquecido de nada e se estava tudo em ordem.
-
Filho, não vais conhecer a rainha! – ouvi a minha mãe falar enquanto chegava ao
pé de mim – são apenas os pais da Mia. – concluiu passando com a mão no meu
cabelo, ajeitando-o
-
É muito fácil dizer que “são apenas os pais da Mia” mas sou eu que vou estar á
frente do pai dela – a Mia tinha-me convidado para ir jantar a casa dela para
conhecer os pais dela oficialmente. Já tinha estado com a sua mãe, que por
sinal era muito simpática e com o pai apenas por meros segundos. Nessa altura
pareceu-me deveras assustador, quase que me fuzilava com o olhar.
-
Que exagero, Harry! – respondeu-me com uma suave gargalhada – Até parece que
vais pedir ao pai dela a mão da filha em casamento!
-
Não é mas é quase como se fosse. Devias ter visto a cara dele quando me viu a
primeira vez… - a minha mãe que tentava conter o riso acabou por não conseguir
– Mãe! – reclamei – Não te rias, isto é um assunto sério. Eu aqui a tentar
manter a calma e tu só desajudas!
- Imagina
que estava aqui a tua irmã. Fazia bem pior! – sorri, ela tinha razão – Harry,
eles não estão á espera que sejas perfeito. Sê tu próprio e de certeza que vão
gostar de ti tal e qual como eu gostei da Mia.
-
Achas? – perguntei ainda meio inseguro
-
Tenho a certeza. Agora põe esse sorriso lindo que tens e vai lá para o jantar. –
dei-lhe um beijo na cara e peguei no ramo de flores que tinha comprado para a
mãe da Mia
(…)
O
caminho até á casa da Mia costuma ser rápido, são pouco mais do que cinco
minutos. Mas nunca aqueles cinco minutos me pareceram horas intermináveis. À
medida que me aproximava ficava ainda mais nervoso. Eles vão gostar de mim…tenho
a certeza.
Toquei
à campainha e rapidamente a Mia veio abrir-me a porta. Ela estava linda como
sempre mas hoje estava especialmente bonita. Aqueles olhos castanhos faziam-me
sempre suspirar.
-
Tenho que te convidar mais vezes para vires jantar com os meus pais para te ver
assim tão bonito… - disse-me rindo depois de a beijar
-
E eu a pensar que estava sempre bonito para ti…
-
Parvo! Entra… - assim que entrei vi o pai dela no sofá, ele olhou-me cá de uma
maneira – Pai, pára lá de fazer essa cara de mau. Até parece que não gostas
dele… - a mãe dela apareceu rapidamente na sala – Olá meu querido – disse-me ela
cumprimentando-me – como estás? Não ligues ao mau humor do meu marido, ele só
está assim porque é um pai galinha. Mas fica descansado, ele não faz mal nem a
uma mosca.
-
Estou bem, obrigada. – dei-lhe o ramo de flores que tinha comprado – são para si,
espero que goste!
-
Não era preciso teres gasto dinheiro. Gosto muito, tens muito bom gosto. – a
mãe da Mia olhou para o pai da Mia – vês Pedro, ele é um rapaz atencioso! Por
isso vê-la se fazes uma melhor cara e vens cumprimentar a visita. – olhei para
a Mia e ela fazia uma cara de quem estava a conter para não se rir. O pai dela
veio ter comigo e estendeu-me a mão a qual correspondi
-
Muito gosto em conhecê-lo. Eu gosto muito da sua filha e no que depender de mim
não a vou fazer sofrer, prometo.
-
Se o fizeres, considera-te um homem morto.
-
Pedro! – a mãe da Mia voltou a falar – coitado do rapaz, agora vai ficar a
pensar no assunto. Anda para a cozinha ajudar-me com o jantar antes que digas
mais algum disparate. – assim que eles entraram na cozinha virei-me para a Mia –
como é que correu?
-
Estás vivo?! – abanei afirmativamente com a cabeça, estupidamente – então correu
bem. E já agora, porque é que a minha mãe tem direito a um ramo de flores e eu
nada? – coloquei as minhas mãos na sua cintura e puxei-a para mim.
- O
teu presente está reservado para quando estivermos sozinhos – respondi-lhe bem
perto do ouvido – não o posso dar á frente dos teus pais! – concluí dando-lhe
um beijo suave no pescoço. Eu sabia que ela amava que o fizesse, e eu amava
fazê-lo.
***
- Harry!
– a minha atenção foi despertada pela voz fina e feminina da Lottie – Harry! Não me estás a ouvir? Deixaste de
empurrar… - só depois de ela falar é que realmente voltei á realidade
- Desculpa
pequenina… - voltei a empurrar o baloiço
- Estavas a
pensar em quê? – perguntou-me com aquela vozinha linda olhando para trás
- Estava a
pensar em assuntos de pessoas grandes que não são para a tua linda cabecinha. –
continuei a empurrar mas ela colocou o pé no chão – Então que carinha é essa? – perguntei-lhe
- Eu também
quero ser grande! – enquanto fazia beicinho – Não gosto de ser criança…nunca nos contam nada. – cruzou os braços
á frente fingindo-se amuada
- Levanta-te
daí para eu te contar um segredo! – ela levantou-se e eu sentei-me no
baloiço. Peguei nela e sentei-a no meu colo – Sabes uma coisa, eu gostava de ser criança como tu, é muito melhor do
que a vida de adulto. Acredita, quando somos grandes só temos problemas. É
muito melhor sermos crianças. – ela olhava-me com aquele olhar de quem não
estava a acreditar – se não acreditas em
mim, pergunta á tua irmã. Ela vai dizer o mesmo.
- Está bem! –
ela agarrou-se a mim e deu-me muitos beijos na cara – gosto muito de ti!
- Eu também
gosto muito de ti, pequenina!
(…)
Chegamos a casa e ainda não havia sinais do Louis
nem da Mia. Estava cada vez mais preocupado com o que pudesse acontecer entre
eles. Assim que acabamos de jantar a Nicole recebeu uma mensagem. Ela olhou
para mim e logo percebi que tinha sido a Mia e que não tinha boas noticias.
Quando ela disse que a Mia ia ficar a dormir em
casa da mãe do Louis nem queria acreditar. Foi como se me tivessem arrancado
parte de mim. Não queria falar com ninguém. Subi as escadas com a verdadeira
sensação de que parte da minha vida tinha acabado. Assim que entrei no meu
quarto atirei-me literalmente para cima da cama. Tinha um enorme vazio dentro
de mim. Senti-a escapar-me por entre os dedos, não conseguindo fazer nada para
a recuperar. Era a pior sensação de todas.
(…)
Como não conseguia dormir decidi sair de casa para
apanhar um pouco de ar. Peguei nas chaves de casa e fiz pouco barulho para não
acordar nenhum dos rapazes. Encaminhei-me para sem saber para onde. Não
interessava para onde ia, precisava era de espairecer. Algum tempo depois,
quando estava a passar por um quiosque, uma revista chamou-me á atenção. Fiquei
paralisado quando vi uma fotografia do Louis e da Mia a beijarem-se. Era a
confirmação que precisava para ter a certeza que a minha vida deixara de ter
qualquer tipo de sentido. Paguei a revista e fui imediatamente ter á casa da
Nicole.
Toquei á campainha várias vezes na esperança que a
Nicole acordasse. Apertava cada vez com mais força aquela revista na minha mão.
Assim que ela abriu e depois de resmungar dei-lhe a revista para a mão e
esperei pela reacção dela. Ela olhava-me incrédula com o que estava ler.
- Harry…
- não consegui controlar para mim toda a dor que aquela fotografia me estava a
causar. Desde o dia em que a Mia tinha ido para São Francisco nunca achei que
ouvesse sentimento pior do que aquele, mas pelos vistos enganei-me. E bem.
Voltar e vê-la e perde-la novamente é uma dor demasiado ruim. Simplesmente não
existem palavras o descrever. Ela chegou-se junto a mim e abraçou-me. – isto pode
não ser o que parece…
-
Como não?! –
o meu tom de voz denotava algum desespero – É bem explicito… - mais explicito que aquela fotografia era
impossível.
- Tu
sabes muito bem que isto pode não significar nada. – eu percebia o que a Nicole estava a tentar
fazer. Tinha a perfeita noção que o Louis gostava muito dela.
- Foste tu
própria a dizer que ela sentia alguma coisa por ele. Como queres que tenha
alguma esperança? – ela olhou para o chão, sabia que tinha razão. Precisava
de me ir embora, não queria estar em casa quando eles chegassem.
- Harry, por
favor…
- Vou-me
embora. Não quero estar aqui quando eles chegarem…não iria aguentar! –
disse-lhe enquanto me dirigia para o carro
- Mas tu não
podes conduzir assim… - olhei para trás
- Não te
preocupes. – cheguei-me novamente a ela e dei-lhe um beijo na testa – hei-de ficar bem!
-
Como queres que não me preocupe? Por favor, Harry, não faças nenhum disparate…
-
Eu não vou fazer nenhum disparate! – disse-lhe tentando acalma-la
(…)
Só me queria afastar dali. Liguei o carro e fui em
direcção ao único local onde naquele momento me sentiria bem. Em casa da minha
mãe. Estava a ser difícil concentrar-me na estrada com as lágrimas sempre a caírem
dos olhos. Nunca me tinha sentido assim tão insignificante. Só agora me tinha
apercebido o quanto ela era importante para mim, vital para a minha vida. Não
queria continuar a esconder o que sentia como durante estes últimos anos. A
tentar ocupar todo o meu tempo para não me lembrar que me faltava a peça mais
importante. A enfiar todos os presentes que ela me tinha oferecido dentro de
uma caixa pois não os conseguia deitar ao lixo. Porque só de pensar que tudo o
que passamos não passou de mero “lixo”, era demais. Porque é que ela voltou
para o meu caminho se não estamos destinados a ficar juntos?! Ouvi o meu
telemóvel a tocar mas ignorei. Assim que ele deixou de tocar, desliguei-o. Não
queria falar com ninguém naquele momento.
(…)
Quando cheguei a casa da minha mãe não estava lá ninguém.
Era melhor assim, não queria que ela me visse assim. Tinha a certeza que iria
começar a fazer muitas perguntas e teria de lhe contar a verdade. Subi até ao
meu quarto e liguei de novo o telemóvel. Tinha vinte e três chamadas da Nicole
e cinco da Colbie e apenas uma da Mia que tinha deixado mensagem no correio de
voz. Ainda pensei em não ouvir mas acabei por ter coragem.
Ola Harry, é a Mia.
– como é que a simples voz dela,
mesmo depois do que vi, continua a pôr-me este estupido sorriso na cara – Que estupidez, é claro que já sabes que sou
eu…esquece. – ela parecia-me algo nervosa – Bem…já
deves ter reparado que tens muitas chamadas não atendidas da Nicole, ela está
muito preocupada contigo. Tem medo que tenhas feito algum disparate ou assim.
Eu também… - um longo silencio transformou-se e apenas conseguia ouvir
a respiração descompassada dela tal e qual como a minha – continuando, ham…queria pedir-te, se é que ainda tenho esse direito,
para telefonares à Nicole para ela ficar descansada. Compreendo que não querias
falar comigo mas por favor, fá-lo pela Nicole, é só isso que te peço.
– de novo houve um longo silencio – Desculpa…
Fiquei sem saber o que fazer. Levantei-me da cama e
abri uma das gavetas e retirei de dentro de uma caixa a pulseira que tinha dado
à Mia. Olhei de novo para o telemóvel e vi as chamadas da Colbie. Tinha que resolver
aquilo de uma vez por todas, não podia adiar mais.
Mais um capitulo =D
Espero que gostem!
Mais uma vez, muito muito obrigada pelos comentários. São vocês que me dão força para continuar a escrever!
O Harry é tão fofinho para a pequena Lottie. A Mia tem de falar com o Harry e explicar-lhe o que verdadeiramente aconteceu depois do beijo. Eles merecem estar juntos.
ResponderEliminarJá disse aos meus leitores que tu tens uma história fantástica, e espero, sinceramente que eles venham cá e fiquem tão rendidos à tua capacidade de escrita como eu estou.
És incrível, e a cada capítulo tornas-te melhor.
Se possível, e se não estiver a pedir nada demais, amanhã publica outro capítulo. :D
Beijinhos minha querida.
Capítulo perfeito, aliás, como sempre.
Está perfeito!
ResponderEliminarEscreves super bem. Quando lei-o os teus capitulos fico toda arrepiada.
CONTINUA!
É único!
Beijos
Perfeito , publica rápido !
ResponderEliminarGostava de ter mais palavras para descrever aquilo que sinto ao ler os teus capítulos mas hoje só me sai isto: AMEI!!!
ResponderEliminarEscreves lindamente. Quem me dera ter a tua capacidade para a escrita, é fantastica. Continua assim e espero que publiques o novo capitulo o mais rapidamente possivel. A Mia devia podia ir ter com ele. Eles merecem ficar juntos e o Harry tem de saber que o Louis e a Mia não têm nada um com o outro para que ele não continue a sofrer. Mais uma vez a tua fic é linda.
ResponderEliminarDesculpa se este comentário não te valer de nada mas hoje, só te posso dizer isto:..........................................................................................................................................................! O meu estado depois de o ler: SEM PALAVRAS!!!!
ResponderEliminarAbsolutament *-*!! xD
Continua a escrever assim e um dia terei de ser hospitalizada!! xD
<3
Divinal!!
ResponderEliminarpublica o mais rapido possivel o proximo
beijos:)
Tenho por hábito andar a par do que a Annie publica no blog dela, e quando vi a recomendação dela sobre o teu blog, vim espreitar. Comecei pelo primeiro capítulo e não consegui parar até chegar ao último publicado, simplesmente colada ao ecrã do computador, conseguiste prender-me com a tua história.
ResponderEliminarAdorei tudo, está perfeita, tens muito jeito para a escrita, mas por favor publica rápido o próximo que eu não sei se aguento a espera!!!!
Beijos:)