sexta-feira, 25 de maio de 2012

18º Capitulo - Quando se tem medo de amar a dor persiste no coração



Ola minhas queridas!
Este capitulo é um pouco lá para o sentimental e sugeria que o lessem ao ouvir esta música http://www.youtube.com/watch?v=J8CMso4giuM&feature=player_embedded 
Espero que gostem tanto deste capitulo como eu gostei de o escrever. 
Deixem o vosso comentário, é muito importante!
Dri 


[Mia]

As mãos dele seguravam com delicadeza o meu braço não me permitindo continuar a minha marcha em direcção ao quarto. Suspirei interiormente no intuito de ganhar forças para o encarar. Na minha mão direita ainda continuava aquela maldita pulseira que me fazia reviver os momentos passados. Rodei aos poucos o meu tronco de modo a ficar de frente para ele ao mesmo tempo que ele diminuía a pressão exercia no meu braço. O olhar dele estava cravado no meu rosto de forma insegura, com uma vontade enorme de saber a minha resposta mas também com medo. Nunca o tinha visto daquela maneira algo desesperada.

- Pois…parece que é a pulseira que me deste. – respondi num tom de pura indiferença – á algum problema? Precisas de alguma coisa? – concluí olhando-o nos olhos. Ele parecia que estava numa luta interior em tentar perceber o que se passava. – Estás a ouvir-me?!

- É só que… - aquilo estava a passar o limite do estranho – Rsrsrsr! – exclamou soltando a mão do meu braço enquanto se afastava de mim em direcção a uma das janelas que compunham as paredes da sala. Vi-o a debruçar-se na janela que abrira, elevando as mãos á cabeça. Os caracóis rebeldes e algo desalinhados por ter estado deitado, estavam agora ao sabor da brisa nocturna de LA. Tinha a minha oportunidade de ir embora para o quarto mas, por alguma razão, permaneci estática perto do sofá. Contra todas as probabilidades e ao que realmente a minha cabeça me mandava fazer, acabei por ir ter com ele à janela. Quando ele deu pela minha presença a abrir um pouco mais a janela, olhou surpreendidíssimo para mim. Não estava á espera, de todo, que eu continuasse naquele espaço e que, muito menos, fosse ter com ele. Desviou-se um pouquinho mais para o lado de modo a permitir que eu me encaixasse melhor no parapeito da janela. Após alguns longos minutos em silencio, pelo menos foi o que me pareceu ele finalmente decidiu romper aquele silencio – LA é uma cidade lindíssima á noite, não achas? – sorri. Nunca me tinha imaginado estar a falar com o Harry sobre a paisagem ser bonita ou não.

- Sim… - acabei por responder – é muito bonita! Costumava vir com o meu pai aqui sempre que ele tinha algumas questões a resolver sobre os hotéis. Ele deixava-me na praia enquanto ia para as suas reuniões, e se eu tivesse de férias, acabávamos por ficar alguns dias. – debitei enquanto viajava pelas minhas recordações depois de ter deixado Holmes Chappel. – Foi bom mas não foi perfeito! – suspirei. Ele tinha estado a olhar para o horizonte enquanto falava mas assim que ouviu a minha última afirmação olhou seriamente para mim. Não me arrependera de ter ido para São Francisco, de modo nenhum. Fora naqueles anos que descobrira uma parte de mim que andava escondida, a minha paixão pela fotografia. Se tivesse continuado em Inglaterra, talvez, não o tivesse descoberto. Mas separar-me do Harry da forma como o fiz, mudaria de certeza. – É a vida! Por vezes temos que abdicar do que realmente é importante para nós para seguirmos os nossos sonhos. – só depois de ter proferido aquela frase é que me apercebi que estava a falar de nós.

- E porque é que esses sonhos não incluem o que realmente é importante para nós? – a voz do Harry saía com alguma agressividade, frieza, e talvez misturada com alguma mágoa – Que servem esses sonhos se não nos torna completos? Se acabamos por olhar para trás com uma sensação de vazio, de falta, porque é que não podemos, agora, lutar por aquilo que nos é importante? – fiquei sem saber se ele estava a falar de nós. Por um lado queria acreditar que sim mas por outro, não queria criar em mim falsas esperanças para depois acabar novamente destroçada – Temos o que sonhamos mas continuamos…insatisfeitos.   

- Não se pode lutar por aquilo que já se perdeu. – respondi desviando o meu olhar do corpo dele e concentrei-me nas luzes brilhantes que iluminavam os edifícios altos da cidade – O tempo não volta atrás para que possamos remediar, o que na altura, achamos que era o melhor! – afastei-me da janela com o objectivo de me ir embora. Aquela conversa já estava a ficar dolorosa demais e tinha prometido a mim que não voltaria a chorar. Mas antes que pudesse concluir essa minha sugestão, a voz doce e incrivelmente perfeita dele fez-me parar.

- E quem te disse que já o perdeste? – pela primeira vez naquela conversa algo filosófica e sentimental estávamos a falar de nós, agora diretamente. Estremeci com a possibilidade de haver uma réstia de esperança mas foi facilmente diluída pelo medo que sentia por estar a criar ilusões. – Já lhe perguntaste se és importante para ele? Se ainda fazes parte dos pensamentos dele todas as noites? Se ainda continuas a ser o motivo do seu sorriso mais genuíno? Se ainda precisa de olhar para uma fotografia tua para se acalmar? Se sonha todos as noites com o dia em que pode voltar a beijar-te mas que tem medo…? – aquelas perguntas deixaram-me completamente sem ar, o meu coração batia de forma tão frenética que podia jurar que saltaria do peito a qualquer momento. Ele aproximava-se de mim lentamente, estava mais próxima de quebrar do que conseguir manter a minha posição quando a imagem da Colbie voltou a aparecer na minha mente.    

- Não preciso que ele me diga! – respondi de forma mais convincente que encontrei – Basta olhar para os olhos dele para perceber que eu já não faço parte da sua vida, que deixei de ser importante, que por mais que tente dizer o contrário, eu sei que não é verdade. Que a mágoa que sente por mim espelha-se no olhar que me faz por mais que tente esconder… - as lágrimas amontoavam-se no canto dos meus olhos prestes a escorrerem pela minha face

- Ele gosta de ti… - o meu olhar foi de encontro ao dele. Queimava por dentro, era um sufoco. Os olhos dele brilhavam devido à fina pelicula de água que se acumulava pronta a quebrar a qualquer momento. A voz dele era tão sofrida que mirrava o meu órgão vital. Ele agarrou as minhas mãos e juntou-as – tenho a certeza!

- Eu não consigo acreditar nisso! – respondi rapidamente retirando as minhas mãos das dele e afastando-me um pouco – Como é que ele pode gostar de mim se tem outra rapariga ao lado dele? Se ele se mostra feliz quando está com ela? Se acaba por me magoar dizendo que me odeia? – uma lágrima solitária escorreu lentamente pela minha face direita até eu a limpar

- Então diz-me lá como é que ele se sente quando te vê a sair com o melhor amigo dele? Quando estás sempre aos sorrisinhos a ele? – nunca pensei que ele se sentisse tão mal por sair com o Louis. Podia não saber o que sentia exactamente pelo Louis, mas tinha a certeza que não se igualava, nem de perto nem de longe, ao que o Harry me conseguia proporcionar – A dor é tão sufocante e dolorosa que a única coisa que lhe apetece fazer é acabar com o mundo. Destruir tudo! Mas o pior de tudo é que, apesar do que se passa, ela continua a pôr-lhe aquele sorriso estúpido na cara. E odiar-te foi a forma mais fácil que ele arranjou para não se lembrar que ainda te ama!     

Não consegui dizer nada e ele também não continuou. Deixei o meu corpo desfalecer no sofá, sentando-me. Pus os pés em cima do sofá e encolhi-me o mais que pude escondendo a minha face nos meus joelhos. Conseguia sentir o olhar dele preso no meu corpo tentando descortinar alguma reação minha. Estava praticamente sem forças mas não podia continuar a prolongar aquela angustia no tempo. Tinha de terminar com aquilo, assim sofria de uma só vez!  

- Parece que não estamos destinados a ficar juntos! – disse voltando-me para ele – não podemos estar numa relação em que acabamos por dizer coisas que magoam a pessoa que amamos! – ele ia dizer alguma coisa mas não lhe dei tempo para isso –  Sinceramente não sei porque razão o destino nos voltou a pôr no mesmo caminho mas de uma coisa tenho a certeza, nem tu nem eu, neste momento, estamos preparados para fazer com que o que sentimos resulte.

- É isso que queres? – perguntou-me segurando heroicamente as lágrimas que continuavam a formar-se nos olhos

- Harry, tu não estás preparado para me perdoar nem eu. Ainda não me perdoei a mim mesma por ter sido tão cobarde para contigo quando não o merecias. De certeza que a Colbie é a pessoa certa para ti…só te quero ver feliz, para mim isso basta.

- Eu também só te quero ver feliz Mia! – suspirou – E se for com Louis fico muito mais descansado porque sei que ficas em boas mãos. Só quero que voltes a ter aquela alegria que irradiavas sempre pela manhã, o teu sorriso…promete-me que voltas a ter o teu brilho natural...

- Prometo Harry... – disse timidamente

- Posso-te dar um abraço? – não consegui resistir aquele pedido porque, bem lá no fundo, eu também o queria. Os braços dele rodearam a minha cintura e os meus braços ladearam o pescoço dele. Enterrei a minha a minha cara no pescoço dele permitindo-me inalar o perfume natural dele que tão bem conhecia. Senti o meu ombro a começar a ficar algo húmido, era ele a chorar. Apertei-o ainda mais contra mim intuitivamente e ele acabou por fazer o mesmo. Vê-lo chorar fez-me sentir tão imponente, tão pequenina, tão zangada com o mundo por não conseguir dar todo o amor que tenho para o fazer sorrir. Porque é que já não o consigo faze-lo sorrir? Porquê? Só lhe trago mágoa e sofrimento…Fomo-nos separando aos poucos. Ele colocou as suas mãos a envolverem a minha cara e deu-me um beijo na testa – boa noite Mia!

- Boa noite, Harry! – acabei por dizer repetindo o gesto que ele me tinha feito, dando-lhe um beijo delicado na testa. Limpei alguns resquícios das lágrimas que ele ainda tinha na face com a polpa dos dedos. Ele sorriu e de seguida foi embora. Fui para o meu quarto o mais rapidamente possível e liguei para a Nicole. Ouvi aquele bip irritante durante algum tempo e quando estava prestes a desligar, ela atendeu.

- Mia, espero que seja um assunto de vida ou de morte para me estares a acordar a estas lindas horas! – barafustou do outro lado do oceano com o seu mau humor – se a Lottie acordar nem sabes o que te faço!

- Nicole… - assim que comecei a falar uma quantidade alarmante de lágrimas brotou dos meus olhos, nunca pensei ser capaz de chorar tanto - amor, acabou tudo! – acabei por dizer no meio dos meus soluções provocados pelo choro – Não vai haver nada entre mim e o Harry…

- Mia…

- Nicole sinto-me ainda pior do que no dia em que tive que vir para São Francisco – apertei contra o meu peito uma das almofadas que compunham a minha cama no intuito de parar com aquele sofrimento – Eu só quero que o mundo acabe…só me apetece destruir tudo! – exclamei num tom um quanto desesperado – Preciso de ti…preciso do teu abraço!

- Estou aqui amor! – a voz dela mesmo estando a quilómetros de distancia acalmou-me – Estou e estarei sempre ao teu lado, Mia. – deitei-me em cima da cama sem desviar o édredon com o telemóvel encostado ao meu ouvido. Continuava a chorar desalmadamente mas só o facto de ouvir a respiração da Nicole dava-me mesmo assim alguma segurança. Acabei por adormecer, algum tempo depois, com a alma desfeita mas com a convicção que era o que estava certo.

    

6 comentários:

  1. a história está linda. escreves super bem. este foi o mei capitulo preferido da história até agora.
    Com quem é que a Mia vai ficar? espero que seja com o Harry, a histpria de amor deles não pode acabar

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  2. A tua historia e linda, escreves super bem. Este foi o meu capitulo preferido ate agora. Com quem é que a Mia vais ficar? Espero que seja com o Harry, a historia de amor deles não pode acabar. Eles fazem um casal lindo.

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  3. Foi o meu capítulo preferido.. escreves mesmo muito bem e neste até me emocionei...
    p.s.: adorei a música <3

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  4. Tu escreves mesmo MUITO bem... foi o meu capítulo preferido *.* emocionei-me e espero que eles fiquem juntos
    p.s.:adorei a música e combinou lindamente com este capítulo...
    Bjnhs

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  5. OMG. ok este é o meu primeiro comment na fic. Comecei a lê-la ontem e estou viciada. Acredita que a fic tem que ser MESMO MUITO BOA para eu ficar interessada, vidrada e ter vontade de continuar a ler, ou seja, a tua fic é... indescritível, não sei bem explicar aquilo que sinto ao lê-la mas que neste capitulo chorei, chorei! E a música combinou na perfeição. Eu também escrevo fics, e na minha opinião, devemos sempre escrever aquilo que nos vai no coração, na alma. Por mais que eu ache e todas as leitoras que a Mia deva ficar com o Harry, só te cabe a ti decidir, e seja qual for a tua decisão, todas nós vamos acabar por amar, se já amá-mos tudo o que escreveste até agora. Adorava poder conhecer-te e falar contigo, eu sou assim quando se trata de uma fic que eu gosto imenso, adoro conhecer as autoras. Os meus sinceros parabéns, és das poucas autoras de fics mesmo portuguesas, pelo menos que eu tenha conhecimento, em que eu digo isto com todo o sentimento e com toda a verdade :) Continua xx

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