Os
batimentos cardíacos aumentaram drasticamente, parecia que o coração ia saltar
a qualquer momento do meu peito. Nenhuma quantidade de oxigénio era suficiente
para tranquilizar a minha respiração algo descompassada. Ele olhava para mim de
uma forma tão intensa, tão penetrante que não conseguia desviar o olhar. Os
músculos do corpo não davam sinais de se quererem mexer, não conseguia sair
debaixo dele. As nossas testas finalmente se encostaram uma a outra. Fechei os
olhos inconscientemente. As minhas mãos viajaram até aos seus abdominais
perfeitamente definidos e coberto por gotículas de água. Estava a descobrir
algo completamente diferente, que me fazia estremecer, arrepiar. Não sabia o
que pensar. Apesar de estar de olhos fechados tinha a percepção total de onde
ele estava e a distancia era mínima. Quando pensei que ele me iria beijar, algo
que, sinceramente, ainda não sabia se queria ou não, os lábios dele tocaram na
minha face esquerda bem perto do canto da boca. O momento de contacto foi apenas
de meros segundos mas pareceu-me eternidades. Sentia o corpo todo a tremer e
não sabia se era por aquele acontecimento ou se por simplesmente frio.
- Estás
com as mãos frias e estás a tremer. – constatou Louis, com a voz algo
intermitente depois de me ter dado aquele beijo – acho melhor irmos vestir-nos
– não sabia o que dizer nem o que pensar. Ele saiu lentamente de cima de mim
sem me magoar e assim que já estava de pé, esticou o braço para me ajudar a
levantar da areia. Parecia que tinha aquela parte da cara aonde os lábios do
Louis tinham tocado, dormente. Tinha a mente tão a mil que mal sentia a areia
toda colada á parte de trás do meu corpo. – estás cheia de areia, Mia. – ao
mesmo tempo que, com a ajuda das mãos, tentava sacudir a areia do meu corpo. As
mãos dele percorriam de cima a baixo as minhas costas, parecia que estava a
fazer uma esfoliação. Desviei o cabelo de trás das costas para a frente para
facilitar o trabalho. – Acho que mais para baixo não posso ir… - olhei para ele
e só depois é que percebi o que ele queria dizer com aquilo.
-
Obrigada! – respondi. Retirei o resto da areia das minhas pernas e fomos até às
nossas roupas. Ainda tinha a roupa interior bastante húmida por isso já sabia
que ia molhar as calças e a camisola e por consequente o carro também – acho
que vou deixar a minha marca no carro! O Paul amanhã quando vir o estado do
carro mata-nos…
- Foste tu
que me raptaste! Não tenho culpa nenhuma… - olhei escandalizada para ele por
causa de ele se estar a empurrar as culpas todas para cima de mim – e não me
olhes desse jeito pois sabes que é verdade! – por momentos ainda pensei que
estivesse a falar a sério mas depois percebi que era tudo na brincadeira. Assim
que chegamos ao carro não foi preciso insistir muito para ele me deixar voltar
a levar o carro. Para além de que ele não se lembrava do caminho de regresso.
Já em viagem, uma pergunta não me saía da cabeça e se não lhe perguntasse acho
que explodia de curiosidade.
- Lou! –
chamei-o – posso fazer-te uma pergunta indiscreta? – perguntei meio a medo sem
nunca retirar os olhos da estrada. Ele soltou uma gargalhada antes de responder
- Somos
amigos ou não? – disse de forma obvia – Os amigos servem para fazerem perguntas
indiscretas!
- Bem,
tens namorada? – nunca me tinha sentido tão estranha a perguntar a alguém se
tinha namorada. Era definitivamente fora do normal, mas por alguma razão,
precisava de saber a resposta. Os segundos entre a minha pergunta e a resposta
dele pareceram horas.
- Não. Não
tenho… - fiquei estranhamente aliviada. – Era só?
- Era… -
respondi não tirando a atenção da estrada. O resto do caminho foi feito ora por
momentos silenciosos, ora por momentos hilariantes do Louis. Ainda estava meia
atordoada com aquilo que ele era capaz de fazer sentado no carro. Quando
chegamos ao hotel, para variar, tínhamos o Paul á nossa espera. Digamos que
deixámos alguns quilos de areia no carro, o que não agradou nada ao Paul.
Depois de ouvirmos, mais uma vez, as reclamações dele, mandou-nos diretamente
para a cama. Íamos bastante animados pois as calças do Louis estavam molhadas
na zona dos bóxeres o que ficava extremamente engraçado.
- Parece
que se divertiram bastante! – a voz rouca do Harry percorreu todo o meu corpo
provocando-me um enorme arrepio. – Vêm numa bonita figura… - e foi-se embora. O
Louis olhou para mim confuso, sem perceber o que se tinha passado.
- Acho que
vou falar com ele… - informou-me o Louis – deve ter sido alguma coisa com a
Colbie! – despediu-se de mim com um beijo na testa e acabei por ir para o
quarto dormir pois já era tarde.
***
Hoje tinha que ir mais cedo para a escola. Era dia de
uma visita de estudo, íamos ver um filme de um senhor muito chato ao cinema. Eu
gostava muito de tudo o que tivesse a ver com a escrita mas aquele senhor
ultrapassava todos os limites do bom senso. Os textos do senhor eram realmente
muito maçadores e sem interesse. A melhor parte é que ia com o Harry. Ele não
era da minha turma mas como eramos do mesmo ano tínhamos a mesma visita. Hoje
fazíamos exatamente uma semana que namorávamos. Era uma verdadeira loucura. Ele
conseguia surpreender-me todos os dias com pequenos gestos, com palavras, com
simples carícias. Estava a descobrir algo realmente fascinante a cada dia que
passava. Quando estava quase a sair de casa para ir para a escola o meu
telemóvel tocou, era uma mensagem.
“Bom dia
amor da minha vida”
Era impossível não sorrir quando o melhor namorado do
mundo nos manda mensagem todas as manhãs. A minha mãe passou por mim e quando
me viu naquele estado de felicidade extrema, estranhou.
- Que sorriso é esse? – perguntou-me quando pegava na
sua mala e nas chaves do carro para me levar à escola.
- É o meu sorriso normal, mãe! – respondi calmamente.
Ainda não era a altura para contar aos meus pais que namorava, ainda era
demasiado cedo. Não queria precipitar as coisas. Ela olhou para mim não lá
muito convencida mas não voltou a fazer mais nenhum comentário. Levou-me até á
escola e deixou-me um pouco antes do portão da escola. Despedi-me dela e fui
para junto dos colegas da minha turma que esperavam alegremente, juntamente com
as outras turmas que chegassem os autocarros. Procurei o Harry que já me tinha
mandado mensagem a dizer que tinha chegado, mas não o encontrei. Cumprimentei
os da minha turma e quando estava a mandar mensagem ao Harry para lhe perguntar
aonde é que estava, uma alminha tapou-me os olhos.
- Quem é? – perguntou a pessoa. Não consegui
reconhecer pela voz pois tinha qualquer coisa a modificar o som. Apalpei as
mãos no intuito de descobrir e não bastou assim tanto tempo para reconhecer que
era o Harry.
- Logan? Jay? Michael? – disse na brincadeira,
provocando-o – Não? Oh, então não sei quem é! – as mãos dele saíram da frente
dos meus olhos e rapidamente se pôs de frente para mim com uma expressão de
ciumento – Ah! Afinal eras tu… - finalizei
- Ouve lá, quem é que são esses rapazes? E porque raio
é que te lembraste primeiro deles do que de mim que sou teu namorado? – a cara
de enciumado dele era hilariante – e estás a rir-te de quê? Não tem piada!
- Oh Harry! Não percebeste que estava a brincar
contigo? – constatei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – é claro que
sabia que eras tu! – ele não me parecia lá muito convencido
- A sério? – perguntou algo receoso. Cheguei-me junto
dele e dei-lhe um beijo super apaixonado para lhe retirar aquelas ideias
peregrinas da cabeça – desculpa! – acabou por dizer assim que o beijo terminou
– só que tenho medo de te perder…ainda não sei lidar muito bem com o que sinto.
Nunca o senti por mais ninguém, és especial!
- Tu também és muito especial para mim. E não precisas
de ter ciúmes, só tenho olhinhos para ti… - ele agarrou-me pela cintura e
rodopiou-me no ar. Era tão bom estar apaixonada!
(…)
Assim que chegamos à sala de cinema os professores
disseram que podíamos sentar-nos onde quiséssemos. Num abrir e fechar olhos o
Harry já estava ao meu lado e estava com cara de quem andava a magicar alguma.
Até já estava com medo do que pudesse sair daquela cabeça. Entramos na sala e o
Harry puxou-me literalmente para a última fila bem lá no cimo, longe de tudo e
de todos.
- Não queres ir para mais longe? – perguntei
ironicamente enquanto nos sentávamos nas cadeiras
- Estas são as últimas cadeiras… - respondeu com
aquele sorriso lindo. Os professores ainda reclamaram connosco mas quando
perceberam que não haviam mais lugares na frente acabaram por nos deixar ficar
no mesmo sítio. Mas avisaram-nos umas cinco ou seis vezes que havia relatório
do filme para fazer no final. Assim que as luzes se foram apagando, Harry
decidiu pôr as suas ideias em pratica. Colocou o braço esquerdo dele por cima
dos meus ombros e acabei por encostar a minha cabeça nele. O interesse pelo
filme já era tão pouco e acabou por ficar reduzido a nada quando ele me começou
a dar beijinhos pela cara. Bem tentei contrariar aquela ideia mas foi
impossível resistir aos encantos dele. Com um curto movimento, colocou a mão
por debaixo do meu queixo elevando assim a minha cara de modo a olha-lo. Uniu com
delicadeza os nossos lábios iniciando assim um longo e calmo beijo. Era
impressionante como conseguia sentir tanta coisa ao mesmo tempo sempre que o
beijava. Depois de muito esforço, lá consegui concentrar-me no filme mas foi
por pouco tempo. Reparei que ele andava a mexer-se muito na cadeira, como se
andasse à procura de alguma coisa. Assim que os movimentos estranhos acabaram,
ele deu-me uma caixa para mão.
- Abre! – disse. Não estava á espera de nada por isso
apanhou-me de surpresa por completo. Abri-a e lá dentro havia duas pulseiras
lindas. – Uma é para tu usares e outra é para mim! Assim sempre que sentires a
minha falta basta olhares para ela… - ele retirou uma delas da caixa e
ajudou-me a coloca-la no braço.
- Vais-me estragar com mimos Harry! – disse ao mesmo
tempo que abanava alegremente o braço com a pulseira – é linda! E acredita, és
a melhor coisa que alguma vez aconteceu na minha vida…
***
Não estava
a conseguir dormir nada de jeito. E aquelas malditas recordações só pioravam o
meu mau estado de espirito. Ele acabava sempre por estragar os meus dias.
Levantei-me da cama e peguei numa pequena mala que andava sempre comigo e que
continha alguns objectos muito especiais. Bem lá no fundo encontrei aquela
pulseira que o Harry me tinha dado. Suspirei desesperada por não saber o que
fazer. Acabei por vestir uma camisola bastante larga que me dava praticamente
como vestido e andei a vaguear pelos corredores. Acabei por me sentar num dos
sofás que compunham a sala de convívio e poucos minutos depois já estava deitada.
Liguei também a televisão e fiz zapping, mas aquela hora da noite não havia
nada de interessante a dar na televisão. Apaguei-a e ouvi os passos de alguém.
Compus-me rapidamente e quem estava a entrar na sala era o Harry.
-
Precisamos de falar! – começou ele dirigindo-se até mim mas eu não queria falar
com ele por isso levantei-me do sofá para me ir embora quando ele agarrou-me
pelo braço travando o meu movimento – Espera…essa é a pulseira que te dei...
Olá querida Adriana, posso te chamar assim?
ResponderEliminarQuando vi o teu comentário no meu blogue fiquei deveras satisfeita. Foste das poucas pessoas que, depois de ver o meu apelo para que comentassem, o fez. Não sabes o quanto isso significou para mim. Depois, o facto de presenciar que tinha uma leitora assídua e que escreve tão bem deixou-me... um pouco nervosa, talvez. Comparando a minha maneira de escrever com a tua, a minha é um autêntico zero à esquerda: tens um talento minha querida e, por favor, nunca mas nunca o desperdices nem deixes de praticá-lo.
Apesar de acordar todos os dias bastante cedo, por volta das seis e meia da manhã, e chegar a casa por volta das sete e um quarto da noite, quando vi no teu comentário que também tinhas um blog e que nele escrevias uma história com os 1D tive de vir ler. Assim sendo, fiquei até à uma e meia da manhã "colada" ao telemóvel a ler os teus capítulos. O que dizer deles? São tão genuínos, tão bem descritos, tão bem narrados e tão bem concebidos que não encontro palavras que lhe façam a devida/merecida justiça. Confesso, chorei imenso em alguns deles e quero alertar-te para o facto de me conseguires arrepiar com certas coisas... toma isto como um elogio.
Desculpa este testamento, mas sou da opinião que se existem pessoas que merecem "meia dúzia"de palavras de reconhecimento pelo seu excelente, e repito, excelente trabalho uma dessas pessoas és tu.
Continua a brindar-nos com a tua arte.
Beijinhos, Ana.
http://dontstopdreamingifc.blogs.sapo.pt/
p.s: importaste que divulgue a tua história e que faça referência ao teu blog, num dos meus futuros posts?
p.s[2]:conheces mais algum blog com histórias portuguesas sobre os 1D?
Olá querida Adriana, posso te chamar assim?
ResponderEliminarQuando vi o teu comentário no meu blogue fiquei deveras satisfeita. Foste das poucas pessoas que, depois de ver o meu apelo para que comentassem, o fez. Não sabes o quanto isso significou para mim. Depois, o facto de presenciar que tinha uma leitora assídua e que escreve tão bem deixou-me... um pouco nervosa, talvez. Comparando a minha maneira de escrever com a tua, a minha é um autêntico zero à esquerda: tens um talento minha querida e, por favor, nunca mas nunca o desperdices nem deixes de praticá-lo.
Apesar de acordar todos os dias bastante cedo, por volta das seis e meia da manhã, e chegar a casa por volta das sete e um quarto da noite, quando vi no teu comentário que também tinhas um blog e que nele escrevias uma história com os 1D tive de vir ler. Assim sendo, fiquei até à uma e meia da manhã "colada" ao telemóvel a ler os teus capítulos. O que dizer deles? São tão genuínos, tão bem descritos, tão bem narrados e tão bem concebidos que não encontro palavras que lhe façam a devida/merecida justiça. Confesso, chorei imenso em alguns deles e quero alertar-te para o facto de me conseguires arrepiar com certas coisas... toma isto como um elogio.
Desculpa este testamento, mas sou da opinião que se existem pessoas que merecem "meia dúzia"de palavras de reconhecimento pelo seu excelente, e repito, excelente trabalho uma dessas pessoas és tu.
Continua a brindar-nos com a tua arte.
Beijinhos, Ana.
http://dontstopdreamingifc.blogs.sapo.pt/
p.s: importaste que divulgue a tua história e que faça referência ao teu blog, num dos meus futuros posts?
p.s[2]:conheces mais algum blog com histórias portuguesas sobre os 1D?